Amor De Irmãos escrita por Minori Rose


Capítulo 28
Um beijo seu, um adeus meu


Notas iniciais do capítulo

Tô aqui correndo. Vou viajar, então, me perdoem, vai ser quase um mês sem fic. Desculpem pelo sumiço, mas estive com umas crises de tristeza profunda... Acho que não passei em uma prova, que era um sonho pra mim... Mas POR FAVOR, torçam pra que eu esteja errada e entre... Enfim, vamos com o capítulo.
Como usarei computador alheio ficará feio de escrever por lá, mas prometo dar recompensar assim que a minha casa eu retornar. (vou parar de fazer isso!) kkkkkkkkkkkk



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Todo o teu amor
Eu vi de longe
De longe...
Dava pra sentir o teu perfume
Eu juro...

Meu amor é teu
Mas dou-te mais uma vez
Meu bem
Saudade é pra quem tem

Passaram boa parte da manhã lá mesmo, no hotel. Estava frio e vez ou outra geava. Era engraçado, porque era verão... Realmente, tudo era muito cômico. Principalmente o jeito que eles ignoravam as coisas, os princípios, a moral. Adam parecia viver em um mundo desconexo da realidade, pouco se importando com outra coisa que não fosse Violetta, e sinceramente, o que havia feito com ela.

Ele a achou tão bonita vestindo sua roupa, no quarto, para se proteger do frio, ou o choro involuntário que veio aos olhos de ambos. E mesmo assim, mesmo não tendo mais por que, eles ainda evitavam abordar assuntos importantes, amaríssimos. Mas que tinham que ser resolvidos, o quanto antes. No entanto... Aquele era um final de semana fora do comum, bom e mágico. Os problemas seriam mesmo ignorados.

– Temos mesmo que voltar?

– Não por querer... – ele respondeu, beijando-lhe a testa antes de saírem do Sofiter.

E foi nesse tempo que Adam passou a entender essa tolice de ter a sensação de que não poderia viver sem ela; não que antes ele não a possuísse, mas agora, o seu ímpeto era mais do que cortante.

Soubera lidar muito bem com a mãe, como sempre. A lábia de Adam era inconfundível, e de toda forma, Agnes mais do que boa para com ele. E com tudo isso, a fobia de ódio das pessoas parecia crescer e corroer Violetta por dentro; principalmente quando tentou procurar Samuel e esse a ignorou. Lembra-se que foi horrível. Horrivelmente humilhante e triste. Naquele dia Adam não entendeu um grama do comportamento de Violetta, e nem ela o dele. Estavam se estranhando um pouco. Evitavam se tocar.

Ele tentou quebrar o gelo, mas o constrangimento da menina parecia ser devido a outra coisa do que a noite de ambos. E isso não saia da cabeça dos dois, principalmente da dele. O moreno, nos dias que se seguiram para aniversário de Violetta, sentiu-se terrivelmente distraído, impaciente, e impulsivo a namorá-la. Principalmente porque a sua vida se tornou difícil no trabalho, em sua casa, na rua, em seu coração.

Se saísse pra rua encontrava gente feliz, bronzeada e beijos, se fosse para o apartamento se sentia um tanto sozinho, no trabalho chovia questionamentos de seus amigos, e em seu coração, sem comentários. Violetta não trombou mais com Samuel no hotel; nem ao menos sabia se ele ainda residia lá e os seus ensaios, os três somente na segunda a fadigaram muito. Entrevista para revista teen, falou com o pai no telefone, sentiu saudades do Adam, medo do que aconteceu com o Samuel.

Não parecia ser descrição de apenas dois dias, mas era. E na noite da segunda, o ar era abafado, e o resto era feito de surpresas. As meninas iriam embora para São Paulo, Bernardo queria aproveitar as noites da cidade, ao fim dos trabalhos, Adam queria Violetta consigo, e um tanto incomodado com o fato de a mãe querer ir junto. Retirou o dia, ou o resto dele, para resolver totalmente o seu futuro com sua irmã.

Sentados nos bancos do jardim, Violetta e Bernardo suspiravam o ar que de tão quente tinha gosto.

– Vai ficar aqui?

– Vou, até que você cumpra o que prometeu.

Violetta sorriu.

– Esse vai ser um longo mês, muito tempo, eu prometo. Tempo o suficiente pra você parar de galinhagem.

Foi a vez dele de rir.

– Também fiz certas promessas a elas, você sabe...

O celular da loira tocou, de súbito, atendeu e ouviu a mãe chamá-la para confirmar se estava tudo dentro das malas. Despediu-se de Bernardo, dizendo-lhe que sim, reservaria um dia somente para ele; não entendia muito bem a insistência, afim dela tinha certeza que não era. Não mesmo.

A fim de resolver as coisas estava outra pessoa... Um tanto mais maduro que Bernardo, e com sua velha mania de pensar antes de agir, tornou-se cansativo. A viu andar em cima de seu salto preto, com seu decote comportadinho, com a saia rodada, como se fosse uma criança. Olhou para baixo por um instante e esbarrou com um hospede. “Perdão, perdão.” Disse sorrindo. E ele sorria também, a olhando.

Assim que a menina chegou-lhe muito perto, passou por entre os outros hospedes, e puxou-a pela mão. Viu o espanto tomar conta do rosto de Violetta, mas ele não sumiu quando percebeu as feições de Samuel. Mas imprevisível do que ela imaginara.

– Está vendo como é indefesa?

– Não... Não precisava ter me puxado desse jeito. Quase cai. Poderia ter me chamado.

– Você não ouvira...

– Você também não me ouviu.

Samuel contorceu um pouco a boca, depois soltou os pulsos dela. Violetta respirava rápido, mais pelo fato de tê-lo ali em sua frente do que pelo susto que levara.

– Perdão. – ele disse calmamente – Fui covarde em fugir da situação.

Ela negou com a cabeça, fazendo seus cabelos soltos balançarem. Samuel os tocou, e Violetta enrubesceu um pouco.

– Não o culpo... Essa situação não é sua, e se não gostar mais de mim, sabe, eu te entendo.

Acariciou-a o rosto agora. Eriçou-a um pouco. Samuel fazia questão de olhá-la nos olhos, mesmo que aquela cor claríssima o tirasse um tanto da orbita, ele olhava firmemente. Passou a segurar com firmeza também, na cintura, nas costas, depois na nuca. Por instinto humano, ou não, ela não podia sair daquilo, talvez não quisesse também.

Sentia-se merecedora do desprezo que recebera dele, e em clima de despedida, queria o seu beijo igualmente. No momento, Violetta tinha plena certeza de que Samuel a deixaria, e ela o deixaria ir, livre, mas sabendo que os dois se mereceram um dia. No momento mesmo, perto do jardim, no dobramento do piazza, ela só temia que Adam soubesse e a achasse traidora, suja ou injusta. Mas não pode. Era humana.

Quando os lábios dele pareciam roçar nos seus, ela realmente viu acontecer quando lhe falou, e Samuel não recuou um tantinho assim, de cruel que era.

– Vamos nos ver de novo?

Sorriu um pouco sacana.

– Quem sabe.

Até parecia que nunca beijara ninguém na vida. Era engraçado de se ver, o jeito que ela respirava. E como isso foi cortada com a língua do Doutor na sua, com o toque de sua saliva; os estalos de seus beijos o excitavam a continuar, a mão de Samuel nos seus cabelos causava-lhe ímpetos de fogo, e isso era terrível. Não era a ele a quem ela amava, era errado, era bom.

Selaram seus lábios por uma ultima vez. Samuel viu sua alma regozijar. Recuperou o ar, a soltou. Não disse mais nada, aquilo falara por si só. Beijou a testa dela e com a boca ali ficou por uns longos segundos. Como era chorona, aquela loirinha feiticeira, sentiu um certo chorinho nas pupilas, e o abraçou.

Desculpe, desculpe-me por tudo, Sam... Você é tão incrível, tão bom. Não, nem tanto assim, eu sou humano e falho. Isso aqui não dá mais pra mim, e nem pra você... Dando um tempo ao tempo, um dia a gente se vê. Tenho certeza. Sorriu de forma torta, e desde ali preferiu não olhá-la mais.

A modelo não olhou sua silhueta se afastar. Preferiu enxugar seus sentimentos e passou os dedos sobre sua testa osculada. A coisa era mesmo difícil, esse tormento de amor. Deu um tempo e voltou a andar ainda um pouco estonteada. Como era egoísta por querer os dois e sensível demais para admitir. Começou a subir as escadas para não encontrá-lo e seu celular vibrou pela quinta vez, coisa que ela ignorou.

Talvez ela quis apagar da mente o que ouviu enquanto o beijava, em um milésimo de segundo quando se voltou para depois continuar a beijá-lo. Será que ilusão de mente apaixonada? Ou profanação de coração partido? Poderia apostar que ouviu um “amo você”, mas era melhor assim, ela ter esquecido.

– Calma, mãe. Eu estava com o Bê.

– Tô esperando aqui a mais de 30 minutos, Violetta. Mas que coisa. Liguei pro Adam... Ele veio, e se cansou de esperar.

Ela gelou. Saiu tanto de si que pôs a mão na parede. Adam ali... E a culpa a matou mais um pouco.

– Quando ele foi...?

– Faz alguns minutos, alias, está demorando também, impressionante como vocês dois...

E Agnes desatou a falar. E Violetta a se desesperar. Como ela abandonara os princípios desse jeito, como ela... Meu Deus. Ouviu uns barulhos no corredor e tentou recuperar a calma. Encostou-se na parede e fintou Adam com um semblante aparentemente normal. Quase saiu correndo. Mas ficou. Eram questões que precisavam ser resolvidas, só isso.

Posicionou-se para abraçá-lo. E, céus, ele a olhou feio. Feio demais, terrivelmente feio. Praticamente ignorou a presença da mãe, ficou na frente dela e por pouco não rosnou como um cão.

– A gente disse que íamos ser sinceros. Então por quê?

Abanou as mãos para o tocar, mas Adam a bateu, nem se dando conta do que fazia. Violetta se assustou.

– Por que contou pra ele?!

Não pode responder.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pelos comentarios, gente! (n to conseguindo escrever mais do que isso :( )