POV Isa.

– Só pode ser brincadeira. Mãe, leva a Isa lá pra cima.- Alex foi em direção à porta.- Eu não avisei para ficar longe dela?

– Não, eu vou ficar. Ele quer é falar comigo. Então vamos, fale de uma vez.- Disse olhando para meu pai.

– Já disse, vim buscar você pra ir pra casa, sua férias acabaram. Divertiu-se muito? Agora acabou, vamos!- Meu pai exclamou.

– Se você colocar um dedo nessa menina, eu juro que vai ser a última coisa que você vai fazer.- Klaus disse.

– Klaus, calma.- Me voltei para meu pai.- Eu não vou com você. Me esquece.

– Ora você evoluiu o cardápio. Dormindo com pai e filho agora, Belinha?- Ele questionou.

– O que você disse?- Alex tomou minha frente.

– Que ela está sendo a vadia que sempre foi.- Ele disse.

Se não fosse forte eu desabaria ali mesmo. Mas eu fui e olhei fria pra ele. Vi que Emma me olhava. Como nos conversamos sobre isso. Cheguei mais perto dele. - Vadia? Como se eu escolhesse se queria ou não ficar com você!

– Como se você não gostasse de dormir na minha cama ou tomar banho comigo. Você lembra? Está sendo um anjinho na frente deles só para me enfrentar.- Ele falou.

– Se você der mais um passo ou mais uma palavra, sobre o terror que você fez essa menina passar, você vai saber o que é inferno.- Klaus falou.

– Você tem coragem de dizer que me dava escolhas?- Disse com os olhos cheios de lágrimas, mas não iria deixar cair nem uma.

– Isa.- Alex me abraçou.- Você não tem que ouvir mais isso, deixa que a gente resolve.

– Não tudo bem Alex.- Me voltei para o meu pai.- O que mais você quer contar pra eles, vamos lá conte.

– Colocando as asinhas de fora, não é? Até parece que não lhe agradava as festinhas, ou os meus amigos, de como a gente se divertia juntos, de como você era boa em agradar eles.- Ele disse.

Klaus pegou ele pelo pescoço.- Quer dizer que você gosta de machucar garotinhas indefesas? Vamos ver se você é bom em encarar um homem na sua frente.

– Klaus, por favor, calma.- Seus olhos estavam mudando. E ele parecia com muito ódio.- Klaus, calma.- Peguei no braço dele.

– O que é isso? Belinha, com que maluco você se meteu?- Ele disse com dificuldade

– Com alguém que está aqui para defendê-la e tirar ela da sua maluquice nojenta.- Klaus apertou mais.

– Klaus, você vai matar ele. Por favor, não faça isso.- Eu estava desesperada. Não queria que meu pai morresse. Mas Klaus estava morrendo de ódio. Ele parecia até tremer. Como Alex estava.

– Esse é o meu amor, sabia que tudo isso era teatro, você quer voltar pra mim.- Ele falou.

Foi à vez de Alex rebater.- Ela não é nada sua, você perdeu qualquer direito quando começou com toda essa loucura.

Como Klaus soltou ele.– Você está bem?- Fiz um carinho de leve em seu rosto.

– Você acha que vai me fazer ciúme assim?- Ele pegou ela pelo braço.- Quando voltarmos para casa você vai aprender a lição e dessa vez não vou ficar com pena e pegar leve.

– Ciúme?- Tentei me soltar, mas não deu certo. - Você está doido?

– É por isso que você aceitava qualquer homem que ia lá a casa, para me deixar doido de ciúme.- Ele a segurava pelos dois braços.- Que nem a sua mãe e a cópia nojenta dela, sua irmã. Essa é outra que quando eu pegar, não vai nunca mais fugir novamente.

– Você nunca vai encontrar a Gabi, nunca mais! Você me obrigava a dormir com seus amiguinhos! Eu não aceitava ninguém!- Disse irritada.

– Isso acaba aqui.- Klaus foi pra cima do meu "pai.- Eu disse para você não encostar um dedo nela e você faz isso. Você não me conhece.- Ele soltou ela e Alex a amparou.

– Quem é você? Além de um mauricinho com sotaque irritante, pai de um moleque metido e mesmo tendo uma esposa gostosa fica se deitando com essa vadiazinha.- Ele disse.

Aquilo pareceu tirar qualquer razão dele e mordeu ele.

– Klaus! Para, Meu Deus.- Pedi quase chorando.

– Você realmente quer poupar a vida dele?- Klaus questionou.

– Como eu posso dar a sentença de morte pra ele? Apesar de tudo ele é meu pai...- Agora eu estava mesmo chorando.- Eu não consigo ver isso.

– Pai, ela não quer. Apesar de também ser minha vontade, não faça.- Alex disse.

Klaus olhou no fundo dos olhos daquele mostro.- Você não viu ninguém que conhece aqui, e para você suas filhas estão mortas. Nunca mais irá procurar nada delas, nem encostar-se a mulher alguma até o fim da sua vida. E isso no seu pescoço foi um animal que fez quando você estava bêbado por ai. Agora suma da minha casa.

– O que aconteceu?- Perguntei confusa quando meu pai saiu pela porta. - O que houve?

– Ele o compeliu, e fará tudo o que ele disse. Não é o ideal, mas é suficiente.- Alex disse.

– Compeliu? O que é isso?- Perguntei confusa.

Klaus estava recomposto agora.

– É quando usamos nosso poder para influenciar a mente alheia.- Ele olhou a marca vermelha no braço dela.- Ele machucou você, vamos dar um jeito nisso.

Olhei pro meu braço. E me lembrei dos anos que tive que aguentar aquele homem.- Tudo bem. Eu vou passar alguma coisa. Daqui a dois dias não vai ter nada.

– Eu faço em você, vamos entrar.- Alex disse.

Olhei pra Klaus.- Desculpa vocês terem que aguentar isso. Não queria incomodar.

– Me desculpe você. Tinha deixado claro que não lhe desejava morte, mas mesmo assim o botei próximo a ela.- Ele disse.

– Mesmo não estando morto eu nunca tive um pai. Eu perdi o meu e já faz quatro anos. Eu tenho que aprender a conviver com isso.- Suspirei.– Desculpe mesmo assim. Eu não queria que tivesse chegado a esse ponto.

Ele se aproximou de mim e me deu um beijo na cabeça.- Tudo bem querida, já acabou. Agora cuide desse machucado e pode avisar a sua irmã que não precisa mais se esconder.

– Eu vou avisar.- Fui para o quarto de Alex me lembrando de tudo que aconteceu comigo, parecia um filme passando na minha cabeça.