Nisi Amare escrita por LA_Black


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Lolitta: Heey aqui estamos mais uma vez! Desculpem era pra eu ter postado ontem, mas eu tive alguns problemas pessoais e não consegui postar. Eu estou muito feliz de estar fazendo essa fic com a LA, eu fiz uma nova amiga, que no caso é ela e aprendi muito com ela, queria agradecer muito mesmo a ela e por tudo o que ela me esinou e fez. Beijoos



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CAPÍTULO 3

Havia amanhecido e a sombra na entrada da casinha de madeira mostrava que não só o Sol estava acordado naquela manhã.

Jacob estava sentado sobre a cerca da varanda desde as quatro horas da matina. Perdera o sono no meio da noite e, para não acordar os outros de tanto se remexer no colchão, saíra da casa. Aquela vontade de ficar sozinho o abatera novamente. Não era ficar sozinho... Era algo que ele buscava e a solidão ajudava, em parte, mas ainda faltava alguma coisa.

Preparando-se para levantar-se dali, espalmou as mãos na madeira e, num impulso, pulou para o chão.

De volta a casa, passou nos quartos e acordou os irmãos. Resmungos não o impediram de fazer barulho nem de abrir as janelas para deixar o ar circular. Lavou o rosto no único banheiro da casa e passou na cozinha para um lanche. Os anos que passara sozinho com o pai o ensinaram a cozinhar um pouco, não era como a comida da Emily, esposa do antigo alpha, mas matava a fome.

— Lavem a louça antes de sairmos — decretou após engolir um pedaço da omelete.

— Jake! Cara... Não podemos lavar a louça! — Collin brandiu deixando escapar um pedaço da comida que estava na boca.

— E por que não?

— Isso é coisa de mulher! — Olhando para o melhor amigo, Brady sorriu.

— Então flores, vocês dois estarão responsáveis pela organização da casa esta semana.

— Isso não é justo — ambos resmungaram, com raiva das risadas de Seth e Embry.

— E vocês dois parem com o riso, — apontou os dois engraçadinhos que restaram – semana que vem a casa é de vocês.

— Droga — Embry resmungou e olhou para o relógio que havia sobre a geladeira azul desbotado. — Temos que ir Jake, não temos ideia de onde é essa tal de reunião do Conselho.

O alpha assentiu e olhou para os dois mais novos, uma ordem muda para ambos fazerem o que lhes foi pedido antes de saírem da casa.

Poucos minutos depois, os cinco andavam pela rua principal da cidade. As roupas brancas contrastando com a cor morena da pele... Era uma visão e tanto para a população feminina.

As casas da rua eram iguais a que estavam hospedados. Pequenas, de madeira e com a pintura gasta. Apesar da aparência interiorana, era aconchegante. Como uma maquete escolar bem pitoresca. A natureza estava presente não só no horizonte, por se tratar de uma cidade vizinha a uma reserva natural. Os moradores dali pareciam necessitar de algo natural. Nas janelas havia vasos de plantas de todas as cores. Flores nasciam em lugares inimagináveis, pneus, latas de alumínio e até em leiteiras antigas. Os pássaros pareciam viver ali em perfeita harmonia com os humanos. Sem gaiolas os prendendo, eles iam e vinham quando bem entendiam e davam o toque final de vida ao lugar.

Agora Jacob entendia o desespero de Elias ao contar que não só os humanos estavam morrendo. Os animais eram parte dali. Um membro insubstituível, como um braço ou uma perna.

Não precisaram pedir informação para ninguém, já que bem no meio de uma praça havia um coreto que abrigava, aproximadamente, dez pessoas, todas vestidas de branco e com uma expressão nítida de preocupação. O Conselho de La Push não era tão grande assim.

Atravessaram as estreitas passagens de concreto que separavam as dezenas de canteiros feitos por gramínea e flores do campo e subiram as escadas que levavam para o interior da construção. Elias estava sentado bem em frente a única saída, em uma posição clara de destaque.

Cinco cadeiras estavam dispostas entre um homem de meia idade, que parecia ser único a ostentar um sorriso sincero, e uma mulher jovem demais para ter as rugas de expressão na testa e o rosto numa carranca indiscutível. Jacob sentou-se ao lado dela, sendo seguido por Seth, Embry, Collin e, por último, Brady.

No início, a reunião seguiu o mesmo roteiro das reuniões quileutes: saudação e uma oração na língua materna feita pelo líder, que, no caso, era Elias.

— Nosso povo está em perigo — a voz de Elias provocou um silêncio mortal ali. Os pássaros deixaram de cantar como se soubessem que aquele não era o momento oportuno. — E como, em muitos momentos, nós não podemos salvá-lo sozinhos. Por isso solicitei a ajuda dos quileutes — sinalizou para os rapazes.

— E como acha que eles nos ajudarão? — A mulher da carranca, ao lado de Jacob, elevou o tom à medida que falava. — Da última vez em que estiveram aqui não fizeram nada além de nos roubar.

— “Nos” roubar, Sibila? — O homem parou em frente a ela com as mãos enfiadas nos bolsos da calça imaculadamente branca.

— Sabe muito bem do que falo, Elias — os olhos castanhos da mulher se enegreceram de raiva. — Como acha que essas crianças nos ajudarão em algo? Eles ao menos sabem o que somos?

— Esse é o motivo desta reunião. Não viemos aqui brigar. Crianças e animais estão sendo mortos lá fora! — Apontou para a mata visível. — São seres vivos! O seu dever, o “nosso” dever é cuidar deles. Não somos guerreiros Sibila, sabe disso. O que quer que esteja nos atacando não é humano e sabe penetrar nossas barreiras. Não conseguiremos sozinhos.

— Você é quem sabe — a mulher, Sibila, levantou-se da cadeira quase a derrubando no processo e olhou para Jacob soltando faíscas pelos olhos. — Não vou concordar com isso e nem ficarei perto deste Black.

Jacob nunca imaginou que pensaria isso, mas ele desejava ter o poder do Cullen só para saber o que se passava na cabeça da mulher.

Quando ela saiu carregando consigo o ódio mortal que sentia por um homem que ela nem conhecia, os que estavam lá a observaram caminhar decididamente para uma casa vermelha cheia de gérberas na janela da frente. A sombra de uma enorme macieira a tampou no momento em que ela, ao invés de seguir para dentro, deu a volta pelo lado da casa seguindo para os fundos.

Elias soltou um silvo baixo, sua versão de um xingamento mais pesado.

— Peço desculpas por ela rapazes. Às vezes, Sibila consegue ser intragável. — Jacob apenas assentiu por si e pelos outros, mais preocupado em descobrir o porquê daquela raiva direcionada a ele.

Passando a mão na testa, Elias começava a sentir as pontadas que se transformariam em uma forte enxaqueca em algumas horas. Talvez fosse hora de abandonar os rodeios e ir direto aos assuntos de suma importância.

— Estes são Brady, Collin, Embry Call, Seth Clearwater e Jacob Black. Eles serão nossos protetores enquanto estiverem aqui e nos ajudarão a encontrar a fonte dos ataques. Jacob é alpha. — Uma onda de compreensão passou pelo rosto das pessoas e elas olharam para o líder do pequeno grupo com uma onda de respeito a mais. Pareciam entender o peso que aquela simples letra do alfabeto grego causava às costas do Black mais jovem.

Com um gesto, Elias pediu que Jacob se erguesse e falasse... falasse qualquer coisa. Mas Jacob nem sempre era bom com palavras.

Ele arranhou a garganta com um pigarro, antes de se erguer e olhar para o sol que parecia bem tímido no horizonte.

— Quero agradecer pela casa que nos disponibilizaram — pousou o olhar em Elias. — É muito mais do que esperávamos e foi um gesto generoso da parte de vocês, considerando a situação em que estão. É... — O que mais falar... o que mais falar... Enfiou as mãos suadas nos bolsos de trás da calça. — Meu pai não explicou muito sobre o que acontece aqui. Ele só disse que vocês têm uma conexão forte com a natureza e, como o senhor Elias disse, não são guerreiros como nós. O que vocês possuem que atrairia a atenção de outras pessoas? Considerando que são pessoas.

Uma senhora de cabelos brancos enrolados em uma longa trança que descansava em seu colo foi a primeira a lhe falar. Para Jacob, o rosto dela não era totalmente desconhecido como o dos outros.

— Nós falamos... — Foi interrompida pelo senhor ao lado de Brady, inicialmente ele parecia muito amigável, mas agora, não tanto. — Ora James. Eles têm que saber. — Voltou a olhar para Jacob. — Nós falamos com os animais.

Era brincadeira, não era?

Os rapazes pareciam ter a mesma reação.

— Espere aí. — Collin passou a mão esquerda pelo cabelo curto e a pulseira de prata que usava balançou no ato. — Vocês falam com animais, que nem o Eddie Murphy no Dr. Dolittle?

Se olhar matasse, Collin já estaria a sete palmos debaixo da terra. Os membros do Conselho lhe fulminaram após a comparação esdrúxula com o filme.

— Não escutem o Collin. O filtro entre o cérebro e a boca dele foi danificado em algum momento de sua vida. — Jacob quis arrancar a língua do amigo. Se falavam com animais o problema não era deles.

— Sem problemas — a senhora respondeu. — E nós não falamos com os animais daquela forma — falou especialmente para Collin, que se encolheu na cadeira com a expressão da mulher. — Nos comunicamos com eles não com palavras. É algo... Único. Nunca poderão entender se não virem.

— Mas vocês acreditam que é por isso que eles estão atacando Lorem?

— Pode ser o motivo, Jacob. Não sabemos. Muitos conhecimentos foram perdidos ao longo dos anos. Podem ter parado em mãos indignas.

Eles não faziam ideia de quem poderia querer esse tipo de “poder”. Afinal, pra que iriam precisar de alguém que sabia falar com animais?

Porém, antes que pudesse perguntar outra coisa para a senhora, um grito cortou a manhã.

A casa pintada de vermelho cuspiu a mulher que recepcionou Jacob com sete pedras nas mãos. Mas agora ela não carregava a expressão de descontentamento habitual. Seu rosto estava em completo desespero. A pele morena estava mais pálida e os olhos castanhos, tão vermelhos quanto a casa de onde saíra.

Em passos vacilantes ela chegou até o coreto e caiu nos braços de Elias.

— Pegaram ela, Elias — soltou um soluço antes de passar a mão pelos cabelos escuros. — Pegaram a Kahli.

Ao escutarem o nome da mulher desaparecida, os outros tomaram as dores de Sibila e também se desesperaram. Parecia que ninguém esperava pelo acontecido.

Para não alarmar ainda mais a situação, Jacob chamou os companheiros em um canto:

— Saímos em cinco minutos. Encontro com vocês na entrada da mata aqui em frente. Saiam sem fazer alarde. Eles não precisam de mais problemas.

— Vamos procurar por essa Kahli? — Collin perguntou.

— Sim.

— Mas nem a conhecemos! Se soubéssemos o que procurar ajudaria mais, não acha?

— Sabemos o que procurar. — Brady o olhou curioso. — Uma mulher.

Como combinado, eles saíram, deixando Jacob com o Conselho.

Não foi fácil passar pelas pessoas que estavam prontas para consolar Sibila. Elas tomaram as dores da mulher como uma verdadeira família faria. Afinal eles eram uma família, a cidade pequena, o segredo que os moradores compartilhavam... tudo contribuía para que eles tratassem-se como uma grande família.

A partir do momento em que recebeu a notícia, Elias se desligou do mundo real e se trancou em algum lugar de sua mente. Era óbvio que o homem tinha uma ligação bastante estreita com a mulher desaparecida.

— Nós vamos atrás dela. — Jacob falou chamando a atenção para si.

— Não preciso de você Black. — Sibila esqueceu a tristeza para dar uma má resposta em Jacob.

— Por favor... — Elias tentou convencer a mulher.

— Não. Não quero que ele vá procurar pela minha filha. Não posso.

— Não sei o que a senhora tem contra mim, mas não pode esquecer isso por algumas horas e se preocupar com sua filha ao invés de se prender a um orgulho sem motivos?

— Eu tenho minhas razões.

— Pode ir Jacob — Elias a ignorou. — Tem minha benção.

O rapaz assentiu e andou em direção à entrada da mata. Sem dizer qualquer palavra, ele tomou a frente do grupo.

A transformação ocorreu sem que ele ao menos percebesse. O calor, a queimação correndo pelos músculos... De repente a visão aprimorou-se, assim como a audição e o olfato. Ele estava no modo caçador e pretendia encontrar Kahli não só para devolvê-la à família, mas para mostrar à Sibila que ele era um homem de palavra e que ela poderia, sim, confiar nele.


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