Rachel

- Tio. – chamei entrando na sala dele seguida pela Quinn.

- Hey! – meu pai sorriu, sentado em uma das poltronas na sala – O que aconteceu que precisava falar com a gente de tão urgente?

- Primeiro eu quero saber se a Harmony já ta aqui.

- Já. – meu tio riu – Quer que eu vá buscar ela?

- Não. Precisamos resolver algumas coisas primeiro.

Meu tio apontou as cadeiras em frente a sua mesa e eu e a Quinn nos sentamos de frente para ele. Meu pai continuou na poltrona.

- Nós conversamos e... Quanto tempo demora um processo de adoção? – a Quinn perguntou.

- Eu suspeitei que vocês fossem querer a Harmony. Estou certo?

- Sim, esta. – eu sorri – Eu me apeguei a ela e a Q...

- Me diga uma coisa que eu não faça pela Rach, e eu te digo uma coisa impossível. – a Quinn disse e eu vi, pelo canto do olho, meu pai sorrir.

- Bem, eu já dei entrada nos papeis e pedi urgência. Eu posso interferir e em... Dois ou três meses no máximo ela estará com vocês.

- Espera ai. Você já deu entrada com o pedido de adoção?

- Ele nunca erra. – meu pai riu – Já pedi pra ele me ensinar a ver o futuro, mas eu tenho um irmão egoísta que quer esse dom só pra ele.

- Foi só um palpite. – meu tio riu.

- Dois meses. – murmurei.

- Se você levar em conta uma adoção normal... – meu tio começou.

- É pouco tempo. – meu pai o interrompeu – Então não reclama.

- O que foi que deu em você hoje heim? – a Quinn riu.

- Só estou de bom humor. – meu pai deu de ombros – Mais algum assunto a ser tratado?

Eu e a Quinn nos encaramos por um segundo antes de eu me virar para o tio Will.

- Quem assina minha demissão?

Mario

- Você ta brincando né?

- Não.

O silencio predominou por alguns instantes.

- E... O que você pretende fazer? – perguntei.

- Eu ainda não sei. – ela se virou pra mim e suspirou – Eu só não quero mais isso. Talvez eu me dedique a minha família por um ou dois anos e depois tente seguir meu sonho.

- Rachel, você ainda não tem uma família pra se dedicar.

- O casamento esta sendo planejado pra mudar isso. – Quinn disse

- Então vocês ainda vão casar. – sorri – Rachel, você tem certeza disso?

- Absoluta.

- Nesse caso, vou começar a providenciar isso. – o Will suspirou – Mais alguma coisa?

- Sim. A Sue já esta me esperando?

- Ela já deve estar é impaciente. – eu ri.

Rachel

- O que a criança quer comigo? – Sue debochou assim que entrei na sala.

A examinei por alguns minutos e sorri.

Ela estava algemada a cadeira, eu me perguntava como ela conseguia abrir o olho esquerdo. O rosto estava todo marcado.

- Parece que alguém aqui gosta de arrumar problemas. Me diga Sue, já lhe apresentaram a solitária?

- O que você quer Berry?

- Você não tem nenhum palpite?

- Eu já disse tudo o que eu tinha para dizer quando o seu pai me interrogou.

- Então deixe que eu te diga uma coisa. – falei depois de sentar na cadeira de frente para ela – Você conhecia o Brody?

- O que tem ele?

- Esta morto.

Ela me encarou por alguns minutos antes de começar a rir.

- E no que você acha que isso me afeta?

- Eu tinha razão. Você nunca se importou com seu filho.

- E eu deveria? Depois de ter dado ele para adoção?

- Não sei. Isso é você quem decide. Eu sei que eu me importei com a minha. Que, por ironia, era sua neta. – e quando eu disse isso, o choque dessa realidade me fez ficar parada por alguns instantes – Por sua culpa, seu filho matou sua neta, e depois acabou morto. Você é o ser mais repugnante que eu conheço.

- Você não tem o...

- Tirem ela daqui, por favor.

Eu mal havia acabado de falar e dois armários – por que, serio, eu vi muita gente forte trabalhando aqui, mas aqueles dois iam alem do imaginável – já estavam tirando ela de lá.

Respirei fundo algumas vezes, e senti uma mão no meu ombro.

- Você esta bem? – meu pai perguntou.

- Ela era avó da minha filha. A mulher que ferrou com a minha vida era avó da minha menina.

- Rach, você quer...

- Chame o Johnson. – pedi – E peça pra Quinn trazer a Harmony quando eu pedir, tudo bem? Eu não vou deixar de fazer mais nada por causa dela.