Caio E Fernanda. escrita por Vanessa Carvalho


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Playlist novinha!

1) Legião urbana - Teatro dos vampiros;
2) Paralamas do Sucesso - Quase um segundo;
3) Elton John - Your Song;
4) Roupa Nova - Força do amor;
5) Phill Collins - One more night.



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O final de semana passou como um raio. Fernanda e Caio quase não se separaram. Durante todo o final de semana ficaram no apartamento dela. Foi bom, pois assim puderam se conhecer melhor, seus gostos, vontades, músicas preferidas. Fernanda se surpreendeu ao ver o quanto Caio era informado sobre o mundo. E se divertiu com algumas histórias da infância dele. Só não gostou muito quando ele começou a falar que adorava ir à baladas, mas com garantia de que não fazia mais isso.

Ele, por sua vez, bombardeava Fernanda com todo tipo de pergunta que pudesse fazer para conhecê-la melhor.

- E por que você quer saber o tipo de shampoo que eu uso? – Ela perguntou sorrindo certa hora do dia.

Não era somente o shampoo que Caio queria saber, era tudo, da comida preferida ao livro preferido. Torceu o nariz quando soube que sua namorada era uma leitura compulsiva de livros para mulheres no melhor estilo Jane Austen. Lembrou que sua irmã também lia esses livros e que todas às vezes, fingia ser o herói das histórias que ela lia apenas para perturbá-la. Mas se surpreendeu quando soube que ela também lia ficção científica e leituras mais masculinas, principalmente policiais. Realmente ela era uma mulher diferente de todas as outras com quem já conversou.

A semana começou e Fernanda teve que voltar ao trabalho. Audiências e reuniões com clientes tiraram um pouco a atenção dela do início do namoro, mas sempre que podia ligava para Caio, ou vice-versa. Nunca perdiam contato. Fernanda teve que prometer a Inês que a chamaria para um jantar para poder apresentar Caio a ela.

No meio da semana, Fernanda teve que visitar Julia. Mesmo sob protesto de Caio, ela se dirigiu até a antiga casa do deputado. Ela não aceitava conversar com outra pessoa que não fosse Fernanda. Já que esta estava tratando de sua defesa, assim como a de Alexandre. Ele, inclusive foi motivo de ciúmes de Caio, que não queria que Fernanda ficasse sozinha com ele por muito tempo. Mas esse ciúme era abrandado quando este chegava ao apartamento dela para passarem um tempo juntos.  As noites de amor eram regadas a muitos carinhos, beijos, toques, amassos e orgasmos.

Certa vez, dona Maria a recebeu de braços abertos, agradecendo por ter tirado seu menino da prisão, e falando que sabia que eles iriam acabar juntos de alguma forma. Era como se o destino conspirasse a favor deles, e que dificilmente eles iriam se separar. Caio apenas respondeu que Maria possuía algo de bruxa, assim como todas as mulheres.

E assim a vida deles seguiu durante várias semanas. Não muito longe deles, Pedro e Ness se encontraram numa noite fria de sábado. Ness queria saber como estavam as coisas, se ele sabia de alguma novidade. Pedro falou que Fernanda e Caio dificilmente se separavam e que andavam cercados de seguranças a paisana, mas que não era difícil identificá-los. Quanto aos horários de Fernanda, Pedro falou para Ness não se preocupar, pois os conhecia de cor.

No escritório, Inês e Fernanda descobriram algo importante sobre o traficante responsável pela morte da irmã de Caio.

- Você sabe que se ele descobrir que estamos investigando...

- Eu vou contar no tempo certo, Inês. Só preciso falar com o Tiago para que ele possa me contar mais sobre esse tal de Ness. Pelo que vi aqui, o Caio foi um dos que depôs contra ele.

- Quando ele vai retornar sua ligação?

- Assim que souber de alguma coisa mais concreta. Aparentemente, Ness não se envolveu em nada desde que saiu da prisão.

- Então estamos perdendo tempo, não?

- Segundo ele não. Ele disse que o Ness não é de ficar parado, e que se está assim andando na linha, é porque está planejando algo muito sério. Ele só não sabe o que. E sabe que tem um cúmplice.

- E o que vamos fazer então?

- Bem, vou tentar falar com ele hoje. Tiago tem certeza absoluta de que ele está envolvido com o que aconteceu, mas que quer ter mais provas.

Cristina também estava tentando descobrir qualquer coisa sobre Ness, tanto que, ao saber disso, seu editor pediu que ficasse de fora, pois soube que o traficante era perigoso demais, mas ela não o escutou. Continuou investigando, junto com suas fontes todas as informações que conseguia dele. Por várias vezes, Fernanda também falou para que a amiga não se envolvesse, pois eles, no escritório tinham pessoas mais qualificadas para ficar vigiando Ness e que era perigoso para ela, mas Cristina simplesmente falava que estava tudo bem.

O problema que o instinto jornalístico de Cristina a impedia de ter bom senso então ela continuou. Andava por várias favelas, onde conhecia várias pessoas para conseguir o que quer que fosse. Num sábado, ela e Inês foram a um local mais afastado, pois, segundo Cristina, havia uma pessoa que tinha informações concretas sobre os esquemas de Ness e quem era o seu cúmplice.

Neste sábado, Ness e Pedro se encontraram em um galpão abandonado para discutir assuntos sobre Fernanda e Caio e sobre a próxima remessa de cocaína para fora da cidade. Pedro estava envolvido até os dentes com Ness e já não se importava com muita coisa. Pedira licença do gabinete e alegou precisar cuidar mais da saúde para a mulher dizendo que iria para uma clinica de repouso. Na verdade, ele estava hospedado numa casa alugada próxima a casa de Fernanda. Anotava a hora que ela saía e entrava, os dias que encontrava Caio e os dias que dormia sozinha. Para azar dele, ela quase nunca dormia sozinha, e quando fazia, três seguranças de Caio ficavam vigiando o prédio.

Cristina e Inês estavam paradas em um local atrás de umas caixas quando viram Ness entrar conversando com uma pessoa. De onde estavam só conseguiam enxergar Ness, então tiveram que se locomover para poder enxergar melhor. Cristina estava com uma máquina fotográfica, dessas de bolso, mas com um potente microfone e tentava filmar tudo o que estava vendo. Quando a pessoa entrou no campo de visão das duas, Inês teve que se controlar para não gritar. Pedro estava parado conversando com o traficante. Estava com uma camisa velha, uma calça rasgada e um boné, mas ela reconheceria aquele rosto, mesmo se estivesse num local completamente isento de luz.

Cristina se aproximou mais um pouco para poder gravar melhor, mas ao se mover, esbarrou numa barra de ferro, que caiu fazendo um barulho enorme chamando a atenção de todos que estavam dentro do galpão. As duas não tiveram muito tempo para fazer muita coisa. Inês saiu correndo assim que a barra caiu, mas Cristina tropeçou e escorregou numas serragens que havia no chão atrasando-a. Ness, Pedro e alguns capangas viram as duas e sem perder tempo tentaram segurá-las. Elas já estavam próximas do carro de Inês que entrou primeiro. Cristina pulou para dentro do carro fechando a porta em seguida.

De onde estavam, Ness e Pedro não conseguiriam alcançar o carro a tempo, então começaram a atirar em direção ao carro de Inês que sem se preocupar se havia pessoas na frente ou não, acelerou o máximo que o carro permitia. Ness atirava com todo tipo de arma que dispunha. Várias balas acertavam o carro, mas Inês se preocuparia com isso depois, primeiro queria sair daquele lugar.

Somente quando estava na autoestrada foi que diminuiu até a velocidade máxima permitida olhando para ver se estavam sendo seguidas. Começou a se acalmar.

- Droga Cristina, eu tinha que ir por essa sua cabeça louca não é? Onde eu estava com a cabeça? Você está bem? – Inês perguntou se virando para falar com a amiga.

Cristina estava dentro do carro, olhando para ela, mas não respondeu a pergunta, nem qualquer outra que Inês fizesse. Na hora da fuga, passando correndo para fugir dali, uma das balas era pra ter acertado Inês. Ness fez mira para acertar em sua cabeça, mas a bala encontrou Cristina antes. Entrou pelas costas acertando o coração.

Gritando, Inês ainda tentou levar a amiga para o hospital. Não quis saber dos protocolos de segurança, quase quebra a porta do hospital com o carro implorando por ajuda. Era tarde demais. Cristina ainda entrou para a sala de operação, mas os médicos não puderam fazer nada. Ela já chegara morta.

Tremendo, Inês não soube o que fazer nos primeiros instantes. Chorou, se desesperou, chamou a equipe médica de incompetente, mas nada traria Cristina de volta a vida. Foi preciso que ela tomasse um calmante para parar com o escândalo que estava fazendo no hospital.

Passado um tempo, Inês viu no celular de Cristina uma ligação e uma mensagem de Jorge: “Vida, onde você está? O jr está sentindo falta da mãe e eu também. Eu amo você.” Inês sabia seria ela quem daria a notícia para eles. Mais calma, respirou fundo e retornou.

- Alô, vida, nossa onde você está? Já passou da sete da noite.

- Jorge, sou eu a Inês.

- Ah, oi Inês, desculpe, foi que você ligou do celular da Cristina e...

- Jorge, eu... Tenho algo para contar pra você. – Inês estava tentando arrumar uma coragem que ela não tinha.

- Pois não, fale!

- É sobre a Cristina... Ela...

- O que houve com a minha mulher, Inês? Cadê a Cristina?

- Ela... Eu... Eu sinto muito, eu tentei tirar essa ideia da cabeça dela mais ela era teimosa demais e...

- Cadê a minha mulher, Inês? – Jorge perguntou com um tom sombrio na voz.

- Ela... Estamos no hospital municipal no centro.

- Estou indo.

Por mais distante que o hospital fosse da casa deles, Jorge chegou ao hospital em menos de 10 minutos, num percurso que naturalmente levaria quarenta e cinco. Entrou passando como um furacão pela recepção atrás de Inês. A encontrou numa pequena sala sozinha, de cabeça baixa. Assim que a viu soube o que aconteceu. Ajoelhado, abraçou-se a Inês e ambos começaram a chorar.

Cristina estava morta. Agora, eles teriam que ligar para Fernanda para avisar que sua melhor amiga havia morrido. Foi a pior ligação que Inês fez.

- Alô, oi Inês, nossa você está sumida! – Fernanda estava em casa, com Caio assistindo algum filme que estava passando na TV.

- Fernanda, escute eu tenho algo para falar pra você.

- O que aconteceu? Quem morreu desta vez? – Fernanda perguntou sorrindo sentada no colo de Caio.

- Você está com o Caio? – Ela perguntou séria.

- Sim. O que aconteceu? – Fernanda soubera que acontecera algo mais sério quando Inês ignorou a brincadeira dela.

- Escute Fernanda, você precisa ser forte. A Cristina ela... – Inês não precisou terminar. Ouviu um grito de dor de Fernanda e logo em seguida soluços fortes.

- Alô, Inês, é o Caio. Onde vocês estão? Certo, estamos indo. – Caio desligou, levando Fernanda até o hospital.


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Notas finais do capítulo

Por favor, não me critiquem... Às vezes uma morte sempre é necessária.

Continuem prestigiando!

Beijos! ^.^



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