Girls On Fire escrita por JessieVic


Capítulo 41
Capítulo 41


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Desculpem, falhei no sábado e não postei nada... foi a correria do fim de semana! Espero que gostem desse capítulo!



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O almoço já estava pronto. Colocado dentro do forno para se manter aquecido. Esperavam Quinn para o almoço com ansiedade. Santana estava deitada no sofá, com a cabeça apoiada no colo da namorada. Se sentia exausta. A professora de dança, aquela cara de limão azedo tinha acabado com ela na aula. Seus músculos das pernas e dos braços doíam. Sem contar os pés que latejavam. 2 horas de aula, sem descanso. Recebera um “tratamento especial”, pois segundo a mulher, a latina tinha grande potencial e aguentava muito mais que a maioria dos outros alunos. Santana tinha ficado toda se achando quando escutou isso, mas assim que os exercícios de fortalecimento e flexibilidade começaram, ela amaldiçoou até a 3ª geração da professora.

Jessica estava calada, acariciando os cabelos da latina a deixando cada vez com mais sono pelos cafunés que recebia. Observava Rachel na outra poltrona que apertava o controle remoto sem parar. Não achava nenhum canal que prendesse sua atenção. Estava preocupada com Quinn que não atendia o celular. Ela e Santana tinham tentado ligar várias vezes, até que a latina mandou tudo a merda e se deitou no sofá. Se a Fabray queria ser uma idiota, ela estava conseguindo. Foi o que ela disse para Rachel assim que a mesma a informou que a amiga tinha saído sem maiores explicações.

– Dane-se! Estou morrendo de fome! – Santana se levantou bruscamente do seu colo fazendo Jessie se espantar – Vamos comer! A Quinn não sabe que estamos esperando ela mesmo... eu e minha namorada precisamos dormir!

– Mas coitada... – Rachel começava a falar.

– Coitada nada, ela não quer nossa ajuda – a latina deu de ombros – pois então que se resolva sozinha com o que quer que seja. Mas quando ela chegar aqui, vai ouvir umas poucas e boas!

– Santana, primeiro vocês precisam conversar na boa com ela... deve ser alguma problema... – a ruiva olhava pra ela com olhos calmos – Acho que a Rachel vai conseguir tirar a verdade dela facilmente – deu um sorrisinho malandro.

– A verdade e a roupa né? – Santana sorria também vendo a amiga ficar vermelha – Não pense que o fato raro de você não ter ido para a aula me passou despercebido senhorita Berry! Só não te encho mais o saco porque estou exausta!

– Eu... – ela parecia hesitante - Eu resolvi ficar porque achei que vocês duas estariam dormindo o dia todo depois da noitada que tiveram e não queria que ela ficasse sozinha.

–Quem disse que tivemos uma noitada? Mas que ideia... – Jessica fazia uma cara de indignada – Chegamos e dormimos não foi Sant?

– Claro, como anjos! – ela deu uma piscadela marota para a namorada – Quem deve ter aprontado a noite toda foi você com a Quinn... – ela ia rumo a cozinha já pegando a travessa do forno.

– Tenho certeza que foi o contrário, mas não vou discutir – Rachel disse toda alterada e dava na cara que estava nervosa com o assunto – Vamos comer quem sabe seu humor não melhora.

– Mas quem disse que eu estou de mau humor? Estou explodindo de felicidade e brilho! – ela deu um tapinha na bunda da Jessie que passava por ela para sentar ao seu lado – Só to cansada.

– Parou as duas! – a ruiva bateu palmas para encerrar a discussão - Vamos comer de uma vez porque, pra ser sincera, também estou faminta!

Começaram a comer. Jessica e Santana estavam cheias de brincadeirinhas e chamegos. Rachel estava pensativa e às vezes ria de alguma gracinha que as outras falavam. A comida estava muito boa e a latina elogiou bastante, o que surpreendeu as meninas.

– Viu Santana, só porque sou vegetariana não quer dizer que só como mato! – a morena falou com naturalidade.

– Tá, você SÓ quase come mato... existem algumas exceções, como essa delícia de estrogonofe... Mas acho que ele só está bom assim porque minha ruivinha linda que ajudou a preparar! – ela deu um selinho em Jess que ficou toda encabulada pelo elogio.

– San, acho que amanhã você deveria fazer um super almoço pra gente! – a ruiva falou toda empolgada.

– Ahh não sei não... Tenho medo de errar a mão e causar uma bela dor de barriga em todo mundo! – ela balançava a cabeça pensando nisso.

– Não faz drama que só vai acontecer isso se você comprar alimentos estragados pra preparar o rango né? Não foge não Santana! – Rachel agora se divertia atazanando a amiga.

Uma batida na porta fez as meninas pararem de conversar, ouviram Quinn chamando por Santana e na hora Rachel sentiu borboletas no estômago e involuntariamente ajeitou os cabelos e se aprumou toda.

– Vai atender sua amiga! – a latina falou na maior calma, continuando a comer.

– Ela chamou por você... – a morena falou isso, mas já ia se levantando indo em direção a porta.

Jessie e Santana se olharam e riam do jeito da garota que fingia estar calma mas parecia que estava travada enquanto andava.

– Então agora você e a Berry são amiguinhas? – a latina cochichou para a ruiva que concordou com um sorriso – Huum, depois quero saber sobre o que conversaram!

– Ahh coisas do amor! – ela sorriu boba – Como a gente pode ser feliz se aceitarmos o que sentimos ! – pegou na mão da namorada e lhe deu um selinho.

Ficaram observando a morena abrir a porta para a loira que tinha um rosto preocupado mas deu um sorriso ao vê-la.

– Estávamos preocupadas! – Rachel falava enquanto ia pra cozinha e Quinn a seguia – Não atende o celular não?

– Ele estava desligado – ela deu de ombros olhando pra Santana que a encarava com os braços cruzados e olhar inquisitivo. Viu desespero naqueles olhos esverdeados.

– Huuum, vou pegar um prato pra você Quinn, você deve estar com fome! – Jess se levantou tentando quebrar o climão.

Surpreendentemente Santana não deu uma bronca na loira. Ela não sabia por que mas percebeu que a amiga não estava com paciência nem estrutura pra isso no momento e seria inútil brigar por ela estar escondendo algo delas. Tentou descontrair e claro que não podia deixar de incluir Rachel nisso.

– A Hobbit não estava se aguentando aqui de preocupação Fabray! Ela deixou de ir pra Universidade e você faz um papelão desses, deixando ela sozinha! – a latina se levantava e indicava a cadeira que estava para a loira se sentar.

– Rach... eu tinha esquecido, senão teria te acordado para ir a aula... – ela tentava explicar e a morena só assentia com um olhar compreensivo. Santana revirou os olhos, ela parecia um cachorrinho esperando Quinn jogar a bolinha pra ela ir buscar.

– Tudo bem, eu precisava de descanso depois da noite de ontem no bar... Minha cabeça ainda dói quando eu mexo ela bruscamente – ela riu.

Jessica serviu Quinn enquanto explicava o que tinha para o almoço e disse toda animada que a ideia tinha sido da morena. Ela ameaçou puxar uma cadeira para se sentar com as duas, empolgada na conversa, mas Santana segurou seu braço e fez um olhar sugestivo e ela logo entendeu que era pra deixar as duas sozinhas.

– Eu e a Jessica estamos super cansadas, vamos pro quarto tirar um cochilo – a latina falou com inocência, dessa vez realmente não havia segundas intenções, mas Quinn e Rachel deram uma risadinha incrédula.

– Fiquem a vontade meninas, só não fiquem peladas! – Jessie deu uma piscadela pra Rachel enquanto puxava Santana pela mão rumo ao quarto.


– Só não fiquem peladas? – Quinn balançava a cabeça – Essas duas pensam que a gente tem fogo como elas!?

– É o amor Quinn... – ela falou com um olhar apaixonado - Melhor assim, Santana está tão bem humorada e calma que fico até com medo de pensar numa possibilidade de briga entre elas. Sofreremos as consequências. – olhou para a loira que começava a comer com ar satisfeito – Ficou bom o almoço?

– Ótimo! Eu estava faminta, não como desde manhã quando saí da sua casa. Não quis parar pra comer em nenhum lugar, não tava com cabeça pra isso – ela deu de ombros enquanto Rachel só a observava, tentando desvendar o que aquela loira estava escondendo.

– Hey, se quiser uma ajuda... com o seu, hum... problema, eu estou aqui! – a morena apertou a mão da loira que estava sobre a mesa.

Quinn apenas balançou a cabeça concordando e voltou a sua atenção para sua comida, com a cabeça baixa. Rachel resolveu não falar nada e continuou a encarando com olhos perdidos, mantendo sua mão apertando a dela, que não mostrou nenhuma objeção nisso. A garota estava quase terminando quando repentinamente soltou o garfo e tampou o rosto enquanto começava um choro baixo e seu corpo tremia com os soluços.

Rachel não sabia o que fazer, o que falar... mudou de cadeira e se sentou bem ao lado da loira a puxando para um abraço. O choro não parecia cessar e ela apenas acariciava seus cabelos e já tinha vontade de chorar junto. Quinn se separou do abraço. Olhos vermelhos, mais rouca do que nunca, encarou os olhos que a observavam aflitos.

– Rach, eu acho que estou encrencada... – voltou a chorar.

– Quinn, você vai me contar o que é que está acontecendo e vamos resolver isso juntas! Se acalma, pra tudo se dá um jeito! Você está cansada, vamos lá pra casa, te faço um chá de camomila e conversamos com sossego! – ela se levantou e Quinn a seguiu, concordando. Guardou aquilo tanto tempo só para si que agora sentia que tudo tinha vindo a tona e queria muito contar para a amiga, sentiu tanta segurança ao olhar para aqueles olhos que deixou sua armadura cair.

Chegaram ao apartamento de Rachel e como ela havia dito preparou um chá para a loira que a aguardava no sofá, ainda tinha alguns espasmos mas o choro tinha terminado.

Rachel sentou ao seu lado, estendeu uma caneca grande para a amiga e com um sorriso compreensivo perguntou:

– E agora, senhorita Quinn Fabray, o que foi que você aprontou dessa vez?

A loira então contou seu caso com o professor e a morena não pode deixar de sentir um mal estar, um ciúme que ela não sabia de onde vinha, não queria pensar em nenhum aproveitador ao lado da sua amiga. Ficou com mais raiva ao saber que depois de certo tempo Quinn não queria mais nada e o homem continuou insistindo com uma obsessão louca e ameaças.

A garota contava tudo rapidamente, queria colocar aquilo pra fora logo, esvaziar seu interior que parecia estar transbordando. Rachel ouvia calada e concordava em alguns momentos.

– Então, eu fui para o escritório dele naquele dia, estava decidida a terminar com aquilo de uma vez. – Quinn falava enquanto sua mente voltava para aquele momento.

Cheguei a frente da porta do escritório que muitas vezes entrei sem bater. Sempre chegava aqui com ansiedade. O risco de ser pega aqui era uma possibilidade mas não tinha medo. No fundo eu pensava que seria prazeroso. No início eu não percebia, mas com o tempo pude notar que esse caso com Charles foi uma forma que eu encontrei de me ferir, de afirmar para mim mesma que eu não valho nada. Ao invés de me cortar, me multilar, como muitas fazem para extravazar a dor, eu me anulava dessa forma, buscando afeto em outros braços com sentimentos vazios.

Bati na porta devagar e sem esperar resposta entrei. Ele estava sentado junto a escrivaninha, corrigia algumas provas. Era um homem surpreendentemente atraente para a sua idade mas parecia cansado. Ele levantou os olhos me observando entrar e quando olhei nos olhos dele senti medo. Algumas pessoas podem ser encantadoras mas quando contrariadas viram monstros.

“Quinn, eu sabia que você não resistiria e viria me ver” – ele se levantou e já tentava vir em minha direção querendo me abraçar, mas eu desviei rápido.

“Vim porque você me ameaçou. Não gosto de ameaças! Não temos mais sobre o que falar, não quero te ver!” – me ouvi dizendo com toda a coragem que podia reunir. Eu não sabia do que aquele homem poderia ser capaz. As pessoas podem nos surpreender. Mas eu sabia que precisava esclarecer tudo, relembrar tudo antes de deixar aquele escritório para nunca mais voltar.

“Se você parasse com essa cisma de menina mimada e voltasse a ser minha garota ninguém te ameaçaria... eu só quero te fazer se sentir bem!” – ele vinha mais uma vez na minha direção tentando passar a mão pelo meu rosto. O escritório era pequeno e com alguns móveis, eu não conseguia ficar escapando sempre. Me afastei e acabei encurralada na parede. Vi um sorriso safado passar pelos seus lábios me vendo naquela situação indefesa.

“Eu estou bem sem você! Por favor, me deixe em paz!” – Eu não queria implorar, tentava ser forte, mas a situação me dava medo. Pra onde eu iria se fosse expulsa da Universidade? Fui tão inconsequente quando comecei essa bagunça e agora peço piedade como uma criminosa. Eu também era responsável por essa situação quando aceitei ter um caso com ele. Isso era o que mais me irritava: Eu também era culpada!

“Você já sabe, se me deixar você vai sumir dessa Universidade antes que consiga se dar conta disso. Sua vida acadêmica acabou. Tem certeza disso? – ele deslizava suas mãos pela lateral do meu corpo e parou no meu bumbum. Que parte de “não quero mais” ele não estava entendendo? O empurrei com toda força que pude. Ele estava desprevenindo e se desequilibrou caindo sobre a mesinha de centro que tinha um tampo de vidro.

Droga, o estrago estava feito!

Duas secretárias que passavam no corredor lá fora ouviram o barulho de vidro se quebrando e sem mais demora entraram na sala se deparando com a cena. O homem caído sobre um chão de cacos de vidros, apesar dele estar de terno dava pra notar manchas vermelhas surgindo. Olhei pra elas com olhos assustados e tentei falar com o máximo de calma que eu juntei: “Ele tentou me agarrar”

Não me deixaram sair de lá. Fiquei sentada no sofá olhando para aquele homem que eu tinha começado a odiar. Tive que esperar até que a ambulância chegasse para socorrê-lo. Ele dizia com a maior inocência que eu tinha ido ao seu escritório em plena luz do dia – e essa não era a primeira vez - e tinha oferecido favores sexuais em troca de boas notas e recomendações. Uma acusação tão clichê, mas que infelizmente ainda acreditam.

A coisa toda foi absurda! Sequer investigaram ou deram voz a minha versão dos fatos. Fui afastada das aulas, banida dos clubes em que participava e a conselheira estudantil sugeriu que eu sumisse por uns tempos assim que um boletim de ocorrência foi feito na delegacia mais próxima. Charles era um covarde. Eu realmente me arrependia de não tê-lo matado. Pelo menos isso tudo estaria valendo a pena.

Eu não quero voltar pra lá.

– Quinn... isso é muito injusto... – Rachel segurava suas mãos sobre a dela e sentia muita pena da loira ter estado tão desamparada todo esse tempo, sem ninguém para aconselhá-la – Você errou, de fato. Mas esse homem é um mentiroso! Um menino chorão que não sabe perder!

– Hoje eu visitei um advogado aqui em New York. Acho que ele vai poder me ajudar a pelo menos limpar minha barra e mostrar a verdade. Posso provar que não sou a única culpada nisso. Não quero voltar pra lá Rach, não quero mais ficar sozinha com gente que não gosta de mim... – os olhos dela começaram a marejar novamente.

– Você sabe que aqui somos uma família e todos gostam de você Quinn – ela acariciou com receio o rosto da loira, secando uma lágrima que escorria – E você pode ter certeza, que enquanto você permitir que eu fique ao seu lado, nunca vai ficar só – deu um sorriso tímido.

– É o que eu mais quero... – Quinn falou olhando para suas mãos unidas, tomou fôlego, encarando os olhos castanhos que pareciam confusos – Sua companhia! – ela deu um sorriso terno fazendo o coração de Rachel bater mais acelerado. Depois de tanto choro, ver a loira sorrindo era tranquilizador.

A morena esqueceu seu pudor, sua preocupação, o problema que Quinn estava encarando. Soltou das mãos dela e rapidamente passou seus braços ao redor do pescoço da loira que a olhou espantada, mas não teve tempo de ter nenhuma reação. Rachel a puxou mais pra perto soltando seu peso sobre ela e uniu seus lábios num beijo apaixonado.


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Notas finais do capítulo

Huuum agora Faberry vai hein? O amor está no ar! Jessie e Santana também, além de fazer hora extra como cupido, ainda tem tempo de ter fogo!

COMENTEM seus lindos ;)



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