Uma História Um Pouco Diferente... escrita por NumberSix


Capítulo 17
Ninguém Está Em Casa


Notas iniciais do capítulo

Desculpem, eu precisava de um drama no meio... Enfim, espero que gostem desse cap. Acho que ficou meio curtinho, mas não vou demorar pra postar o próximo ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/362267/chapter/17

POV MARINA

.

Depois da escola ontem, fiquei conversando com Joey no computador. Acho que ele gosta de mim. E acho que estou começando a gostar dele também. Não sei, toda vez que ele vem falar comigo, sinto borboletas no estômago e não consigo pensar direito. Depois de conversarmos um pouco, fui tomar banho.

Coloquei um pijama e fui jantar com Ella e minha mãe, Adelina. Ela é legal e eu amo ela, mas não somos tão próximas. Ela está sempre trabalhando. Só conversamos um pouco na hora da janta e nos fins de semana.

Depois da janta, enquanto eu lia um livro no meu quarto, meu celular tocou.

– Alô?

– Marina? – Disse uma voz meio rouca, como se a pessoa estivesse chorando. Identifiquei a voz de Seis.

– Seis? É você? O que aconteceu? – Eu perguntei, preocupada.

– Nada, hum, você pode vir aqui na praça perto da minha casa?

Pensei um pouco, preocupada.

– Acho que sim. Espera aí, eu já estou indo.

E desliguei. Peguei uma jaqueta e verifiquei se Adelina estava dormindo. Saí de casa com as chaves do carro dela e fui procurar Seis. Já era noite, então foi meio difícil achar ela no meio da praça que ela disse que estava.

Quando cheguei na praça, estacionei o carro e fui andando procurar por Seis. A encontrei sentada debaixo de uma árvore, com a cabeça abaixada, apoiada nos joelhos encolhidos. Fui até ela.

– Seis? – Chamei. Ela olhou pra mim, triste. Com o pouco de luz que restava das ruas, percebi seus olhos vermelhos de tanto chorar. – O que aconteceu? – Perguntei, sentando do lado dela.

Ela abriu a boca pra falar, mas nada saiu. Ela olhou para o chão, procurando palavras. Sem sucesso, me abraçou e começou a chorar em meus ombros. Tentei acalmá-la, dizendo frases reconfortantes. Depois de alguns minutos, ela se acalmou um pouco.

– Posso ficar na sua casa esta noite? – Ela me perguntou.

– Pode, claro. Quer ir pra lá já e pegar umas roupas na sua casa?

– Hum, você pode me emprestar um pijama? Minha casa é o último lugar que eu quero ir agora. – Ela disse.

– Ok.

Levei ela até o carro e fomos pra minha casa. Eu nunca vi a Seis tão mal assim. Chegamos em casa e fomos em silêncio até a minha casa. Mas quando abri a porta e acendi a luz da sala, minha mãe apareceu, com uma cara não muito boa.

– Onde é que você estava? – Ela perguntou, olhando pra mim, sem reparar em Seis.

– Hum, Seis precisava de ajuda e ligou pra mim. – Eu disse, apontando pra Seis com a cabeça. A expressão de minha mãe mudou pra preocupação quando viu o rosto de Seis inchado por causa do choro. – Ela precisava um lugar pra dormir. Ela pode ficar aqui esta noite?

– Claro que pode. – Minha mãe respondeu. – Marina, por que não me falou antes?

– Hum, você estava dormindo, eu não quis te acordar. – Respondi.

Então levei Seis até meu quarto e procurei um pijama para ela. Depois de ela se acalmar, perguntei o que havia acontecido. Ela me contou tudo.

.

POV JOHN

.

Depois de ir embora, completamente constrangido, da casa de Seis, passei o dia normalmente com Henri. Assisti filmes e comi besteira. Quando deu umas 23h, a campainha tocou. Eu e Henri nos entreolhamos e eu fui atender a porta. Era Katarina, a mãe de Seis.

– Olá, John. – Ela disse.

– Olá, senhora Elizabeth. – Eu disse meio confuso.

– Desculpa aparecer aqui de repente, é que a Maren saiu de casa, logo depois que você foi embora, e eu não consigo falar com ela e não sei onde ela está. – Ela disse, meio desesperada. – Eu tinha esperança de que ela estivesse aqui.

– Hum, não, ela não veio aqui. Mas eu posso te ajudar, se quiser.

– Claro, obrigada, John. Desculpa incomodar, eu não sabia mais o que fazer. – Ela disse, quase chorando.

– Entre um pouco, vou ver se consigo ligar pra ela. – Eu disse.

Ela entrou e fui falar com meu pai. Expliquei pra ele a situação e fui ao meu quarto pegar meu celular pra falar com Seis. Eu liguei pra ela, mas não foi ela que atendeu.

– Alô?

– Hum, quem é? – Perguntei.

– Oi, John, é a Marina. – Franzi as sobrancelhas, confuso.

– Marina? Tá tudo bem? Você está com a Seis? – Perguntei, preocupado.

– Calma, ela está comigo. Está tomando banho agora.

– Mas o que aconteceu? A mãe dela veio na minha casa procurar por ela!

– Hum, é complicado... Depois você fala com a Seis. Mas John, a Seis disse que não quer ir pra casa dela agora, então, por favor, não conte pra mãe dela que ela está aqui. Sério, ela está muito mal. – A Marina disse.

Pensei um pouco. Não gostei de ver Katarina mal daquele jeito... Mas se Seis não quer falar com a mãe dela, não posso fazer nada.

– Ok, eu não falo nada. Mas posso falar que ela está bem, pelo menos? A mãe dela está realmente preocupada. – Perguntei.

Depois de um tempo, ela respondeu:

– Pode.

– Ok, eu vou falar com ela. Quando ela for embora eu posso passar aí?

– Hum... Espera um pouco. – Ela disse. Ouvi umas vozes no fundo e um “Ei!” no fundo. Imagino que era Seis.

– Pode. Eu tenho que ir agora.

– Ok. Obrigado. Tchau.

– Tchau.

Desliguei o celular. Desci as escadas e vi Katarina com a cabeça entre as mãos no sofá. Quando me viu, arrumou a postura no sofá e me olhou com esperança.

– Então? – Ela disse.

– Hum, ela está bem. – Eu disse.

– Onde ela está? – Ela perguntou.

– Bom, na verdade, ela não quis dizer onde está...

Katarina abaixou a cabeça e vi uma lágrima escapando de seus olhos. Ela a enxugou rapidamente.

– Bom, obrigada pela ajuda, John. – Ela disse, se levantando. Fui até a porta com ela.

Quando ela entrou na casa dela, fui correndo falar com meu pai.

– Pai, eu sei onde a Seis está, eu preciso ver ela! – Eu disse, rápido.

– Calma, John. Respira. Pode ir, mas vai devagar com o carro. – Ele disse, me entregando a chave do carro.

Sorri, peguei a chave e fui correndo até a casa de Marina.

.

POV SEIS

.

Quando saí do banho, ouvi Marina conversando com alguém no meu celular. Perguntei pra ela quem era, sem fazer som. Ela disse que era o John. Teve uma hora que ela parou um pouco e gritou pra mãe dela:

– MÃE, O NAMORADO DA SEIS PODE VIR AQUI VER ELA RAPIDINHO?

– EI! – Gritei. – Ele não é meu namorado. – “Pelo menos não ainda”, pensei.

– Uhum, tá, olha pra minha cara de quem acredita. – Marina disse, brincando.

– PODE! – Ouvi Adelina gritando do andar de baixo.

Marina falou mais alguma coisa no celular e desligou. Ficamos jogando um pouco de Guitar Hero enquanto esperávamos John (Marina estava tentando me animar). Depois de umas três músicas, ouvimos 3 batidas na porta. Marina foi atender e John entrou correndo até mim e me abraçou.

– Nunca mais faça isso comigo! – Ele disse. – Eu quase morri de preocupação.

– Desculpa. Mas acredite, sua noite não foi pior que a minha. – Eu disse.

– O que aconteceu, afinal? – Ele perguntou.

Contei tudo o que aconteceu, minha conversa com minha mãe, sobre como eu saí correndo até o parque... Depois que acabei de contar, John me abraçou e eu chorei um pouco mais nos ombros dele.

– Você vai pra escola amanhã? – Marina perguntou.

– Hum, acho que sim. – Respondi. – Não posso fugir pra sempre.

– Se quiser, eu posso passar na sua casa cedinho e pegar seu material. – John disse.

– Ok, pode ser. Obrigada. – Eu disse, olhando nos olhos dele.

John assentiu com a cabeça e sorriu. Então ele olhou para a televisão.

– Vocês estavam jogando Guitar Hero? – Ele perguntou com uma sobrancelha arqueada.

– Hum, sim, e eu estava destruindo a Marina. – Eu disse, sorrindo pra ela, brincando.

– Ninguém me vence no Guitar Hero. – John disse, olhando desafiadoramente pra mim. Incrível como ele consegue me fazer sentir melhor depois de uma notícia tão pesada.

– Hahaha, você diz isso porque nunca jogou comigo. – Eu disse, aceitando o desafio.

– Ok então, vamos jogar! – Ele disse, pegando um controle do Xbox.

Rimos e Marina se sentou do meu lado, só assistindo pra ver no que ia dar. E, claro, venci John em todas as músicas que jogamos. Eu só jogo esse jogo desde os 12 anos...

Depois que John foi embora e eu fui dormir, uma música veio na minha cabeça: Nobody’s Home. Nem toda a letra se encaixava exatamente no momento, mas o refrão e algumas frases se encaixavam exatamente no que eu estava sentindo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Avril Lavigne - Nobody's Home:
http://www.youtube.com/watch?v=NGFSNE18Ywc

Tradução:
http://www.vagalume.com.br/avril-lavigne/nobodys-home-traducao.html

Só pra deixar claro, sim, eu sou viciada em Guitar Hero e ninguém me vence!
Críticas e sugestões são bem-vindas!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma História Um Pouco Diferente..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.