As Surpresas Do Amor escrita por Butterfly


Capítulo 3
A Proposta




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/361728/chapter/3

Laura

Já fazia três dias que eu continuava a “namorada” de Danyel. Todos me mandando mensagens por celular e nas redes socais. É verdade? Quando isso? Como assim? Awn, vocês ficam lindos juntos! Já desconfiava. Eram as frases que eu mais via. Eu não respondia nenhuma. Claro que eu contei a verdade para Caroline. Não consegui esconder dela. E para piorar, Danyel tentava falar comigo de todas as formas possíveis. Mandava flores, mandava mensagens, vinha na minha casa tentar falar comigo — tudo inutilmente, claro. Eu não o queria ver nem que ele estivesse pintado de ouro. Que frase clichê. Argh! Meus pais estavam em Londres e férias e só voltariam daqui há um mês.

— Acho melhor você se manifestar. Você ainda não disse nada. — disse Caroline, mexendo em seu notebook. Ela estava em minha casa, sentada no sofá.

— Você quer que eu faça o quê, Caroline? — olhei indignada para ela enquanto assava uma pizza. — Que eu grite para o mundo inteiro ouvir que eu sou namorada do Danyel?

— Bom, não deve ser tão ruim assim. Ele é meio chato, mas vamos combinar, ele é um gato. — A fuzilei com os olhos. Como se eu estivesse interessada na aparência física de Danyel. — Que foi? Vai dizer que ele não é? — A campainha tocou. Fui atender e vi a última pessoa que eu queria ver nessa Terra. Olhei com raiva e já ia fechar a porta na cara dele, se ele não tivesse segurado.

— Até quando pretende me ignorar? — disse ele, já entrando na minha casa.

— Você é um exemplo de boas maneiras, Danyel. — Falei irônica. Caroline se levantou, com seu notebook e o carregador do mesmo.

— Bom, já que vi vocês tem muito que conversar né. — Ela subiu quatro degraus e se virou para nós. — Só não coloquem fogo na casa. — Danyel deu um risinho. Palhaço. Caroline subiu as escadas e fui direto para a cozinha. Danyel me seguiu.

— Cheirinho de pizza. — Revirei os olhos e desliguei o micro-ondas.

— O que você quer? — perguntei e ele se aproximou.

— Conversar. Civilizadamente, pra ser mais exato.

—Você quer que eu finja ser sua namorada. A resposta é não. — falei rude.

— Por favor, eu imploro Laura. — Ri sarcástica. — O que você quer que eu faça? Que eu me ajoelhe? — E foi exatamente o que ele fez. Olhei em seus olhos, parecia... Desesperado? Por que ele queria tanto que eu fosse namorada de mentira dele? Eu estava com... Pena dele?

— Danyel, levanta. Por favor. — Ele se ergueu novamente. — Por quê? — Ele suspirou e começou a falar.

— Meus irmãos gostaram muito de você e queriam que eu te apresentasse aos meus pais como minha namorada. Eu queria impressioná-los com alguma coisa quando chegassem aqui e você foi a primeira ideia que surgiu na minha cabeça. — Esfreguei meus olhos e suspirei. Esse garoto é muito sem noção, sinceramente. — Eu tenha uma proposta para você.

— Proposta?

— É. Se você aceitar ser minha namorada por esse mês inteiro, eu faço qualquer coisa. Qualquer coisa mesmo, o que você quiser. — Tentador. Eu poderia pedir que ele nunca mais falasse comigo e que ele nunca mais olhasse na minha cara. Estaria livre de Danyel Toretto para sempre. — E aí? Você aceita?

— Aceito. — Falei secamente. — O que eu tenho que fazer? — Ele sorriu.

— Ok. Você vai ter que saber tudo sobre mim e eu tenho que saber tudo sobre você. Precisamos andar juntos na cidade, tirar fotos juntos e você tem que arrumar suas coisas para férias que...

— Espera, como assim arrumar minhas coisas?

— Ué, você vai passar as férias na casa de campo da minha família.

— Você está brincando, né?

— Não. E faz parte do acordo, Laura, conforme-se. —Bufei. Eu ainda terei que passar minhas férias do lado dessa criatura.

— Deixa isso para amanhã, ok? Estou cansada e quero ter um tempo para pensar.

— Mal começamos nosso namoro e você já quer um tempo? — Ele disse ironicamente e eu quis ter visão de calor para queimar ele inteiro. Abri a porta da entrada. Ele entendeu o recado e parou na minha frente. — Até amanhã... — Seus lábios pararam em minha orelha. — Princesa. — Me arrepiei dos pés á cabeça, minhas bochechas se avermelharam e minhas pernas ficaram bambas. Bati várias vezes em seu ombro e ele finalmente saiu. Droga. Garoto insuportável!

***

Acordei com alguém depositando um beijo em meu pescoço. Levantei assustada e vi Danyel. Ele sorria. Provavelmente por ter percebido que eu havia me arrepiado.

— O que está fazendo aqui? — Ele me olhou. Ótimo, eu estava de camisola. Curta e vermelha por sinal.

— Bom dia, minha namorada.

— Quem te deixou entrar? — perguntei.

— Caroline. Saiu há poucos minutos porque Mateus estava passando mal. — E sim, na noite anterior eu havia contado o que conversei com Danyel. Abri a porta do meu quarto e Danyel me olhou confuso. — Qual é, Laura! Seria muito mais legal com você do jeitinho que você está. — Ele riu e eu o forcei a sair. Fechei a porta com força. — Estarei te esperando lá embaixo viu, princesa! — Que garoto chato e insuportável. Agora não tinha mais volta. Eu concordei com essa palhaçada e agora tenho que arcar com as consequências. Lavei meu rosto, escovei meus dentes, amarrei meu cabelo num rabo de cavalo e vesti uma blusa regata branca e um short preto. Desci as escadas e vi Danyel na cozinha, enchendo um copo de achocolatado e bebendo logo em seguida. Folgado. Vi o relógio. Era 12h00min.

— Além de chato e insuportável, é folgado. — Ele revirou os olhos.

— Prefiro você com a outra roupa que estava vestindo.

— E eu prefiro que você fale logo o que quer. — Danyel me olhou e me puxou para fora da minha casa. — O que você pensa que está fazendo?

— Vamos sair. — Desvencilhei meu braço e olhei para Danyel. — Precisamos confirmar para as pessoas que estamos namorando, né. E podemos fazer isso mostrando á elas. — Bufei em sinal de rendição. Peguei minha sapatilha preta, meu Iphone e as chaves da minha casa. E não dava tempo nem para passar uma maquiagem? Um rímel, sei lá? Que garoto insensível. Ele já ia abrir a porta do carro para entrar, mas parou quando viu que eu estava encostada á porta oposta. — O que foi agora?

— Abre a porta do carro para mim. — Ele riu. — Se é para fingir que estamos namorando que possamos fingir bem. — Danyel revirou os olhos e foi abrir a porta do carro para mim. Sorri satisfeita e percebi que o rádio estava ligado numa música do Usher. — Fala sério, você gosta de Usher?

— E você não?

— Cala a boca. — Bom, ele gostava de Usher. Eu gostava também. Óbvio que não falei nada. Ele dirigiu até o shopping. E logo quando chegou ao estacionamento, ainda estávamos dentro do carro e cruzei meus braços.

— Ah não, vai me dizer que eu tenho que abrir a porta do carro para você também? — Ri alto e o olhei.

— O que você acha? — Ele bufou, saiu do carro e abriu a porta do carro para mim. Abri um sorriso de vitória e quando chegamos ao shopping Danyel abraçou minha cintura. — Só pra te alertar, primeiro: a minha língua jamais conhecerá a sua. Segundo: Se sua mão abaixar um centímetro que for da minha cintura nós vamos “terminar”. Terceiro: Como é um namoro de mentira, se você olhar para qualquer mulher...

— Já entendi! — Protestou ele, me cortando. Entramos no shopping e vimos várias pessoas de nossa escola. Sentamo-nos perto do chafariz e Danyel se aproximou abraçando minha cintura novamente. Com nossos corpos grudados, me arrepiei. Eu nunca fiquei tão perto assim de nenhum homem. Ele beijou meu pescoço e eu me virei para encara-lo.

— Ficou maluco?

— Que foi?

— Não precisa beijar meu pescoço, Danyel. — protestei.

— Por quê? Porque você fica arrepiada? — Fiquei sem voz. Idiota! O fuzilei com os olhos e ele abaixou a cabeça em sinal de rendição. — Eu não mereço nem um beijinho?

— Você merece um tapa na sua cara, isso sim. — falei brava. Ele riu perto de minha orelha.

— Você fica ainda mais linda brava, sabia? — Ele sussurrou em minha orelha e mordeu o lóbulo da mesma. Ele me apertou contra seu corpo. — Dá pra fingir um sorriso pelo menos? — Chato. Fiz o que pediu, fingindo estar feliz com sua presença. Danyel roçou seu nariz em minha bochecha. Droga, porque meu coração acelerava com todas as forças possíveis? Rapidamente me levantei antes que eu tivesse um ataque cardíaco. Danyel me olhou confuso.

— Eu quero um McFlurry. — Danyel se levantou.

— Ok, eu compro.

— Está bem, eu espero aqui. — Danyel foi ceder o meu pedido e eu fiquei em pé pensando nas consequências de minhas escolhas. Droga! Eu teria que ficar o mês inteiro fingindo ser namorada dessa criatura desprezível. Vi Danyel com meu McFlurry em suas mãos e conversando com Nayara. Ela o olhava com raiva, mas sorria maliciosa. Fui até lá e parei na frente dos dois. — Meu amor, que demora em! — Beijei sua bochecha, peguei o McFlurry de suas mãos, peguei uma grande quantidade de sorvete e pus em sua boca. Sorri e limpei o canto de sua boca que ficou sujo de sorvete. Havia até esquecido que Nayara estava ali. — Oi Nayara.

— Isso é uma palhaçada. Como que vocês namoram há oito meses escondido?

— Era segredo, criatura. Fizemos isso porque estávamos apaixonados e tínhamos medo da reação das pessoas. — falei.

— Ridículos. — Ela riu com sarcasmo. — E você o deixava beijar várias meninas por aí?

— Sim, não sou ciumenta. Toda escolha tem uma consequência, Nayara. — Ela bufou e saiu pisando forte no chão.

— Devia ser atriz na Globo. — Danyel se manifestou. — Já arrumou suas coisas? Partimos amanhã cedo. — Tive uma grande ideia e sorri, devorando meu sorvete.

— Vou arrumar hoje, mas...

— Mas o que? — Ele perguntou curioso.

— Eu preciso de roupas, sapatos e algumas outras coisinhas também. — Ele ficou boquiaberto.

— Você está brincando que eu vou ter que comprar roupas e sapatos para você? — Me aproximei e sorri.

— Um bom namorado compraria. Como eu disse, toda escolha tem uma consequência. Você escolheu fingir que está me namorando, agora arque com as consequências. — Abri um largo sorriso vitorioso. Acho que não seria tão ruim assim. Danyel se rendeu e fomos a várias lojas. Ao todo, havia comprado 18 peças de roupas e 12 calçados. Danyel carregava todas as sacolas e as colocava no carro para me levar para casa. E é claro, teve que abrir a porta do carro para mim. Ele devia estar querendo me matar. Eu ria e fomos obrigados a falar das coisas que gostávamos e do que não gostávamos. Ele gostava de Once Upon a Time, Os Vingadores, Os Mercenários, Will.I.Am, Usher, praia, sol, chuva, pizza, macarrão á bolonhesa, lasanha e gostava de cozinhar. Esse último item me impressionou. Mas não demonstrei isso, claro. Chegamos e ele abriu a porta do carro para mim. — Que bom que está se acostumando. Porque você vai levar as sacolas para o meu quarto também. — Eu ri, abri a porta e fiquei no meu quarto esperando. Ele logo chegou com uma montanha de sacolas e as colocou em cima da cama. Olhei para os meus “presentes” e sorri. Fui até o andar de baixo e abri a porta da entrada. Danyel parou na minha frente e me puxou pela cintura, colando nossos corpos.

— Acho que eu mereço um tipo de agradecimento. — Sorri, fingindo cair no joguinho dele. Aproximei meus lábios dos seus e fitei seus olhos castanhos.

— Nunca. — Falei, maléfica. Ele me olhava com raiva e saiu. Fechei a porta com força. Teria que passar um mês com Danyel, mas pelo menos com novas roupas. Fui direto arrumar minhas coisas, mas antes, tirei foto das inúmeras sacolas com meu Iphone e pus no meu Instagram. E com a legenda: Príncipe fofíssimo, nunca perde esse costume s2s2. Está aí o meu agradecimento á ele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Nada exigente, a Laura né kkkk



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Surpresas Do Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.