Nisi Amare escrita por LA_Black


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

notas/LA_Black:
Finalmente! Nyah voltou... Atualização de Nisi Amare. Amanhã tem a estreia de Em Chamas e eu vou na primeira sessão... *o* Tudo perfeito!
Ah! Tenho um aviso, vou postar a fic todos os sábados, okay? Menos esse, então começa semana que vem. Tentei aumentar o capítulo - sugestão da vava :D -, é difícil, mas aos pouquinhos me adapto. Beijos amoras e aproveitem.



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Samantha olhava desconfiada para a melhor amiga sentada no sofá de sua sala. As pernas cruzadas sobre o estofado balançavam em sinal de impaciência e as mãos batucavam a almofada amarela que estava em seu colo. Apesar de não passar das nove horas e ser seu dia de folga, ela tinha os lábios cheios de gloss e os olhos, castanhos esverdeados, contornados por lápis, os cabelos, negros como os de Kahli, estavam amarrados fortemente em um rabo, deixando o rosto moreno livre.

— Agora é a hora em que você me conta porque chegou a minha casa, praticamente, na madrugada de sábado. — Apontou em sussurros por causa da filha que dormia no quarto próximo.

— Me desculpe por isso, Sam. — Kahli a olhou culpada. Aparecera sem avisar na casa da amiga, e, se não bastasse, de “mala e cuia”.

— Não mude de assunto! — Samantha arregalou os olhos e franziu os lábios, usando a mesma cara que fazia com Selena, quando a menina fazia algo errado. De alguma forma, Kahli sentiu medo da amiga. Estava claro ali quem era a mãe.

— Não estou mudando de assunto! Sinto muito por invadir sua casa, mas não tinha nenhum outro lugar para ir.

— Você é minha amiga e minha casa tem quartos demais para apenas duas pessoas. — Sam abrandou a expressão por alguns segundos. — Agora não rodeie e, bote para fora o porquê de estar aqui e não na casa de Sibila.

— Saí de casa.

— Finalmente! — Exclamou jogando as mãos para o alto. — E não me diga que aquele ser de corpo completamente harmonioso teve alguma coisa a ver com isso.

O modo como Sam falou sobre Jacob fez Kahli gargalhar silenciosamente. Em um momento ela era a mais velha tentando arrancar alguma confissão e, em outro, se tornava a adolescente com adjetivos incrivelmente criativos para homens bonitos.

— Eu ainda estou tentando entender porque eu saí, Sam.

— Não me venha com essa desculpa Kahli. Você, de nós duas, é a que sempre gostou de pensar mais e veja onde isso deu?! — Gesticulou para as mochilas no chão.

— E você, que não gosta de pensar... — Kahli deixou a frase em aberto para a amiga completar.

— Acabei engravidando de um “gringo”? — Semicerrou os olhos, fingindo, propositalmente, uma cara de brava. — Sim, eu engravidei daquele idiota, mas... — levantou o indicador para o teto — você não pode negar que eu escolhi bem. Porque, sério mesmo, ele tinha os melhores espermatozoides da região e era bonito. Sabia que homens bonitos tendem a ter espermatozoides mais bonitos e saudáveis do que homens feios? Li isso em uma pesquisa de alguma universidade importante. — Terminou o comentário com um sorriso de orelha a orelha. De mãe responsável a jovem “espertinha”, tudo isso em poucos segundos.

— Quando foi que nossa conversa chegou a espermatozoides?

— Quando você resolveu me retrucar. Agora desembuche!

— Okay. — Pigarreou antes de retomar as palavras. — Olha, eu estou bem e inteira, então não se preocupe com o que vou dizer agora.

— Entendi, agora me diga o que aconteceu.

— Invadiram minha casa ontem à noite e tentaram me pegar.

Samantha ficou estática por apenas alguns segundos, mas eles foram suficientes para que a amiga se preocupasse a ponto de correr para sentar-se ao seu lado.

— Sam!

— Oh meu Deus! — Sussurrou abraçando Kahli. — Você está bem, não é?

— Estou. Disse para não se preocupar. — Sentiu a camisa que usava ficar molhada.

— O que me pede é algo impossível, Kahli! — Falou soltando-se da amiga e secando os olhos com as costas da mão, fazendo o lápis preto manchar o restante de seu rosto. — A gente ignora o que acontece com os outros ou, pelo menos, finge que não supera os desaparecimentos, as mortes. Mas quando isso acontece com alguém que gostamos é...

— Devastador — completou a frase, engolindo em seco.

— Isso mesmo.

— Mas agora vem a parte que você, provavelmente, irá surtar.

— Não me diga que conseguiu descobrir quem está sequestrando os nossos e, de quebra, matou um?

— Quem dera — falou tristemente. — Não, Sam, nada disso ocorreu. — Suspirou, recordando-se de como o temor havia desaparecido, assim que, o enorme lobo surgira. Ela sabia que o lobo era ele. — Jacob me salvou.

— Como?! — Samantha questionou-a com um sorrisinho nos lábios.

— Não é nada disso, Sam. — Negou o que sabia que a amiga estava pensando, mesmo sabendo que não havia sido apenas uma ajuda, um auxílio.

— Então o que foi?

A ansiedade estava de volta, mas, dessa vez, por motivos diferentes. Kahli queria dizer o que estava se passando dentro de si, mas como contar sobre algo que ela não tinha o menor conhecimento do que era? Por isso, ergueu-se da poltrona e caminhou pelo cômodo de um lado a outro. Os dedos retorcendo-se de nervosismo não ajudavam em nada e a calça, de número bem maior que o seu, arrastando-se no chão, também não.

— Kahli! — A amiga chamou-a. — Eu sei que você ama pensar e mandar nos outros, e guardar tudo só para você, também, mas tem que me contar o que aconteceu. Melhores amigas, lembra?! — Kahli assentiu, concordando. — Ótimo. Eu entendi que você foi atacada e que Jacob a salvou... Mas não foi só isso, foi?

— Não. — Balançou a cabeça, acentuando a resposta.

— Então conte.

Kahli desviou o olhar para a camisa de um time de futebol que ela desconhecia. A peça ainda tinha o cheiro de Jacob.

— Eu iria ser pega, e estava tentando ignorar o nome dele piscando na minha cabeça a todo momento. Não deu certo — sacudiu os ombros, como se não se importasse. — Quero dizer, isso de ignorar. Eu o chamei e ele veio.

— Jacob.

— Sim — não foi uma pergunta, mas, mesmo assim, Kahli respondeu. — E quando eu estava prestes a apagar, eu o senti. O calor do corpo. O cheiro — fechou os olhos recordando-se da sensação. — Eu mal lembrei-me disso mais cedo, por causa da minha mãe. A única coisa que eu tinha certeza era de que, se ela não aceitava Jacob e não tinha a humildade de agradecer a ele e aos outros, então eu não podia conviver com ela — suspirou com tristeza. — Eu me cansei de tê-la mandando na minha vida, no meu futuro. Não aguento mais os resmungos dela sobre a família Black. Só quero um pouco de paz. Depois Jacob me ajudou com a mudança e, ao chegarmos aqui na porta ele me bombardeia com aquele sorriso brilhante e me chama para sair. É muita coisa para processar.

— Espere, — Sam pausou a fala dramaticamente e apontou o dedo para o teto — Jacob te chamou para sair?

— Você escutou o que eu disse?

— É claro que escutei! Você tem essa atração louca por um cara que conheceu há três dias — terminou com um sorriso do gato de Cheshire.

— Não é só isso, Sam! — Engoliu em seco pensando se iria mesmo dizer aquilo. — Tem algo nele que...

— Te marca — completou Samantha, a voz soando bem mais séria que o usual.

— É. Uma marca que está gravada na minha pele a ferro e fogo.

...

Essa podia ser a segunda reunião do Conselho de Loren que ele participava, mas parecia que sempre se impressionaria com o número de pessoas e com o modo que algumas delas aparentavam odiar tomar parte daquilo.

Sibila parecia uma cascavel pronta para “dar o bote”. Talvez ainda não fosse com a sua cara, e nunca iria, principalmente depois que ele ajudou a filha da mulher a fazer as malas e ir embora de casa.

Ossos do ofício... Ninguém possuía a capacidade de agradar a todos.

Elias chamou a atenção para o início do encontro.

As caras assustadas dos presentes divertiam um pouco os rapazes da matilha, claro, os motivos não eram divertidos, mas poder esfregar na cara deles que os quileutes eram, sim, úteis e eficientes colocava-os em uma situação bastante confortável.

— Sim, eles foram chamados aqui para isso, não? — Retrucou Sibila, destilando veneno, e Elias suspirou descontente. Jacob não desejaria tomar o lugar do homem nem por milhões de dólares.

— Mais alguém tem algo a acrescentar? — O Líder perguntou, aparentemente ignorando a última manifestação.

Um homem levantou a mão, tomando a frente:

— Como “ele” era? — Questionou, exclusivamente, o alpha.

— Alto, magro, — Jacob ficou de pé, ao lado de Elias — usava um manto negro, tinha olhos verdes e pele pálida. — Enfiou as mãos nos bolsos e olhou para cada mulher e homem sentado ali. — Quero saber tudo o que conhecem sobre esse ser. Duvido que seja a primeira vez que o encontram — esfregou a testa, lembrando-se do que o pai dissera mais cedo.

— O que Jacob quer dizer, é que procuremos nos registros, livros, tudo o que tiver alguma informação sobre nosso passado. Precisamos encontrar algo sobre o que vem nos atacando.

Os resmungos se fizeram audíveis, ninguém pareceu satisfeito com o ultimato e Sibila tomou as dores dos outros para si.

— É trabalho deles fazer isso! — Apontou para os quileutes e, antes que Elias pudesse responder algo, Jacob se pronunciou. Os ombros tensos o deixando ainda mais alto e imponente.

— Com todo o respeito, — trancou o maxilar — mas a senhora invadiu minha casa esta manhã sem a menor demonstração de compostura por mim ou por sua própria filha, que estava ferida e abalada por conta do ataque de ontem à noite. Desde que cheguei aqui, vem demonstrando apenas descaso com o nosso trabalho — apontou para os Irmãos. — E agora se recusa a ajudar seu próprio povo. — Falou, aproximando-se perigosamente da mulher. — Sei que isso tem algo a ver com meu pai, — Sibila arregalou os olhos negros, levemente — e não me importo. Se tem algum assunto pendente, resolva com ele, não comigo, com os outros ou com sua filha. Estou aqui apenas para ajudá-los, não para agradá-los, entretanto, não posso fazê-lo arriscando a meus Irmãos e a vocês, por isso, — retirou as mãos dos bolsos e cruzou os braços sobre o peito — se quiser auxiliar, ótimo, se não, cale a boca e saia da frente.


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Notas finais do capítulo

notas/LA_Black: Gostaram? O que esperam que aconteça no próximo encontro do Jacob com a Kahli? O que acharam da Samantha? Contem-me tudo nos comentários. Beijos e até semana que vem, se Deus quiser.