Diários escrita por Tai Bluerose


Capítulo 2
Diários de Ciel 1: Da Índia Britânica para a Inglaterra Vitoriana


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal^^
Gostaria de agradecer a quem leu e comentou. E um beijo especial para a Gabi e a Sarah por favoritarem.
ESCLARECIMENTO: nessa fic, sebastian será um adolescente apenas um ano mais velho que o Ciel, que tem 12 anos.
Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/361944/chapter/2

Diários de Ciel 1:

Da Índia Britânica para a Inglaterra Vitoriana

As memórias que apresentarei a seguir foram retiradas dos diários de Ciel Vincent Phantomhive. Desde já, informo que estes são apenas trechos dos diários, os textos não estão na sua íntegra. Escolhi aqueles em que achei que Ciel expressou melhor suas emoções ou aqueles que nos ajudam a compreender sua história de vida. Por se tratar de um diário pessoal, em dados momentos, Ciel apenas cita algumas pessoas ou situações, sem dar maior explicação sobre quem são, em que lugar certo fato ocorreu ou quando. Precisei fazer uma trabalhosa pesquisa para encontrar algumas informações extras. Dividirei alguma dessas informações com você quando julgar necessário, ok?

Farei uma breve explanação para que você possa entender os trechos colocados aqui.

Sobre os diários:

O diário mais antigo que encontrei no baú era do ano de 1886, pelas anotações de Ciel, aquele era seu “primeiro caderno de memórias” (ele não costumava usar a palavra “diário”). Ciel tinha então 10 anos. Esse diário não continha muitas informações importantes. Apenas alguns relatos corriqueiros com erros de escrita. Alguns textos estavam escritos em hindi. Havia desenhos de elefantes, macacos e tigres feitos pelo próprio Ciel. Alguns desenhos traziam alguma descrição sobre o animal. Ciel nunca escreveu todos os dias, ao que parece, ele escrevia apenas quando sentia a necessidade de contar ou registrar algo. Também não havia no baú todos os diários que ele escreveu. O que é uma pena.

Sobre a família de Ciel:

Arthur Phantomhive foi um nobre muito rico e poderoso. Possuidor de muitas terras e de fábricas na Europa e na Ásia. Ele tinha dois filhos: Vincent e Frances. Ele conde, ela condessa. Vincent Phantomhive, pai de Ciel, era casado com Rachel Durless, e tomava conta dos negócios da família na Índia. Ciel e a família moraram em Bombaim por dez anos, até a morte do patriarca Arthur por volta de 10 ou 13 de janeiro de 1888, quando Vincent precisa retornar para a Inglaterra para assumir os negócios da família.

Segue os relatos de Ciel.

................................................................................

17 de janeiro de 1888

Sentirei muita falta daqui.

Espero que eu não me esqueça das coisas que aprecio nesse lugar. O sol aqui é tão amarelo. As pessoas tão sorridentes. Sentirei falta do vento quente que me embala com o mesmo calor da minha mãe. Dos rios que correm livres, das montanhas e da floresta. Nunca mais poderei montar nas costas de um elefante com meu amigo Soma. Oh, meu amigo Soma, sentirei sua falta. Terás que arranjar outro inglesinho para correr contigo até o lago dos elefantes. Nunca mais verei os tigres tão de perto. Quem me contará lendas exóticas e maravilhosas se minha ama Meena não poderá vir conosco?

Tudo culpa da tia Frances! E do destino.

Todo ano ela vinha a Bombaim para nos visitar e eu amava essas visitas, pois podia rever minha prima Elizabeth. Mas no ano passado, quando tia Frances tomava café com seu irmão, meu pai, ela fez um comentário que seria o meu infortúnio. Os adultos acham que as crianças não prestam atenção no que eles dizem, mas eu ouvi muito bem. Ainda lembro-me das palavras dela.

– Vincent, não achas que os modos de Ciel estão muito... selvagens? Ele é filho de um conde e não de um nativo indiano. Não é querendo ser rude, meu irmão, mas, do que adiantaria eu preparar minha Elizabeth para o jovem Ciel se ele não souber como um lorde inglês deve agir? Penso também no bem do meu sobrinho. Passar tanto tempo longe da Inglaterra pode ser prejudicial para o desenvolvimento do menino.

Depois daquele dia, meus pais conversaram muito sobre minha educação. Até falaram em me mandar para Londres. Achei uma injustiça, eu sou um inglês como todos os outros. Mas tive de admitir, talvez eu precisasse conviver mais com ingleses e menos com indianos, afinal falo melhor o hindi do que minha língua natal. Por consequência, passei a assistir as aulas particulares de um professor de letras e de bons modos, o Sahib Sumerly.

– Em primeiro lugar, nunca diga sahib. Diga mister Sumerly. Você não é nenhum nativo, é um futuro conde. Aja como tal.

Foi assim que ele respondeu ao meu cumprimento cordial. E ainda dizem que eu é que sou o sem modos. Não preciso dizer o quanto odiei o “Mister” Sumerly.

Infelizmente, recebemos a triste notícia de que o vovô Arthur morreu. Não há saída. Meu pai precisa assumir a dianteira das empresas em Londres. Teremos que voltar para a Inglaterra. Papai deixará as terras daqui sobre os cuidados do sahib Agni e partiremos no sábado.

Quando eu vim para a Índia, tinha um ano de vida. Agora, dez anos depois, ter de abandonar o país em que cresci e ir para meu país natal, que conheço apenas de retratos e livros, me parece assustador.

Adeus Índia! Que Shiva cuide dos amigos que aqui deixo e que a Inglaterra me receba como a um filho.

...................................................................................

Ciel menciona um menino, Soma. Trata-se de um príncipe indiano chamado Soma Asman Kadar, muito influente quando adulto. Soube que ele viveu certo tempo na Inglaterra, mas não consegui descobrir se ele permaneceu na Europa ou se voltou para a Índia. Muitos documentos das colônias em Bombaim e Bangladesh se perderam durante as revoltas dos nativos contra os colonizadores ingleses.

......................................................................................

21 de março de 1888

Será que algum dia eu verei a Índia novamente? Sinto tanta saudade de lá. Tudo em Londres é tão diferente, frio e cheio de regras. Todos aqui são tão brancos e pálidos, até mais do que eu sou. Os empregados são sérios e carrancudos e nenhum deles sabe contar histórias. Parece até que eles têm medo de olhar ou falar comigo. Os únicos animais que vi aqui foram cavalos e cachorros.

Não há muitas crianças por aqui, estou sempre sozinho. Fico contando os dias em que Elizabeth vem me visitar, mas até ela me irrita às vezes.

Tenho uns dez professores particulares. Quase não posso sair de casa. Não tenho tempo para nada. Desperdiçarei os restos de minha infância nesses livros chatos. Pelo menos encontrei um jeito de passar o tempo: imaginar um gigantesco elefante indiano pisoteando os professores.

O que será que Soma, Shanti e Shulak estão fazendo agora? Será que eles ainda se lembram de mim?

Eu daria qualquer coisa para fazer um amigo aqui. Qualquer coisa...

..........................................................................

No diário havia uma foto de um menino branco com cabelos pretos, que julguei ser Ciel, junto com dois meninos e uma menina, os três indianos, ao lado de um elefante branco. Acredito que esses sejam Soma, Shanti e Shulak, amigos de Ciel.

Nos relatos seguintes Ciel fala sobre como seu sotaque inglês melhorou e como já havia se acostumado a todas as regras da nova sociedade em que fora inserido. Há várias páginas criticando seus professores e os empregados, que ele julga “seres sem emoção e opinião própria, apenas repetem o que lhe mandam” e outras tantas páginas sobre suas tardes com a prima Elizabeth Middlelford, a quem ele descreve ora como graciosa e expansiva, ora como tenaz e irritante.

...........................................................................

5 de abril de 1888

Papai foi à cidade hoje quando o sol estava alto no céu. Demorou-se em demasia por lá. Mamãe disse-me que ele está à procura de uma escola adequada para matricular-me. Não quero ir para uma escola, por que não posso continuar a estudar em casa?

– Será excelente para a formação do seu caráter, querido – dizia a minha amável mãe acariciando meus cabelos –, Elizabeth também irá para uma.

– Estudaremos juntos? – perguntei mais animado.

– Oh, claro que não. Que ideia, filho. Ela irá para uma escola de moças e você para uma escola de rapazes.

Eu não entendi. Podíamos brincar juntos por que não podíamos estudar juntos?

Espero que papai não encontre escola nenhuma. Ou que todas estejam lotadas.

7 de abril de 1888

Não tive sorte. Meu pai encontrou um colégio “respeitadíssimo e digno de um lorde”. Trata-se de um internato. Isso me entristece. Mal cheguei a esse país onde não conheço ninguém e terei que passar meses longe de minha mãe e do meu lar.

Irei conhecer o colégio amanhã. Ai de mim.

Talvez eu deva olhar pelo lado positivo. Com certeza farei amigos lá.

Assim espero.

............................................

Aqui eu encerro a primeira parte dos diários de Ciel. A segunda parte estará concentrada na sua vida escolar. É nesse momento em que nos é introduzido o segundo personagem mais importante. Um jovem chamado Sebastian.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Me perdoem, não tive tempo de caprichar muito.mesmo assim...Obrigado por lerem.....A introdução era pra vcs entederei o estilo da fic, e esse capitulo é a introdução mesmo da história. O próximo já tem Sebsciel (pelo menos isso né).kissusTai ^3^