I Hate Myself escrita por Lady SunDame, Lia Mayhew


Capítulo 13
Pérola Inestimável


Notas iniciais do capítulo

CARA, EU CHEGUEI HOJE NO NYAH, PENSANDO QUE JÁ TIVESSE POSTADO O CAP. AI EU FUI VERIFICAR DEPOIS DE UM CERTO TEMPO E EU DESCOBRI QUE NÃO TINHA POSTADO!! CARA... É SÉRIO ISSO, PRODUÇÃO??



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Soneto XVIII

Se te comparo a um dia de verão

És por certo mais belo e mais ameno

O vento espalha as folhas pelo chão

E o tempo do verão é bem pequeno.

Ás vezes brilha o Sol em demasia

Outras vezes desmaia com frieza;

O que é belo declina num só dia,

Na terna mutação da natureza.

Mas em ti o verão será eterno,

E a beleza que tens não perderás;

Nem chegarás da morte ao triste inverno:

Nestas linhas com o tempo crescerás.

E enquanto nesta terra houver um ser,

Meus versos vivos te farão viver.

Segurei a folha em minhas mãos. Era Shakespeare.

Sarah havia dito que alguém passara em casa, mais cedo, apenas para me entregar isto. Só consegui descobrir que havia sido ‘’ele’’. Quem seria ele?

Deitei-me e deixei a carta de lado. Eu precisava descobrir quem era, ou senão, não dormiria a noite.

Levantei-me, dobrei o papel e coloquei-o novamente no envelope, guardando-o debaixo do travesseiro. Sai do quarto e desci as escadas, abri a porta de casa e sai.

Fui para o colégio, tentando ignorar a carta.

Sentei-me em uma das mesas do refeitório. Peguei ‘’Coração de Tinta’’ da mochila e li-o.

‘’Sim, ele queria se vingar’’ – Meggie continuou a ler. Se pelo menos sua voz não tremesse tanto, mas não era fácil matar, mesmo que alguém fizesse isso por ela – ‘’E assim Sombra foi até o seu senhor e estendeu sua mão cinzenta... ’’

Olhei ao redor, procurando por Yesubai. Ela provavelmente ainda não havia chego.

‘’E capricórnio caiu de bruços e seu coração negro parou de bater, e todos que haviam incendiado assassinado a seu serviço desapareceram, como cinzas levadas pelo vento. ’’

Continuei lendo as dezoito páginas seguintes, sem me dar conta do que ocorria ao meu redor, do mesmo modo que eu fazia em casa.

Terminei o livro rapidamente e, quando fui fechá-lo reparei em algo estranho. Olhei para a direita. Dhiren estava sentado ao meu lado, observando minha expressão de surpresa.

Engoli um grito.

– O que você está fazendo? – Perguntei, fechando o livro com minhas trêmulas mãos.

Ele deu de ombros.

– Você estava lendo, e ai eu sentei aqui... E você não percebeu. Por quê? Você se assustou? – Ele tinha um sorriso malicioso no rosto.

Pensei em gritar algo como: ‘’Claro!’’. Mas a única coisa que saiu de minha boca foi:

– Meu Deus... – Um murmuro quase inaudível.

Ele riu, se divertindo com o meu susto.

– Não é assim tão engraçado. – Murmurei enquanto colocava o livro dentro de minha mochila.

Vi Yesubai se aproximando e acenei para ela, que só retribuiu um sorriso.

– Onde está a Fanindra? – Perguntei, quando ela já estava próxima o bastante de mim.

– Foi ao banheiro.

A garota de olhos violetas estava com um short preto e uma camiseta branca, simples, sem estampa, e um salto da mesma cor que seus olhos.

Ela sentou-se em minha frente.

– Sobre o que vocês estão conversando? – Perguntou, logo de cara.

É... Ela realmente não toma jeito.

– Por que você sempre pergunta isso?

– Por que toda vez em que eu chego ao colégio vocês estão sentados um do lado do outro e conversando!

É... Acho que ela tinha razão.

***

O sinal tocou e eu sai do colégio.

Queria gritar, agradecendo o fato de ser Sexta-Feira.

Fui caminhando até minha casa. Quando abri a porta, Rebecca e Sammy estavam sentados no sofá, assistindo TV.

– O que vocês estão vendo? – perguntei, fechando a porta.

– Disney.

– Cadê os pais de vocês? – andei até eles.

Sammy me olhou e logo depois, voltou o olhar para a tela da televisão.

– O papai tá trabalhando e a mamãe tá dormindo.

– Ela está dormindo a essa hora do dia?

– Ela estava um pouco cansada – Rebecca olhou para o controle da TV – É muito chato só ficar assistindo isso!

E então, me veio à ideia. Amanhã era Sábado, então, podia dar certo.

– Vocês se lembram sobre o que eu disse sobre os meus biscoitos de chocolate e manteiga de amendoim? – disse, quase num sussurro.

Os dois olharam para mim, com os olhos brilhando.

– Você disse que ia fazer para nós!

Coloquei o dedo indicador nos lábios. A mãe deles não podia nem suspeitar.

– Você vai fazer para nós? – Sammy perguntou, tentando controlar o tom de voz.

Juntei-me mais a eles.

– Vou tentar perguntar para sua mãe e ver se posso tomar conta de vocês amanhã, ok?

Os dois assentiram e sorriram.

Esperei até a hora do jantar para perguntar. Estávamos todos sentados à mesa.

– Sarah... Amanhã, eu posso ficar com os dois?

Ela estava mastigando o bife que havia preparado e quando engoliu, perguntou:

– Tomar conta deles?

– Claro, por que não? Mas, por quê?

Dei de ombros.

– Faz tempo que nós não ficamos... Sabe... Juntos.

Ela sorriu.

– Tudo bem.

Os pequenos estavam com um sorriso tão grande quanto qualquer outro que eu já havia visto.

Depois do jantar, subi ao meu quarto e liguei para Yesubai, que atendeu rapidamente, como se estivesse esperando minha ligação.

– Alô?

– Oi... É a Kelsey.

– O que foi?

– Eu posso pegar emprestada sua cozinha, amanhã?

– Poder pode, mas por quê?

– Eu queria fazer meus biscoitos de chocolate com manteiga de amendoim.

– Quê? É sério? Sério mesmo? Se for esse o caso, você pode pegar emprestada minha cozinha sempre que precisar. Sério mesmo?

– É. É sério mesmo.

Meus biscoitos eram mesmo tão bons assim?

– Ah, eu posso levar a Rebecca e o Sammy?

– Claro... Que horas você quer vir aqui?

– Lá pelo meio-dia, talvez.

– Ok, te vejo lá pelo meio dia. Tchau!

Despedi-me e fui tomar banho, indo dormir logo em seguida.

***

Eu fui chacoalhada e senti alguma coisa pulando perto da minha barriga.

Foi assim que eu acordei.

Quando abri os olhos, vi Rebecca olhando para mim, rindo.

– Ãhn? – Fechei os olhos novamente.

– Acorda! – O menino disse, prolongando o som do ‘’o’’

– Tá muito cedo para acordar – Respondi, colocando meu cobertor no rosto.

– São só nove horas!

Suspirei e me sentei. Fiquei um pouco surpresa quando vi que a coisa pulando perto da minha barriga era na verdade, Sammy.

Os dois ainda estavam de pijama.

– Eu sei que eu tinha dito que faria biscoitos para vocês, mas não precisava desse auê todo – Disse, me levantando – Eu vou tomar banho, comer alguma coisa e depois nós vamos, ok?

Eles assentiram com a cabeça.

Tomei uma ducha e vesti um short jeans, uma camiseta cinza simples e calcei um sneaker com salto. Deixei os cabelos soltos.

Quando voltei ao quarto, as duas crianças estavam lá. A menina usava um shorts branco, uma camiseta estampada e sapatilhas. O menino estava somente com uma calça jeans, uma camiseta branca lisa e tênis.

Fomos à cozinha e eu preparei Queijo quente para nós três, em seguida, fomo para a casa de Yesubai.

Toquei a campainha, e ela rapidamente abriu-a.

A garota de olhos violeta olhou primeiro para os dois que estavam ao meu lado.

– Ai meu Deus, que fofinhos!

Sammy logo retrucou:

– Eu não sou fofinho!

Eu ri.

– Claro que não...

Entramos e eu fui direto para a cozinha.

Yesubai havia separado todos os ingredientes, então, eu não tive muito trabalho. Ela ficou o tempo todo do meu lado, conversando, enquanto as crianças estavam na sala.

– E desde quando alguém faz biscoitos de alfarroba? – Perguntou, um tanto quanto incrédula – Não é a toa que esses dois estejam loucos para comer algo... Normal.

Cerca de cinco minutos depois que eu coloquei a assadeira no forno, a campainha tocou.

– Você está esperando alguém?

– Estou...

Ela foi abrir a porta enquanto eu bebia um pouco de água e, quando voltou, estava acompanhada.

O susto foi tão grande que eu quase deixei o copo cair, e acabei engasgando. Yesubai foi obrigada a dar tapinhas em minhas costas.

– Ainda bem que você não estava com essa água na boca... Ia cuspir pra tudo quanto é lado.

– Eu gostaria de ter visto isso... - Dhiren disse, rindo.

– Não é assim tão engraçado- murmurei – Mas o que você está fazendo aqui? – perguntei.

Ele deu de ombros e apontou para a garota ao seu lado.

– Ela me convidou, dizendo que você ia fazer biscoitos.

– Você, Yesubai, poderia ter ao menos, me dito, não acha?

Ela deu um sorriso, constrangida.

Nós três fomos para a sala, onde as duas crianças estavam brincando de pedra papel e tesoura.

Sentei-me em um dos sofás e Rebecca logo se juntou a mim. Dhiren sentou-se ao meu lado esquerdo e Yesubai sentou-se em uma poltrona paralela ao sofá.

Rebecca ficou fazendo uma trança em uma pequena mecha do meu cabelo, enquanto Sammy se divertia com Dhiren.

– E então... Como está a Jennifer? – Perguntei.

– Eu não faço a menor ideia. Ela não mora mais aqui.

– Quê?

–Ela e a mãe se mudaram já faz um tempinho... Meu pai está em um processo de divórcio... Eu, particularmente, estou feliz. Posso ficar em casa sem ter que escutar crianças chorando e uma mulher gritando para ela ficar quieta.

Ficamos em silêncio. Só se podia escutar a risada de Sammy, que recebia cócegas de Dhiren.

Olhei para os dois. Parecia que eles se davam bem.

Ficamos durante algum tempo assim, até que eu fui para a cozinha tirar a assadeira do forno.

Coloquei os biscoitos em um prato e deixei esfriando.

***

Rebecca mordeu um pedaço.

– Meu Deus! – Exclamou, mordendo outro pedaço e levando-o goela abaixo.

A reação de Sammy não foi tão diferente.

Yesubai comentava as mesmas coisas sobre os biscoitos.

– Becca, Sam, vocês já sabem. Nada de contar pra mãe de vocês.

Os dois assentiram.

– A mãe deles não sabe que eles estão aqui? – Dhiren perguntou.

– Não.

– Você sequestrou os dois?

– Claro que não... Ela acha que eu estou passeando com os dois em algum shopping ou parque.

– Só?

– É. Eu só trouxe os dois para comerem os biscoitos...

– E por que você não faz na sua casa?

– Por que a Sarah não gosta desses tipos de biscoitos. Ela diz que fazem mal.

Yesubai engasgou.

– Como ela pode não gostar deles? São ótimos!

Revirei os olhos.

– Sarah é uma mulher que faz muitas receitas ‘’saudáveis’’, como por exemplo... Biscoitos de Alfarroba.

– Eca.

***

Sentei-me em minha cama e peguei minha bolsa, a procura de meu celular. Eu precisava colocar ele pra carregar, porém, toquei em algo desconhecido. Segurei-o e o puxei para fora da bolsa.

Um envelope azul.

Abri-o e, como a outra carta, esta tinha outro poema.

Pérola inestimável

Se um rei tivesse uma pérola inestimável

Uma joia que amasse acima de tudo

Ele a guardaria num esconderijo

Tirando-a de vista

Temendo que outros a roubassem?

Ou a exibiria, orgulhoso,

Engastada num anel ou numa coroa

De modo que o mundo lhe admirasse a beleza

E visse a riqueza que ela trazia à sua vida?

Você é a minha pérola inestimável.

Eu não conhecia o autor, então, pensei em pesquisar na internet. Não havia resultados.

Pensei durante algum tempo. Eu não mexia na minha bolsa há alguns dias. Alguém pode ter colocado no colégio, ou então, colocaram hoje.

Mas... Quem?

Dhiren?


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Notas finais do capítulo

Gent, desculpa a demora. EU TINHA PENSADO Q JÁ TIVESSE POSTADO, ASUAUSHAEASAES.
Ai gent, que retardada, eu.