Orihime acordou. Estava deitada em um futon, com uma toalha em sua cabeça. Reconheceu vozes vindas de fora do quarto. Eram de Urahara e Yoruichi.

“E-Eu... desmaiei...? Ah, sim, na frente da loja do Urahara-san, assim que trouxe o...” Ela se levantou e ficou de pé rapidamente, ofegante. “... Ulquiorra...!!”

Orihime abriu a porta deslizante de seu quarto e encontrou Urahara e Yoruichi conversando sentados na mesa dos fundos da loja. Eles a olharam.

-­ Urahara-san, Yoruichi-san... Eu... Ele realmente... Voltou?

- Inoue, não vamos apressar as coisas... -começou Urahara, mas Yoruichi o cortou

- Kisuke, quantas vezes eu vou ter que lhe repreender? – Ele corou- Inoue, sim, o que você pensa ter visto é verdade. Ainda não sabemos como, mas de algum jeito ele voltou. E por outro motivo que não sabemos qual, ele ressurgiu aqui em Karakura. – Orihime se sentou, alarmada. Lagrimas embaçaram seus olhos de novo, mas não escorreram.

- Eu... – disse a jovem – eu vou falar com ele, eu preciso...

­- Ele está descansando, por favor, Inoue-san, espere-o acordar... Pode esperar aqui, se preferir – disse Kisuke

- Hai... Esperarei.

Orihime Pov. On

Acordei. Acordei simplesmente em um lugar que não era a minha casa. Parecia a loja do Urahara-san, mas eu não tinha certeza.

Havia tido novamente aquele sonho, Ulquiorra voltava de seu sono eterno. Simplesmente ele me procurava, me chamava.

Mas eu tinha a impressão que o havia visto há pouco tempo, e não os tantos meses que se passaram.

Até que me dei conta de que sim, não havia nem uma hora que eu o havia visto. Levantei-me rápido e saí do quarto em que estava.

Urahara e Yoruichi estavam sentados, tomando chá e discutindo sobre Ele. A confirmação de que eu estava certa surgira. Então disse:

-­ Urahara-san, Yoruichi-san... Eu... Ele realmente... Voltou?- eu não acreditava naquela possibilidade. Como? Quando? Onde? Por que ele virara um Howlie? De Hollow para Howlie? Achava que Hollows não tinham salvação. Achava.

Orihime Pov. Off

Ulquiorra Pov. On

Depois que Jinta me levou para aquele quarto para descasar eu praticamente apaguei em meus sonhos. Sonhei com minha casa. Eu estava de volta no Hueco Mundo, em meu quarto em Las Noches. Estava com minha espada, com minha fenda no peito e novamente sem o coração que hoje batia em meu peito.

A sensação de estar lá, estar de novo em casa era boa, mas faltava algo. Assim sendo, andei lentamente, com minhas mãos nos bolsos, em direção onde ficava a “cela” de Inoue.

Quando cheguei, ela estava lá. Sim, estava. Porém, estava deitada no sofá, com uma espada atravessando-a bem no coração. Senti uma dor no peito e me ajoelhei ao seu lado, inconformado com o corpo sem vida que ali jazia. Não minhas marcas, mas lágrimas de verdade, verdes como as próprias, apossaram-se de meus olhos. Assim meu sonho acabou.

Acordei no quarto e, como no sonho, havia lagrimas em meu rosto, mas diferente dele, meu novo coração estava batendo rápido, quase sem interrupções.

“Que droga!! De novo essa crise... Eu não aguento mais!”

Me sentei e as lagrimas escorreram em direção à minha boca.

Senti um reiatsu conhecido à minha esquerda, do lado da parede.

Sentada, lá estava ela, a pessoa que estava me dominando por inteiro, que me ensinou o que é coração, que me ensinou o que é o amor, “Orihime...”

Ulquiorra Pov. Off