Hook In Love

Capítulo 6

Neverland

Eu não sabia exatamente como agir diante de tamanha responsabilidade, eu olhava a espada em minhas mãos e pensava e se aparecer realmente um gigante, eu realmente conseguirei agir corretamente?

Hook estava a minha frente eu não imaginava como ele poderia arriscar a vida por meros feijões, no entanto segundo ele eram os feijões que nos levariam a nosso destino.

— O que está preocupada, princesa? — ele me olhava com aquele sorriso torto que posso até admitir era sedutor, mas era totalmente irritante.

— Eu já lhe disse, não me chame de princesa.

— Vossa alteza tem que se acostumar a esse tratamento se vai querer assumir a responsabilidade que é sua de direito — eu não entendia muito bem isso que ele queria dizer e até, então, eu não tinha entrado em detalhes do que realmente era essa responsabilidade que ele tanto falava.

— Gostaria de saber exatamente do que se trata, eu ser a chave para algo maior

— Não saberá até que chegue a hora — isso me irritava profundamente, Killer ou gostava muito de me irritar ou nem ele sabia realmente nada sobre o que eu faria parte.

De volta ao barco, eu ofegava pela pequena corrida e ansiava por um copo de água, quando Smee, parecendo ler os meus pensamentos, apareceu com uma caneca prata em sua mão e estendeu em minha direção.

— Deve estar com sede vossa majestade... desculpa Emma.

— Estou sim e já te disse sem formalidades, eu nem sei realmente se eu sou mesmo a realeza custo a acreditar — eu tomei toda a água sedenta.

— O ceticismo é algo que esta arraigado em você, E.M.M.A — ele soletrou meu nome, não me chamando de princesa desta vez, o que na verdade me fez falta, e aquilo me alfinetou mais do que eu poderia imaginar.

— Soltar as velas, levantar ancora, estamos partindo.

Smme rapidamente se movimentava no barco e Killer se posicionou na proa.

— Emma, melhor arrumar algo em que se segurar — ele piscou para mim.

Neste instante ele pegou um dos feijões -que pegamos- e jogou no mar, abrindo novamente um redemoinho, que estava iluminado o barco, começou a se mover em direção ao buraco e tudo começou a chacoalhar até que entramos novamente em um turbilhão, me segurei nas cordas mais próximas.

Assim que passamos a turbulência, o barco estava novamente estabilizado, mas era noite diferente da terra dos gigantes que raiva o dia, o mar era mais calmo e eu não conseguia ver nada.

— Onde estamos, Smee?

— Neverlan! — Kilian gritou da proa, ele se moveu em nossa direção.

— Esse lugar é real?

— Muitos locais são reais, basta acreditar o que vejo muito pouco em você.

Hook estava diferente e isso estava me intrigando.

— O que houve? — falei a ele me aproximando.

— Nada, por que a pergunta?

— Está diferente.

— Estou? — ele ergueu uma sobrancelha — será o fato que eu não ter te tratado como realeza, viu sente falta desse capricho?

— Não é somente isso e tem algo mais.

— Não há nada — ele estava sim realmente diferente, não sei se era a presença nessa ilha ou algo mais — Smee, prepare-se vamos nos aproximar da ilha e desembarcar, tenho negócios a resolver antes de chegar realmente a nosso destino.

— Mas não vamos esperar amanhecer? — perguntei aflita recebendo somente um sorriso debochado de Killian.

— Não ligue Emma, ele está nervoso por voltar aqui somente. E, na verdade, não amanhece na terra do nunca, aqui sempre é noite, o tempo parou aqui.

— Oh! Mas ainda não o entendo.

— Nem tente, há muito tempo Kilian perdeu sua tripulação e sua dignidade nessa Ilha.

— Como?

— As sereias, elas são perigosas, mas pior que as seriais, é Pan.

— Peter pan?

— O próprio.

A cada dia eu me surpreendia mais com cada descoberta, cada dia que entrava mais nesse mundo estranho eu me afastava mais de minhas lembranças naturais do mundo real, ou se é que pode chamar assim, o que era real? Um conceito tão amplo no momento para minha mente.

Assim que o barco se moveu nas aguas calmas o som agudo e horrível que vinha do mar estava machucando meus ouvidos.

— Emma, precisamos de você.

— Como assim? Para quê?

Smee estava tapando os ouvidos.

— As sereias, elas influenciam os homens, mas as mulheres não, você tem que nos manter sãos enquanto passamos pelo mar.

Fiquei focada em Kilian e Smee, quando em uma altura de nosso trajeto Kilian estava estranho ele estava quase hipnotizado

— Kilian! Kilian! — eu gritava e nada — Hook!

Eu não sabia o que fazer então algo e veio a mente. Eu fiquei em frente a Kilian, me aproximei, algo dentro de meu peito palpitava, mas eu não tinha tempo em sentir ou pensar nisso, então eu o beijei.

Hook não deu bola, por um instante eu somente estava beijado um ser inanimado, até que ele reagiu e quando pensei em me afastar -pois meu objetivo estava alcançado-, Kilian circulou suas mãos em minha cintura e minhas mãos foram a seu rosto e o beijo se intensificou, ficamos ali por um instante, até que percebi o som das sereias sumir, foi quando me afastei de Killian.

— Bem, está de volta.

— Por que fez isso?

— Para te tirar da hipnose que estava.

Nesse instante eu vi o que poderia parecer isso e vi nos olhos de Kilian que ele estava levando para outro lado, eu poderia deixar ele ali pensando mal disso, apesar de eu mesma ficar confusa com a situação.

— Esse é um grande passo em nosso relacionamento.

— Relacionamento? Não seja tão convencido, eu somente fiz algo que me veio a mente.

— Bem e antes de pensar em outras alternativas lhe veio a mente me beijar interessante isso Swan.

— Swan... e o que houve com princesa? Ou até mesmo Emma?

— Olha quem fala, você às vezes nem sabe o que quer, pois realmente eu é que fico confuso.

— Capitão, baixei a ancora, hora de desembarcar — Smee nos chamava, o que foi um alivio, pois essa discussão não estava levando a lugar nenhum.

Assim que entramos no pequeno barco em direção da ilha que agora eu podia ver, estava calada e Kilian igualmente, eu não queria deixar o clima piorar entre nós afinal eu mal sabia quanto tempo essa viagem iria durar e ainda pior onde essa viagem iria acabar.

–Kilian me desculpe, eu somente estava...

— Swan, eu entendo, agora vamos focar aqui na ilha, antes de continuarmos a viagem tenho um assunto a resolver.

A praia estava deserta, mas algo me dizia que isso era proposital e algo me dizia que a qualquer momento algo ruim poderia acontecer.

O caminho começou a ficar cada vez ais difícil a medida que entravamos mais na ilha, Kilian parecia conhecer o caminho muito bem, eu ficava um tanto para trás, mas Smee me acompanhava não me deixando sozinha, eu me perguntava qual seria o assunto que kilian queria resolver e o quão mais importante era para ele se afastar de seu “trabalho” que era me levar.

— Smee — sussurrei tentando ver se Kilian ouvia.

— Sim princesa... quer dizer Emma?

— Vai me dizer o que Kilian tem que resolver?

— Peter pegou algo dele.

— Posso saber o quê?

— Você deveria prestar mais atenção no caminho e falar e especular menos Swan — a voz dele saiu bem indignada, ele ouvira eu perguntando de seus assuntos e não gostou nada.

Chegamos a uma parte da floresta onde havia mais humidade que o natural, escutei o som de água e percebi que estávamos próximos a uma cachoeira e assim que estávamos adentro ainda mais, Kilian parou e dos arbustos uma garota saiu.

— Ora ora, se não é o belo Kilian, o que o traz a essa ilha?

— Quero o que é meu! — vi nos olhos de Kilian que o que ele queria de volta era algo valioso

— Ha ha, acha que vai ser fácil... não esqueça de como perdeu essa mão!

— Isso jamais eu vou esquecer.

— É pois tem outras coisas que você já se esqueceu não é mesmo, Hook.

— Espera ai? Estamos na ilha de Peter Pan e se tudo que estamos vendo, desde começamos essa viagem é verdade, foi um crocodilo que o fez perder sua mão? — perguntei indignada, observando ele conversar com uma garota loira de vestimentas não muito propicias.

— Sim e não.

— Como assim?

— Emma, está é sininho— Hook nos apresentava.

— Há sim esqueci que todos os contos são reais, prazer sininho eu sou a suposta filha de branca de neve, segundo Hook — eu olhei meio cética.

— Não acredito Hook, é ela mesmo? — Sininho deu um enorme sorriso, como se fosse a coisa mais maravilhosa de todos os tempos a noticia.

— Sim é ela.

— Espera um momento como assim todos sabem sobre mim, menos eu?

— Princesa, você é a prometida — a Sininho estava um tanto animada, veio e me abraçou.

— Calma lá Sininho, acho melhor não entupir a mente dela com asneiras.

— Como assim asneiras Hook? Agora ela tem que terminar de falar.

— Vamos então achar um lugar para ficarmos melhor onde possamos nos defender, no meio da mata não há proteção alguma.

— Vamos a minha casa.

Andamos mais um tempo desta vez eu fiquei calada, somente andando atrás deles, Hook por algumas vezes olhava para trás em minha direção e eu desviava o olhar se ele pensava que eu não queria saber mais nada ele estava enganado.

Assim que chegamos a uma arvore alta, Sininho mostrou a escada para que subíssemos entramos em uma casa de árvore era tudo muito iluminado e brilhante.

— Então podemos conversar. — mal subimos, eu já intimei Sininho.

— Calma ai Emma, acho que tem coisas fantasiosas de mais na cabeça dessa fadinha.

— Hook! Eu acho que há um tempo atrás eu não era somente uma fadinha!

Não sei porque essa frase me deixou levemente instigada e levemente irritada

— Acho melhor deixar ela falar Hook, pois algo me diz que você não tem sido totalmente sincero comigo.

— Calma, acho que Hook tem razão, há muitas historias envoltas sobre você que às vezes nem tudo é verdade.

— Mas me diga, eu quero saber mesmo assim.

Hook e sininho se encaram, mas ela começou a falar.

— Bem Emma, se você realmente é a filha de branca de neve desaparecida a anos, você é a salvadora.

— Como assim salvadora?

— Bem, o mundo onde você veio é o mundo encantado. Há vários reinos, um deles é o reino da floresta encantada e ele foi tomado pela rainha má.

— Espere, a rainha má dos contos de fada?

— Não de todos, mas a principal, a filha de Cora.

Neste instante Hook a encarou e eu percebi que ela estava indo além do que ele queria que ela contasse.

— Pode continuar falando sininho, pois se Hook tem me enganado eu quero saber.

— Olha, eu não sei o que ele te contou, mas seus pais estão presos todos a um tipo de encanto, que os mantem no reino, mas não como governantes e sim como prisioneiros. A Rainha má reina e te digo isso tudo afetou o equilíbrio de todos os mundos de magia.

— Por isso eu vivia em um mundo sem magia.

— Então é verdade, existe mesmo um mundo sem magia — os olhos de Sininho brilharam

— Sim e é de onde eu vim, todo esse mundo aqui nesse mundo não passa de contos de fada.

— Rá, isso é hilário, vindo de um mundo que a própria magia o fez.

— Como assim?

— Bem, a natureza precisa de equilíbrio, como tudo, e para manter o equilíbrio da magia é necessário um mundo sem, de onde você veio, você foi mandada a esse mundo a fim de ser protegida.

— E por isso Hook me procurou, eu teria de voltar aqui.

— Isso eu não sei, mas é dito que você voltaria e isso colocaria fim ao reinado da rainha má.

Aquilo tudo poderia ser fantasia demais, mas depois que tudo que vi, apesar de que Hook estava disfarçando de mais sobre isso, desconfiava que havia algo por trás. Assim que eu tive minha resposta a minha ansiedade de chegar a esse mundo encantado cresceu.

— Vamos que eu tenho conta a acertar com um certo garoto.

— Calma Hook — Sininho o segurou pelo braço — há algo que você deve saber sobre Pan.

— O que é Sininho?

— Ele tem um novo aliado.

— E quem seria?

— Rumple...

Neste instante sentimos a arvore chacoalhar e risadas. Hook correu ate a janelas e observou.

— São os garotos perdidos.

— Peter já sabe que você está na ilha, pode ter certeza.