Rise Of The Gods escrita por Sammy Martell


Capítulo 4
Finalmente Ar Puro


Notas iniciais do capítulo

Eu queria saber, ao final de cada capítulo, quem preferem:

Luke e Haidee
Ou
Scott e Haidee



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Um completo deserto. Isso era o que eu via, sem nenhum sinal de água. Luke estava tão desorientado quanto eu, ele ainda estava segurando minha mão, quando percebeu soltou-a corado. Eu ri e Luke me acompanhou, no entanto Scott permanecia parado, sem se mexer, apenas olhando para o horizontes escuro da noite.

Luke e eu olhamos para ele, era preocupante. 

Luke disse que o garoto não havia falado quase nada com ninguém desde que acordara, mas na minha opinião ele era só um idiota bonito.

Tomei a dianteira.

–  O que vamos fazer? - perguntei. 

– Acho que deveríamos seguir pela trilha de água. – apontou Luke.

Virei-me de costas para os dois. Inicialmente não vi nenhuma trilha de água, mas logo foi ficando claro para mim, a terra ficava úmida e logo diferente de tudo, as formas eram bem diferentes, pareciam pegadas ou não, espera! Eram pegadas. 

Mesmo duvidando que aquilo nos ajudaria segui aquele caminho, caminhamos os três um dia inteiro sem parar até que, finalmente, o deserto acabou. Graças aos deuses! Já estava enjoada de tanta areia!

O caminho que se seguia era uma grande floresta. As árvores era, altas e havia pouca luz ali, mas mesmo do deserto podia ver algumas cavernas e grandes rochas no meio das árvores.

Luke apoiou sua mão em meu ombro e ofegou. 

– Cara, da onde você tira tanta energia? – perguntou ele. 

Olhei para trás e percebi que os dois estavam morrendo de calor e ensopados de suor, foi então que percebi, eu continuava seca e limpa, não sentia calor e muito menos frio, ainda por cima estava com toda a minha energia. 

– Não faço idéia. – digo. – Vamos, temos que adiantar o máximo possível, então. Andando! 

Eles me seguiram com muita dificuldade, eu tinha que admitir, era muito mais fácil andar na areia do que na grama e nos rochedos. E, já na metade do caminho, os dois despencaram na grama e ofegaram. Olhei para eles e me dei conta que se continuássemos iriam desmaiar. 

– Vamos montar o acampamento aqui, eu fico de vigia. – me aproximo deles – E pelo amor dos deuses! Vão tomar um banho! 

Luke ri, mas Scott se mantém impassível. Os dois se levantam e saem dali, provavelmente procurando por um lago ou qualquer coisa.

Peguei suas mochilas e procuro por cabanas ou sacos de dormir e, por sorte, acho três sacos de dormir - um em cada mochila - para dormirmos, mas eu não pretendia dormir, mesmo assim pego todas as mochilas e os sacos de dormir e subo em uma rocha, bem grande por sinal, e arrumo tudo ali colocando também algumas latas de comida e os três cantis de água.

Os dois garotos voltam com as roupas agora um pouco mais secas, mas amaçadas. Eles se sentam comigo na rocha e desfrutam da água e da comida enlatada. 

Luke e eu conversamos animadamente enquanto Scott permanece silencioso.

Nós dois viramos para eles.

– Ei – chama Luke – por que você não fala nada? 

Scott levanta a cabeça e encara Luke nos olhos, ele pega uma generosa quantia de ar antes de começar:

– Porque eu acordei em um mundo desconhecido e mesmo assim conheço os costumes de um adolescente comum. Agora eu estou viajando com dois idiotas que sequer vêem a gravidade do problema. 

Eu admito, fiquei nervosa, ele me chamou de idiota? Essa foi a gota d'água. 

Dei-lhe um tapa com a maior força que eu tinha e pude ouvir o estalo. 

– Eu passei dezesseis anos em coma, tendo pesadelos e acordei de repente, descobri que deuses existiam e que eles estão voltando. Passei pelas mesmas coisas que você e nem por isso eu estou sofrendo silenciosamente sem falar nada. Agora eu descobri que meu pai está vivo e que foi capturado por esses Riddles e vou te dizer uma coisa: não quer vir com a gente, não venha, MAS NÃO NOS ATRAPALHE! – explodi. 

Preparei-me para dar-lhe outro tapa, mas ele segurou meu pulso levantando-se de seu lugar e ficando acima de mim. 

– Correção: estou viajando com um idiota e uma garota estúpida, já que ela não sabe o quão perigoso é desafiar alguém que é muito maior e mais forte do que ela. 

Chuto seu tornozelo e instantaneamente ele solta meu pulso. Aproveito esse momento e desfiro-lhe outro tapa. 

– E eu estou viajando com um babaca ignorante. – digo secamente – Você fica no primeiro turno. 

 Saio pisando duro, indo para algum lugar na floresta, quando tenho certeza que estou distante dos garotos sento-me apoiada em uma árvore. Ouço alguns ruídos, mas os ignoro, estou muito ocupada com meus pensamentos. Fico me perguntando porque havia mencionado meu pai no meio da discussão, eu mal o conheço e já estou tão preocupada!

Sinto duas mãos em meus ombros, penso ser Luke tentando me reconfortar.

– Oi Luke. – viro para trás e percebo ser um Riddle. 

Nunca havia imaginado como seria um, mas agora que o vejo parece extremamente assustador. Os Riddles parecem zumbis e sempre há algo diferente neles, o que me segura pelos ombros tem apenas um grande olho. 

Ele me levanta do chão e então percebo que estou cercada, há sete deles, todos em volta de mim. Tento chutá-los, mas parece inútil, aparento ser uma criança birrenta. Então faço a primeira coisa que me vem à cabeça: grito.

O Riddle que me segura pelos ombros arranha-os com força fazendo dois grandes cortes. Reprimo um grito de dor e fecho os olhos com força. Posso escutar os passos apressados de alguém atrás de mim, mas parece se passar uma eternidade até que o som vá se tornando mais próximo. 

Sinto o Riddle que me segura ser jogada para trás e arranhar novamente o meu ombro numa esperança falha de se segurar. Fecho os olhos quando caio para não sentir o impacto, rolo para o lado esquerdo e por sorte não há mais Riddles me envolvendo. Cubro meu rosto com um dos braços tentando me proteger enquanto ouço a batalha ocorrer, escuto barulhos grotescos que me lembram a morte quando uma lâmina corta um Riddle a ponto de matá-lo. Quando não há mais nada duas mãos gentis retiram o braço de meu rosto, ainda não tenho coragem de abrir os olhos,  as mãos tocam meus braços e me erguem do chão deixando-me em pé. Sem nem abrir os olhos abraço quem penso ser Luke, mas quando o abraço me dou conta. Não, não pode ser. 

– Qual é o seu problema? – pergunta uma voz, a voz que eu não queria ouvir. 

Scott.

– Como assim? 

– Porque se afastou do acampamento?

– Não te interessa. – cruzei os braços.

– Interessa sim. 

Apenas ignoro-o e me viro para voltar ao acampamento, mas ele toca meu ombro machucado e eu arquejo de dor. 

– O que houve? – pergunta preocupado. 

Me lembro nesse momento que estamos no escuro e que não tenho como mostrar-lhe o ferimento. Por isso, faço uma das coisas mais estúpidas que já fiz. Me viro para ele e pego sua mão colocando-a delicadamente sobre o ferimento causado pelo Riddle. 

A mão recua e sinto seu olhar. 

– Está doendo muito? – sua voz é gentil e calma, ele nunca falava assim comigo. 

– Não. – murmuro. 

De repente parece se lembrar de algo: 

– Você não respondeu minha pergunta. 

– Porque, eu mencionei um assunto delicado na conversa. – deixo escapar. 

– Seu...seu pai? – ele pergunta.

Como? Como ele adivinhou? Não, não posso dizer a verdade.

– Não. – viro o rosto. 

– Sei que está mentindo. 

Uma mecha de cabelo cai sobre meu olho e eu me viro para contemplar seus brilhantes olhos castanhos. 

Scott tira a mecha de cabelo de meu rosto, colocando-a atrás da orelha. Sua mão acaricia minha bochecha e nos aproximamos lentamente até que nossos lábios se encontram provocando um beijo apaixonado. Pela primeira vez eu realmente me senti feliz, mas, rápida como chegou, essa felicidade se foi dando lugar à um sentimento elétrico e gelado, que me percorre até sair por minha boca e...

BOOM! 

O espaço entre nós explode nos lançando cada um para um lado. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e já vou avisando que o próximo pode demorar um pouquinho porque eu postei esse antes do tempo previsto.
Kisses Sammy