Nossa História escrita por Maria


Capítulo 4
Capitulo 04 – Formando elos




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Olhei meu relógio e vi que já passava das 15 horas, eu tinha chegado ali eram 10 horas, o clima estava se acalmando, mais ainda era tenso e dramático, eu sabia que precisava fazer algo para deixar mais leve e descontraído. Rachel sentava ao meu lado e tinha sua mão ainda entrelaçada na minha, ela não chorava, estava apenas em silencio.

“Eu devo querer saber como você tem a chave do colégio?” Perguntei de forma descontraída e comemorei internamente quando vi Rachel sorrir.

“Eu não sei se você realmente quer saber sobre isso” Ela manteve o sorriso e respondeu em um tom brincalhão.

“É tão embaraçoso assim?” Eu realmente fiquei curiosa.

“Estou só brincando, o diretor me deu as chaves no primeiro ano, a gente ensaiava aqui e logo após os primeiros ensaios ele ficou com preguiça de vir junto ou pagar hora extra a algum funcionário e simplesmente me deu uma copia da entrada principal e outra do auditório, pode perguntar a ele senhorita Fabray, eu juro que não roubei nada.”

“Me chame de Quinn, nos estamos na escola, porém não estamos em horário escolar. E eu confio em você Rachel, não preciso perguntar nada a ninguém”

“É estranho chamar à senhorita de Quinn”

“Acredite, mais estranho ainda é ser chamada de senhorita ou pelo sobrenome” Ela sorriu mais uma vez, eu me peguei sorrindo com ela “Sabia que já são 15horas?”

“Jura?” Ela pegou seu celular no bolso da calça e conferiu à hora, a situação toda foi tão intensa que só agora eu vi como ela estava vestida, ela estava tão diferente dos dias de aula, sua roupa era casual e normal, calça jeans azul escura colada ao corpo e uma blusa preta que modelava seu corpo e mostrava um decote generoso que os suéteres sempre escondiam. Rachel Berry não tinha só lindas pernas, ela tinha lindos seios “Me desculpe, eu gastei seu domingo praticamente todo”

“Tudo bem, eu não tinha nada para fazer e é sempre bom ajudar uma futura estrela da Broadway, quem sabe quando você tiver dando entrevista para a Oprah se lembre de mim?” Ela riu, pela primeira vez vi ela rindo de verdade, não era um sorriso era um riso e depois de tanto choro aquilo era realmente mágico “Não sei você, mas eu tenho fome, não quer ir comigo almoçar?” Perguntei de forma sutil, eu realmente nem estava lembrando que ela era uma aluna e eu uma professora, Rachel tinha uma luz que me fazia querer ficar perto dela.

“Certeza que já não ocupei demais seu dia?” Ela perguntou receosa “Não se sinta na obrigação de algo, eu estou melhor, acho que nossa conversa me fez bem e me fez pensar nas coisas. Eu realmente não sei como vou lidar com tudo isso mais tarde quando eu for dormir, ou amanhã e depois, mas agora eu estou bem para ficar sozinha”

“Você quer ficar sozinha?” Aquilo tinha me feito um pouco triste.

“Não.” Ela respondeu apressada “Mas talvez você queira”

“Eu não quero, vamos almoçar e depois te levo para casa. Em falar em casa, não quer ligar para seus pais?”

“Eles estão no trabalho, eu realmente nem sei porque vim para cá, eu poderia ter ficado chorando em casa” Ela deu um sorriso triste.

“Ainda bem que veio” Eu disse e me levantei, talvez o destino realmente exista.

Fomos ao restaurante do Puck, ele ficava a cerca de dez minutos andando e Rachel preferiu que fossemos caminhando ao invés de carro.

“Eu realmente amo o sol” Olhei para ela que tinha o cabelo preso e seu rosto batia contra a luz solar se tornando mais iluminado e bonito “Seus olhos ficam lindos no sol, um verde meio mel, eu não sei explicar, mas ficam mais lindos do que o normal” Ela disse naturalmente e eu me senti corar, por algum motivo, saber que ela achava meus olhos lindos me fez sentir tímida e feliz ao mesmo tempo.

“Obrigada” Respondi timidamente.

Chegamos ao restaurante de Puck, a conversa parecia nunca morrer, sempre tínhamos algum assunto, nada sério, porém descobrimos muitas coisas em comum. Sentamos em uma mesa no canto e pegamos o cardápio que estava sobre ela. Não demorou muito e um garçom chegou, pedi um sanduiche de peito de peru, com queijo branco e refrigerante de coca-cola, já Rachel pediu uma salada com suco de laranja.

“Não vai dizer que está de dieta” Falei levemente surpreendida pelo seu pedido, a menina tinha 17 anos e comia como uma pessoa de mais de trinta, nem eu com 25 tinha um habito alimentar tão saudável, e sempre me considerei uma pessoa cuidadosa com minha alimentação.

“Eu sou Vegan e não gosto de refrigerantes, acho suco mais saboroso” E mais uma vez Rachel me surpreende, aquilo já era rotina.

“Vegan? Na sua idade é algo meio incomum, assim como preferir sucos, você definitivamente não é normal Rachel” Eu sorri e ela me deu a língua, achei fofo com seu nariz franziu com seu gesto.

“Eu sou vegan desde meus 12 anos, ou seja a cinco anos não como animais e nem seus derivados. E eu já tenho praticamente 18, não sou mais uma criança”

Puck chegou na mesa sorrindo e animado.

“Quinn, pensei que tinha esquecido o caminho daqui” Eu levantei e nos abraçamos.

“Essa é Rachel” Apresentei a menina e Puck logo sorriu malicioso para o lado dela, Rachel lhe deu um sorriso tímido.

“Você é judia?” Ele perguntou e ela afirmou com a cabeça “Ual, você é a nora que minha mãe sonhou, sabia? Uma verdadeira princesa judia” Rachel estava totalmente vermelha e antes que eu pudesse ajuda-la Puck resolve que deixar apenas uma pessoa constrangida não é o bastante “Você não perde tempo em Quinn, à apenas alguns meses de volta a cidade e você já arruma uma nova namorada. Essa é minha amiga” Eu senti meu rosto queimar em fogo, eu deveria estar vermelha demais, eu fiquei tão envergonhada que não tive coragem de olhar para Rachel, eu simplesmente queria matar Puck, mas o filho da mãe foi chamado e saiu para atender a mesa ao lado, me sentei novamente em silencio, Rachel não falava nada e eu ainda não tinha coragem para encará-la.

Esse era um dos momentos que eu questionava minha qualidade em escolher amigos.


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