Somente Amigos escrita por Awdrey Knight


Capítulo 2
Capítulo 2 - Percy




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A aula de Saúde tinha sido hilária. O treinador Hedge perecia um pimentão enquanto gritava, já que parecia que alguém tinha destruído o seu megafone, com os alunos a importância de se usar camisinha para um sexo seguro.  E como se eu já não estivesse quase morrendo pra não começar a gargalhar Annabeth, que estava sentada junto comigo, ficava fazendo piadinhas de como a cabeça dele ia sair voando a qualquer minuto pela sala de aula. Finalmente o sinal tocou.

-Dispensados cupcakes – disse ele e já ia saindo da sala, quando se virou de novo. – E quando eu descobrir quem roubou meu megafone, essa pessoa vai preferir viver no Tártaro!

Esperei um tempo e comecei a rir que nem um desgraçado, e pude perceber que Annabeth, Thalia e Grover me acompanhavam, e que alguns outros alunos nos olhavam como se fossemos completamente malucos. Eu realmente não entendia como tinha gente que ficava com medo dele, o cara devia ser uns 10 centímetros mais baixo que eu, e tinha uma barriga bem proeminente por debaixo do uniforme adidas que parecia não tirar nunca. E pra completar que tipo de pessoa chama os alunos de cupcakes? Só um doido mesmo.

- Cara, só estamos no primeiro dia e ele já teve quase um infarto. Imagine no final do ano – disse Thalia ainda rindo, apesar de já estarmos no corredor.

- Ter uma aula com o treinador é sempre um bom jeito de começar o dia – disse Annabeth – mas vamos logo Tha, se não vamos chegar atrasadas em Psicologia.

As duas saíram correndo, e eu me virei esperançoso para Grover.

- Que aula você tem agora?

- Nenhuma na verdade. Só faltam poucos créditos pra eu me formar, então decidi só fazer Saúde e Ciência Ambiental esse ano – disse Grover feliz enquanto coçava seus cabelos castanho avermelhados, um pouco sem graça. Fiquei atônito com aquilo, então falei que o via mais tarde e fui para minha aula de Biologia. Nunca tinha passado pela minha cabeça não ocupar todos os meus horários, se fosse por questão de creditos eu já nem vinha mais. Mas eu e Annabeth tínhamos passado as férias de verão inteira no Sbaros, um fast-food que a gente trabalhou naquelas férias, discutindo quais seriam as matérias mais legais pra gente cursar. Parando pra pensar, muitos dos veteranos vaziam a mesma coisa, cursavam grande parte dos créditos nos três primeiros anos, pra deixar o quarto basicamente livre. Acho que quando se tem dinheiro, fazer uma faculdade não depende tanto assim do seu currículo.

Com esses pensamentos a aula de Biologia estava passando quase em branco quando, o professor pediu que formássemos duplas para um trabalho. Pela primeira vez comecei a reparar em quem estava na minha sala, não tinha muita gente no máximo uns dez alunos, como era normal em classes de nível universitário. E ninguém que fosse meu amigo, apenas alguns conhecidos como Lee Flecher, capitão da equipe de arco e flecha, Malcon, um dos poucos caras que conseguia competir com as minhas notas e de Annabeth. E, quase engasguei quando vi quem era, Silena Beuregard, a capitã das lideres de torcida, namorada do quartebeck do time de futebol Charles Beckendorf, e provavelmente a garota mais popular dessa escola. Eu realmente não esperava que ela fosse o tipo de pessoa que eu encontraria nessa aula. Então ela veio na minha direção.

- Oi, Percy – disse ela se sentando na carteira ao meu lado – acho que só restou a gente pra fazer dupla. Então, tudo bem por você?

- Se estiver por você – disse não acreditando.

- A Annabeth tinha razão – disse ela rindo. Pera ai, eu nem sabia que a Annabeth era amiga da Silena, eu devo estar ficando maluco. Então ela continuou, e parecia estar achando graça da minha cara – É ela sempre disse que você não tem a mínima noção de como ficou popular nos últimos anos.

- Que? – disse confuso – Para ai. Da onde você conhece a Annie?

- Nós fizemos algumas aulas juntas ano passado – ela disse com simplicidade, meu queixo caiu, quando ela notou a minha cara pareceu ficar um pouco chateada – Ei! Não é por que eu sou líder de torcida que eu não posso ser inteligente. Tá bom?

- Desculpa – disse sincero, eu odiava que ficassem me julgando e lá estava eu fazendo exatamente isso.

- Tudo bem. Então, sobre o que você quer fazer o trabalho? Eu prefiro Mutações Genéticas.

- Por mim tudo bem. Aqui esta o meu e-mail e telefone – disse arrancando uma folha do caderno – me passa o seu contato. A gente vai pesquisando, e quando tiver material suficiente se encontra pra redigir o trabalho. O que você acha?

- Ótimo – disse ela passando seu e-mail e número.

- Então, – disse, eu estava extremamente sem graça. O professor tinha dado o resto da aula livre para falarmos sobre o trabalho. Mas eu nunca nem tinha falado com ela direito, pra falar a verdade eu nem imaginava que ela sabia meu nome e muito menos que fosse amiga da Annabeth, aquilo era estranho, muito estranho – Você tem alguma ideia de que foco daremos ao trabalho?

- Acho melhor dar uma pesquisada antes de decidir isso, vai que achamos alguma coisa diferente. Não é mesmo?

- Ah, sim claro – cara, eu não tinha nada mais pra dizer. Estava começando a achar que iríamos ficar naquele silencio constrangedor, quando ela disse:

- Você esta namorando a Rachel Dare, não é mesmo?

- Sim. Porque?

- Não é nada. É que eu sempre achei que você e a Annabeth iam acabar juntos – disse ela, e agora estava torcendo para voltarmos ao silencio constrangedor.

- Que?! Não, ela é minha melhor amiga – eu quase engasguei, e ela riu.

- É, ela sempre diz isso também. Mas eu não acreditava muito até que ela começou a namorar o Luke e depois você a Rachel. Mas continuo achando que vocês formam um casal muito mais bonito – disse ela sorrindo pensativa, como se já planejasse nossos casamentos.

- Não, não e não. Eu conheço a Annie desde sempre.

- E o que isso tem haver?

- Eu acho... – disse pensativo. A verdade é que isso nunca tinha passado pela minha cabeça, claro que eu já tinha reparado como ela era bonita (ta bom, gostosa), inteligente, companheira e tudo mais. Mas não sei, a gente sempre foi amigo, e eu com certeza não faria nada pra estragar isso. Então completei – que ter ela como amiga já é mais que o suficiente.

- Será mesmo? – disse a menina, mas antes que ela pudesse falar mais alguma coisa o sinal tocou. E eu agradecendo aos deuses me despedi, e sai quase correndo para a aula de Ciência Ambiental. Me sentei, e logo Grover estava do meu lado.

- Cara, aconteceu alguma coisa? Você parece estranho.

- Ah, não é nada não – disse sorrindo e tentando esquecer os pensamentos que Silena tinha plantado na minha cabeça.

- Se você diz...

Passei a aula prestando atenção máxima, desse jeito nenhum pensamento indevido passaria pela minha mente. E assim que o sinal tocou, eu já nem pensava mais nisso. Já estava na hora do intervalo, por isso eu e Grover fomos direto para o refeitório, pegamos uma mesa e logo Annabeth e Thalia se juntaram a nós, trazendo um garoto e uma garota de olhos e cabelos negros, que eu ainda não conhecia.

- Percy, Grover – disse Annabeth – esses são Bianca e Nico di Angelo.

- Prazer – nós os cumprimentamos.

Começamos a conversar e descobri que eles eram bem legais. Bianca estava no ultimo ano assim como nós e fazia aula de Psicologia e História Mundial junto com Annabeth e Thalia. Já Nico que era um ano mais novo e tinha um jeito meio emo, disse que pretendia se juntar a equipe de esgrima, o que eu e Annabeth comemoramos, quanto mais gente pro nosso time melhor. Eles estavam nos contando mais sobre eles, quando Rachel chegou se sentando entre mim e Annabeth. Lembrei então de hoje mais cedo, e fiquei apreensivo. Mas ela parecia já ter esquecido, apenas me cumprimentou com um beijo na bochecha e começou a conversar com o pessoal. Esse era um dos lados bons de namorar Rachel, ela nunca ficava brava por muito tempo. Era quase como se ela não conseguisse não ter um sorriso no rosto.

O intervalo se passou então com o pessoal da nossa mesa conversando animado, e quando vi já era hora de voltar à aula. Despedi-me de Rachel com um selinho, o que a fez corar como sempre que eu fazia isso em público, eu até que achava isso bonitinho. E fui para aula de Francês com Annabeth. No caminho me peguei pensando que as pernas dela, que a saia xadrez do uniforme deixavam a mostra, eram muito bonitas. ‘Droga!’ pesei, e quis me dar um tapa, mas não o fiz se não ela ia achar estranho. E amaldiçoei Silena mentalmente por ter me feito pensar coisas tão impróprias a respeito da minha melhor amiga. Passei então as ultimas duas aulas em silencio constrangido, Annabeth perguntou algumas vezes se eu estava bem, ao que respondi que sim, só estava querendo prestar atenção na aula. É claro que ela não acreditou, a gente sempre conversava durante as aulas, fazendo comentários e piadinhas, mas ela deixou quieto. Foi só no metro que ela voltou a perguntar.

- E ai, cabeça de alga – disse ela me chamando pelo apelido de quando éramos crianças – Vai me contar ou não o que aconteceu?

- Ah, não é nada – disse, mas ela me encarou com seus olhos tempestade, e resolvi que ia ter que dizer alguma coisa – Então né, é que eu tive aula de Biologia junto com a Silena, e ela me falou umas coisas, que me deixou pensando...

- Falou o que? – perguntou – Ela veio com aquela história de que a gente devia se sentar na mesa dos populares?

- Que? Não, você sabe que eu não faria isso – e aquilo era absolutamente verdade. Eu nunca trocaria meus amigos, pra ficar com um bando de gente falsa que quando eu entrei nessa escola me tratou como lixo. Tá, talvez nem todos fossem desse jeito. Mas ainda assim eu nunca, nunca mesmo trocaria meus amigos.

- Então o que foi?

- Que a gente devia formar um casal – disse eu sem graça. Mas Annabeth começou a rir, o que me deixou desconcertado.

- Não liga pra isso, Percy – disse ela quando conseguiu parar de rir – Silena é muito legal, mas ela acha que é o cupido em pessoa. É só você ignorar que ela para, acredita em mim.

- Ah – eu disse e comecei a rir também. Eu estava sendo idiota, e se a Annabeth disse tava dito, aquilo não era nada de mais.


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