My Good Ghost escrita por Bruna B


Capítulo 4
I'm Going To Party


Notas iniciais do capítulo

Oi oi, gente!!!
Bem, vocês irão perceber que nesse cap, os dois vão ficar mais próximos...
Aproveitem o cap!



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POV’ Megan

Abri os olhos e deixei a luz do sol que entrava pela minha janela os castigasse. Percebi que tinha me virado durante a noite, e que Ryan ainda me abraçava por baixo do cobertor. Suas mãos envolviam a minha barriga e cintura.

Me virei, dando de cara com um fantasma dormindo. Ele ainda soltava aquele brilho estranho, mas seu toque estava mais quente, sem falar da respiração compassada dele no meu rosto. Um sorriso maroto brincava nos seus lábios carnudos, e mantinha a expressão relaxada, o deixando ainda mais fofo.

Ele soltou um suspiro profundo e depois coçou o nariz com as costas da mão, igual um filhote de gatinho. Dei uma risada abafada. Ele apertou minha cintura para mais perto do seu corpo, deixando nossos rostos a um ou dois centímetros de distância. Fechei meus olhos e absorvi a sensação de sentir a respiração quente dele na minha pele e os braços dele me apertando. O hálito dele tinha cheiro de vodca com menta, a bebida que ele mais gostava.

Isso me fez lembrar que aquela maldita festa acabou com ele, e automaticamente as lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto, e os soluços vieram logo em seguida.

Eu cobri meu rosto com as mãos e deixei que o choro tomasse conta do meu corpo. Minhas mãos tremiam e as lágrimas pareciam emergir da minha alma, querendo sair de qualquer maneira.

– Pimpolha? – ele perguntou, com a voz um pouco rouca de sono. - O que aconteceu? Teve pesadelos de novo?

– Você não percebe? Não podemos nos relacionar afetivamente! Você morreu e eu estou sozinha para sempre! – eu exclamei, ainda com o rosto entre as mãos.

– O que... Do que você está falando? – ele se sentou e me colocou em seu colo. - Eu quero ficar aqui com você e vou ficar aqui com você. Para sempre.

Ele se levantou da cama e me pegou nos braços, como se eu pesasse menos que uma pena. Me levou até o banheiro e ligou o registro da torneira. Me sentou na pia e molhou uma toalha, passando no meu rosto logo depois.

– Tem alguém em casa? – ele perguntou, com o rosto sério.

– Acho... Acho que não. Michael, James, Cristian e Tony estão no futebol, e acho que vão ficar fora o dia inteiro; minha mãe e meu pai estão no trabalho e hoje é o dia de folga da Sandy.

– Vamos descer. Vou te dar um bom café da manhã e depois vamos assistir “The Walking Dead”, beleza?

Eu assenti com a cabeça. Não conseguia mais soltar nenhuma palavra.

Como se não fosse o bastante, ele me carregou escada abaixo e beijou o canto a minha testa, de propósito.

– Por que eu posso te ver? – eu disse, mordendo um pedaço do chocolate. - Quero dizer, ninguém consegue te ver, mas eu posso.

– É que nós temos uma ligação especial. Acho que você não se lembra, mas quando batemos o carro, você enlaçou a sua mão na minha e disse que me amava antes de apagar e eu morrer de hemorragia. Nós temos uma conexão especial, uma coisa muito rara.

– Estamos... ligados? – eu perguntei achando isso a coisa mais estranha do mundo.

– Uhum... – ele assentiu com a cabeça. - Toda vez que você sentir medo ou precisar de ajuda, eu vou aparecer para te ajudar.

– Isso é estranho.

– Não é, não. Isso é legal – ele enlaçou sua mão na minha, e se ajeitou ao meu lado.

Percebi, com o canto do olho, que Ryan me observava com um sorriso nos lábios, e posso dizer, aquilo estava realmente estranho. Ele estava literalmente cada minuto mais próximo de mim.

Só percebi que estava encarando o fantasma quando o telefone tocou, e pareceu ser muito tempo. Ele soltou a minha mão em um impulso e olhou assustado para o aparelho em cima da mesinha de centro. Acho que se ele tivesse um coração, estaria acelerado.

Peguei o celular e olhei o visor: Morgan.

– Alô?

– E aí, roqueira esquentadinha? – ela disse com a voz animada e bêbada de sempre. Tipo, a garota tomava vodca com tequila de café da manhã.

– Quais são as novidades? – Ryan me olhava confuso e fazia perguntas mexendo os lábios. Mas como eu não fazia leitura labial, eu apenas ignorei.

– Eu vou dar uma festinha na sexta que vêm, e queria saber se você vai.

– Uma “festinha” ou uma festa? – eu perguntei. - Quero dizer, vamos ter álcool, drogas e Rock’n’Roll? Ou iremos estourar pinhatas com bastões de baseball e ouvir a trilha sonora do “Barney e seus amigos”?

– Claro que vamos fazer uma suruba! Parece até que você não me conhece! – ela soltou uma risada estridente.

– Tudo bem. Deixe um lugarzinho reservado no porão, um copo e um cigarro, certo?

– Obrigada! E tenho uma surpresinha. Vou te apresentar alguém...

– Morg... – eu disse a repreendendo.

– Tchauzinho! – ela exclamou, e desligou o telefone na minha cara.

Joguei o telefone no colo dele e deitei minha cabeça no sofá, tentando esvaziar a minha mente, mas é claro que não deu muito certo.

A porta abriu e vozes masculinas entusiasmadas encheram a sala. Abri os olhos e me sentei no sofá, encarando os meus quatro irmãos entrando na cozinha e comendo tudo que viam pela frente.

Tony, meu irmão mais novo, com três anos chegou ao meu lado e me abraçou, sorrindo e ajeitando os óculos de hastes pretas grossas.

– Tudo bem, Tony? – eu perguntei, acariciando o cabelo loiro espetado dele e observando o rosto vermelho e quente, pelo jogo de futebol. Tipo, o garoto só tinha três anos e jogava futebol, tênis, praticava natação e jogava no time mirim de basebol da escola. O garoto era realmente um prodígio.

– Tudo Mã – ele não conseguia falar “irmã”, então ele começou a me chamar de “Mã”. E assim ficou. - O que você está fazendo?

– Vendo TV e comendo chocolate. Por que a pergunta?

– Você não consegue mexer as pernas. Como desceu, deitou no sofá com uma coberta e pegou o chocolate na despensa, na prateleira de cima?

– Eu... é... a coberta já estava aqui em baixo, e eu tinha chocolate no meu quarto – não era tão fácil mentir para o Tony, apesar de ele ter o cérebro não totalmente desenvolvido.

– Mas como você desceu?

– Eu... me arrastei.

– Isso tudo só para ver TV?

– Uhum... – eu assenti com a cabeça. Ele me encarou cético.

– Você é uma alienada... – ele saiu com a bola de futebol embaixo do braço e foi até a cozinha.

Olhei para o lado do sofá onde Ryan estava sentado, e percebi que ele tinha desaparecido.

Mas antes de meus irmãos cavalos pularem no sofá e tirarem o meu sossego, é claro.


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Notas finais do capítulo

E aí???
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Beijos docinhos
o/