O Castelo Dos Meninos escrita por Lady Padackles


Capítulo 21
Capítulo 21




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Sam dormiu no quarto de Dean aquela noite. Apesar de estar contente ao lado de seu amado, esperava com ansiedade o momento em que Dean percebesse que não estava a beira da morte. Sabia que o louro estava sofrendo, e por isso sofria também.

Sam ansiava por uma vida mais tranquila. Queria tanto que o momento certo chegasse para que ele pudesse declarar seu amor... Pegava-se imaginado: seguraria as mãos de Dean, trêmulo de emoção, e olharia profundamente em seus olhos verdes. Então diria ao seu amado sobre aquele sentimento maravilhoso que preenchia todo o seu ser quando estava em sua presença. Aquele sentimento que apesar de deixa-lo vulnerável, o tornava a pessoa mais feliz do mundo. Depois da declaração, um beijo apaixonado. E quem sabe Dean não abrisse seu coração para ele também? Fariam juras de amor eterno, teriam sua primeira noite de amor, e planejariam seu futuro juntos. Será que Dean achava Thomas e Justice nomes bonitos?

Por enquanto, infelizmente, Sam precisava ter paciência... Dean, por conta da aventura no dia anterior, não passou muito bem a noite, e teve febre. Apesar disso, acordou alvoroçado, planejando aproveitar o domingo ao máximo. Queria descer até a praia novamente, mas Sam não gostou da ideia. Continuava frio e Dean estava tossindo e febril. Além disso, Sam temia que seu amado saísse fazendo doideiras de novo. O moreno tentou persuadir Dean a ficar no quarto mesmo, alegando estar cansado.

– Você não quer ir a praia? – o louro parecia desapontado.

– Estou cansado, Dean... Vamos ficar por aqui mesmo hoje. Porque você não toca piano para mim? – Sam sugeriu, torcendo para que Dean se empolgasse com a ideia.

– Hmmm. Tudo bem... Então que tal fazermos assim... Eu toco piano pra você, a gente fica por aqui mesmo até mais tarde, e depois descemos para dormir na praia e ver as estrelas... – seus olhinhos se ascenderam de esperança. Sam não pôde deixar de achar fofo todo aquele entusiasmo, mas Infelizmente Dean não estava sendo nada sensato. Sam concordou com a proposta do amigo, planejando mais tarde inventar alguma desculpa para não saírem dali.

Passaram um dia agradável. Dean tocou piano, e depois eles conversaram, namoraram, jogaram xadrez... Por volta das quatro horas da tarde Dean tocou novamente no assunto praia.

– Vamos agora, Sammy? O dia está limpinho, não tem uma nuvem no céu! – Dean disse empolgado olhando pela janela. – Vai ser uma noite e tanto!

– Ahh sim... – Sam gelou. Não tinha conseguido ainda bolar nenhuma desculpa. – Eu só preciso ir ao banheiro primeiro...

O moreno se enfiou no banheiro e por lá ficou, pensando no que poderia inventar. Minutos se passaram sem que ele conseguisse pensar em nada. Sam já estava ficando desesperado.

– Está tudo bem aí? – Dean perguntou em tom preocupado, batendo na porta.

– Hmmm, estou com dor de barriga... – O moreno inventou. E foi assim que Sam conseguiu criar sua desculpa esfarrapada.

Ficou no banheiro um bom tempo, depois deu descarga e saiu fazendo cara de diarreia. Sentiu-se um pouco culpado ao ver Dean se esforçando para disfarçar o desapontamento.

– É melhor a gente ficar por aqui mesmo, já que você não está passando bem... E já vai escurecer... – o louro disse em tom suave.

– Desculpa estragar seus planos, Dean... – Sam disse fingindo-se constrangido.

– Não se preocupe com isso, Sammy. A gente vai outro dia...

Sim, eles poderiam ir outro dia. Quem sabe em uma agradável noite de primavera... Teriam muitas oportunidades melhores que aquela. Sam abraçou o seu lourinho e puxou ele para a cama. Poderiam se divertir por ali mesmo.

Sam atacou Dean de beijinhos. Dean correspondeu, apesar de aparentar pouco entusiasmo.

– O que foi Dean? - Sam perguntou, percebendo que o amigo estava pensativo.

Dean se sentou e olhou para Sam, inquieto.

– Eu mandei uma carta para o meu pai... Contando para ele que eu estava doente...

Ahhh, então finalmente Dean resolvera contar a ele sobre a carta... Apesar do momento não ser propício na opinião de Sam, que estava louco por uns amassos, ele gostou da oportunidade de conversar sobre o assunto.

– Ele vem te ver? – Sam então perguntou curioso. Queria saber o que Dean pensava sobre isso.

– Eu espero que não! Mas estou um pouco preocupado, porque mencionei que quarta-feira seria dia de visitas...

– Você não quer que ele venha? – Sam estava surpreso.

– Não, claro que não! Ele não merece passar por mais sofrimento, Sammy... E eu sei que ele vai sofrer se despedindo de mim.

– Então acha que ele vem? – o moreno insistiu.

– Talvez... – Dean ficou ainda mais pensativo. Depois completou: - Mas eu disse a ele que não precisava vir... Eu não quero que ele venha, Sammy!

– Não sente saudades?

Dean apenas suspirou e não respondeu a pergunta.

– Eu não deveria ter dito sobre quarta-feira... – disse então, finalmente.

Sam não sabia mais o que dizer. Dean parecia estar em um dilema. Apesar de dizer que não queria que o pai fosse vê-lo, Sam pensava que no fundo ele adoraria poder estar com seu pai novamente. Talvez toda aquela história de doença terminal fosse uma forma de chamar a atenção de John Campbell. Não que Dean estivesse fazendo aquilo de forma consciente, claro que não! Sam sabia que Dean acreditava estar mesmo moribundo. Mas aquela situação estava prestes a se resolver em questão de poucos dias. Assim que Dean reencontrasse seu pai, as coisas se resolveriam, Sam tinha fé.

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– Nossa, que história complicada! Pobre do Dean... – Castiel ficou estupefato ao escutar a história da suposta doença terminal. Sam, que até então não havia nem mencionado sobre a morte da mãe e do irmão de Dean, acabou contando tudo para o amigo na segunda-feira de manhã. Estivera pensando bastante sobre isso, e como as coisas se resolveriam. Precisava desabafar com alguém.

– Estou com medo do pai do Dean não vir aqui na quarta-feira... – Sam disse preocupado ao amigo.

– Hmmm. Talvez esse seja para ele o dia do “juízo final”. Independentemente do pai vir ou não a escola, acho que ele acaba com essa história de doença terminal.

– Você acha mesmo, Castiel? – Sam precisava acreditar no que o amigo lhe falava.

– Acho... Essa doença imaginária deve ter sido a forma que o seu inconsciente encontrou de tentar aproximá-lo do pai novamente. Se o John Campbell vier à escola, ótimo. Ele mesmo vai contar ao filho que ele não está doente coisa nenhuma... E é uma oportunidade que eles vão ter de conversar e se entender.

– E se ele não vier...?

– Se ele for insensível o suficiente para abandonar o Dean numa hora dessas, com certeza ele desiste do pai. Você vai ter que apoiá-lo, Sam, porque vai ser difícil. Mas logo a doença não vai mais fazer sentido e ele vai se dar conta de que ainda tem muita vida pela frente...

– Aí eu me declaro para ele... – Sam sorriu, corando.

– Isso mesmo! – Castiel disse sorrindo também, cheio de compaixão.

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– Vamos para a praia essa noite, ver as estrelas? - Dean perguntou assim que avistou Sam chegando para encontra-lo após a aula.

“Apenas mais dois dias e essa loucura acaba...” o moreno pensou, suspirando.

– Ahh, Dean, nós temos prova amanhã cedo... Deixa para outro dia.

Sam viu o sorriso de Dean murchar. Temeu estar parecendo insensível demais. Afinal Dean estava morrendo e ele preocupado com uma prova estúpida...

– Prova de quê mesmo? – Dean perguntou, evidenciando toda a sua indiferença. Provavelmente nem tinha estudado.

– De matemática... – Sam suspirou, sem saber o que fazer para parecer um pouco mais agradável.

Dean não esboçou reação.

– Vamos à praia na sexta-feira, que tal? – Sam então propôs, tentando que Dean tirasse aquilo da cabeça por um tempo. Sexta-feira ele provavelmente não “estaria mais doente”, e então poderia julgar por si mesmo se queria passar uma noite dormindo na areia gelada para ver as estrelas. Com certeza o louro seria sensato o suficiente para adiar a aventura para uma época de clima mais ameno.

– Por que não podemos ir antes?

Sam usou a imaginação para criar mais desculpas, e Dean acabou concordando. Não tocou mais no assunto naquele dia ou no dia seguinte.

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O tempo passou depressa e a quarta-feira chegou. Sam, que havia passado a noite no quarto de Dean, se surpreendeu ao acordar e ver que o louro já estava de pé e arrumado.

– Que horas são? – o moreno perguntou, esfregando os olhos.

– São seis horas, Dean respondeu olhando o relógio. Acordei cedo... Tenho que arrumar o meu quarto. Vou aproveitar hoje que está todo mundo ocupado...

– E se seu pai vier? – Sam perguntou sem pensar, ainda sonolento.

– Ele não vem.

– Hmmm? Como sabe?

– Eu sinto... – o louro disse resoluto.

Talvez Dean preferisse não ter esperanças para não ter perigo de se frustrar. Sam entendeu que ele ficaria no quarto o dia todo. Se o pai aparecesse por ali o encontraria sem dificuldade.

Sam despediu-se de Dean com um beijo, e foi até o seu quarto se ajeitar para o café-da-manhã. Seus pais e irmã não tardariam a chegar para visita-lo. Sam nem sabia como aguentaria um dia inteiro sem saber noticias do encontro de Dean com seu pai.


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