I Hate Myself escrita por Lady SunDame, Lia Mayhew


Capítulo 11
My new friend snake


Notas iniciais do capítulo

EAE GENTE!!! TUDO BOM COM VOCÊS??? Demorei, eu sei.
O site ficou em off por um tempinho e eu tive tempo para aumentar esse capitulo.
Bem... Primeiramente eu gostaria de agradecer a minha amiga AllNamie q me ajudou com as roupas das garotas neste capitulo e pela idéia kawaii dela de colocarmos a Fanindra na história.
Agradeço também a NatiiMaral q como sempre, me ajudou a terminar este capítulo.
E a você que continua lendo minha fic, por mais q eu demore.



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Sentei no chão, abraçando meus joelhos.

– E por que você precisa estar lá?

– Kells, eles são meus pais... Somos uma família... Precisamos ficar juntos.

Fechei meus olhos.

Família. Meses atrás, eu poderia não me lembrar do significado dessa palavra, porém, desde que eu entrara para aquele colégio, Nílima me ensinara o real significado daquilo.

***

Contorci-me, enquanto cobria minha cabeça com o cobertor. O sol estava me incomodando.

Levantei-me da cama, de muita má vontade.

Fazia no máximo duas semanas desde que Nílima fora embora. Eu ainda não estava bem com isso.

Não. Eu não estava bem com isso. Era Quinta-Feira. Abri as janelas. O tempo estava fresco, um pouco quente.

Fui ao banheiro e tomei uma ducha, na tentativa de despertar completamente.

Vesti uma calça jeans preta e um moletom cinza. Calcei all stars e prendi meu cabelo, novamente, em uma trança.

Desci para a cozinha e me servi do queijo quente que Sarah havia preparado.

– Sabe Kells... Eu ainda não te agradeci por ter levado as crianças á escolinha – Ela disse, enquanto lavava alguns copos – Obrigada.

Tentei dar um sorriso.

– Tudo bem...

Comi meu queijo quente em silêncio e sai de casa logo em seguida.

Olhei para as casas, prestando atenção em uma particularmente. Na porta, estava agora uma placa com os dizeres ‘’Vende-se’’.

Senti novamente um bolo se formar em minha garganta. Ela não escondeu isso de mim. Eu já sabia que aquela casa estava vazia.

Andei em direção ao colégio, tentando tirar esses pensamentos de minha mente. Tentei pensar em raças de cachorros, tigres, corujas, canetas azuis, livros que seriam lançados...

Passei pela porta do colégio, olhando para o chão.

Sentei-me em uma das mesas do refeitório e peguei meu celular da mochila. Vi o horário.

08h30min. Eu estava muito adiantada. Fiquei ali sentada, durante algum tempo, até que escutei uma voz as minhas costas.

– Kells? – Yesubai perguntou, cutucando minhas costas.

– Ah... Oi.

Ela sentou-se do meu lado.

– Você está bem?

– Você tem perguntado se eu estou bem à semana toda. A minha resposta continua a mesma. Eu continuo um pouco deprimida.

Arrependi-me de ter dito isso segundos depois. Eu não queria parecer rude, nem seca. Mas eu fui. Olhei para Yesubai quase no mesmo instante. Sua feição mudara. Aquela não era a Yesubai que eu conhecia que ria de tudo e sempre levava tudo numa boa. Ela parecia triste... Silenciosa.

– Olha Yesubai, me desculpa, eu... – E ela me interrompeu.

– Tudo bem... Eu entendo.

Ela sorriu e pela primeira vez no dia, me senti um pouco melhor.

Ela usava uma camiseta roxa com os dizeres ‘’Rookie’’, uma saia preta básica e saltos pretos.

***

Sr. Kadam entrou na sala em sua típica roupa elegante, acompanhado de uma garota desconhecida. Ele sentou-se em cima de sua mesa em frente à lousa e disse:

– Pessoal, temos uma nova aluna.

Escutei murmúrios de várias pessoas na sala. A garota estava com os braços em frente ao corpo e carregava uma mochila simples cor de creme com alguns detalhes em dourado. Ela estava quieta e seu corpo, rígido. Lembrei-me de mim mesma, quando fiquei na frente da sala logo quando havia me transferido. Ela, assim como eu, parecia nervosa e demonstrava timidez.

– O nome dela é Fanindra. Espero que recebam-na bem – Ele fez um gesto com a mão, indicando uma mesa vaga ao meu lado, para que ela se sentasse.

Era a mesa de Nílima. Era.

A garota simplesmente andou até o lugar vago e sentou-se, sem dizer uma palavra e com a cabeça baixa.

Ela era magra, não ao ponto de ser raquítica, mas magra, de um jeito normal. Os cabelos, claros e curtos.

Sr. Kadam observou a garota nova acomodar-se e então, começou a falar sobre a matéria.

– A segunda serpente mais venenosa do mundo é a famosa Naja, cujo nome científico é – Ele escreveu na lousa - Naja Phillippine. Uma picada da Naja é suficiente para matar uma pessoa em 30 minutos. Seu veneno atua principalmente no sistema respiratório causando a paralisia da respiração e dos batimentos cardíacos. A terceira serpente mais venenosa é a belíssima serpente negra com manchas brancas, denominada cientificamente como – Ele anotou na lousa – Bungarus ceylonicus. Toda a família de serpentes Bungarus possui um potente veneno que causa paralisia muscular. Essas serpentes são encontradas em especial na Índia, Paquistão e no Siri Lanka.

***

O sinal havia tocado. Eu estava guardando meus cadernos quando Yesubai veio falar comigo.

– Vamos?

Fechei minha mochila e assenti. Fomos umas das ultimas a sair da sala. O corredor estava vazio, todos já haviam descido correndo as escadas em direção ao refeitório. Enquanto andávamos, avistamos a garota desconhecida andando atrapalhada pelos corredores.

– Tudo bem com você? – Perguntei, enquanto colocava a mão em seu ombro esquerdo.

Ela se virou, assustada.

– Me desculpe – Apressei-me em dizer.

– Tudo bem... Não tem problema... Eu só estou um pouco perdida.

Yesubai deu um leve sorriso e disse:

– Quer vir com a gente?

Ela simplesmente balançou a cabeça, assentindo.

– Meu nome é Yesubai e esta é a Kelsey.

– Fanindra. Meu nome é Fanindra.

Enquanto caminhávamos em direção ao refeitório, perguntei:

– De onde você veio? Você mudou de cidade, colégio...?

– Na verdade, eu sempre estudei sozinha em casa. Eu nunca me dei bem com colégios, então minha mãe achou melhor me deixar estudando em casa.

Ficamos na fila do refeitório, que, por sinal, estava enorme.

– Nossa... Deveríamos ter descido mais cedo – Yesubai murmurou.

– A fila é sempre assim? – Fanindra perguntou. Somente naquele momento pude perceber que seus olhos eram verdes como esmeraldas.

– Sempre – Disse uma voz masculina, muito bem conhecida.

– De onde você apareceu, Dhiren? – perguntei.

– Ãhn... Eu estou na fila... Na frente de vocês.

– Quem é ele? – Fanindra perguntou.

– É o Ren. É o cara com quem a Kells está saindo.

Quê?

– Nós não estamos saindo! – Exclamei, talvez um pouco alto demais.

Dhiren concordou comigo enquanto Yesubai revirava os olhos.

– Talvez ainda não estejam saindo, mas daqui a algum tempo, vão sair – Ela retrucou.

– Nós não vamos sair juntos – Dhiren disse, enquanto eu concordava com ele.

– Não acredite neles, Fanindra. Daqui a alguns anos vão estar casados e vão me agradecer. – Yesubai disse – Fim de assunto. Ponto final.

Fanindra ria, se divertindo com tudo aquilo.

***

Sentamos-nos em uma mesa vaga (depois de muito procurar por uma).

– E então? Como que o seu irmão está? – Yesubai perguntou, enquanto pegava e mordiscava uma batata frita.

– Realmente parece que ele não quer voltar pra cá. Parece que as coisas estão ficando interessantes por lá.

– E sua mãe? – Perguntei.

Dhiren me olhou como se me perguntasse: ‘’Por que você quer saber da minha mãe?’’

– Ela está bem, mas vive me perguntando sobre você.

Eu ia perguntar o porquê dela sempre estar perguntando sobre mim, mas reparei no olhar que Yesubai e Fanindra trocaram o que me fez desistir da ideia.

– Por que você de repente veio pra cá? – Yesubai perguntou, retomando a conversa com Fanindra – Por que não continuou estudando em casa?

– Eu estava cansada de ficar sozinha em casa. Meus pais trabalham muito então eles quase não ficam em casa e... Eu não tinha muitos amigos então, achei que talvez, isso fosse uma boa oportunidade para mim.

– A Kelsey também se transferiu pra cá.

Os olhos de cor de esmeraldas me encararam.

– Sério? Você demorou muito para se adaptar? Você também estudava em casa?

– Calma – Eu disse, rindo – Quantas perguntas.

– Desculpa, é que... É tudo muito novo para mim.

– Respondendo as suas perguntas, eu não estudava em casa – Ela suspirou – E não foi tão difícil para eu me adaptar... Parece difícil para você?

– Um pouco... Mas eu acho que talvez seja só por conta de hoje ser o meu primeiro dia aqui. Foi mesmo tão fácil?

Dei de ombros.

– Não digo que tenha sido tão fácil, mas a Yesubai e a... A Yesubai me ajudou - Corrigi-me antes de dizer o nome de Nílima.

A garota de olhos violetas sorriu, como se ela tivesse entendido isso como um elogio.

Nós quatro ficamos conversando por um tempo, até que o sinal tocou e fomos obrigados a subir as escadas em direção à sala de aula. O Sr. Kadam começou a discutir sobre a Oxyuranus microlepidotus que é considerada a serpente mais venenosa que se tem conhecimento no mundo. Em uma só picada, estudos mostram, haverá veneno suficiente para matar até 100 pessoas. Seu poderoso veneno provoca a destruição das células sanguíneas causando hemorragias que levam sua vitima à morte em pouco tempo.

No fim da aula, Yesubai sentou-se em cima de minha mesa.

– E então?

– O quê? – perguntei.

– O que você achou da Fanindra?

– Ela é legal... Um pouco ansiosa.

A garota de olhos da cor de esmeraldas, que estava sentada na mesa ao meu lado direito virou-se em minha direção, provavelmente por ter escutado seu nome na conversa.

Yesubai olhou-a e sorriu. O sorriso foi retribuído.

– Fanindra, você tem algum compromisso hoje? – Ela perguntou.

– Não, por quê?

– Quer, sei lá... Andar comigo e com a Kells hoje?

A garota sorriu, assentindo.

– Por que nós não vamos primeiro pra nossa casa, deixamos as nossas coisas, trocamos de roupa e vamos? – Perguntei.

–Essa, é uma boa ideia...

***

Joguei minha mochila em cima da minha cama, me sentado em cima do colchão king size logo em seguida. Soltei meus cabelos e alisei-os com os dedos. Os fios estavam ondulados devido à trança que eu fizera antes. Tirei os sapatos com os próprios pés, ficando somente de meia. Espreguicei-me e fui ao meu closet.

Eu, Yesubai e Fanindra decidimos nos encontrar Starbucks, as 15h00min. Ainda eram 13h35min.

Despi-me e vesti um short branco e uma camiseta verde e marrom claro, calcei um all star branco de couro e peguei uma bolsa branca.

Fui até o banheiro e prendi meu cabelo. Ainda estava cedo para sair de casa. Eram 13h47min.

Sentei-me novamente em minha cama, dessa vez, segurando um livro. Li-o, esperando que o tempo passa-se mais rápido. Quando o relógio mostrou 14h35min, saí de casa.

Caminhei por entre as ruas, indo em direção ao Starbucks. Quando cheguei, procurei por uma das duas garotas.

Elas ainda não havia chegado.

Pedi um Choco Chip Frappuccino à base de café e sentei-me em uma das muitas mesas vagas. Cerca de oito minutos depois, vi Fanindra entrando no estabelecimento. Ela sorriu quando me viu e caminhou até a mesa onde eu estava sentada. Ela pediu um Chá Earl Grey e nós duas ficamos esperando a Yesubai.

A garota de olhos violetas chegou somente cerca de cinco minutos depois, exatamente as 15h00min.

Ela pediu um Café Frappuccino Light e sentou-se na mesa que eu havia escolhido.

A garota tarada por violeta estava vestindo uma saia branca de cintura alta que ia até a altura dos joelhos, um crop top roxo e calçava saltos beges. Em seu braço esquerdo, carregava uma bolsa branca, enquanto Fanindra vestia uma regata bege lisa, uma saia dourada trabalhada e um salto cor de ouro. Na mão esquerda, um bracelete de cobra, dourado.

– Eu sou uma pessoa muito pontual, não? – Yesubai disse, bebericando a sua bebida.

Ignoramos aquilo.

A garota de violeta olhou para mim, me analisando.

– O que foi? – Perguntei.

Ela me ignorou. Fanindra também não estava entendendo.

– O que foi? – Retomei a pergunta.

Silêncio. Ela simplesmente me analisava. Bebi meu Frapuccino, tentando entender o que ela tanto olhava em mim.

– Meu santo Deus, Yesubai. O que é que você tá olhando?! – Perguntei, quase gritando.

Ela deu de ombros.

– Você tá meio diferente.

Dei um riso nervoso.

– Como?

Ela me analisou mais uma vez e deu um riso.

– Você está usando shorts? – Ela riu – Que milagre. O que aconteceu hoje para que você usasse isso?

Fanindra nos encarou.

– Do que vocês estão falando?

– Ela – Yesubai apontou para mim – Só usa calças.

Eu vi os olhos verdes da garota me encararem.

– Como assim?

– Eu não uso só calças – Retruquei – Eu usei uma vez na festa de Durga e... Eu não estou usando mais tanta calça assim – Resmunguei, passando a mão pelo meu short.

Fanindra riu baixo, enquanto Yesubai bebia o líquido que havia dentro de seu copo.

– Eu não consigo usar calça – Admitiu a garota de olhos verdes – Eu acho incomodo.

– E quando está frio?

– Meia calça. Pode parecer que não, mas ela esquenta muito bem.

Ficamos em silêncio durante alguns segundos, até que eu retomei a conversa.

– Desculpe a pergunta, mas você... Tem alguma obsessão por dourado?

Ela, que estava bebericando seu chá, engasgou-se e recebeu tapinhas nas costas dados por Yesubai.

– Parece que eu sou obcecada por dourado? – Ela riu.

– Só um pouco.

– Dourado é uma cor bonita... Acho que combina comigo. Por quê?

– Por nada – Disse, enquanto olhava para Yesubai que fazia uma careta para mim.

Terminamos nossas bebidas.

– Para onde vamos? – Perguntei.

As duas garotas deram de ombro.

– Eu não tinha pensado nisso – Yesubai admitiu, pensativa.

– Nós podemos ir pra sua casa – Disse – Eu posso fazer meus biscoitos de novo.

***

– Fanindra, você tem que provar os biscoitos que ela faz. São os melhores.

Eu estava tirando eles do forno da cozinha de Yesubai. Lógo em seguida, coloquei-os em um prato.

A garota de olhos violeta estava quase tirando um do prato e mordendo-o, quando dei um tapa em sua mão.

– Você não pode comer isso ainda – A reprendi – Estão quentes. Muito.

Ela fez bico.


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