A Deslocadora - a Rosa Negra escrita por BuriChan


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Sammy e Justin na Missão xDDDDDDDD



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         Até que o colégio não era tão feio. É um patrimônio cultural, segundo o que o papai disse no carro. Ele fez questão de contar toda a história do colégio e porque este era chamado de Missão. Uma chatice!


 


         Pelo menos nós não tínhamos que usar uniforme, como no meu antigo colégio. Mas é claro que, como a Missão é um colégio católico, muitas coisas não eram permitidas, como blusas regatas, saias curtas, saltos altos e outras coisinhas.


 


Papai fez questão de nos levar à sala do diretor. Até parecia que nós ainda estávamos no jardim de infância. Uma freira bem magrinha estava nos mostrando o caminho. Vários alunos olhavam curiosos para nós; as garotas olhavam mais pro papai e pro Justin. Pra quê essas trocas de pernas, eu hein!


 


Ei! Um carinha piscou pra mim!


 


         - Não retribua o olhar. - Papai rangia os dentes. - Esses adolescentes...


 


         - Se depender do papai eu morro BV - sussurrei no ouvido do Justin, que segurou o riso.


 


         - Isso SE você fosse BV - ele também sussurrou.


 


         - Sobre o quê que vocês estão cochichando aí? - Papai perguntou baixinho para a freira não ouvir.


 


         - Nada, nada. – Aprecei-me a responder. Se o papai soubesse...


 


         - O diretor irá recebê-los agora - a freira abriu a porta do gabinete do diretor.


 


         A sala do diretor era muito bonita, parecia uma sala de estar em estilo medieval. As pessoas chegavam a se sentir confortáveis com o clima de paz e harmonia. A figura em si do diretor passava essa idéia de paz, tão velhinho era o bichinho.


 


         - Jesse, Samantha e Justin! Que bom que vocês vieram! - O padre levantou-se de sua cadeira e gesticulou para que nos sentássemos. - Vai ficar para conversar, Jesse?


 


         - Não vai dar Padre Dom, senão chegarei atrasado ao hospital. - Papai apertou a mão do padre. - Mas o senhor já sabe, qualquer problema com esses dois, pode me chamar.


 


         Foi nessa hora que ele nos lançou aquele olhar: “Comportem-se”.


 


         - Pai, porque você não vai logo? - Justin falou tranquilamente.


        


         - É papai, pode ir – concordei. Isso era tão ridículo! Levar os “bebês” até a salinha do diretor. Alguém tinha que dar um toque no meu pai. Ele não aceitava o fato de que nós crescemos. Imagina no dia que a gente casar? Vai ser um momento traumatizante pra ele... - Você vai se atrasar.


 


         - Em outras palavras: Cai fora, nós não somos bebê. - Padre Dom brincou.


 


         Ele é vidente, eu tô dizendo. Bom, pelo menos o papai foi embora.


 


O padre Dominic ficou nos olhando. Estava nos analisando, e eu estava ficando ansiosa para saber qual seria o veredicto daquela análise.


 


         - Tenho quase certeza de que, se Justin quisesse, ele conseguiria ver os fantasmas. - O padre sorriu para meu irmão, que rapidamente ficou chocado e depois fez aquela cara irritante de descaso. - Seu pai me disse que você não os ouve porque não quer, mas durante o sono, não tem controle sobre seu corpo, por isso os ouve. Talvez se...


 


         - Sem querer ofender o senhor, padre, obrigado, mas eu não estou afim. - Justin sorriu torto e passou a mão pelos cabelos. Ou seja, ele estava se irritando.


 


         - Está bem, mas quero que ambos saibam que podem contar comigo para qualquer dúvida sobre a mediação. - Ele abriu uma gaveta e dela retirou alguns papeis. - Aqui estão as senhas e os números dos seus armários, e seus passes de livre acesso durante as aulas.


 


         O número do meu armário foi 308. Olhei para o do Justin; 307, lado a lado. Quando o padre levantou-se, em respeito nós também levantamos. Andei tranquilamente até a porta e me preparei para me despedir do bom velhinho.


 


         - Até mais então, padre - sorri.


 


         - Não precisa se despedir, Samantha. Irei levá-los às suas salas de aula - ele abriu a porta - Vamos?


 


         - Certo - Justin saiu na frente.


 


         A gente seguia o padre sem falar nada. As paredes da Missão eram tão grossas que não se ouvia as aulas, que eram ministradas dentro das salas.


 


O silêncio reinava. Todos deveriam estar prestando atenção no assunto, enquanto a gente prestava atenção no caminho para não se perder. O colégio era grande.


 


         O sol iluminava o corredor repleto de armários. Notei que muitas das janelas possuíam vitrais coloridos, cada um com uma figura cristã diferente; religioso demais, mas muito bonito. Então paramos em frente a uma porta, que obviamente era a sala de um de nós dois.


 


         Padre Dominic bateu de leve na porta e chamou o professor pela janela de vidro. O homem era alto, barrigudo e um tanto feio. Era quase um Homer Simpson.


 


         - Padre Dom! - Ele sorriu. - Novos alunos?


 


         - Professor John McTayler, esses são Justin e Samantha Simon. - O padre também sorriu. – Justin, essa é a sala do 3° A, sua nova turma.


 


         - Bem vindo, meu rapaz. Não se preocupe, Dom. Ele vai amar a aula de física. - Acho que inconscientemente fiz uma careta, porque o professor riu e me disse: - A senhorita também.


 


         Senti meu rosto queimar. Que mico!


 


         - Te vejo no intervalo, Sam. - Justin sorriu e deu um toque na minha mão. - Você passa aqui, vou te esperar.


 


         - Certo. – Ouvi o Prof° McTayler apresentar para turma o mais novo aluno da Missão.


 


         Eu e o padre continuamos a andar em silêncio até parar em frente à outra sala.


 


         - Samantha, quando terminar as aulas, quero que vá à minha sala. Temos muito que conversar, está bem? - Padre Dominic falou enquanto chamava o professor.


 


         - Certo, padre. - Falei, enquanto olhava uma mulher bonita sair da sala. Ela sorriu.


 


         - Padre. - Beijou uma das bochechas do padre, que pareceu ficar levemente confuso. - Aluna nova?


 


         - Sim, essa é Samantha Simon. Samantha, essa é a Profª Mandy Morrison. Ela ensina biologia - o padre nos apresentou todo sorridente. Claro, tinha ganhado um beijinho de uma mulher bonitona... – Mandy, cuide bem dessa garota.


 


         - Não se preocupe, Padre, ela vai adorar o 2° ano B. - A profª Morrison me puxou pela mão em direção à sala de aula.


 


         Acenei para o padre, que também acenou. Quando me virei para olhar, deparei-me com muitos olhos cravados em mim como se eu fosse um ET ou uma celebridade. Estava sentindo meu rosto queimar, que vergonha! Eu só esperava que ela não me mandasse me apresentar. Detesto isso.


 


 


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Notas finais do capítulo

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