As Surpresas Do Amor escrita por Butterfly


Capítulo 24
Decisões


Notas iniciais do capítulo

desculpem a demora amores :}



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/361728/chapter/24

Laura

Pedi á eles que me dessem um tempo para pensar. Queria ter certeza do que iria fazer. Numa quarta-feira, quando saímos mais cedo da escola pedi á Dan que me deixasse na casa deles. Estava muito frio e começou a chover. Peguei um pouco de chuva quando fui direto para a varanda e quando apertei a campainha, uma mulher gordinha e simpática atendeu.

— Posso ajuda-la?

— Sim. A Demi e o Dom estão em casa?

— Não, mas daqui a pouco chegam.

— Bom... Eu posso esperar por eles?

— Claro. — Ela abriu espaço para eu entrar e eu fiquei na sala. — Precisa de alguma coisa?

— Não, obrigada. — Sorri amigavelmente e ela se retirou. Coloquei minha bolsa no sofá e fiquei encostada ali. Era de se notar que eram ricos. Tinham uma belíssima casa, enfeitaram e fizeram um quarto só para mim... Porque não tiveram mais filhos? Por um lado, eu queria morar com eles e viver como se nada tivesse acontecido, mas sejamos racionais: Eu não ficaria confortável morando com duas pessoas que eu nem sequer conheço! Por mais que eles sejam meus pais biológicos e que me amem. Eu não os amo. Não sou insensível, mas é a verdade. Sem conhecimento, não há amor.

— Laura. — Ouvi alguém me chamar. Era Dom, que me abraçou brevemente.

— Oi. — Forcei um sorriso.  — Hmm, cadê a Demi?

— Vai chegar atrasada. Estava na escola?

— Sim. Eu saí mais cedo e eu vim aqui apenas para... Conversar. — Ele sorriu.

— Por que não ligou? Eu poderia te buscar. — disse ele numa tentativa de ser meu amigo. E sinceramente, eu tinha pena de não retribuir da mesma forma. 

— Não queria incomodar. Você deve ser um homem muito ocupado. — Nunca perguntei sobre os trabalhos deles. — Desculpe, o que você faz mesmo? — Ele deu um risinho.

— Eu sou engenheiro. E dono e administrador de três hotéis. — Ok, agora entendo porque são ricos.

— Nossa. Fez faculdade de Engenharia e Administração?

— E Arquitetura e Turismo também. — Pela primeira vez, sorri impressionada. — Não terminei direito a de Administração.

— E a Demi? O que ela faz?

— É designer de moda. Ela quer montar mais uma coleção só que não sabe como. — Mais uma?

— Como assim mais uma? Quantas ela têm?

— Umas 30. Eu acho. — Minha “mãe” era uma estilista bem famosa provavelmente. — E você? O que pretende fazer?

— Direito. Na UFRJ. — Ele sorriu. Será que ele ficou feliz por eu sonhar tão alto? Antes de dizer qualquer coisa Demi chegou com sacolas na mão que parecia ser lanches pelo cheiro.

— Dom, você... — Sua voz se cessou quando me viu, ela colocou as sacolas no chão e me abraçou fortemente. — Laura, meu amor! — Ela abriu um largo e feliz sorriso. Meus antigos “pais” nunca me chamavam de apelidos carinhosos, quer dizer, só me chamava de Laura e nada a mais. — Não sabia que estava aqui. — Por que eu não ia direto ao assunto logo? — Veio almoçar conosco? — Seu lindo e feliz sorriso me deu pena de dizer que vim apenas para conversar.

— É... Sim. — Menti e Dom me olhou. Desviei de olhar e comemos na sala, sentados no chão. — Então... Vocês têm mais filhos?

— Não, querida. Só você. Não queríamos ter mais, sempre tivemos esperanças de que... — Meu iPhone havia tocado, era Caroline.

— Desculpe. — Me levantei e atendi. — Fala, Caroline.

Laura, eu sei que está na casa dos seus pais, que futuramente será a sua casa — esqueça essa última frase — mas houve uma coisa horrível. — Sua voz era de preocupação.

— O que aconteceu?

O Danyel está no hospital.

— O quê?! Tá aonde? — Perguntei para ter certeza, minha voz havia se alterado e eu estava preocupada. Dom e Demi me lançaram olhares confusos e preocupados.

Calma! Ele e o Cadu brigaram e...

— Brigaram? Brigaram por quê?

Já que você não me deixa terminar, vem pra cá que seu namorado te explica. — Ela disse que era o mesmo hospital que fiquei internada e Dom havia me levado. Danyel estava numa sala pequena com uma enfermeira terminando de enfaixar sua mão. Caroline estava lá e todos se retiraram quando cheguei abraçando Danyel, preocupada. Havia um pequeno corte em sua boca e um curativo no canto de seu olho.

— Calma amor, eu estou bem.

— É claro que não está bem, posso saber por que se meteu numa briga?

— O Cadu disse que um dia iria te pegar, falou mal da Jules e eu soquei a cara de merda dele, satisfeita?

— Não! Quer dizer... Não sei.

— Você queria que ele continuasse falando essas coisas? — Ele ficou sério e eu fiz carinho em sua bochecha.

— Não, mas isso não é motivo para você bater nele. Você se machucou muito? — Analisei seu rosto e ele negou com a cabeça. — Não se meta mais em brigas ouviu bem? — Ele assentiu. Ou seja, ele fingiu que não me ouviu. Já ele estava sentado, o abracei pelo pescoço, o que fez ele abraçar minha cintura. Seus pais chegaram logo depois, também preocupados. Disse a Dom que ficaria com Danyel, até ele melhorar.

***

Uma semana depois da briga, Danyel ficou bastante folgado para o meu gosto. Sempre querendo que eu desse comida na boca dele e querendo cafuné o tempo todo. Não que eu não gostasse. Cadu apareceu com um olho inchado e uma tipoia no braço esquerdo. Não quero nem pensar em Dan se metendo em outra briga novamente. Eu e meus pais biológicos passávamos um bom tempo juntos. Eles eram divertidos e engraçados. Íamos ao cinema, comíamos no Burguer King, conheci seus ambientes de trabalho e seus amigos mais íntimos. Pedi á eles mais tempo para pensar na possibilidade de eu morar com eles. Eu gostava deles, admito. Mas... Sei lá. Eles me tratavam com tanto amor, carinho, respeito e atenção que eu nunca senti com os meus “falsos” pais.

— Psiu. — Christina havia sussurrado. Eu e Danyel estávamos passando o final de semana da casa dos meus sogros. Eu estava na sala, sentada e sem sono. Christina sentou ao meu lado. Ela me entregou uma caneca de chocolate quente que era feito com creme de leite e toddy. Apenas a segurei e Christina sentou ao meu lado. — Ainda está preocupada em relação aos seus pais. — Ela havia afirmado e não perguntado. É, ela me conhecia muito bem. Eu amava minha sogra e ela sempre fora como uma irmã e mãe ao mesmo tempo para mim.

— Preocupada, aflita, desesperada, com dúvida, com medo. — falei sem parar e do nada, comecei a chorar e Christina me abraçou, afagando meus cabelos.

— Calma, querida. Você gosta deles, qual é o problema?

— Eu tenho medo. E se eles brigarem? E se for minha culpa?

— Querida, eles são casados, é normal que briguem. — Respirei fundo e parei de chorar um pouco. Senti que Christina sorria, ela beijou minha bochecha e me abraçou mais forte. Por esse pouco tempo que fiquei recebendo o carinho e á atenção Christina, parei para refletir e pensei bem no que iria fazer.

Depois de muitos pensamentos, muita conversa com os meus sogros e com meu lindo e compreensível namorado, na segunda feira a tarde, fui á casa dos meus pais novamente. Respirei fundo e apertei a campainha. Será que eles estavam em casa? De repente, Demi atendeu a porta e me recebeu com um abraço e sorriso. Eu não quis me soltar de seu abraço e ela riu um pouco.

— Laura, você está bem, amor? — Ela me perguntou. Assenti com a cabeça encostada em seu ombro, enquanto meus braços ainda a envolviam num confortável abraço. Ela se soltou e olhou em meus olhos. — Está bem mesmo?

— Sim, podemos conversar?

— Claro. — Entramos e ficamos na sala.

— Onde Dom está? — Antes que ela respondesse, Dom apareceu, descendo as escadas e me abraçando forte.

— Laura, que prazer te ver aqui de novo. Está tudo bem? — perguntou ele.

— Claro. Eu posso falar um minuto com vocês? — Eles assentiram e me encararam seriamente. — Então, eu pensei muito e me decidi. Eu quero morar com vocês. — Dei um meio sorriso e eles abriram largos e grandes sorrisos. Nos abraçamos em grupo. Não sabia se daria certo ou não, mas eu nunca saberia se não tentasse. Havíamos comido mistos quentes com refrigerante e eu pedi que Caroline viesse me buscar. Quando chegamos á varanda, acenou para nós. — Eu vou indo e amanhã eu trago minhas coisas.

— Meu amor, estamos tão felizes, vamos fazer de tudo para que se sinta feliz aqui. — disse Demi, me abraçando.

— Nossa princesa. — disse Dom, beijando minha testa.

— Eu... Preciso que tenham paciência se eu não chamar vocês de pai ou mãe. Vocês sabem.

— Sim, a gente sabe. — Demi disse, sorrindo. Acenei para eles e fui até o carro de Caroline. Eu estava feliz, mas tensa ao mesmo tempo. De longe, vi eles trocando poucas palavras e se beijando. Eles se amavam e eu era fruto desse amor. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews gatas ;D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Surpresas Do Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.