The Auror escrita por Heitor
No dia seguinte, Adam demorou em acordar. No fim da manhã, Zoey e Antony estavam na cozinha tomando café.
- Não é melhor você ir acordar ele? – Sugeriu Antony.
- Ele ficaria bravo. Deixe-o dormir. – Respondeu Zoey.
Os dois estavam sentados à pequena mesa da estreita cozinha. Nela, além da mesa, só havia uma geladeira, um fogão, e uma pia de lavar louça.
Antony tomava café com leite, enquanto Zoey comia algumas bolachas de chocolate.
Já estavam terminando a refeição quando ouviram a porta bater.
- Deixe que eu abra. – Disse Zoey, se levantou e foi em direção à sala. Abriu a porta.
- Olá. – Cumprimentou Eleanor com um leve sorriso.
- O que você quer?
- Vim tomar café da manhã com vocês.
- Já estamos terminando. – Respondeu Zoey, com uma cara de enjôo.
- Não tem importância. – Replicou Eleanor, já entrando. – Onde está o Adam?
- Ainda não acordou. – Zoey voltou para a cozinha.
- Ele está lá em cima? – Perguntou a garota da sala.
- Sim, e você não vai acor.. – E se interrompeu. Ouviu o som dos passos de Eleanor subindo a escada. – Que garota abusada!
+ + +
- Adam? – Chamou Eleanor, abrindo a porta com delicadeza.
- Oi, Elle. – Disse Adam – Entre.
O garoto já estava de pé, pronto para descer.
- Você já sabe o que vai fazer? – Perguntou Eleanor.
- A respeito do que?
- Trabalho, ora. Ouviu as regras ontem: para sustentar nossas devidas ‘’famílias’’ temos que trabalhar. Ou você espera que eles nos dêem comida de graça?
- Você está certa. – Queixou-se ele. – Havia me esquecido. Você já sabe o que vai fazer?
- Sim. Vou até a casa de repousos e perguntar se precisam de ajuda lá. Não deve ter muito movimento, por que tudo por aqui é tranqüilo. Mas pelo menos vou estar ganhando um salário.
- É. – Adam abaixou a cabeça. – Eu sempre quis ser um auror, mas pelo visto, aqui não tem essa opção.
- Mas Adam, você pode ajudar aqueles garotos! – Incentivou Eleanor. – Jason, Augustus, e aquele outro tal de Rick. Eles são meio que uma equipe de busca. Eles ajudam as pessoas por aqui!
- Você está certa! – Ele se aproximou da garota e deu-lhe um abraço. – Você é genial, Eleanor.
- Típica de uma garota que pertenceu a Corvinal. – Eles riram.
Depois de uns minutos, os dois desceram lá para baixo. Zoey e Antony estavam no sofá jogando xadrez bruxo. Ainda vestiam pijamas.
- Zoey! – Reclamou Adam, com um tom de amargura na voz.
- Qual o problema, belo adormecido? – Antony riu da piada de Zoey.
- Você devia estar vestida.
- Para que?
- Trabalho, Zoey!
- Que trabalho?
Eleanor repetiu para ela tudo o que tinha dito para Adam.
- Ah, credo. – Reclamou ela. – Eu não quero trabalhar.
- Mas vai. – Disse ele. – Ande, vá se trocar.
+ + +
Enquanto Zoey e Antony estavam no andar de cima se trocando, Eleanor despediu-se de Adam. Disse que queria chegar cedo na casa de repousos.
Alguns minutos depois Zoey e Antony desceram. A garota estava vestindo um tênis, calça jeans e uma blusa branca. Seu cabelo estava preso num rabo-de-cavalo.
- Pronto, - Disse ela. – satisfeito?
- Sim. – Adam se aproximou de Antony. – Agora temos que achar alguém para ficar com ele.
- Ah, para de ser chato Adam! Eu fico aqui sozinho!
- Nada disso.
- Adam, deixa o menino. Não confia nele? – Disse Zoey.
- É, Adam! Ela está certa.
- Não dê ouvido a ela. Vamos. – Antes de sair, Adam pegou a chave da casa que estava num armário do andar de cima. Os três saíram, e ele fechou a porta.
No momento que Adam trancava a porta, Beatrice saiu da casa ao lado de Eleanor. A garota caminhou calmamente com seus cabelos acobreados esvoaçando ao vento. Parou em frente a eles.
- Boa tarde! – Cumprimentou ela.
- Oi. – Disseram Zoey, Antony e Adam em uníssono.
- Aonde vão? – Perguntou Beatrice.
- Eu e Zoey vamos trabalhar. – Respondeu Adam. – E procurar alguém para ficar com Antony.
- Deixe-o comigo! – Ela sorriu. – Eu sei cuidar de crianças.
Zoey e Adam se entreolharam.
- Hãm. – Pigarreou Adam. – Tudo bem, mas aonde vai ficar com ele?
- Eu posso levá-lo na praça central para ficar com as outras crianças.
- O.k., estou indo para lá agora. – Comentou Adam. – Mas ao por do sol encontre-nos aqui. Se não tivermos chegado, fique com ele em sua casa e depois irei buscá-lo.
- Certo. – Ela segurou na mão de Antony. Ele sorriu. – Até.
Os dois foram caminhando na frente, enquanto Adam e Zoey foram com passos lentos atrás.
- Você confia nela? – Perguntou Zoey.
- Não sei. – Ele ficou observando-os mais à frente – Ela só é.. Diferente.
+ + +
Depois de alguns minutos de caminhada, os dois chegaram na praça central. Estava bem movimentada: pessoas entrando e saindo de lojas, crianças correndo em volta do chafariz, homens carregando pacotes no meio da rua. Era uma verdadeira bagunça.
- Espero que Beatrice não perca Antony de vista por aqui. – Comentou Adam.
- Para onde vamos? – Perguntou Zoey.
- Encontrar o Jason.
Zoey pôs-se rapidamente na frente de Adam.
- Aquele garoto louco que me raptou? – Perguntou ela, indignada.
- Ele não é louco, Zoey. Relaxa.
Os dois prosseguiram caminhando, até passar um pouco além da praça central. Estavam na rua de entrada da cidade, e também, da casa dos Braeden.
- Como vamos encontrá-lo?
- Bem ali. – Disse Adam.
Neste momento, Jason saia da casa dos Braeden. Ele notou Adam e Zoey parados no começo da rua, e foi na mesma direção.
- Olá! – Cumprimentou ele. Zoey ignorou.
- Oi, Jason. – Adam deu-lhe um leve sorriso. – Gostaria de te perguntar uma coisa.
- Diga.
- Queremos trabalhar com vocês. – Adam encarou-o. – Sabe, ajudando aqui na cidade. Como vocês fazem.
- Bom, trabalhamos por ordem do senhor Braeden. Mas quem lidera a gente é o Klaus. Mas ele não costuma estar patrulhando conosco. Então, Augustus acaba por nos liderar.
- Onde posso encontrá-lo?
- Ele tem um escritório no alto da torre da casa dos Braeden. – Disse Jason. – Acabei de vir de lá. Acredito que ele não esteja ocupado.
- Tudo bem. Vamos até lá.
- Espero ter ajudado. Até mais. – Ele se virou, e foi em direção a praça.
- Novamente na nobre casa dos Braeden. – Resmungou Zoey.
Os dois se aproximaram da porta. Adam respirou fundo e bateu.
Imediatamente, Gwen apareceu na porta. Tão bela como nunca.
- Olá. – Disse ela. – Posso ajudar?
- Viemos falar com o Klaus.
- Ah, claro. – Ela sorriu. – Hubermann ficará feliz em recebê-los. Venham.
Os dois entraram, seguindo a bela moça. Subiram a grande escada, em direção ao segundo andar. Entraram num corredor, e no fim dele, havia outra escada.
- É só subirem. No fim, haverá um outro corredor. Só tem uma única porta lá, é onde Klaus fica.
Zoey se apressou em subir. Não suportava olhar para cara de Gwen. Adam olhou para trás. A garota deu-lhe um leve sorriso, e acenou. Ele sorriu envergonhado, e subiu as escadas. Os dois demoraram quase dois minutos para chegar ao corredor.
Ao chegarem, eles sentiram um frio percorrer o corpo. Estavam no alto da torre da casa. Logo, avistaram a única porta grande de madeira no corredor. Bateram.
Demorou um pouco, mas então, a porta se abriu.
Um adolescente, de cabelos pretos acima do ombro apareceu na porta.
- Ora, se não são vocês que trouxerem Eleanor para cá. – Ele deu um leve sorriso. Estava sendo irônico. – Entrem.
A sala dele era grande: um balcão com vários papeis em cima, um banco e um sofá de couro e algumas coisas de astronomia. No fundo da sala, estava uma grande janela que dava visão para além da muralha da cidade.
Adam e Zoey se sentaram no sofá de couro.
Klaus trancou a porta.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!