— Qual foi a ideia que a brilhante Hermione teve agora? - ele soou frio e apático, a vontade que me deu foi desligar o telefone mas eu não podia.

— Já ouviu sobre o feitiço que cria memória falsas?- Ele ficou em silêncio então estava esperando que eu falasse- exite um feitiço, muito complicado, que cria memórias falsas.

— E dai? Pra que vou precisar disso?

—Simples, sábado vai ter uma festa para que toda minha família e amigos conheçam minha filha- ele bufou- calma, vamos usar esse feitiço na minha e na sua familia, fazer eles acreditarem que nós morremos e depois disso vamos poder fugir.

— Fugir? - ele riu- agora você quer fugir ?

— Escuta aqui Draco Malfoy- antes de eu começar a brigar eu repirei fundo e continuei- eu... eu amo você e eu não quero passar o resto da minha vida sendo infeliz, se você não quiser tudo..

—Eu quero, quero mais que tudo, mas as vezes eu não te entendo você me pede pra sumir e depois me liga querendo fugir- ele me interrompeu- mas me diga qual seu plano?

— Vamos arrumar documento falso para nós, novos nomes novos endereços- parei eu tava em um hospital como ia fazer isso?- Quer dizer, você vai fazer isso e vai comprar um imóvel no Brasil, com o seu novo nome, sábado durante a festa vou alterar a memória da minha família, você vai estar me esperando em uma cidade próximo a toca e depois vamos para sua família e fazemos o mesmo- dei uma grande pausa- eu já disse, eu te amo eu só tenho medo do que eu sinto e o que vou ter que abrir mão por você, por nós, mas eu já fiz minha decisão.

— Brasil? Você sabe falar português?- eu só soltei um gemido do outro lado do telefone pra ele saber que sim- ótimo, sábado 19 horas na toca.

— As 20 horas, quero despedir dos meus filhos e dos meus amigos.

—Combinado. Hermione, eu... eu amo você.

—Eu também amo você.- respondi e desliguei.

                                     **

Sábado Ronny estava radiante, levou café na cama, fez almoço pra mim, não parava de rodear nossa filha ele estava todo feliz e eu só pensava em uma coisa, no que eu ia fazer. 

Quando estava começando a anoitecer eu comecei a me aprontar, dai quando eu tava na frente do espelho me maquiando em pensei e nossos filhos, vão ta la ? Então o pergunto:

—E nosso filhos ? vão direto pra la?

—Sim- ele respondeu feliz com nossa filha no colo, não parava de olhar pra ela e sorrir- Mione, a gente tem que pensar em um nome, até agora não falamos isso.

—Eu pensei em fazer um jogo, todos colocarem um nome em um pote e sorteamos um, dai vamos poder homenagear um amigo, o que acha?- seria uma ótima ideia, mas a verdade é que eu queria escolher o nome com Draco.

—Ótimo- ele disse sorrindo e saiu do quarto.

                                         **     

Quando chegamos na toca estava todo mundo la Harry, Gina, seus filhos, Neville, Luna, meus filhos... e todos estavam olhando para mim, sorrindo e ansiosos para ver nossa filha... minha filha. E por um minuto meu coração parou, todos ali, tudo o que eu tinha, meu sangue, meus amigos, eu estava abandonando tudo, deixando tudo para trás, indo atras de uma nova vida, o que eu estava fazendo, eu não posso fazer isso!

Molly foi se aproximando de mim com um sorriso largo, ainda tava de avental, provavelmente passou o dia cozinhando, preparando tudo para eu estragar. 

Todos faziam a mesma pegunta, o nome da bebê e eu os contei da brincadeira. Naquele momento eu decidi desistir do plano, parar tudo... dai eu ouvi o choro dela e fui ver precisava de trocar as fraldas.

Então veio a luz, fui trocar  a fralda da minha filha e quando vi seus lindos olhos azuis e seu cabelo louro eu vi Draco em seus olhos em seu sorriso, eu o vi e vi o tanto que o amava e era por isso o que eu estava fazendo tudo isso, por amor um amor que eu nunca havia correspondido, um amor que eu escondi por anos de mim e de todos. Estava quase na hora do jogo e eu não ia desistir, não ia.

Andei mais do que decidida com minha filha no colo em direção a sala, todos estavam lá sorrindo e olhando para mim, esperando eu começar meu discurso eu não tinha muito a falar então comecei a dizer:

—Eu... eu sinto muito- ninguém entendeu nada então Draco entrou na sala, de terno preto encostou no batente da porta, todos olharam pra ele e pra mim, boquiabertos e eu escutava sussurros ''mas o que ta acontecendo?'' e antes que alguém pudesse dizer alguma coisa eu conjurei o feitiço. Todos ficaram absortos, e minutos, longos minutos depois eu e Draco estávamos saindo da  casa em direção ao carro, ele levava nossa filha no colo.

Quando chegamos dentro do carro ele olhou pra ela, os olhos transbordando de felicidade, beijou sua testa, olhou pra mim e me beijou, eu retribui o beijo como se fosse a ultima coisa que fosse fazer no mundo. Então ele interrompeu o beijo e disse:

—Qual foi a memória?- ele perguntou.

—Um ano atrás, nós dois morremos em um acidente de carro quando estávamos voltando do trabalho e essa reunião esta sendo feita para comemorar todos os anos de vida que eu tive e que vivi com eles- parei um pouco e respirei- sua família agora, Scorpio está em casa?

—Sim, eu pedi que viesse, disse que era importante.

Demorou algumas horas até chegar a mansão dos Malfoys, era escura e sombria  assim como me lembrava, ainda me dava arrepios mas só de pensar que eu nuca ia precisar ver aquele lugar de novo me causava alivio. Quando entrei sua esposa e filho estavam na sala, sentados em frente a lareira. Draco não quis entrar, ficou no carro com nossa filha e  pediu para que eu fizesse e eu o fiz, do mesmo jeito, mesma memória, mas ele não queriam a festa, somente o luto.

Quando sair da casa Draco me esperava do lado de fora do carro não disse nada, só me beijou me levantando do chão e dizendo várias vezes que me amava.

E assim entramos no carro e decidimos passar a noite em uma pousada porque o voo só era na manhã seguinte. Eu custei a fazer nossa filha dormir, depois que consegui, Draco veio em minha direção, passou por mim e me abraçou por traz e começou a beijar meu pescoço e a tirar minha roupa lentamente e eu estava esperando por aquilo, por sentir o corpo dele, pra sentir o toque dele, pra tocar ele. Então começamos a nos beijar e a tirar nossas roupas e jogá-las pelo chão, eu não preciso dizer muito mas foi a melhor noite da minha vida.

Na manhã seguinte os raios de sol entravam pela janela do quarto, Draco já havia acordado e levado café pra mim.

—Bom dia- ele disse sorrindo- está pronta?

Assenti e o beijei, então ele disse:

—Aqui jaz Hermine Granger e Draco Malfoy!-eu sorri o beijei e puxei para cama, mas nossa filha acordou e começou chorar, então decidimos seguir viajem.

Eu estava feliz, uma felicidade egoísta que todos seres humanos sentem mas que poucos admitem, que maioria de nós sente mas esconde, que maioria de nós finge não sentir, mas eu não tava escondendo, porque por muitos anos eu vive na mentira, na minha mentira e agora eu estava livre dela!