Acordei com uma incrível dor de cabeça. Não me surpreendi nem um pouco ao perceber que estava amarrado numa cadeira onde parecia ser um porão. Eu não conseguia ver muito mais do que dois palmos á frente e estava completamente irado de raiva, Qual era o problema daquela garota?

–P-percy? – Chamou uma voz fraca e rouca á uns dois metros de mim, voz que eu reconheci na hora.

–Bianca?!? – Agora sim eu estava com raiva. Eu tudo bem, mas Bianca? Logo Bianca?! A garota mais doce que eu já conheci na vida que não faria mal a uma mosca? A raiva tomou conta de mim e eu berrei pra cima:

–Você está ferrada Rachel! Meu pai e Nico virão atrás de mim!

–Não contaria com isso Darling. –Ouvi a voz venenosa de Rachel não muito longe.

A luz foi acessa. Rachel estava parada ao lado do interruptor de luz me olhando Maliciosamente.

–O que quer dizer com isso? E o que fez com Bianca? – Ao falar seu nome, me virei para olhá-la. Ela estava quase inconsciente. Não conseguia perceber nenhum tipo de machucado, mas ela parecia estar com muita dor. Minha cabeça doía e eu tentava processar rápido. Mas eu nunca fui muito bom em pensar.

Rachel chegou mais perto. –Sério que você não percebeu Percy? Seu pai foi tipo um cumplice. Acho que ele não Me acha uma nora assim tão ruim... Mas também tem a ver com dinheiro. Há! O que uma pessoa não faz quando pensa que está falindo? Ele foi um pouco burro nesse quesito mas bem..

–Você está mentindo!-Gritei pra ela, Estávamos cara-a-cara agora.

–Você sabe que não- Sim, eu sabia. Meu pai faria qualquer coisa pra não parecer um fracassado pra minha mãe. E eles nem estavam mais juntos, o que era irônico. Mas ainda havia uma esperança: Nico –E se eu fosse você não contaria com seu amiguinho, não teremos que nos preocupar com ele por um tempo. – Ela deu uma risada e eu pensei o que ela teria feito com Nico. Ela era doida. Era capaz de tudo, e eu era um bom exemplo disso. Comecei a tentar soltar minhas mãos.

–Solte Bianca!- Mandei. Precisava fazê-la continuar falando, me dando tempo de me soltar.

–Pra que? Pra ela Chamar a policia e revelar onde estamos acabando com a nossa felicidade?-Falou ela com uma cara de inocente que já me enganou uma vez.

–Que felicidade Rachel?! Não existe felicidade! Você precisa de um médico, e precisa me soltar, soltar Bianca e parar de machucar as pessoas que não tem nada a ver com isso!

–A minha felicidade Percy! Ela não conta?? Eu fiz e vou fazer de tudo pra ficarmos juntos! Eu também quero um final Feliz percy!- Uma lágrima solitária escorreu pelo seu rosto e por um segundo eu me esqueci de quem ela era, parecia só uma adolescente solitária que precisava de atenção. Mas ela logo se recompôs com aquela expressão que me dava medo. – E é por isso que não importa o que você faça, eu terei o meu final feliz!

Logo que ela terminou de falar eu consegui me soltar e a segurei. Ela não esperava por isso e não era mais forte do que eu. Segurei as suas mãos nas costas mais ela tentou gritar. Rasguei um pedaço da minha camisa e coloquei na boca dela, impedindo-a de gritar. Peguei a corda que estava me prendendo na cadeira e a amarrei em Rachel. Ela estava do mesmo jeito que eu estava, só que com um pedaço de camisa na boca. Ela se remexia desesperadamente tentando se soltar, mas foi em vão. Quebrei uma janela e pequei Bianca no colo. Mas logo percebi que não poderia leva-la. Merda. Rachel sabia que eu tentaria alguma coisa, por isso colocou uma tornozeleira que estava diretamente ligada a uma corda fina, que estava ligada diretamente ao alarme de incêndio. Assim que eu saísse da casa o alarme seria acionado e duas dúzias de brutamontes viriam ao nosso encalço e com eles não poderíamos lidar. Eu sabia disso pois ela já colocou um em mim algumas vezes.

Eu a coloquei novamente na cadeira prometendo a mim mesmo que não a deixaria aqui por muito tempo. Eu só precisava de ajuda, voltaria com a policia e tentaria colocar Rachel na cadeia novamente.

Sai pela janela e procurei ajuda, mas parecia que eu estava no meio do nada! Minha situação não estava boa, minha camisa estava rasgada, sujo e meu cabelo mais bagunçado que o normal.

Eu corri por muito tempo, até que não aguentava mais e parei pra respirar. Foi quando prestei atenção numa casa, não parecia ter algum morador, mas eu tinha certeza que vi algo andando no segundo andar. Balancei a cabeça. Será que estava ficando louco?

Decidi esquecer. Mas minha cabeça martelava e eu tinha certeza que vi alguma coisa. Resolvi checar, afinal, não faria mal nenhum, não é?

Mas logo que abri a porta, atingi alguém, que estava prestes a sair. A garota caiu no chão segurando o Nariz que eu tinha atingido.

–Desculpe! O que faz aqui no meio do nada? – Sim, eu já tinha certeza que estávamos no meio do nada. E eu nem sabia que lugares como esses ainda existiam.

Ela massageou o nariz e me olhou. Seus olhos eram extremamente lindos, cinzas hipnotizantes.

–Eu que te pergunto o que faz na área de Evacuação?- Ela me perguntou.

–Área de evacuação?-Pergunto confuso. Ela me examina cuidadosamente, me fazendo corar lembrando-me da minha situação.

–Você não é daqui. –Concluiu ela. –Quem é você?