Love's To Blame. escrita por Anne


Capítulo 3
The beginning.




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Bem, vocês não devem estar entendendo a situação. O que minha mãe fez, exatamente? Então vamos do início.

Eu tinha acabado de completar meus catorze anos quando ela e meu pai se separaram. Meu pai sempre foi meu herói, meu anjo protetor. E ela sempre foi uma mãe meio fria, distante, mas boa. Eu pensava ser só o jeito dela, nada mais. E quando eles se separaram, ela me convenceu a ficar com ela. Dizendo que eu poderia ver meu pai sempre que quisesse, e que ficaria depressiva sem mim. Então eu fiquei. Mas eu não pude vê-lo um dia se quer. E ela parecia não se importar com a minha presença. Um ano depois, meu aniversário de quinze anos, o aniversário que toda menina espera. Ela não disse nada a respeito, se faria uma festa, e eu também não perguntei, pensando na possibilidade de ser uma surpresa. E, bem, ela esqueceu. Simplesmente isso. Mas não, esse não foi o meu problema. Eu ficava sozinha em casa todos os dias, só a vendo de noite. Mais alguns meses se passaram. Ela arranjou outra família. Trouxe eles para morar conosco. Chamou de filho um menino que era filho de outro homem que ela acabara de conhecer. Um menino que começou a me bater, e eu contei pra ela. Ela não acreditava em mim. Um dia ela se irritou e me bateu também. Jogou uma fivela no meu olho. Tenho uma cicatriz na sobrancelha, mas escondo com maquiagem e franja. Nada demais. Mas eu não gosto de ver. E não para por aí. Ela fez muitas coisas da qual diz que se arrepende, mas eu sei que não. Eu conheci um lado dela que eu não sabia que existia. A vida toda, descobri que ela mentiu pra mim. Inventava coisas do meu pai e sempre tentava me por contra ele. A fivela só foi o começo. Teve muitas outras vezes que eu não gosto de me lembrar. Mas quando meu pai pergunta dela, eu digo apenas que não gostei da outra família, mas que está tudo bem. Na medida do possível. Mas não está nada bem. E eu me arrependo de ter deixado ele por esses dois anos.

Resumindo: A única coisa que tenho nesse mundo é meu pai. Nunca tive amigos. Não sou uma pessoa sociável, e isso não é drama. Nem minha própria mãe gosta de mim, isso já é fato por conta de todos os xingamentos que tive que aturar vindos dela. A única pessoa que sei que quer meu bem, tenho a certeza disso, é ele. Não posso deixá-lo, e não vou, nunca mais.

Na manhã seguinte acordo cedo, seis da manhã, e a escola só era as sete e meia. Meu pai ainda estava dormindo, então após tomar um banho rápido, de 10 minutos e vestir uma calça jeans e uma camiseta branca, já que não havia uniforme nenhum, vou até o mercado, decidida a fazer o café da manhã para nós dois hoje. Compro várias coisas, entre elas, waffles, biscoito de chocolate com creme de amendoim. Coisas que não tinham na geladeira. E quando estava caminhando distraída para o caixa, esbarro em alguém. Ótimo, parabéns, Anne.

— Foi mal... — Ouço uma voz suave dizer, ergo o olhar e me deparo com olhos verdes, um cabelo negro e liso. Um menino bonito, bonito demais. Ou um homem, eu diria. Não core. Pensei comigo mesma. Não, eu não coro quando vejo um menino bonito. Isso é ridículo, absolutamente. Mas acontece que sou muito vergonhosa para falar com quem não conheço.

— Imagina, eu é que devo pedir desculpas, eu estava mesmo meio distraída. Enfim, tudo bem.

— Tá pesado? Quer que eu te ajude?

— Não. Obrigada, tá tudo bem mesmo.

— Como é seu nome?

— Hm, é Anne. Tenho que ir, até mais. — Digo ao olhar para o relógio e ver que já era 6:40, e dou as costas para ele, com uma pequena pontada no coração.

Vou até o caixa e pago por tudo. Saio as pressas até a minha casa, que não é longe, então chego a tempo de preparar o café da manhã. Nisso, meu pai já estava na mesa. Servi os waffles para ele, frutas, suco, os biscoitos, café, leite e torradas com geleia. Comi uma maçã e uma torrada, um copo de suco.

— Tá gostoso, pai?

— Tá tudo ótimo minha filha, obrigado.

— Então vou subir escovar os dentes e.. Você pode me levar para a escola?

— Claro.

Vou as pressas até o banheiro e escovo os dentes, penteio o cabelo quase seco, pego meu material e vou até o carro, onde meu pai já estava me esperando.

No caminho até a escola fico pensando no menino do mercado. Eu esqueci de perguntar o nome dele, droga. Não, nada disso. Pra que deveria perguntar? Por educação? Por interesse? Para fazer amizade? Não, nenhuma das alternativas. Eu não tinha um porquê. Então não perguntei, e foi isso. Mas talvez deveria.






 

 





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