O Castelo Dos Meninos escrita por Lady Padackles


Capítulo 13
Capítulo 13




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Capítulo 13

Apesar da vontade de correr, Sam apenas permaneceu ali, em pé, olhando para seus amigos paralisado. O que estavam fazendo em seu quarto aquela hora da noite?

– Sam! Que bom! Já estávamos achando que não voltaria mais essa noite para o quarto... – Castiel exclamou. Oliver e Clark sorriram e Sam foi convidado a se sentar perto deles.

– O... o que vocês estão fazendo aqui? Como conseguiram entrar? – o moreno, assustado, se atreveu a perguntar.

– O velho truque do grampo... – respondeu Oliver rindo.

– E hoje é a grande final do concurso “Quem é a namorada de Sam Winchester!” – completou Clark com entusiasmo.

– Namorada? Mas eu não tenho namorada... – reclamou Sam baixinho.

– Ahh, grandão... Por favor... – disse Castiel, debochado. – Você achou mesmo que nós tivéssemos acreditado na sua súbita e compulsiva mania de arrumação? Logo você, Sam? – O moreno fez um gesto apontando toda a bagunça que reinava no quarto do amigo.

Talvez Sam tivesse sido muito ingênuo em acreditar que seus amigos haviam engolido tudo o que dissera sem nenhum questionamento. Era óbvio para ele agora que isso não tinha acontecido, infelizmente... O que estariam tramando? Pelo menos não pareciam desconfiar de sua amizade com Dean... Será?

Sam encolheu-se na cadeira. A sensação de pânico invadia todo o seu corpo, impedindo-o de raciocinar. Olhou arregalado para os amigos, apenas esperando que lhe explicassem melhor o que estava acontecendo.

A verdade é que Castiel, Oliver e Clark desconfiavam fortemente que Sam se encontrava com alguém as escondidas há muito tempo. Teria sido muito fácil para eles descobrir quem era a “namoradinha” do moreno. Bastaria segui-lo para isso, o que quase fizeram.

Foi Clark quem sugeriu que transformassem a descoberta em uma nova competição, impedindo assim que Sam fosse seguido e que seu segredo fosse descoberto até aquele momento. Clark propôs que cada um dos três - ele, Castiel e Oliver - usando apenas sua percepção e intuição, tentassem descobrir quem era a pessoa com quem Sam passava todo aquele tempo. Após vários dias, finalmente se encontravam para indicar os nomes escolhidos.

– Não pense que foi fácil, Sam... – disse Oliver. – Acabamos adiando a grande final várias vezes, até que todos tivessem segurança no nome a indicar!

Clark, o cabeça da competição, tomou a palavra:

– Bem, então a competição é a seguinte. Cada um de nós está segurando um envelope lacrado com o nome do seu indicado. Aqui no meu bolso, eu tenho o nome da namorada verdadeira...

– Já disse, que não tenho nenhuma namorada... – Sam retrucou, interrompendo-o. Depois perguntou assustado – Mas como vocês sabem o nome da pessoa com quem supostamente eu venho me encontrando, se ninguém me seguiu?

– Pagamos o jardineiro para segui-lo e escrever o nome no envelope. Ele disse que foi fácil. Disse que te viu se encontrando diariamente com a mesma pessoa.

Sam Winchester suou frio. “Seu Vicente, seu maldito...” Praguejou em pensamento se lembrando de ver a peste do jardineiro por onde passasse. Nunca desconfiara dele, é claro.

– Bem, então aquele que acertar o verdadeiro nome ganha a competição. É claro que pode haver um empate entre dois, ou até três... – prosseguiu Clark.

Vendo o olhar desesperado de Sam, o garoto acrescentou.

– Não precisa olhar com essa cara, Winchester... Você também tem chance de ganhar... Se ninguém acertar o nome correto, você é o campeão. O prêmio é não fazer o trabalho em grupo de história! Bem, exceto em caso de empate... Nesse caso os vencedores terão sua carga de trabalho reduzida.

– E que vença o melhor! – comemorou Oliver.

– Garanto que quem se sair vitorioso vai adorar o prêmio! – disse Clark. – Eu adorei receber um 9,0 em geografia sem fazer o menor esforço! – completou sorridente.

“Bela vitória atentando contra a vida de um ratinho indefeso...” Pensou Sam irritado, lembrando-se da competição anterior. Depois voltou a se concentrar no que o aguardava. Será que o jardineiro tinha mesmo escrito o nome de Dean naquele papelzinho? Qual seria a reação de seus amigos quando descobrissem? Sam poderia dizer que eram apenas amigos, o que, infelizmente, parecia ser verdade. Os pensamentos do menino foram cortados pela voz de Clark, que já começara a abrir o primeiro envelope.

– E o primeiro nomeado é.... – ele disse lendo o papel que ele próprio escrevera, até então lacrado no envelope vermelho.

– Miss Batrix Smith.

Sam arregalou os olhos e teria tido vontade de rir se não estivesse tão nervoso e apavorado. Beatrix era ajudante de cozinha. Uma menina que tinha por volta de 15 anos, magrela, desengonçada, e, segunda as más línguas, com um parafuso a menos. Sam nunca, nem de longe, se interessaria por ela.

– É a única garota com quem ele pode ter algum contato – justificou-se Clark. – Além disso, eu nunca vi Beatrix perambulando pela escola após as aulas... No mínimo os dois se escondem em algum lugar para trocar beijinhos. Oliver e Castiel pareceram achar graça no nome citado por Clark. O menino então prosseguiu:

– Bem, e o segundo nomeado é...

Clark recebeu o envelope verde das mãos de Oliver e abriu.

– Miss Eveline Moivre

Miss Eveline Moivre era a professora de francês, uma das mais jovens do corpo docente da escola. Não tinha mais que 25 anos de idade. Era francesa de nascimento, e estava no Estados Unidos a pouco mais de três anos. Ela alegre, espevitada e até bonitinha, mas com certeza o que fazia os meninos se apaixonarem por ela era o sotaque. Vários garotos daquela escola suspiravam por seus longos cabelos negros e seus olhos cor de âmbar.

– Já notaram como o Sam gagueja nas aulas de francês? – perguntou Oliver tentando justificar seu palpite. – Ninguém nunca reparou como por vezes ele parece nervoso na aula dessa mulher?

A verdade é que Sam era péssimo em francês, e detestava ter que falar a língua na frente de seus colegas. Para completar o moreno morria de tesão quando via Dean fazer biquinho para dizer “s’il vous plait” ou “merci beaucoup”.

– Agora o terceiro nomeado... – Anunciou Clark. Castiel entregou-lhe o envelope azul, que o menino imediatamente abriu. O moreno hesitou por um momento e então, arregalando os olhos, leu o nome de forma interrogativa.

– Dean Campbell?! –Clark parecia abismado e Oliver começou a rir.

O coração de Sam quase escapuliu do peito ao ouvir o nome de seu amado. Sua vontade era de cavar o chão ali mesmo, com as mãos nuas, para nele se enfiar. Sentiu suas bochechas esquentarem, corando vergonhosamente. Sorte de Sam que estavam todos ocupados demais para prestar atenção nele.

– Que ideia foi essa? – perguntou Clark, soando decepcionado. – Desistiu da competição e resolveu dar uma de palhaço?

Oliver continuava rindo. Pelo jeito havia achado a “palhaçada” de Castiel muito engraçada. Castiel, entretanto, permaneceu sério:

– Não! Esse é mesmo o meu palpite! – respondeu ele, fazendo Sam querer ainda mais correr daquele lugar. – Sam falava no Dean o tempo todo. Vivia tentando vingar-se dele. Mas de uma hora para outra isso parou... Bem na época que o nosso amigo aqui passou a dar essas desculpas esfarrapadas... – Explicou Castiel, apontando para Sam.

– Poxa, Castiel – advertiu Clark. – Está xingando o nosso amigo de gay? Se eu fosse ele já tinha pulado em cima de você para te socar...

Castiel pareceu não ligar para o comentário de Clark. Oliver, que finalmente havia conseguido parar de rir, apressou o colega.

– Vamos logo com isso – disse o louro. – Estou ansioso para saber quem será o vencedor.

Clark se recompôs.

– E o vencedor é...

Sam suava frio... Torceu para o jardineiro ter sido camarada e inventado outro nome qualquer.

– Dean Campbell!? – Disse Clark estupefato. – Como assim?


– Eu sabia! – comemorou Castiel. Dessa vez Oliver não riu. Por algum motivo o clima estava ficando tenso. Clark foi ficando vermelho, a ponto de explodir. Sam já não tinha mais onde enfiar o rosto, de tão envergonhado.

– Sua bicha safada! – Vociferou Clark. – Escondendo o jogo para poder andar conosco? Sam, eu nunca vou te perdoar por isso, seu veado! A gente podia ter pego “bichice”! Eu te daria um monte de socos agora, mas não quero nem encostar em você. Nunca mais chegue perto de mim!

Sam apenas olhou estarrecido. Estava tremendo de tão nervoso e não sabia como reagir a tudo aquilo.

Dizendo aquelas palavras, Clark segurou Castiel e Oliver e puxou os amigos dali. Ambos pareciam bastante assustados, e seguiram atrás do moreno, que bufava de ódio.

Sam ficou ali parado, mal acreditando no que acabara de lhe acontecer. Se a sua situação com Dean já estava confusa, agora todo o seu universo havia virado ao avesso. Escondeu seus rosto no travesseiro e deixou as lágrimas rolarem. Tudo que ele queria agora era estar no colo de sua mãe.



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