Diário De Uma Filha De Hades escrita por Yuki Fernandes


Capítulo 4
Um Presente do Meu Pai


Notas iniciais do capítulo

É isso gente, agora contarei como foi minha primeira captura a bandeira. Foi um dos dias mais dificeis da minha vida!



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Bem, onde eu parei? Ah sim, chalé 11. Fernando veio me buscar no chalé 11 quando deveria ser umas 7:00/8:00 da noite, para me levar até o pavilhão de jantar. Pelo que ele me falou mais cedo, o pavilhão tinha mesas distribuídas para cada chalé, então eu teria que ficar com os filhos de Hermes já que meu querido pai divino não tinha me reclamado ainda. Se tinha um ponto de verdade eu não sei, mas acho que eu não queria ser reclamada. Não queria ter que saber qual deus era meu pai, já que nunca na vida ele tinha ligado pra minha existência.

– Algum problema, Nath? - Perguntou Fernando.

– Acho que não... Só estou meio sem rumo nesse lugar. Não sei absolutamente nada sobre isso afinal de contas.

– É só relaxar. Deixa rolar e vai que você se acostuma até mais rápido.

Balancei a cabeça em sinal de assentimento e fui me sentar junto com os filhos de Hermes. Travis e Connor, os conselheiros do chalé 11, também me avisaram que a comida seria servida de um jeito meio estranho. Segundo eles, era só eu pensar no que queria e "pimba" ali estava. E de fato era verdade, eu pensei em pizza e coca-cola, em um passe de mágica estava ali.

– Ei, deixe um pouco sobrando. Ainda temos que ofertar isso aos deuses. - Falou Travis.

– Como assim? - Perguntei.

– É só jogar na fogueira. - Ele disse se levantando com um prato que continha um hambúrguer pela metade e indo em direção a grande fogueira.

Me levantei para entrar na fila da "oferenda mística", prestando muita atenção ao que eles faziam. Parecia que era só dizer o nome do deus que você queria enviar a oferta e estava feito. Quando chegou minha vez, fitei o fogo que brilhava intensamente e joguei o restante da pizza.

– Pra você, pai. Seja lá quem você for...

Voltei a me sentar quando Quíron começou a falar sobre a captura a bandeira da noite. Ele citava as regras que entre elas incluíam especificamente não matar, mas o resto tava liberado.

– Nathalie, venha aqui um instante. - Pediu Quíron.

Levantei devagar, andando como se estivesse me arrastando no chão. Não queria ficar tão exposta assim. Atrás dele encontrei James junto a Grover. Ele agora vestia apenas uma camisa laranja do acampamento, revelando suas pernas de bode. Pela sua cara eu não ia gostar nem um pouco disso.

– Campistas, essa é Nathalie Kennedy. Um dos times pode escolhê-la. - Falou Quíron.

– Ficamos com ela! - Falou um garoto do chalé de Poseidon que eu ainda não conhecia.

– Ótimo, Percy. Nathalie, você agora está no time azul. Se preparem campistas, peguem suas armas! - Falou Quíron.

Todos se levantaram, se dirigindo a floresta onde seria realizada a captura a bandeira. James se aproximava de mim com um sorriso besta no rosto.

– Será que você vai dar conta? Vai que você quebra uma unha.

– Muito engraçado, James. Como se eu me importasse com isso.

– Relaxa, esquentadinha. Já tem ideia de como vai se manter inteira nesse jogo?

– Não mesmo. Nem arma eu tenho.

– Você não lutava muay thai? - Ele perguntou.

– Sim, mas o que isso tem haver?

– Use o que você sabe. Vou ficar perto de Quíron. - Ele disse se afastando. Fernando, Diego e Isabela se aproximavam seguidos pelo tal Percy, cada um vestindo uma cota de couro. Fernando brandia uma espada assim como Diego e Percy, já a Isa tinha uma lança em mãos.

– Ué, você não tem armas? - Perguntou Diego.

Ergui os punhos e os deixei posicionados em frente ao meu rosto.

– Acho que isso vai ter que servir. - Falei.

– Relaxa, é só não sair de perto da gente. Ah e a propósito sou Percy Jackson, filho de Poseidon. É bom poder contar com uma nova campista.

– Ahn... Ok, eu acho... - Falei sem jeito.

– Vamos gente. Annabeth deve ta esperando. - Falou Fernando indo em direção à floresta.

Os outros começaram a segui-lo, então fui atrás observando cada canto da floresta que me pudesse servir de ponto estratégico. Subi em uma árvore que parecia servir muito bem para a situação e fiquei esperando. A bandeira do time azul estava encima de uma rocha que Isabela chamara de Punho de Zeus, enquanto a do time vermelho estava em algum lugar do outro lado do riacho, que demarcava o território dos dois times. Quando Quíron deu o sinal, o jogo começou.

Diego estava na frente, girando a espada como se fosse um graveto. Ele parecia ter se unido as sombras, porque não consegui mais velo. Isabela e Fernando montavam guarda próximo à bandeira, atentos a qualquer movimento. Foi então que um grupo de campistas do time adversário começou a correr em nossa direção. Por alguma razão eu sempre enxerguei melhor à noite, por isso notei sua aproximação mais rápido que os outros. Assim que Fernando os viu ergueu o braço esquerdo, fazendo com que uma grande onda emergisse do pequeno lago.

– Agora, Isa! - Ele gritou.

– Com prazer! - Isa disse erguendo a lança e um raio atingiu a lança, com ela direcionando-o para a onda.

Pelo menos aquele grupo tinha sido detido, mas então vi que um dos garotos do chalé de Ares tinha passado despercebido. Saltei da árvore aterrissando atrás dele. Dei-lhe um chute nas costas que o fez cambalear para frente, porém ele não caiu. Ele brandia duas espadas e tinha um olhar assassino no rosto quando olhou pra mim. As espadas começaram a girar em movimentos circulares em minha direção, e por incrível que pareça, consegui desviar. Mas ele não parava. Senti que a pele do meu braço e a lateral da minha perna esquerda avia sido rompida. Não dava pra lutar contra ele assim, então o que me restou foi desviar. Onde está à maldita regra de "não matar", hein, Quíron?

Assim que rolei pela segunda vez no chão, senti que a corrente que minha mãe me dera mais cedo havia caído no chão.

– Ai, droga. - Sussurrei.

O filho de Ares parecia que tinha sido tão descuidado que pisou em falso, perdendo o equilíbrio por alguns segundos. Segundos que pra mim foram vitais. Agarrei sua cabeça e a trouxe de encontro a meu joelho. Ele cambaleou para trás, me dando tempo de pegar a corrente novamente, mas... Ela tinha se transformado em uma espada de lamina negra diante de meus olhos!

Agora sim meu oponente me via como se eu fosse ameaça. Finalmente uma luta justa - bem, não tão justa já que eu nunca tinha usado uma espada, mas vocês entenderam. - Ele me atacou, porém desviei cortando a lateral de seu corpo. Não sei o que tinha acontecido agora, mas de repente ergui ambos os braços e gritei.

– Venham até mim! Me obedeçam!

O chão começou a partir e três guerreiros esqueletos começaram a sair da fenda, para atacar o filho de Ares. Ele agora lutava ofegante, pois os esqueletos não paravam. Cai de joelhos no chão um pouco tonta, como se tivesse levado um soco. Diego apareceu junto a Percy com a bandeira do time vermelho em mãos. Todos os que estavam próximos ao lugar onde eu lutara com o filho de Ares estavam espantados com a cena a sua frente.

– Saiam! Voltem para o submundo! - Gritou Diego. Seu tom de voz era autoritário e firme, amedrontador.

Os esqueletos começaram a baixar as armas e voltaram para a fenda, que se fechou como se nada tivesse acontecido. Tentei me levantar um pouco tonta, mas uma luz roxa começava a brilhar acima de minha cabeça. Tinha um símbolo de um elmo negro no centro e minha espada agora voltara a ser uma corrente com um pingente de foice. Quirón apareceu em seguida junto com James e vários outros campistas que ainda estavam apavorados.

– Esta é Nathalie Kenedy. - Começou Quirón. – Saúdem a filha de Hades.

Os campistas presentes começaram a se ajoelhar, até mesmo o filho de Ares com quem eu tinha lutado. Foi a última coisa que me lembro antes de apagar.


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Notas finais do capítulo

Um desastre tremendo não? No próximo capítulo vocês saberão o que aconteceu com o filho de Ares, mas fora isso o que acharam? Comentem!



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