Uma História Um Pouco Diferente... escrita por NumberSix


Capítulo 16
A Verdade Sobre Seis


Notas iniciais do capítulo

Bom, esse cap eu meio que tive a ideia na hora. Espero que gostem. =)



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POV JOHN

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Na segunda-feira, fui à escola e encontrei o pessoal na frente da escola conversando. Seis ainda não tinha chegado, então eu me juntei a eles. Eu não estava prestando a mínima atenção ao que eles diziam. Acho que fiquei brisando por muito tempo, pois Percy começou a estalar os dedos na minha frente.

– John? Tá vivo?

– Oi, tô sim, o que foi? – Perguntei, saindo do meu transe.

– Você estava parado, olhando pra parede com um sorrisinho medonho. – Annabeth disse.

– Aconteceu alguma coisa? – Perguntou Marina.

– Sim, na verdade. – Eu disse.

Todos me olharam curiosos. Eu estava prestes a contar o que aconteceu, mas fui interrompido pela chegada de Seis.

– Olá pessoas!

– Oi, Seis. – Todos disseram.

– Oi, John. – Ela disse, olhando pra mim sorrindo.

– Oi. – Eu disse, retribuindo o sorriso.

Ficamos nos encarando por um tempo, sem saber o que fazer, até Sam dar um pigarro.

– Hum, então, John, o que você ia nos falar?

Seis olhou pra mim, meio confusa.

– Hum, nada, eu conto depois. – Eu disse. Pode parecer besteira, mas achei melhor falar com a Seis antes de contar pra todo mundo o que aconteceu entre nós dois.

O sinal tocou e todos fomos para as respectivas aulas. As minhas se passaram muuuuito devagar. Me deu preguiça de pensar que ainda tinha o intervalo e mais aulas depois.

Depois de praticamente dormir a aula inteira, o sinal tocou, indicando o intervalo. Procurei por Seis e a encontrei empurrando todo mundo pra pegar um bom lugar na fila da cantina. Ri e fui até ela. Esperei ela comprar seu toddynho e um pão de queijo e a puxei para um corredor vazio.

– John! Não faça mais isso, quase fez eu derrubar meu toddynho! – Ela gritou.

– Me desculpa se o seu toddynho é mais importante que eu. – Eu disse, fingindo indignação.

Seis riu e me beijou. Depois de um tempo, nos separamos.

– Hum, eu queria te perguntar uma coisa. – Eu comecei.

– Fala.

– Posso contar pro pessoal sobre ontem?

Ela pensou um pouco e disse:

– Pode, mas deixa eu contar para as meninas, senão elas vão me bater por eu não ter contado antes.

Rimos e trocamos mais um beijo, depois fomos nos juntar com os nossos amigos animais.

Quando as aulas acabaram, resolvemos almoçarmos juntos num restaurante perto da escola, já que teríamos educação física mais tarde.

Almoçamos e quase fomos expulsos do lugar por termos acertado um garoto com uma almôndega. Foi divertido. Voltamos para a escola juntos e fomos para a quadra. Seis e as meninas foram se trocar no vestiário e íamos nos encontrar mais tarde na quadra.

Depois de nos trocarmos, eu e os meninos fomos para a quadra. As meninas ainda não tinham chegado e ficamos reclamando do quanto elas eram lentas. Vi as meninas chegando, mas Seis não estava com elas.

– Hum, cadê a Seis? – Perguntei pra elas.

– Ah, a Seis foi correndo buscar um elástico de cabelo no armário dela. Mas pela demora, ela não deve ter achado e agora está, provavelmente, caçando um no chão da escola. – Respondeu Ella. - E Marina perdeu o dela, então foi pegar um emprestado com alguém, acho.

Marina chegou um pouco antes do treinador Hedge. Ele disse que hoje teríamos vôlei. No meio da explicação dele, Seis abriu a porta com tudo. O treinador Hedge parou a explicação e deu um olhar de reprovação para ela, que deu um sorrisinho amarelo. Ela pediu desculpas para o treinador e se sentou com as meninas.

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POV SEIS

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Fiquei revoltada. Não achei a merda do meu elástico no meu armário, então eu tive que andar a escola inteira caçando uma perdida. Sempre tem um elástico perdido no chão, mas acho que hoje os deuses lembraram todas as meninas do mundo se lembrarem de não perderem seus elásticos.

Encontrei um no armário de vassouras do zelador. Suspeito. Peguei o elástico e saí correndo pra quadra. Cheguei ofegante no meio da explicação do treinador Hedge. Pedi desculpa e me sentei ao lado de Marina. Ela me explicou que seria vôlei hoje. O treinador separou as meninas dos meninos e começamos a montar os times.

Não aconteceu muita coisa durante o jogo, mas foi legal ver Sarah quebrando a unha dela...

Depois da educação física acabar, voltei pra casa. Então tive uma ideia.

Desci até a garagem de casa (onde meus instrumentos ficavam) e treinei rapidinho uma música. Mandei um torpedo pro John dizendo pra ele vir aqui. Tranquei a porta da garagem para o caso de Jake tentar fazer mais alguma merda. John respondeu o torpedo dizendo que estava vindo.

Ele chegou num minutinho. Ficou meio surpreso quando me viu na garagem (detalhe: o portão da garagem estava aberto pra ele me ver).

– Oi. – Eu disse, sorrindo.

– Oi. O que é isso? – Ele perguntou.

– Resolvi retribuir pelo passeio que fizemos.

Depois que ele entrou, fechei o portão automático para os vizinhos não ficarem bisbilhotando.

– Hum. Interessante. – Ele disse. Sorrimos e fiz um sinal pra ele se sentar no banquinho à minha frente.

Comecei a dedilhar I Want To Hold Your Hand, dos Beatles.

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POV JOHN

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Reconheci a música imediatamente. Era uma versão um pouco mais lenta, mas perfeita para o tom de voz de Seis.

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"Yeah, I’ll tell you something

I think you’ll understand

When I say that something

I wanna hold your hand (3x)"

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(É, eu vou te dizer uma coisa

Eu acho que você vai entender

Quando eu dizer essa coisa

Eu quero segurar a sua mão)

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"Oh, please, say to me

You’ll let me be your “girl”

And please, say to me

You’ll let me hold your hand

Now let me hold your hand

I wanna hold your hand"

.

(Oh, por favor, me diga

Que vai me deixar ser sua “garota”

E por favor, me diga

Que vai me deixar segurar sua mão

Agora deixe-me segurar sua mão

Eu quero segurar sua mão)

.

Ela cantava como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Não tirou os olhos dos meus nem uma única vez. (N/A: A palavra “girl” está entre aspas porque, na versão original, é “man”, então tive que mudar).

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"And when I touch you, I feel happy inside

It’s such a feeling that, my love

I can’t hide, I can’t hide, I can’t hide!"

.

(E quando eu te toco, eu me sinto feliz por dentro

É um sentimento que, meu amor

Eu não posso esconder, não posso esconder, não posso esconder!)

.

Me arrepiei nessa parte.

.

"Yeah, you, you got that something

I think you’ll understand

When I feel that something

I wanna hold your hand (4x)"

.

(É, você, você tem essa coisa

Eu acho que você vai entender

Quando eu sentir essa coisa

Eu quero segurar a sua mão)

.

Ela finalizou a canção e eu a beijei. Foi um beijo calmo e apaixonado. Ficamos nos beijando até alguém começar a esmurrar a porta. Nos separamos e vi Seis revirar os olhos. Ela destrancou a porta.

– O que você quer, garoto do... – Ela começou, mas se interrompeu no meio da frase. – Oi, mãe!

Ela começou a fazer um gesto com a mão pra eu me esconder. Como ela tinha fechado o portão, eu não tive onde me esconder, então me agachei atrás da bateria de Seis, que Ella usava nos ensaios da banda. Não era o melhor esconderijo, mas não encontrei um lugar melhor...

.

POV SEIS

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– Achei que você só ia voltar na hora da janta hoje. – Eu disse.

– Mary, - ela me chamava assim de vez em quando, pois eu falo que Maren é muito chique. - você sabe que horas são?

Demorei um pouco para responder, pois eu realmente não sabia.

– Hum, não? – Respondi. Soou mais como uma pergunta, mas foda-se.

– Eu estava fazendo a janta, mas ouvi um barulho vindo daqui. – Barulho???? Ok, estou deprimida agora.

– Hum, primeiro, dói quando você chama minha música de barulho. – Eu disse, fingindo dor no coração. – Segundo, eu só perdi a noção da hora, me distraí tocando violão.

Rezei para todos os deuses que ela acreditasse em mim. Rezei até pra Goku me ajudar.

– Jake me disse que ouviu vozes. – Ela disse.

– É claro que ele ouviu vozes! Eu estava cantando! – Eu disse, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. O que, na verdade, era.

– Não, vozes masculinas.

Shit. Me fodi. Pensa, Seis. Pensa.

– O que? Minha voz não é grossa assim, é? – Eu disse, num tom de indignação. Vou matar o Jake depois. Se eu não morrer antes...

– Maren Elizabeth, o que você está escondendo? – Shit, ela me chamou pelo nome inteiro.

– Nada! Por que eu esconderia algo de você? – Fiz minha melhor cara de menininha ingênua e inocente.

– Então, se eu entrasse na garagem agora, não teria ninguém escondido, sei lá, atrás da bateria ali no canto?

Cara, ela é boa! Engoli à seco.

– Claro que não! - Eu disse, dando um sorrisinho amarelo.

– Então se importa de eu entrar? – Pensa, pensa, pensa, pensa...

– O que? Você não acredita em mim? – Eu disse, fazendo cara de indignação.

– Maren, me deixa entrar.

– Nem um voto de confiança? – Eu disse, tentando desesperadamente impedi-la de entrar.

Ela me ignorou e empurrou meu braço, entrando na garagem. Fechei os olhos, esperando a bomba. Quando abri, vi John se levantando lentamente.

– Olá, senhora Elizabeth. – Disse John, morrendo de medo. Eu teria rido da cena se eu não estivesse tão encrencada.

– John, se não se importa, eu gostaria de falar com a Maren, em particular. – Minha mãe disse.

É, adeus mundo, foi bom enquanto durou.

– Claro, eu já estava de saída. – Ele disse, me olhando preocupado. Acenei com a cabeça e ele foi embora.

Tentei sair de fininho. Eu estava quase conseguindo.

– Você pode voltar aqui! – Ela me chamou.

– Ok, mas antes posso ir no banheiro? – Perguntei.

– Não. Senta aqui. – Ela disse.

Respirei fundo. Normalmente, eu e minha mãe nos damos muito bem. Mas também temos nossas diferenças. Respirei fundo novamente e me sentei no banquinho onde antes eu estava sentada. Percebi que Katarina estava meio nervosa também.

– Eu tenho que te dizer uma coisa, algo que já está mais que na hora de você saber. – Ela começou.

Estranhei. Ela nunca começa uma bronca assim.

– Hum, ok. – Eu disse, com uma expressão de confusão.

– Há pouco menos de 17 anos atrás, encontrei uma menininha, recém nascida. Ela não tinha ninguém, olhando ou procurando por ela. – Os olhos dela começaram a se encher de lágrimas, consequentemente fazendo os meus se encherem também. – Eu não podia deixa-la lá sozinha. Então eu a peguei e levei-a ao hospital mais próximo para um exame rápido. A menina tinha a saúde perfeita. Então resolvi adotá-la. – Ela disse, olhando nos meus olhos. Então entendi. Eu era a menina.

Olhei assustada para Katarina. Meus olhos quase transbordando em lágrimas. Os olhos dela já haviam transbordado. Me levantei. Eu estava meio tonta, mas não liguei.

– O que?!?! Por que você não me contou antes? – Perguntei.

Ela se levantou também.

– Porque eu não tinha coragem. Eu não sabia como dizer isso. – Ela disse.

Pensei um pouco. Não sabia se eu ficava e terminava a conversa, ou saia em busca de ar para absorver tudo. Respirei fundo e soltei o ar lentamente numa tentativa inútil de me acalmar.

– O Jake também...? Você sabe... – Perguntei.

– Não. – Ela disse. – O Jake é meu filho de sangue.

Assenti. Eu não conseguia olhá-la nos olhos. As lágrimas finalmente transbordaram. Eu estava com raiva, ao mesmo tempo magoada. Foi como uma facada no estômago. Passei as mãos pelos cabelos.

– Maren... – Katarina disse vindo até mim. Eu me afastei.

– Eu vou... – Não terminei a frase. Saí da garagem, passei pelo Jake, ignorando-o, e saí de casa.

Ouvi Katarina gritando meu nome, mas comecei a correr, mal conseguindo enxergar. Corri sem direção. Já estava escurecendo, o que tornava minha visão pior. Fui para uma praça que tinha perto de onde eu estava. Sentei em baixo de uma árvore e chorei como nunca.


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Notas finais do capítulo

Beatles - I Want To Hold Your Hand:
http://www.youtube.com/watch?v=hFuZjUugpzg

Mas a versão que eu peguei foi essa:
Across The Universe - I Want To Hold Your Hand:
http://www.youtube.com/watch?v=exqLZPbpYYQ

Espero que tenham gostado =)



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