Maison De Rosalia (Black Rose) Interativa escrita por Izabell Hiddlesworth


Capítulo 14
I Can Do Better Than You


Notas iniciais do capítulo

Aproveitando o fim de semana pra dar mais uma atualizadinha básica u.u kkkkkkkk

Boa leitura!! ♥



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Parque de diversões Luminus, o lugar dos seus sonhos, cada vez mais próximo de você. Junte-se a nós em nosso passeio de fim de semana, ao parque de diversões que está passando pela cidade. O meu querido primo - de gosto pior ou semelhante ao da Mira -, escolheu esse lugar deplorável como destino de nosso tempo de domingo.


– Anime-se, Cash-chan - ele dizia.


– Fran, acho que com todas essas luzes baratas e anti-biodegradáveis é bem difícil de ficar animada - respondi, cerrando os olhos diante da placa de neon.


Tudo aqui é tão... Tão... Ah, sem palavras para descrever a falta de bom-senso que algumas pessoas apresentam. Quem foi o idiota que organizou essa pocilga? E, Ginger, como, porque e em que circunstâncias você estava quando concordou em nos deixar pisar nesse lugar? Estamos perdidos.


Dark chorava baixinho na coleira, me implorando para voltar para o carro. Eu também não queria estar aqui, mas fazer o que? Vamos fazer o que o Fran quer uma vez na vida.


– Viu, só? - Mira se grudou em mim com as sobrancelhas levantadas. - O shopping teria sido bem melhor.


– Detesto ter de concordar, mas é verdade.


Do nada, um vulto rosa pulou na minha frente e começou a se balançar.


– Cashmire, vamos naquele? Vamos, vamos!


Recapitulando... Resolvemos dar uma chance para a Viollet, mas ela acha que já virou nossa best. Segui a linha do dedo dela, me deparando com a roda-gigante mais suspeita que eu já vi em toda a minha vida. O brinquedo estava literalmente soltando parafusos, rangendo e quase parando a cada movimento que as cadeiras faziam.


– Tem uma mil vezes melhor à margem do Tâmisa - franzi o cenho. - Sem chances de eu andar nesse troço.


- Miguel, vai comigo? - Ela se agarrou no braço do agente.


O moreno engoliu em seco, calculando a altura do brinquedo. Ele coçou a nuca e se abaixou para Viollet.


– Minha flor, acho melhor não irmos naquele - ele sorriu. - É perigoso.

Sei, sei. Você está é com medo, seu mentiroso.


– Ah, mas rodas-gigantes são tão românticas - Viollet implorava.


Claro que são. Vai ficar ainda mais romântico quando vocês aparecerem na primeira página do jornal The Gaudian*. Por favor, vamos embora daqui. Acho que essa garota não tem noção do perigo.


– Cash - Arkane apontou para um palco -, vamos ver o que está acontecendo ali.


Eu fui arrastada por ela e pela Mira, mas nós chegamos no tal palco. O lugar estava literalmente vazio, até nos chegarmos e várias pessoas se juntarem a nós - pelo simples fato de estarmos bem vestidos, pressuponho. Um cara magricela apareceu, com uma barbicha de bode ridícula e roupas de turco.


– Ladies and gentlemens, bem vindos ao Stade de la Destinée** - mais palhaçada. - Apresentamos, Pierre, o engolidor de fogo.


O tal Pierre não fez mais do que enfiar algumas bolas de fogo artificial na boca. Aí, como eu não sei ficar quieta, gritei no meio do povo:


– Eu sei fazer melhor!


Pronto, foi o suficiente pro cara musculoso e barbudo parar o que estava fazendo e me olhar feio. Dark me olhava como se dissesse "Por favor, você não fez isso". Eu fiz, e faria de novo. Mira riu sarcástica, porém, Arkane deu pulinhos e assoviou me encorajando.


– Vai lá, Cash-chan!


Prendi meus cabelos num rabo de cavalo no meio da cabeça, entreguei a guia da coleira para Yusuke e subi os degraus podres de madeira até o palco precário e improvisado. O cara magricela me parou no fim dos degraus e torceu o nariz.


– Eu disse que você podia subir? - Ele falava no microfone.


Puxei o aparelho de suas mãos e o encarei em desafio.


– Pra você, é senhorita. E o semancol, disse que você podia sair de casa com essas roupas de palhaço?


As pessoas na platéia riram e aplaudiram, Arkane soltou um "Toma!" e acho que Yusuke não sabia onde enfiar a cara.


– Muito bem, senhorita do nariz empinado - o cara me fuzilava. - Pode tentar, mas se não conseguir - ele correu os olhos em meus amigos.


Se interessou por Drak. Óbvio. Não se vê uma garota de treze anos carregando uma pantera por aí todos os dias, ainda mais sem ser parada por alguém.


– Mas se a senhorita não conseguir - o cara voltou a falar com um sorriso maldoso -, eu fico com sua pantera.


– Haha, não vou apostar meu bichinho de estimação.


– Ora, ora, então a senhorita não confia em si mesma - ele disse para a platéia.


– Só não sou um vácuo de sentimentos como você, palhaço. Não posso apostá-lo, porque ele é importante para mim, não porque eu acho que vou perder.


Dark rugiu aos pés de Yusuke, me dizendo para prosseguir.


– 'Tá, se eu perder você pode ficar com Dark - eu cedi.


– Dark, é? Que nome bonito. Acho que vou deixar esse mesmo.


– Ha, vai achando que você vai pôr suas mãos sujas em cima do meu gatinho.


– Gatinho? Você tem uma fera domesticada, isso sim - o cara falou. - Bem, vamos começar logo esse desafio.


Vi, pelo canto do olho, Viollet e Miguel se juntarem aos outros com vários palitos de algodão-doce. A rosada sorriu para mim, levantando o polegar sujo de açúcar. Sorri para ela, de coração - pela primeira vez.


Me entregaram um bastão de madeira cheio de fitas coloridas. Girei-o de vários ângulos e ri alto. Algumas pessoas franziram o cenho e me encararam curiosas.


– Pra mim você vai ascender um fogo de verdade, não é? - Perguntei para o barbicha.


Ele engoliu em seco, meio sem jeito diante dos olhares questionadores das pessoas que assistiam a sua queda.


– Claro, claro - ele se limitou a dizer isso.


Uma moça de cabelos presos em um coque, de collant, salto e meia-rastão cochichou algo no ouvido dele e voltou a se sentar no fundo do palco. Que promíscua.


– Mas antes, que tal uma mágica? Vou ascender seu bastão com o dedo indicador - ele anunciou.


O cara esticou o dedo e mostrou à todos. Timidamente, uma chama vagabunda brotou na ponta de seu dígito e começou a crescer tremida. Ele a passou na ponta do bastão com um sorriso satisfeito nos lábios.


– Isso eu também sei fazer - declarei, apagando a chama do bastão.


O sorriso do homem se desfez e ele me fuzilou.


– Prove.


– 'Tá bom - dei de ombros.


Joguei a mão para frente e a abri. Uma bola de fogo ascendeu-se em minha palma e eu a mostrei à platéia. As pessoas batiam palmas e assoviavam contemplando fogo em minha mão, que elas juravam ser fruto de alguma mágica. Me abaixei na beirada do palco e estiquei a mão a um rapaz de uns dezesseis anos.


– Toque, se tiver coragem.


Seus olhos se iluminaram com a chama, ele ousou aproximar o dedo, mas sentiu que era quente demais.


– Eu vou me queimar - ele disse.


Voltei para perto do cara e sorri orgulhosa.


– Contagem regressiva? - Pedi ao público.


A Yomi-chan começou a puxar e os outros a acompanharam. Huhu, isso é divertido. Até que enfim alguma coisa pra fazer nesse fim de mundo. A contagem acabou e os olhares eram expectantes, o cara da barbicha fixou seu olhar em mim pronto para apurar qualquer erro ou forja.


Levantei a mão com a chama e, sem passá-la pelo bastão, coloquei a bola de fogo dentro da boca e a engoli. O movimento foi claro e bem visível, não tinha como contestar.


– Ladies and gentlemens, a verdadeira engolidora de fogo - Yomi-chan subiu no palco para erguer meu braço -, Cash!!


Yusuke abaixou a cabeça para olhar Dark, minha pantera zelava por mim com os olhos negros. Mas é claro que na hora em que eu desci do palco levei uma bronca do chato do meu agente.


– Muito bem - disse o homem em roupas esquisitas. - A mocinha aqui e seus amigos vão ganhar uma rodada na Casa de Espelhos.


Ótimo, a atração favorita de Mira. Descemos do palco depois de tomar as fichais azuis da mão do cara. Fomos direto para um grande círculo de lona colorida perto da entrada. Ganhamos dez fichas, e como o Dark também conta, sobram só três. Arkane pegou as fichas restantes e correu para onde os outros estavam.


Quando a branquinha voltou, Fran, Arthur e Hikaru estavam com ela, rindo e dizendo algo como "Não vai prestar". É claro que não vai prestar. Me diz uma coisa que fazemos que presta?


– Naa, achou alguma coisa divertida para fazer, priminha? - Fran perguntou sorrindo.


– Eu não diria divertida, priminho. Talvez, peculiar, ou pode-se dizer que meu senso de justiça é bem forte.


– Pelo menos seu showzinho valeu. Ganhamos ingressos para Casa dos Espelhos - vibrou Mira.


– Só tome cuidado para não quebrar os espelhos, Mira-chan - brincou Arthur.


– Cadê o Ginger que já não está aqui reclamando? E o Kain, o Evandro e a Alex-chan?


– O Yuto e a Yuka também não estão aqui - observou Arthur.


– Eles estão numa barraquinha de brindes - disse Hikaru, lambendo um pirulito maior que sua cabeça.


– Onde conseguiu isso? - Perguntaram Arkane e Viollet, com os olhinhos brilhando.


– Naquela barraquinha - elas dispararam para a barraca indicada - ali. Bem, alguém tem de ir com elas, porque o cara da barraca é muito tarado.


– Tipo você? - Sugeri.


– Cash-chan, não seja cruel!


– Ah, eu vou - Miguel girou os calcanhares e foi atrás das garotas.


– Hei, seu cabelo vai ficar marcado se continuar com ele preso - disse Yusuke.


Nem preciso dizer que a mancha na minha escápula não parou de arder e me incomodar um momento se quer, não é mesmo? Soltei meu rabo e olhei para Yusuke, ele apenas assoprou minha franja para que ela não caísse em meus olhos. Puff.


– Chegamos - cantarolou Arthur.


A lona estava num estado nada apresentável. Havia tantos buracos que parecia que o pano tinha sido usado em um tiroteio. A armação de ferro que servia como escada estava podre, comida e enferrujada. Uma palavra para descrever tudo o que estava no meu campo de visão: nojento.


– Ugh, eu não vou entrar aí - dissemos eu e Mira.


– Ótimo, então vamos voltar - Miguel já tinha voltado, mas queria mesmo era ir pra barraca de doces.


– Cara, você é um homem ou é um rato? - Perguntei.


– Depende da situação - ele disse. - Não vou deixar a Viollet entrar aí, sabe-se lá o que pode ter debaixo dessa lona.


– Vamos, vamos - Yusuke nos apressava. - Nós vamos cuidar de vocês.


O nós envolvia ele mesmo, Hikaru e Miguel. Oh, o time dos sonhos. Na verdade, é muito mais provável que diante de um camundongo os três acabem nos largando aqui e correndo para o carro. Grandes heróis nós fomos arrumar.


– Ok, vamos entrar no três: - disse Fran.


– Um...


– Dois...


– Três!


Parabéns para nós, delinquentes juvenis. Derrubamos a porta porque nossa inteligência mútua disse para entrarmos todos juntos.


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Notas finais do capítulo

*The Gaudian: http://www.guardian.co.uk Um dos principais jornais da Inglaterra com sede em Londres.

**Stade de la Destinée: Palco do Destino (francês).

Perguntinha curiosa: Em quem vocês se inspiraram para constituir seus personagens? (Seja na personalidade, ou na aparência). Se me responderem eu conto os meus (Cash, Yusuke e Evandro).

Ficou legal? Vamos ver no quê isso vai dar!! ^^

Até os reviews :3

Beijos