O Castelo Dos Meninos escrita por Lady Padackles


Capítulo 24
Capítulo 24




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A noite foi novamente difícil, com Dean tossindo muito e com febre alta. Nenhum dos dois meninos pôde dormir direito, mas Sam dessa vez não ameaçou procurar a enfermaria. Queria pelo menos esperar que o dia amanhecesse para convencer seu amado de que precisava tomar algum remédio para melhorar mais depressa. Ainda bem que era sábado, e teriam o dia todo livre de atividades acadêmicas.

Quando o sol nasceu, os dois meninos estavam acordados. Dean estava coberto de suor, assim como os lençóis e cobertores que o cobriam.

- Talvez você se sinta melhor depois de tomar um banho... – sugeriu Sam.

Dean concordou e levantou cambaleante. Começou a despir-se lentamente e com dificuldade. Sam aproximou-se do louro e ajudou-o a se livrar das roupas. Quando Dean estava apenas de cueca, Sam corou e soltou o amigo.

- Pronto – disse o moreno dando-lhe um beijo carinhoso. - Se precisar de alguma coisa pode me chamar.

- Não quer tomar banho comigo? – Dean então disse, lançando-lhe um olhar safadinho, que quase fez Sam derreter-se todo.

- Claro... – ele respondeu, sem pestanejar. Livrou-se das suas roupas também, exceto da peça mais íntima.

Foram ambos para o chuveiro. De olhos fechados, os meninos deixaram a água molhá-los por completo enquanto exploravam os corpos um do outro com as mãos e a boca. Sam tocou cada pedacinho do corpo do louro, e sentiu-se extremamente excitado. Percebeu o membro de Dean duro, por debaixo da cueca, e não pôde resistir. Arrancou-lhe a última peça de roupa.

Dean olhou para ele surpreso e aparentemente envergonhado. Delicadamente aproximou suas mãos também da cueca de Sam e ajudou-o a se livrar dela. Se abraçaram totalmente nus pela primeira vez. O coração de Sam disparou quando Dean aproximou seus lábios dos dele dando-lhe uma beijo doce e apaixonado.

Sam sentiu um enorme impulso em penetrar seu amado, porém controlou-se. Um acesso de tosse lembrou a Sam de que o louro não estava bem. O moreno percebeu que Dean já estava sem forças e sem fôlego. Teriam que adiar a primeira transa mais um pouco. Hora de terminar o banho...

Sam saiu do chuveiro primeiro, se enxugou e se trocou rapidamente. Enquanto Dean acabava de se ajeitar, trocou os lençóis da cama, e abriu a janela convidando a claridade a iluminar o ambiente. Iria ter uma conversa séria com ele quando voltasse do banheiro. Dean não podia simplesmente ignorar aquela gripe que parecia não ter mais fim. Vai ver era até princípio de pneumonia...

Dean agradeceu a Sam por ter arrumado a cama e recostou-se nela, ainda parecendo bastante cansado. Sam sentou ao seu lado. Titubeou, mas finalmente conseguiu falar com seriedade.

- Dean, estou preocupado com você. Essa tosse e essa febre não melhoram...

Dean olhou para ele abismado, como se não soubesse o motivo daquela conversa. Sam prosseguiu.

- Que tal a gente dar uma passada na enfermaria, só para eles darem uma olhadinha rápida em você?

Dean arregalou os olhos.

- Não, Sammy! Já disse que não quero fazer tratamento nenhum...

Sim, claro, como Sam podia ter esquecido... Dean estava morrendo e não queria ser torturado pelas sanguessugas. O moreno suspirou alto tentando pensar em uma forma delicada de convencer seu amado.

- Eu prometo que se te oferecerem sanguessugas a gente cai fora... – ele disse bem humorado.

Dean olhou para Sam pesaroso. Agora foi sua vez de suspirar.

- As coisas não funcionam assim... Se descobrirem que estou doente vão me obrigar a fazer o tratamento. Eles não vão me dar escolha, Sammy... Você sabe disso...

- Talvez seja só uma gripe forte, Dean. Eles vão te dar algum remédio via oral e você vai ficar bom!

Dean pareceu espantado com as palavras do moreno.

- Sammy... Não... Eu já te disse que estou com a doença da minha mãe...

- Mas não custa dar uma passada na enfermaria para confirmar... – Sam insistiu.

Dean começou a exibir sinais de nervosismo, e disse com a voz trêmula:

- Quando eu contei a você que estava doente, eu disse que não ia me tratar. Você concordou! Por que está dizendo isso agora?

O moreno não sabia o que dizer, sentiu-se sem saída. Estava cansado e começou a perder a paciência.

- Sei lá o que eu disse, Dean. Só sei que você está agindo igual criança! Eu não estou mais aguentando!

As palavras soaram ríspidas. Dean desviou o olhar e Sam ficou com raiva. Talvez Dean achasse que a vida não valia mais a pena depois de ter sido abandonado pelo pai. O louro não podia gostar dele verdadeiramente, ou estaria lutando para melhorar e permanecer ao seu lado. Eles ainda tinham tanto o que viver juntos...

- Faz o que você quiser então, Dean. – Sam disse em tom revoltado. Não ia mais ficar perdendo tempo com um cabeça dura que não gostava dele.

- Você não vai mais insistir? – Dean perguntou timidamente.

- Não. – Sam foi seco e objetivo, mas estava se remoendo por dentro.

Fez-se silencio por algum tempo, até Dean se pronunciar.

- Podemos ir ver as estrelas hoje então?

Aquela pergunta inocente, quase infantil, foi a gota d’água para Sam. Como assim “ver as estrelas”? Dean tinha perdido a noção de tudo?

- Não, você enlouqueceu. A gente vai para enfermaria é agora!

Com um movimento brusco Sam agarrou Dean nos braços e o ergueu no ar.

- Me larga! – o louro reclamou se debatendo.

- Não largo, vou te levar a força! – grunhiu o moreno.

- Sam, você prometeu! Me bota no chão! – Dean se balançava com toda a força que ainda lhe restava, fazendo Sam lutar para dar um ou dois passos.

- Prometi o que? Ir com você ver as estrelas? – Ele respondeu ofegante.

- Prometeu não insistir que eu fosse me tratar! – Dean respondeu, também já sem fôlego.

Sam sentiu uma onda quente percorrer todo seu corpo. Ele soltou Dean bruscamente, fazendo com que o louro caísse de qualquer jeito no chão.

- Você quer morrer? Então morre! Faz o que você quiser! – E dizendo isso, Sam se retirou quase correndo, sem olhar para trás. Sentiu-se zonzo, e seu coração quase parou de tanta dor que sentia.

 O menino seguiu até seu quarto e antes mesmo que pudesse fechar a porta já estava chorando. Por que tudo com Dean tinha que ser tão complicado? Como pudera ser tão cego achando que o louro gostava ele, ou que se importava com seus sentimentos? Pelo jeito aquele retrato que pintara de seu rosto não significava nada... Dean queria morrer, sem a menor consideração pelo relacionamento deles, ou pelos planos que Sam fazia para o futuro. Como podia ser tão egoísta, selando que o destino de Thomas e Justice era não existir?

Sam chorou por horas a fio. Nunca mais falaria com Dean, estava tudo terminado entre eles.

- Toc, toc, toc. – Sam ouviu bater em sua porta. Seu coração disparou. Seria Dean? Sam hesitou tanto para abrir que a pessoa insistiu.

- Toc, toc, toc. Sam? – Dessa vez o moreno reconheceu a voz de Castiel que o chamava. Tentou limpar as lágrimas como pôde e foi abrir a porta apesar do estado lamentável em que se encontrava.

- Nossa, o que houve? – o moreno de olhos azuis exclamou ao ver o rosto inchado do amigo.

- O Dean... – Sam se limitou a dizer.

Castiel havia passado no quarto de Sam apenas para pegar um livro emprestado, mas como bom amigo sentou-se para conversar e saber o que estava acontecendo com ele.

Sam contou tudo o que se sucedera tentando conter as lágrimas.

- Você agarrou ele no colo a força? – Castiel pareceu bastante surpreso.

Sam confirmou com um gesto de cabeça.

- E depois jogou ele no chão dizendo que não se importava?

Sam notou o tom desaprovador do amigo e se indignou.

- Castiel, a nossa relação para ele não significa nada, ou ele tentaria ficar bom! Nem que fosse por mim... Por que deixou que eu me envolvesse desse jeito então, já que não se importa com meus sentimentos!?

- Sam... Pelo amor de Deus... Se ponha no lugar dele.

Sam olhou para Castiel esperando uma explicação. Era Dean quem estava agindo como uma criança birrenta e egoísta, não ele...

- Ele está doente, gripado que seja, mas acha que está morrendo. O pai não quis saber de ajudá-lo. Você era tudo que ele tinha, e agora resolve largá-lo também? Só porque ele não fez o que você queria?

- Castiel, não é bem assim... – Sam tentou se justificar. Do jeito que Castiel falava até parecia que ele não estava com a razão. – Se o Dean gostasse de mim ele não iria se negar a ir até a enfermaria. Custava alguma coisa?

- Sam, o Dean acredita que a doença dele não tem cura... Ele acredita que vão colocar sanguessugas pelo corpo dele... Ele deve estar com medo! Você não pode sair julgando as pessoas assim... Você tem que ter paciência... Meu Deus, esse garoto que você diz que ama foi rejeitado pelo pai, a única pessoa ainda viva na família dele, há dois dias atrás! E você larga ele de qualquer jeito?

Sam pareceu compreender o que Castiel lhe dizia. Baixou a cabeça e engoliu em seco, sentindo-se envergonhado.

- Também não foi assim... Não larguei ele de qualquer jeito...

- Você largou ele no chão, Sam...

Sim, era verdade. Sam havia feito tudo aquilo e ainda largado Dean no chão. Por que tinha que ter esse temperamento tão estourado? Será que Dean estava bem?

Sam chorou por um bom tempo nos ombros de Castiel, e agradeceu imensamente os seus  conselhos. Era muito bom poder contar com um bom amigo para lhe abrir os olhos. Lembrou-se que Dean não tinha mais ninguém com quem desabafar e conversar e sentiu-se ainda mais culpado por tê-lo maltratado daquele jeito. Será que o louro estava com raiva dele? Será que o perdoaria?

Com essas questões na cabeça, Sam não pôde esperar mais. Tremendo dos pés a cabeça, se encaminhou ao quarto do amado torcendo para que ele aceitasse suas desculpas. 


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Notas finais do capítulo

Estamos agora entrando na reta final... Esse é o penúltimo capitulo dessa história, mas haverá uma continuação. Muita coisa ainda vai ficar em aberto.

Adoraria saber o que vocês, leitores, imaginam que vá acontecer no capitulo final (ou gostariam que acontecesse). Como vocês imaginam essa história terminando? Por favor, deixem comentários!

Obrigada por lerem até aqui, e muito obrigada para quem vem deixando comentários!



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