Shark escrita por ervilha


Capítulo 3
Capítulo 3 - Casa temporária


Notas iniciais do capítulo

D= Algo yaoi/lemon/hetero só virá no cap. 5 ou 6.



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- Mas eu não sei se deva deixar você ir com Vicent. – Aquela voz fez eu soltar ele logo… não fazia mais sentido eu estar abraçando ele.


                - Você que sabe, velho chato. – Logo tapei minha boca. – Droga! – Pensei eu.


                - Velho  chato? Eu? Velho? Eu?! HAHAHA! – O velho pirou da cabeça. – Você, Karl, que tem uns vinte e tais, quase 30 anos, ainda é virgem!, e eu, que ando na ativa todo dia, sou o velho? Aaaah, amigo, cresça! – Ele me deu uma pancada no ombro com a mão, se apoiando a mim, na minha frente, bem distante. – Pensa na tua vida, seu velho, antes de me chamar o que quer que seja.


                - Não tem o direito de falar sobre minha vida pessoal na frente de outros. – Eu soltava a mão dele de cima de meu ombro. Eu estava muito chateado por meu amigo saber disso, já que era meu segredo mais profundo.


                - E você se acha no direito de me xingar de velho…? Eu, seu patrão, seu chefe, seu superior! – Ele batia na mesa com toda força possível. – Se eu precisar afirmar que você, seu estagiariozinho de merda, é gay, eu falo. Não preciso sequer de seu consentimento! – Ele se virou na janela de novo… aquilo devia tranquilizar o velho. – Agora, fique calado, seu merda, antes que eu desista de deixar vocês ir na viagem.


                Eu fiquei calado. Olhei para Vicent, esperando ele ter um olhar desaprovador, mas, pelo contrário… ele parecia não querer ficar de mal comigo. Aliás, ele parecia querer me apoiar nessa guerra contra nosso chefe velhaco. Fiz uma vénia para o chefe, embora ele estivesse de costas, dei uma pancada leve no ombro de Vicent para que ele fizesse o mesmo, e nos retirámos, em pleno silêncio de perdão.


 


                - Vicent. – Eu brincava com o garfo, fazendo buracos nas batatas. – Você…


                - … não, eu não acreditei no que o chefe falou. – Ele me interrompeu bruscamente. – Aquele velhaco que fale o que quiser sobre você. Eu vou continuar sendo seu amigo.


                - Não era bem isso que eu ia perguntar. – Eu bebi água, do jeito que não pudesse falar.


                Eu ia perguntar se ele se importava que eu fosse ainda virgem. Nem tinha pensado na idéia que ele nem sequer tivesse acreditado no que o chefe falou.


                - Então…? – Ele olhava para mim. Aqueles olhos, estavam olhando para mim de um jeito diferente de todos os outros dias dos dois meses que eu já o conhecia.


                - É que… eu fui assaltado hoje de manhã. Por isso que eu cheguei tarde. E…


                - Não precisa falar mais nada! – Ele me atropelava de novo. – Pode ficar na minha casa o tempo que quiser!


                - Mas… acho que não seja necessário, já que nós vamos viajar mesmo.


                - Sim, mas será só daqui a dois dias! Até lá, você ia ficar dormindo na rua?! – Ele retirava o copo da minha mão. – Eu não vou abandonar meu amigo em uma situação dessas. – Ele pegava na minha mão agora. – Nunca vou abandonar meu amigo.


                Ele segurava na minha mão como se a vida dele dependesse disso. Ele segurava minha mão de um jeito… especial, carinhoso. Não sei se isso seria impressão minha, se ele estava mesmo gostando de mim.


                - Pois, mas eu nem sequer roupa tenho. – Eu estava muito envergonhado com a situação.


                - Karl, não se preocupe com isso. Nós temos mais ou menos a mesma estrutura. Com certeza minha roupa servirá a você.


                - Cueca também? – A idéia de partilhar roupa interior não me agradava muito.


                - Cueca também.


                Eu sorri, de um jeito agradecido. Logo eu notei que minha comida ainda estava toda no tabuleiro, e ele já levantava o dele para entregar, vazio. Algo estava invadindo minha mente, e eu nem sequer sabia o quê. Amor não era com certeza. Sempre jurei para minha família que só quando me caísse um satélite em cima eu seria gay.


                Acho que eles estão todos ainda lá em cima.


 


                - Então… Karl… - Cristhina se sentava sensualmente na minha mesinha de estagiário. Dava espaço, pois sou uma pessoa organizada, gosto pouco de montanhas de papel na minha linda mesinha. – Quer sair essa noite, gatão? – Ela botava uma perna por cima de meu ombro. – Você tem que soltar do Vicent um pouco, ou vão começar com rumores de que vocês namoram… e rumor yaoi… é coisa horrível, docinho! – A safada beijava minha nuca lentamente.


                - Coisa ainda mais horrível é rumor de puta. – Eu dava um tapa na bunda dela, para que tirasse aquela mercadoria de cima de minha mesinha. – Então, não queira isso e suma daqui logo. Não quero nada com você.


                Ela abanou sua bunda, deslizou seus cabelos por entre seus dedos, virou costas para mim e foi embora de mal comigo.


                Nesse momento, Vicent chegou perto de mim. Ele botou sua mão no meu ombro.


                - Vamos para casa? Meu turno terminou.


                - Claro. – Peguei em minha carteira (oh, meu santo dinheiro!) e fui embora daquela droga.


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Notas finais do capítulo

*o* Por favor, me dêem reviews... é que é meu primeiro, e eu não sei se ficou bom.



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