Adam fechou os olhos e deixou as lágrimas rolarem. Zoey estava parada a alguns metros do corpo morto do centauro.

Eleanor e Klaus entraram na rua correndo, respirando com dificuldade, e gritando:

– Corram!

Zoey se espantou. Adam dirigiu a atenção a eles.

– Não há tempo! - Berrou Klaus. - Os partidários chegaram! Estão colocando fogo em tudo!

Adam se levantou, e apoiou o corpo de Antony com cuidado no chão.

– Vamos!

– Mas e o corpo de Antony? - Perguntou Adam, em pé ao lado do garoto já morto.

Eleanor ficou boquiaberta ao ver o menino caído.

De repente, um enorme pássaro feito de fogo virou a rua com o bico aberto, pronto para engoli-los.

– CORRAM! - Gritou Klaus.

Imediatamente, Klaus, Eleanor, Zoey e Adam correram. Ao virar para atrás por alguns segundos, Adam avistou o fogo engolindo o corpo do falecido irmão.

– Não! - Gritou Adam, observando o pássaro de fogo se aproximar.

– Não seja burro! - Berrou Zoey, puxando o braço dele. - Venha! - E correram.

Ao chegarem em uma outra praça, puderem ver várias famílias correrem para todas as direções. Os centauros galopavam atrás de suas vítimas. Os dois gigantes destruiam todas as casas. Alguns partidários rondavam o céu em forma de penumbra negra, e vez ou outra lançavam feitiços de cor esverdeada.

Quando já estavam no meio da rua, o número de mortos havia crescido. Em todos os lados corpos de pessoas estavam caídos: homens e mulheres; crianças e adolescentes; velhos e adultos.

Ao entrar na praça, o pássaro em chamas se desfez, e cinco partidários vestindo preto apareceram franzindo as testas.

– Temos que ir embora! - Gritava Klaus.

– Não podemos, - Replicou Adam. - Temos que acabar com isso!

Os gritos de mulheres e crianças apenas aumentavam. Corriam de um lado para o outro, tropeçando em vários corpos no chão.

– Como você vai acabar com isso? - Gritou Zoey. As lágrimas escorriam de seu rosto. A cena que acontecia na frente deles era horrorosa.

– Cortando o mal pela raiz! - Berrou Adam, e deu-lhes as costas.

– Não! - Gritou Zoey.

– Eleanor, ajude os feridos! Leve-os para o chalé de repouso! - Gritou Klaus.

– Tudo bem! - Respondeu a loura, gritando. Correu para o fim da praça, e encontrou Beatrice com duas garotinhas ao seu lado. - Vamos leva-las para o chalé de repouso, lá elas estarão em segurança! - Beatrice assentiu.

+ + +

Adam corria pela praça central. Apesar de estar vazia podia ouvir os gritos ao longe. O som era horrível. Sua mente estava perturbada. A cena da morte de Antony se repetia em sua mente várias e várias vezes.

Entrou na rua de entrada e parou em frente ao casarão Braeden. Encarou a porta por alguns instantes. Estendeu o braço e apontou a varinha.

– Bombarda. - Disse ele, com uma voz alta e fria. A porta imediatamente explodiu com um enorme barulho.

O garoto entrou no hall e esperou que alguém aparecesse. Mas não, a casa permaneceu no maior silêncio.

Correu para as escadas e subiu. Fez o mesmo caminho para o escritório de Klaus. Sabia que lá era o único lugar seguro para alguém se esconder.

Matarei Oris, pensava Adam. Oris estará morto.

O frio tomava conta de Adam. Ele parou em frente a grande porta de madeira do alto da torre. Respirou fundo.

Agora.

Abriu a porta com calma e se deparou com Oris Braeden sentado. Os braços cruzados e a testa franzida. Ao ver o garoto entrar, se levantou rapidamente e apontou a varinha para ele. Adam imitou o gesto.

– Você está vivo? - Exclamou Braeden, boquiaberto.

– Surpreso? - Disse Adam. - Eu tenho de ficar vivo para cumprir a profecia. - Debochou Adam.

Oris estreitou os olhos. Kailene, pensou.

– Seu maldito! - Disse Oris. Estava enfurecido.

– Você tem que acabar com tudo isso! - Exclamou Adam. - Aqui deveria ser um abrigo! Olhe só o que está causando! Famílias estão morrendo a cada segundo. Você está destruindo o que você mesmo criou.

– Pense bem, - Replicou Oris - foi você quem começou tudo isso. Graças a sua chegada! Você é o culpado de tudo isso!

– Calado! - Berrou Adam. - Você é o vilão aqui! E o vilão sempre morre.

Subitamente, a porta se abriu e Kailene entrou.

– Kailene. - Disse Oris. - Finalmente.

A mulher ficou calada, foi até o centro da sala e se posicionou de costas a Oris, estreitando os olhos para Adam.

– Não Kailene! - Disse Adam. - Você não tem ideia do que ele causou?

Kailene retirou a varinha e estendeu o braço para Adam.

– Tudo acaba aqui. - Disse ela, e deu-lhe as costas. Encarou Oris.

E quem menos esperar..

– Kailene?

O mal há de derrotar.

– Avada Kedavra! - Disse ela. O lampejo esverdeado subitamente atingiu o peito do homem, e os olhos dele ficaram vidrados. Por alguns instantes, ele parecia pronunciar a palavra perdão. E então, seu corpo caiu com um barulho no chão.