Almost Human escrita por MsNise


Capítulo 28
Ganhando


Notas iniciais do capítulo

Oiii! Tudo bem com vocês? Acho que não demorei tanto dessa vez! Bom, bom, bom, aqui está um capítulo novinho em folha. Escutem essa música enquanto leem http://www.youtube.com/watch?v=Fv37OoyM-pw E eu espero sinceramente que gostem! Até lá embaixo :* :*



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POV Ian

Eu sentia tudo. Eu ouvia tudo. Susi estava certa.

Logo depois que eu percebi que estava morrendo e que passou aquele filme de minha vida em minha cabeça, eu apaguei. Perdi completamente a consciência. Fui dominado pelo escuro total e completo.

Tive a impressão de que tinha dormido apenas alguns poucos minutos. Foi um sono tranquilo, sem sonhos. Nenhuma consciência. Nenhuma dor. Por um momento eu não senti absolutamente nada.

E então eu acordei sem abrir meus olhos. A percepção voltou de forma lenta e embriagada, mas logo eu era capaz de distinguir o que me cercava. Ouvi o som da porta. Senti alguém segurando em minha mão.

O som de sua fala me orientou. Orientou-me de minha atual situação e de tudo o que acontecera até aqui. Deu-me esperança. Orientou-me também de quem estava compartilhando esse momento comigo. Era a pessoa que eu havia defendido. A pessoa por quem eu havia lutado – e quase morrido. Era Susan.

Ela me contou que foram buscar o Kyle, o que foi uma surpresa tremenda para mim. Sério isso? Então ele está aqui? Eu consegui cumprir minha promessa afinal? Eu o verei logo? Se eu já conseguisse controlar perfeitamente os meus movimentos, sorriria abertamente nesse momento.

E os Buscadores? Estávamos livres? Viveríamos livres? Parecia mentira. Parecia extremamente impossível. Mas ela não mentiria para mim. Apesar de ter escondido toda a minha história por todos esses anos, eu confiava nela. Eu confiava em sua palavra.

Ouvi os elogios. Eles me comoviam, faziam algo acender dentro de mim. Essa luz me aquecia. Fazia-me ter novamente aquela certeza: eu não sou o culpado. Eu sou uma boa pessoa.

Eu sabia que estava chegando perto do final quando ela começou a falar sobre o perdão e o amor.

– Eu sei que você me perdoa. – ela começou com uma voz de soprano suave, meio sonolenta. - Eu sei que você me ama. Eu sei, Ian, eu sei por que você quis morrer no meu lugar. E eu quero que saiba que eu também te amo. Amo-te tanto que me prendo nesse fio de esperança que é a sua respiração calma e regular. Eu a sinto em meu rosto agora, e me mantenho firme por causa disso. Combinei com os outros que enquanto você respirar nós teremos que ficar com você. Eles aceitaram. Então, me prometa, Ian, que você nunca irá parar de respirar, tudo bem? Prometa-me.

Eu prometo. Eu aceito essa condição.

De fato, eu a perdoava. De fato, eu a amava. Ela era minha irmãzinha. Como não amá-la? Como não perdoá-la? Como não querer viver o resto de minha vida ao seu lado?

Percebi quando ela dormiu. Sua respiração ficou regular e calma, como ela descreveu que a minha estava. Mas a minha não ficaria assim por muito mais tempo. Com medo de acordá-la, segurei minha respiração e pisquei. Voltei ao controle de meu corpo. Reconheci os meus músculos. Reconheci cada molécula, cada célula que me constituía. Reconheci-me novamente.

Pisquei diversas vezes, completamente desorientado. Eu estava em um quarto de verdade. Não em um colchão largado no chão de uma caverna. Era um quarto com parede, cama e guarda-roupa. Eu não conseguia distinguir muita coisa porque ainda era noite, mas via a sombra que os objetos projetavam pelas luzes dos postes nas ruas que entravam através dos vidros da janela e da varanda.

Intuí um movimento. Era Susi. Ela estava acordando, apesar de ser apenas o meio da noite e de que o seu sono durou apenas alguns minutos. Ela piscou e sentou-se subitamente, assustada. Olhou para mim rapidamente, querendo confirmar que eu permanecia igual. Que ainda respirava.

Mas aconteceu o inesperado.

Eu a encarava, também assustado. Meus olhos estavam arregalados e existia expressão em meu rosto.

Eu estava vivo. Isso era o inesperado.

Suas mãos foram até a sua boca e eu vi a luz refletindo nas lágrimas recentes que começaram a escorrer de seu rosto. Ela estava surpresa, mas ela acreditava. Eu sabia que, por trás de suas mãos, um sorriso se abria em sua face.

– Ian! – ela exclamou, iniciando uma sequência de risadas engasgadas com o choro que se misturava.

Ela pulou sobre mim e me abraçou com força e convicção. Pela primeira vez depois de uma semana eu correspondi. Apertei suas costas e fechei meus olhos. Inspirei seu cheiro adocicado e aproveitei nosso momento de irmãos.

– Você está vivo – ela estava rindo e chorando ao mesmo tempo, sentindo o mesmo misto de emoção que eu sentia. Sorri pronunciadamente. – Você está vivo, Ian!

Ela sentou-se novamente e voltou a segurar minha mão com força, não querendo mais soltar. Ela mordeu o lábio inferior e sorriu não acreditando no que seus olhos viam. O milagre.

– Sim, eu estou sim.

Ela me abraçou novamente. Rodeou-me com seus braços finos e fortes e chorou copiosamente em meu ouvido. Enterrou sua cabeça em meu ombro e soluçou como eu nunca a havia ouvido soluçar.

– Ian, eu não poderia dizer a imensidão de minha felicidade. Não sou capaz de descrevê-la. Mas eu nunca senti isso em toda a minha vida. É a alegria plena. E sabe por quê? Eu tenho uma parte de minha família. A parte que eu sempre desejei ter. Porque eu tenho você – ela fungou, começando a rir e a chorar novamente.

Afaguei seus longos cabelos. Lágrimas de felicidade também invadiram meus olhos e eu funguei, apertando meus olhos com força e deixando as lágrimas escorrerem pelo meu rosto e se fundirem nos cabelos escuros de Susi.

– Calma, shh, eu estou aqui – sussurrei em seu ouvido, sorrindo ao constatar a verdade de minhas palavras. – E ficarei aqui por muito tempo ainda.

– Prometa, Ian – ela pediu sem me olhar.

– Prometo que continuarei respirando – disse para sua surpresa.

Ela levantou o rosto para me olhar. Olhou para meus olhos vermelhos, para meu rosto inchado e para o sorriso que estava grudado em meu rosto.

– Você ouviu – seus olhos brilhavam quase infantilmente.

– Estou ouvindo desde que você entrou no quarto hoje.

– Você confirma tudo o que eu disse? – ela parecia temerosa agora, toda a alegria substituída.

Peguei suas mãos entre as minhas e as olhei por um momento. O sorriso em meu rosto desapareceu aos poucos, substituído por uma seriedade indiscutível. Olhei para os olhos de Susan então, que estavam arregalados e tomados pelo susto. Suspirei, e deixei um sorriso torto se insinuar em meu rosto.

– Sim, eu confirmo. Confirmo todas as suas certezas e convicções. Eu ficarei e viverei livre. Aproveitarei minha vida agora sabendo de nosso parentesco. Sim, eu confirmo. Eu confirmo que eu amo você. Eu confirmo que você está perdoada.

Nunca vi sorriso tão grande em toda minha vida. Ela sorria muito, tanto que quase rasgava seu próprio rosto com sua alegria. Sim, eu a amava. Sim, ela estava perdoada. Sim, nós viveríamos para sempre. Sim. Sim. Eu confirmo tudo isso. Sim. Para sempre sim.


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Notas finais do capítulo

Entããããão?! Já podem acabar as ameaças de morte? Sério, vocês estavam começando a me assustar ): Enfim. Agora todos estamos felizes no vale encantado! Mas não se esqueçam: ainda não terminou. E continuem acompanhando! Obrigada por terem lido, comentem e muito (é sério, às vezes eu fico triste quando vejo que tem pessoas que leem e não comentam, nem favoritam, nem recomendam. Comentem fantasminhas! Eu sou uma pessoa super curiosa que não suporto ficar na dúvida. Digam se vocês gostam ou não, não custa nada!). Até o próximos amores s2