My Good Ghost escrita por Bruna B


Capítulo 5
Aftershock


Notas iniciais do capítulo

Tã-tã-tãããããããããããn!!!
Eu não morri, certo, galera?!
Antes de começarem a mandar bombas de xingamentos nos comentários, deixem-me explicar:
Meus pais tiraram meu computador para eu "não me distrair" durante a semana de provas. E isso deu certo!!! Eu tirei notas melhores!!!
Entããããããããão...
APROVEITEM O CAP!!!!



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POV’ Megan

Eu conseguia mexer as minhas pernas!

Dois dias antes da festa, eu acordei com as pernas normais. Quase comecei a cantar o hino da Jamaica em francês de tanta felicidade. Isso foi, tipo, a realização da semana inteira.

Depois de dar “boa noite” para a minha família e subir a escadas, eu fiquei deitada na cama até não ouvir mais nenhum barulho pela casa. A partir desse momento eu poderia colocar o meu plano em ação.

Tirei o roupão e joguei meus sapatos pela janela, que caíram no jardim. Passei um pouco do Chanel nº 5 da minha mãe e fiz a minha maquiagem. Agora sim, eu estava pronta para a festa. Desci a calha, que ficava ao lado da minha janela, e caí com a delicadeza de um pônei perneta e cego na grama fria. Senti uma forte dor no meu pé, mas coloquei os sapatos mesmo assim. A dor só aumentou.

“Droga, acho que torci”, eu pensei.

O taxi já me esperava na outra esquina, então em poucos minutos, eu estava na frente da casa da minha amiga, tocando a campainha.

Depois de alguns minutos, a porta abriu, mas não foi Morgan que me saudou com sua risada bêbada. Foi um rapaz, realmente lindo. Ele tinha dois copos na mão e sorriu quando me viu. Eu congelei nos meus Schulz azuis-escuros.

– Você deve ser a Megan, não é? – ele perguntou, me tirando do “modo estátua babona”. Sério, eu quase comecei a babar quando o vi.

– Hum... Como você sabe? – eu gaguejei, tentando não desmaiar.

– A Morgan falou de você a tarde inteira. Você é a famosa roqueira esquentadinha – o sorriso dele se alargou. - Pelo que ela disse, você anima as festas.

– Ah é? O que mais ela disse sobre mim?

– Bem, ela não disse mais nada, mas eu digo que você é bem mais bonita do que eu imaginava.

Tudo bem, depois desse comentário o meu jantar quis voltar para o mundo. Mas é claro que eu não vomitei. Seria muito para um dia só.

– Quem é, Craig? – Morgan apareceu atrás do garoto, que naquele momento eu descobri que se chamava Craig. - Hum... Vejo que conheceu a minha “amiguinha” – Morgan disse, fazendo aspas com os dedos.

– Porque você não me disse que ela era tão gata? – ele perguntou em voz baixa para ela, mas eu consegui ouvir. Acho que ruborizei.

– Vamos entrar, Megan? Tenho algumas pessoas para te apresentar – a garota sorriu, pegando o copo da mão do garoto e me entregando. - Vamos até o porão.

Todas as vezes que Morgan dava uma festa, ela fazia no porão. Os pais dela fizeram aquele lugar para ela levar os amigos e estudar, na verdade. Tinha tudo: frigobar, balcão, sofás, poltronas, caixas de som, uma minipista de dança, efeitos luminosos e uma televisão. Além das paredes e teto à prova de som, então era um lugar realmente perfeito para se fazer uma festa.

Depois de ela me apresentar algumas pessoas, ela me contou que o Craig era seu primo do Canadá, e que tinha vindo passar o recesso na casa dela, mas os pais tiveram que sair da cidade por alguns dias, por causa do trabalho, e como Craig era o mais velho, ele ficou cuidado de tudo.

– Você não tem medo que ele conte tudo para os seus pais? Tipo, se isso acontecer, você está perdida para sempre, Morg.

– Ele não vai contar. Se ele contar alguma coisa, eu conto coisas piores ainda sobre ele. Relaxa.

Morgan me entregou um cigarro e me levou até o sofá, onde, “coincidentemente” – com as aspas bem grandes – Craig estava sentado. Ele mexia no controle do som e sintonizava alguma música.

– Divirta-se, certo? – ela perguntou, me lançando um olhar indecifrável.

– Claro! – eu sorri.

O garoto percebeu a minha presença e se virou para mim. Ele continuava com aquele sorriso gentil que me atendeu na porta. Coloquei meu copo de plástico na mesinha de centro e sorri de volta.

– Eu nem me apresentei formalmente. Prazer, eu sou o Craig – ele disse me estendendo a mão.

– Prazer, Megan. Ou posso ser a roqueira esquentadinha também – eu apertei a mão dele.

Ok, naquele momento um choque passou pelo meu braço e desceu na minha espinha. Aquilo nunca tinha acontecido com qualquer garoto que eu conheci, mas eu gostei.

Ele me chamou para dançar, e pulamos muito quando tocou Tik Tok.

Depois cantamos So Far Away muito alto.

Asleep tocava, no final da festa. Como a música era calma, dançamos um tipo de valsa, ele com as mãos na minha cintura e eu com os braços nos seus ombros.

Craig olhou fundo nos meus olhos, e eu percebi como eram brilhantes, como o neon. Seu beijo logo chegou até meus lábios, e, pela primeira vez na minha vida, choques secundários percorreram todo o meu corpo, me fazendo vibrar da cabeça aos pés.

– Você é incrível, Megan – ele disse, enquanto dançávamos o final da música.

POV’ Ryan

Estava começando a me preocupar. Já passava das quatro e meia da manhã, e Megan não tinha dado o ar da graça. Ela tinha saído entre uma e duas horas da manhã, quando eu não estava no quarto.

Já estava pensando em ir procurá-la, quando ouvi um barulho vindo do jardim. Abri a janela e olhei para o jardim, dando de cara com uma garota doida tentando subir pela calha. Olhando com mais atenção, logo a reconheci: Megan. Ela estava bêbada. Ria, ria e ria enquanto tentava subir na calha e caía de costas na grama.

Resolvi que teria que ajudar aquela pobre coitada.

Apareci ao lado dela, segurando seus ombros. A levei escada acima, até o quarto dela, e me surpreendi que ninguém da casa acordou com as risadas altas e histéricas dela.

Chegamos até o quarto e fechei a porta. Ela ainda ria quando eu a levei ao banheiro e comecei a abrir o zíper de trás do vestido dela.

– O que... o que você está fazendo?! – ela gritou, dando tapas nos meus braços.

– Tenho que te dar um banho frio! Não quero que você acabe tendo um coma alcoólico ou coisa assim enquanto dorme – eu disse, voltando ao zíper.

– Eu posso fazer isso sozinha, Ryan!

– Você pode desmaiar, isso sim! Eu vou fazer isso e ponto final!

Ela bufou e eu abaixei o vestido. Ela tirou os sapatos, e eu percebi que o pé direito dela estava inchado e vermelho.

A levei até o chuveiro, onde a água gelada já caía. Coloquei a cabeça dela debaixo do chuveiro e ela tremeu. Tirei meus sapatos, a minha blusa e a minha calça, já que eu não queria ficar com a roupa encharcada. Por mais estranho que pareça, os fantasmas, ou as roupas dos fantasmas também se molham.

Ela virou de costas e ficou encarando a parede, brava comigo.

– Pimpolha... Olha, eu não queria que você ficasse chateada comigo. Eu só quero o seu bem, por favor, me desculpe por ter gritado com você.

Ela se virou para mim e soltou um sorriso triste, me abraçando logo em seguida. Eu apenas retribuí, mas ela me surpreendeu.

Ainda me abraçando, ela começou a chorar. Comecei a perceber que aquela garota durona que eu conhecia estava sumindo, dando lugar a uma garotinha assustada.

– Ryan, porque você ainda está aqui? – ela disse baixo, muito baixo.

– Como assim? – apesar de a água que caía do chuveiro estar fria, o calor que irradiava do corpo dela me esquentava.

– Nesses dois dias que passaram que eu não vi você, eu li um pouco sobre fantasmas. Um pesquisador desse assunto escreveu que os fantasmas que vagavam pela terra estavam aqui porque alguma coisa que eles queriam quando estavam vivos não se realizou. Qual é a razão de você estar aqui? – a voz dela estava bem mais sóbria.

– Eu... eu nunca parei para pensar nisso.

– Se for eu... Se você estiver aqui por mim?

– Não é isso. Pode ter certeza de que não é – eu acariciei suas costas.

Ela beijou a minha bochecha e saiu do meu abraço. O lugar onde ela estava ficou frio de repente.

– Acho que já posso sair daqui, não é? Estou congelando – ela fingiu um tremor nos dentes.

– Claro! – eu sorri.

Ela pediu para eu esperar no banheiro, enquanto ela se trocava. Quando ela terminou, voltei ao quarto e a vi deitada na cama, sorrindo.

Eu coloquei uma tala no pé dela e enfaixei bem forte, para não soltar facilmente. Ela me agradeceu com um abraço apertado e mais um beijo no rosto.

Eu me levantei e fiquei na frente da cabeceira da cama, observando o modo como ela parecia totalmente diferente para mim.

– Eu te amo, Ryan – ela disse, antes de eu desaparecer.


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Notas finais do capítulo

E aí???
Compensei a demora e mereço reviews???
Estão curiosos para saber o que vai acontecer com esses dois???
Beijos
o/