A Deslocadora - a Rosa Negra escrita por BuriChan


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Gente eu tó viva uhuuuuuuuu o/ Passou o vestibular agora é só me dedicar as milhares de fic inacabadas... T______T



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Capítulo 11


 


        -Você é uma falsa!- Jorge repetia pela terceira vez.-Eu aqui todo preocupado com você e você nem ai pra mim. Isso mostra que não devemos esperar muito de certas pessoas...


 


         O Jorge é o meu melhor amigo gay, na verdade eu poderia dizer até que ele era meu único amigo verdadeiro. Até que o Nick poder vir a ocupar o cargo de “amigo gay”, mas eu acho que ele não é gay, e o Nick não tem a noção de moda do Jorge, ninguém o supera no quesito vestiário e bizarrice.


 


Conheci pessoas muito interessantes aqui na Califórnia, mas ninguém jamais substituirá o Jorge, afinal, quem consegue ser estilista, conselheiro, chefe de cozinha, cabeleireiro e melhor amigo incondicionalmente? Só o JORGE!


 


         -Ai, Jorginho, eu cai da escada de cabeça no chão, isso deve significar alguma coisa, não?- realmente poderia ter perdido uma pequena parte da memória, aquela que me fazia lembrar de ligar pro Jorge. -Me desculpa, vai?


 


         -Claro! E você só pode ter ficado mais doida do que já é!- ele rio. - Certo... Não guardarei ressentimentos se você me contar tudo o que rola por ai. Rapazes bonitos! Têm muitos por ai?


 


         -Hum...- comecei analisar as opções.-É...


 


O JB e o Mark eram gatinhos, o Richard e o Brad Jr. se encaixam no perfil de gatão e o Ben é simplesmente um Deus Grego. Tadinho do Nick, de todos os rapazes que eu conheci o único feio, culpas das espinhas, ai nem me lembra.


 


-É aqui tem bastante gatinhos. - olhei para a minha penteadeira. -Quando você vem me visitar?


 


-Ai! Espero que as férias cheguem logo! Esses homens que me aguardem... - Jorge brincou, mudou o tom de voz, pra aquele que ele sempre usa quando está me interrogando. - Alguém especial?


 


A imagem do Ben me veio à cabeça, quando ele me ajudou a achar as jóias do Nick foi tão romântico e o sotaque dele é tão charmoso, só tinha um pequeno detalhe, ele é um fantasma! Eu não podia simplesmente virar e dizer : “Sabe Jorge, tem um cara lindo de morrer aqui. Nem te conto! Eu vejo fantasmas! Um arraso, neh? E ele é um fantasma, que morava no me quarto...” Fala sério! O Jorge morre do coração, ele é muito medroso, morre de medo até de filmes de terror e ele acredita em tudo. Melhor não matar ele do coração, o que seria de mim sem ele?


 


-Não.- é difícil mentir para o Jorge, por isso me empenhei.- Os rapazes são lindos, mas nenhum em especial me chamou a atenção...


 


-Sei...- Ele me interrompeu desconfiado.- Vou fingir que acredito. E o Justin, como está o meu amor?


 


O Jorge sempre achou o Justin lindo, e sempre me dizia: “A esperança é a ultima que morre. Um dia eu converto esse homem! Ai você será minha cunhada.” e Justin nem se incomodava com isso, afinal, ele já estava acostumado com o jeito do Jorge.


 


Ele é bem alto, tem olhos mel e cabelos loiros cumpridos, tem o corpo que toda modelo gostaria de ter, apesar da faltava dos seios. E sempre se destacou pela estrema elegância para se vestir. Acho que o Jorge pode estar vestido com um pano de chão que mesmo assim ele parece fashion.


 


Alguém bateu na porta antes que eu respondesse alguma coisa.


 


-Você tem que me ajudar!- Justin entrou no quarto como um furacão. - O que se veste em um churrasco? Eu só tenho camisas pretas!


 


-Gennnnnnnnte to bege!!! Justin pedindo conselho de moda? Será que eu ouvi bem?- Eu e Jorge conversávamos sempre no vivavoz.- Meu amor que saudades, só me diga uma coisinha... Quem é a baranga?


 


-Jorge?- Justin tinha o rosto mais vermelho do que um tomate, e eu não parava de rir.- Não tem ninguém não seu fresco!


 


-Tem simmmmmm... –Meu amigo ria.- Você ficou irritadinho! Quem é ela Sammy?


 


-Samantha!- Justin me lançou um olhar intimidador, como se isso fosse funcionar.


 


-Se chama Diana McTavish. Cabelos castanhos, na altura do ombro, os olhos são castanhos claríssimos e tem a pele branca levemente bronzeada. - Disse enquanto enfrentava o olhar mortal do meu irmão. – Ela tem um irmão gêmeo, eles são muito parecidos.


 


Senti um arrepio, era o Ben, ele apareceu sentado na cadeirinha da minha penteadeira. Lindo como sempre e com aquele sorriso cínico nos lábios finos. Sorri de leve, mas não disse nada para não irritar o Justin, que detesta fantasmas.


 


-Não tem nada haver com a Di!- Justin falou entre dentes.- Eu só não o que vestir...


 


-Di? Nossa! A coisa é seria! Chamem os médicos, chame do Titio Jesse que o Justin não está nada bem da cabeça... Ou será do coração?- Jorge provocava, ele adora isso.- Sammy sempre achei que o Justin ficaria pra titio, mas olha só!


 


-É mesmo... Ele está se socializando agora.- não contive o riso.


 


Justin murmurou alguma coisa que eu não entendi e saiu do quarto pisando forte.


     


-Melhor você ir atrás do garoto, senão ele vai acabar indo de jeans velho e camisa preta do Monkey’s... Ai Gzuis! Não tem nada que eu deste mais do que pessoas que não sabem se vestir. - eu imaginava a careta de desaprovação do Jorge. - Espero sua ligação SEMANA QUE VEM! Ok?


 


-Certo! Não me esquecerei... Beijos.-Desliguei.


 


É nessa hora que eu me viro para encarar o fantasma britânico, ele estava completamente à vontade e sorria divertido.


 


-Nos meus tempos existiam homens como o seu amigo também...- ele falava como se aquilo fosse cômico.- Só que eles eram mais discretos.


 


-Posso imaginar.- Sorri.- O que o trás aqui?


 


Lançou-me um olhar descrente e finalmente disse:


 


-Eu moro aqui.


 


Foi ai que caio minha ficha, então todo aquele tampo que ele supostamente tinha ido embora, na verdade não tinha ido. Senti meu rosto arder em chamas quando penso: “Será que ele anda me olhando?”.


 


         Como se tivesse lido meus pensamentos ele disse descaradamente.


 


         -Não se preocupe, Lady Samantha. Não fico olhando você despida.- com aquele sorriso cínico nos lábios.-Sou um Gentleman.


 


         -Ora! Seu...-Mas antes que eu pudesse dizer alguma coisa Justin voltou a invadir meu quarto e me olhava estranhamente.


 


         -Com quem você estava falando?-Ele olhou ao redor, claro que nada via, mas mesmo assim Ben me lançou um adeus com a mão e sumiu.-Como a mamãe é que não era...


 


         Certo a culpa foi minha por ter deixado a porta aberta, mas ele bem que podia bater antes de entrar, esse negocio de ser paranóico com fantasmas é mal. Na verdade eu fiquei meio surpresa dele citar nossa mãe, era verdade que desde o dia que eu descobri esse meu “dom” e nós conversamos, ela havia sumido.


 


         -A mamãe não voltou a falar comigo...- encarei-o.


 


         -Eu sei... Ela não tem vindo falar comigo também. Estranhamente ela é o único fantasma que eu ouso a qualquer hora e ele não apareceu mais.-Justin parecia realmente preocupado.- Não sei não. Ela nunca me deixou só por tanto tempo.


 


         -Vai ver que ela deixou agora, porque você tem a mim.- Levei isso em consideração.


 


         -É...-passou a mão pelos cabelos negros, ele estava nervoso.- Mas não ande falando com qualquer fantasma! Nem todos são realmente bons, Samantha.


 


         É incrível como nessas horas o Justin parece ser meu pai, ele nem sabe do Ben, se soubesse morreria do coração. Mas a idéia de que nem todos os fantasmas são bons ficou na minha cabeça, até então eu havia tido sorte com isso.


        


         Olhei para o que o meu irmão vestia, obviamente ele esta testando roupas para o aniversário dos gêmeos McTavish. Calça jeans velha, all star preto e uma camiseta do Monkey’s, bem como Jorge havia dito. Não é muito difícil imaginar o que meu lindo irmãozinho vestiria, ele é simplesmente largado, nunca vi alguém com tanto potencial joga-lo assim no lixo como Justin faz vestindo camiseta do Monkey’s e roupas velhar.


 


         Se pelo menos o Mokey’s fosse uma banda famosa, mas era só uma banda de metal melódico finlandês! Finlandês, entendeu? Porque ele tem que escutar metal finlandês, daqui a pouco vai ser rock japonês ou algo assim.


 


         -Você pretende ir assim?- apontei para as roupas velhas com desgosto, como o Justin pode ser meu irmão? O gosto dele é horrível!- Você está parecendo uma mistura de nerd e roqueiro, muito cafona.


 


         -Vá à merda, sua monstrenga! Eu disse que não sabia o que vestir!- Ele resmungou irritado.- E pare de segurar o riso!


 


         -Tá, tá! Calma.- Peguei ele pelo braço e o arrastei até seu quarto.-Vamos dar uma olhada no seu armário.


 


         O quarto do Justin era totalmente diferente do meu, em tons de azul e branco, a vovó tinha decorado tudo bem ao gosto dele, ou seja, estranhamente obscuro. A enorme cama de casal parecia ser tão confortável quanto a minha, a bateria dele estava em um canto.


 


Justin sabia tocar bateria e piano perfeitamente, ele é um gênio musical, apesar de nunca ter tentado montar uma banda ou algo do gênero, ele diz que é só hobby.


 


         -Achou alguma coisa?- a sua voz era impaciente. -Hein?


 


         Se ele tivesse pelo menos alguma coisa que não fosse nas cores preto, azul marinho, branco e cinza, ajudaria muito.


 


         Depois de discutirmos por alguns minutos consegui convence-lo a ir ao shopping comigo, é lógico que isso a base de chantagem suja entre irmãos. O importante é que irritado ou não ele iria fazer compras comigo no shopping.


 


Alguém precisava reformular o guarda roupa dele, e lá fui eu nessa missão quase impossível.


 


         -Sammy, odeio roupa desse estilo.- Ele apontou exasperado para a bermuda florida e camisa surfista que eu tinha acabado de lhe entregar.-Não vou usar essa...


 


         -Justin! Entre neste provador e vista! Ou prefere que o papai descubra acidentalmente que você roubou o carro dele naquele dia da festa do Spork?- lancei-lhe o meu melhor olhar de ameaça.- Hein?


 


         -Uff. –bufou, mas entrou no provador.


 


         É claro que o papai já devia saber disso, provavelmente ouviu a informação da boca da minha mãe. Ter uma mãe fantasma me faz sentir como se tivesse uma câmera de segurança pendurada no pescoço. Só de pensar que ela pode ver absolutamente TUDO o que eu faço já me dá agonia.


        


         Claro que a pilha de roupas foi paga com o dinheiro do Justin. Agora sim, um guarda roupa totalmente novo, digno do bom gosto do Jorge. Então quando meu querido irmãozinho suspirou aliviado informei que ele teria que ir de loja em loja comigo para comprar as MINHAS roupas.


 


         -Nunca!!! Não agüenta mais ver roupas!-Ele tinha praticamente gritado.


 


         É obvio que ele foi arrastado de loja em loja até que eu finalmente encontrei o biquíni perfeito e acredite ou não, na liquidação!


 


Nossa eu realmente tenho sorte!


 


         A vovó tinha combinado de nos pegar, não demorou nem meia hora para ela chegar ao shopping depois que ligamos. Ela e o vovô desceram do carro para nos ajudar com as comprinhas.


 


         -Nossa! Quantas sacolas, vocês tentaram falir seu pai?-Vovó sorria.


 


         -Eu falei que era um exagero, mas essa ai não escuta ninguém. - Justin deu metade das sacolas para o nosso avô, que esperava com o porta malas aberto. - E ai vovô?


 


         -Compraram o shopping inteiro?- Meu avô começou a guardar as sacolas.- São roupas da minha princesinha?


 


         -Que nada vovô, meu guarda roupa está sempre atualizado. - pisquei e abracei meu avô.- Isso tudo é do Justin.


 


         -Graças a Deus.- Vovó murmurou baixinho para o Justin não ouvir e piscou para mim.- Então vamos lá meninos!


 


         Tive uma pequena surpresa quando cheguei em casa, na sala de estar esperavam três pessoas, uma era meu pai, a outra era o Nick e a terceira era uma mulher loira e de olhos claros, parecia meio abatida e envergonhada.


 


         Lógico que eu percebi que era a mãe do Nick, uma mulher bonita e triste.


 


         -Samantha. Justin. Esse aqui é Nicolas e está é Elizabeth Campbell, sua mãe.- Meu pai estava sendo educado, já havia servido café para as visitar.


 


         Agora era só me fingir de desentendida.


 


         -Oi, Nick...- Fingi sorrir desconcertada, acho que eu deveria ganhar o Oscar.- O que você faz aqui?


 


         -Be-bem...- ele realmente parecia sem graça.- Seu pai pediu para eu ser seu professor particular...


 


         -Ele foi o aluno indicado pelo padre Dominic, Nicolas teve ótimas recomendações.- Meu pai sorriu para Elizabeth, que parecia acanhada.- Seu filho é o melhor aluna da sala, parabéns.


 


         -O-obrigada...- Elizabeth ficou vermelha.-Ele é um ótimo filho.


 


         Já vi de onde o Nick puxou a timidez.


 


         -Mas a Sammy é uma...-Justin ia estragar tudo, eu tinha que fazer algo, então pisei no pé dele com força.- Aiiii... Monstrenga dos infernos!


 


         -Justin! Peça desculpa a sua irmã e Samanth também, vocês parecem duas crianças pequenas! Uff... Me desculpe por isso.- Meu pai estava sem graça, e Elizabeth permanecia meio alheia a tudo.- Normalmente eles são civilizados.


 


         Não precisava ter lançado aquele olhar do mal, às vezes meu pai é muito exagerado. E a pobre e bela Elizabeth parecia uma princesa intocada na mais alta torre do castelo, pedindo por socorro em silêncio, ela realmente parecia muito nova para ser mãe do Nick.


 


         -Certo... Pai que tal você e a Sra.Campbell acertarem as coisas, enquanto eu o Nick conversamos sobre isso.- Sorri meigamente.-Se importam?


 


         -Não podem ir.- Pela primeira vez Elizabeth pareceu realmente concentrada em algo.


 


         Literalmente arrastei o Nick até o quintal, perto da piscina, eu tinha que o fazer acreditar na minha “burrice”. Então comecei a atuar.


 


         -Preste bem a atenção Nick, se alguém descobrir que eu estou tendo aulas particulares eu te mato, você entendeu?- O coitado do Nick ficou um pouco pálido e logo recuperou a cor.- Entendeu, Nick?


 


         -Cl-claro! – Ele arrumou os óculos no rosto.-Não se preocupe Sammy, ninguém precisa saber que você tem dificuldades... Isso é normal acredite... Bem... Eu nunca tive, mas é muito normal. Oito em cada dez alunos do ensino médio passam por dificuldades no perío...


 


         -Está bem, Nick, eu já entendi aonde você quer chegar.-suspirei dramaticamente, e depois sorri para ele.- Então estamos combinado?


 


         -Sim. Quando começamos?- e pela primeira vez ele sorriu tranquilamente.-Amanhã?


 


         -Fechado!- Também sorri, agora eu podia parar de atuar.- E ai? Você vai para a festa dos gêmeos, não é?


 


          -Claro. Adam e CeeCee são o máximo, não perderia isso por nada, você vai adora-los. Hum...- Percebi que ele hesitava em falar algo.-Sabe... eu estive pensando... sobre aquele seu... hum... talento?


 


         Ele estava tentando falar da minha pequena anormalidade.


 


         -Sei. Sobre o que pensava?


 


         -Um famoso cientista da NASA tem uma tese muito interessante sobre... ISSO... e hum... eu trouxe o livro dele para você.- Não havia percebido antes que o Nick segurava alguma coisa, o livro era grosso e tinha a capa azul. – Esse cara é ótimo, Sammy.


 


         -Mas... É o meu tio! Esse livro é do tio Dave !?- olhei chocada para o exemplar. - Além da Morte por David Ackerman...


 


         -Então isso explica porque ele se interessou pelo assunto.- Nick falou distraidamente.-Brilhante. Seu tio é um gênio você sabia?


 


         Não respondi a pergunta, naquele momento senti um arrepio subir minha espinha, olhei para a janela do meu quarto e lá estava ele. Ben não sorria, acenou com a mão direita, depois de sentir meu coração saltar, respondi ao aceno e ele desapareceu.


 


         -Samantha? Terra chamando Samantha. Tem alguém ai?- Nick balançava a mão diante do meu rosto.- De repente você ficou estranha... e um pouco vermelha...


 


         -É o sol!- por algum motivo estranho não queria que ninguém soubesse sobre o Ben.-Vamos entrar e tomar um refresco...


 


         Algum tempo depois Nick e sua distraída mãe partiam e eu corri para o meu quarto na esperança de encontrar um lindo fantasma britânico a minha espera, mas infelizmente não havia ninguém a minha espera. Só tinha certeza de uma coisa naquela historia toda, estava sentindo algo pelo soldado britânico e tinha que tomar uma atitude logo.


 


          


 


Fim do Capítulo 11


 


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Notas finais do capítulo

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