O Cajado Da Primavera escrita por Natacha


Capítulo 3
Lírios também podem sorrir


Notas iniciais do capítulo

Escolhi essa imagem pra "capa" do capítulo por causa do gelo e do sorriso *w* O que meio que tem haver com esse capítulo né, sempre que puder coloco uma imagem de capa, pra representar algo no capítulo, acho q assim ás vezes fica até mais interessante não é? =D Aproveite a leitura ^^



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No outro dia acordei e logo olhei pra janela, meu Lírio ainda continuava lá, era um alívio saber que não era um sonho o que tinha acontecido no dia anterior. Pude me arrumar com mais calma dessa vez, havia acordado mais cedo porque também precisava passar na biblioteca da escola antes da aula. Desci para a cozinha, meu pai estava da mesma forma que no dia anterior, em cima da mesa haviam Waffles quentinhos e um pote de mel do lado. Disse bom dia ao meu pai e me servi.

--- Resolveu acordar mais cedo hoje foi? --- Perguntou ele abaixando o jornal.

--- Preciso ir à biblioteca, e ontem acabei chegando atrasada, não quero ter que passar por isso de novo.

--- Hm... Conheci o novo vizinho ontem. Ele parece ser um bom homem, pelo visto adora flores! Ele disse que tem um filho e que estuda na mesma escola que você, você o conheceu?

      Parei de mastigar, enquanto isso meu pai passava o mel em seu waffle.

--- Uhum... --- Foi a única coisa que consegui dizer com a boca cheia. Engoli e continuei. --- Ele estuda na minha sala.

--- Que bom! --- Disse meu pai voltando sua atenção a mim. --- Vocês podem se tornar amigos.

      Acho que eu ter amigos era o sonho do meu pai, não podia dizer que ele estava errado, ver sua filha crescer “solitária” devia ser algo torturante para um pai.

--- Na verdade eu já o tinha visto antes. --- Falei.

--- Ah, parece que ele não tem mãe. --- Disse meu pai me interrompendo, só então percebeu o que eu havia falado. --- De onde?

--- Do acampamento.

        Meu pai ficou um pouco sério e pensativo.

--- Isso explica a história da mãe. --- Concluiu ele. --- Que por sinal é?...

--- Perséfone. --- Respondi. --- Por isso as flores.

         Olhei a hora no relógio, achei melhor ir logo para dar tempo de passar na biblioteca. Levantei peguei minha mochila, dei um beijo na bochecha do meu pai e me despedi. Quando saí observei a casa de Will, o pai dele estava montando uma espécie de estufa para as plantas, provavelmente pra mantê-las vivas durante o inverno.

        Chegando na escola fui direto para a biblioteca, sessão: Plantas. Peguei um livro sobre floricultura, tinha de haver algo sobre Lírios... achei! Fui até a recepcionista e peguei o livro na minha ficha, fui para a sala ainda lendo, haviam várias outras espécies de plantas lindas. Sentei no meu lugar, quase ninguém havia chegado, fiquei lendo as instruções de como cuidar de um Lírio.

--- “Como cuidar de plantas: Simples e Fácil”

       Levei um susto, Will havia chegado e estava na minha frente.

--- Ah, bom dia. --- Falei surpresa.

        Ele respondeu de volta, colocou sua mochila em sua carteira e depois foi para trás de mim e leu o capítulo em que eu estava:

--- “Lírios”. --- Leu ele em voz alta. --- Isso quer dizer que você gostou mesmo da flor!

       Will abriu um sorriso e depois pegou uma caderneta de seu bolso. Ele sempre andava prevenido para tudo?

--- Posso? --- Perguntou ele pedindo permissão para usar minha caneta. Eu assenti e ele começou a escrever na caderneta, depois arrancou a folha e meu deu. --- Aqui estão as instruções que precisa.

      Li a folha “Coloque em um local com boa iluminação, não deixe a areia do vaso secar completamente (molhando sempre que necessário).....”

--- Obrigada. --- Agradeci.

--- Eu vi que você o colocou na janela do seu quarto...

--- Tem algum problema? --- Perguntei preocupada achando que havia feito algo de errado.

--- Não, não. --- Respondeu ele rindo. --- Só quis comentar o fato.

      Não queria deixar a conversa morrer então para continuar perguntei:

--- Porque vocês se mudaram para cá?

--- Bem... Canadá é conhecido por ter as quatro estações bem definidas, meu pai achou que seria um bom local para cultivar diferentes espécies de plantas. Como esperado, ele tem uma floricultura. 

       Ri imaginando meu pai tendo uma fábrica de gelo. Nem todos queriam se lembrar de seus amores passados.

--- Sabe, eu costumava ver você sozinha no acampamento... E quando cheguei fiquei realmente surpreso em ver você, parece que por aqui não tem muita diferença também.

--- É que... As pessoas costumam me achar um pouco... Estranha.

--- Prefiro usar o termo “exótica”, plantas exóticas são geralmente as mais surpreendentes.

      Nossa conversa foi interrompida com a professora entrando na sala e pedindo para que todos se sentassem e ficassem em silêncio. Virei para a professora, ela começou a aula e quando se virou para anotar no quadro Will jogou um papel em minha mesa. Abri e li: “Não se preocupe, eles apenas não perceberam que você ainda está desabrochando, para facilitar um pouco, experimente sorrir mais.”

      Virei-me e ele havia cruzado os braços sobre a mesa e encostado sua cabeça, olhou para mim e sorriu, não pude evitar, dei um leve sorriso.


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