Escrito por: Gaby-chan

                   Cap.2

     Bem vindos ao Reino Kuchiki

     Yuzu olhou,Karin colocou a cabeça pra fora e Ichigo olhou desinteressado o reino.A paisagem era de casas grandes e coloridas com tons pasteis,o chão era coberto por paralelepípedos cinzas e nas calçadas tudo era um vermelho escuro e havia várias figuras cristãs estampando-na.

    As crianças andavam acompanhadas de seus pais, indo para a escola –luxo que sua família não teve-pensou Ichigo.Ele havia feito até sua 4 série.Seu pai nem passou da segunda.As irmãs havia feito uma pausa,desde o começo da 4 série.

    Todos portavam suas melhores vestes.Damas de companhia seguravam sombrinhas para suas senhoras ainda jovens e com vestidos rendados.Homens bem-vestidos com cartolas olhavam as damas,uma até ficou corada e abanou um leque –Ichigo percebeu,olhando pra qualquer coisa aleatória de sua volta-.Padeiros carismáticos davam amostras grátis de seus pães,na frente de suas padarias.Carruagens negras passando pra lá e pra cá.Árvores verdes plantadas para dar mais beleza ainda ao lugar.As pessoas pareciam tão felizes.Suas irmãs vendo aquilo pareciam felizes.Mas Ichigo sabia,nem sonhou que ficariam ali.

   Depois de um tempo,aquela paisagem de casas bonitas e pessoas bem vestidas foi se transformando em casas cinzas e a estrada tão bem construída se formou em um chão de terra amarela.As mulheres estavam com roupas lisas e algumas tampavam o cabelo com tecidos brancos.Elas conversavam e Ichigo percebeu que algumas das garotas olhavam pra ele e sorriam - ele corou –entre elas,uma senhora de cabelos grisalhos que não possuía os dentes da frente.Mas que merda é essa?Pensou Ichigo e se encolheu pra dentro para não ver mais a velhinha tarada.Havia uma feira onde todas as lojas eram projetadas com madeira – madeira boa,Ichigo observou – Os vendedores vendiam suas mercadorias com um sorriso bonito no rosto,anunciando como seus tomates eram de boa qualidade e sua alface era limpa.

   Mas,apesar de tudo,o pessoal sorria.Não importando o quanto o resto ache que seja ruim,para a família Kurosaki,aquilo era ótimo.Vinham de um lugar onde ter pão era o necessário,crianças e cães viviam pedindo esmola na rua e bêbados e mendigos falavam coisas sobre o rei e eram mortos na frente de todos e deixados para apodrecer com o resto da cidade lá mesmo.

    Finalmente chegaram em sua casa.Era uma casa acinzentada com dois andares, feita de tijolos e cimento –sua casa de antes era feita com madeira podre –.

    -Aqui.- Isshin falou,parando a carroça bem em frente.

    -Aqui o que,Otou-san?-indagou Karin,não entendendo direito o que o pai havia falado.

   -Aqui,Karin,aqui é a nossa casa.

   Os olhos da morena se iluminaram junto com a irmã que disse:

   -S-sério,Otou-chan?

   -Claro.Eu deixo vocês escolherem o quarto.

       As meninas nem mais falaram,elas apenas correram sem ligar pra nada,gritando de alegria e empolgação.

      -Calma,as chaves –falou Isshin.As duas meninas voltaram,pegaram as chaves da mão do pai e voltaram correndo para a porta.Ichigo observou elas abrirem a porta e irem escolher o quarto.

     -Velho,como você conseguiu comprar essa casa?

     -O rei daqui -suspirou- dá apoio á todos que entram no reino,geralmente dá dinheiro e um emprego pra começar.Isso é pra diminuir a pobreza e aumentar a população.Pelo menos,foi o que,aquele,”assistente?” do rei disse pra mim.

   -Hum.

    -Anda.Vamos entrar.

     O primeiro andar era uma grande sala e um banheiro.A sala era pintada de laranja claro.Havia uma lareira,uma mesa com 4 cadeiras feitas de madeira e uma poltrona vermelha.A cozinha era acoplada á sala mas não passava de um fogão á lenha,um grande recipiente que seria cheio com água do poço mais tarde e um armarinho com alguma comida.Havia uma carne pendurada lá,salgada para não apodrecer.

    O estomago de Ichigo roncou e ele deve ter babado.Há quanto tempo não comia carne?Realmente há muitos anos.Já estava cansado daquela sopa rala com pão dormido.

    -Foi presente de um conde,para sentir-mos bem-vindos –Isshin falou percebendo que o seu filho olhava a carne,ou melhor,á comia só com os olhos.

   -A-ahan. –Ichigo falou desconcertado,esfregando á mão nos cabelos.

  Ele ficou parado,olhando tudo ao seu redor,principalmente os seus pés.O pai deu uma olhada para ele,fez um cara que o ruivo não compreendeu e por fim disse:

   -Ichigo,o que você ta fazendo aí?Vai lá pra cima escolher um quarto,cabeçudo jumento!

   -Tá,eu...DO QUE VOCÊ ME CHAMOU?!

   -Você não ouviu?

     Ichigo iria bater em seu pai,mas desistiu.Não valia a pena.Subiu.Depois da escada de madeira viu-se em um corredor com 3 quartos.O primeiro,maior que tinha,com duas camas e duas janela,em que Karin e Yuzu estavam,nem deixando o irmão vê-lo direito.O segundo,um quarto mediano com cama de casal,um armário,mesa de cabeceira e um tapete.E o terceiro,um quarto pequeno e simples com apenas uma cama,um armário e uma mesinha.Ichigo escolheu esse.

    Pode não parecer uma escolha prudente para uma pessoa normal mas Ichigo o escolheu.Ele o escolheu principalmente pela varanda,não pelo quarto em si.A varanda possuía uma linda vista de um campo verde até um castelo.Pelo tamanho,deveria ser do rei.

  Perdeu a noção do tempo olhando pra lá até que ouviu um berro que veio do primeiro andar.Ichigo reconheceu a voz como sendo do seu pai.Desceu.

   -Ichigo,quero que traga as nossas malas para dentro de casa.

   -Tá.Mas vais ficar fazendo o que enquanto isso?

   -Eu e Karin vamos tirar água do poço e comprar material pra construir nossa ferraria.Sua irmã vai ficar aqui fazendo o almoço,cuide bem dela.

 -Certo.

    Karin logo desceu as escadas.Usava um vestido, que chegava ao calcanhares, verde.

  -Vamos,pai?

  -Vamos.

    Os dois assim foram e Ichigo, aos poucos, foi pegando as malas.Ouviu a voz de sua irmã o chamando e foi ver o que era.

   -Onii-chan,eles já foram?

   -Já.

  -Então é melhor eu fazer a comida.-depositou a mão no queixo pensativa –O que eu faço?

 -Faça carne –Ichigo soltou sem pensar.

-Ensopado de carne?

-Não,carne.Acho que todo mundo já ta cansado de comida liquida.

-É. –levantou os braços –É!Vou fazer carne!

                                    ***

  -Hum.Madeira boa essa,né,Karin? –falou Isshin alisando uma árvore.

  -Sei lá!Acha que eu entendo de madeira?Além disso,isso é uma árvore. –Karin falou fazendo carinho em Tim.O cavalo estava lá para carregar a madeira.

  -Acho que a gente vai ter que fazer duas viagens...Tem coisa demais pra carregar.

  -Busque a carroça. –retrucou Karin.

  -É,fazemos isso depois.Enquanto eu corto essa lenha,pode ir lá buscar água do poço?

    Ela parou de fazer carinho em Tim.

  -Posso sim.

    -Ta,então pegue isso –Isshin lhe deu um balde grande –E siga reto.Vai achar o poço.

  -Tudo bem.-virou de costas,pronta para ir.

  -E tome cuidado!

  -Não se preocupe,eu tomarei! –berrou para que o pai ouvisse.

   O que havia ali era uma estradinha de terra.Se você saísse da estradinha, provavelmente iria se perder.Além dela,havia uma mata fechada com árvores altas e grossas.Aquilo certamente daria medo á noite.

   Karin andava meio receosa pela estrada.Olhava por todos os lados.Os animais faziam barulho,parecendo assim que a floresta estava viva.A menina chegou em uma clareira,e de lá,viu um poço de pedra e a grama ficou verde clara.(N/A: Daí a Samara apareceu e matou ela kkk,brinks)

  Kurosaki desceu o balde,observando-o ir lá embaixo,buscar água e subir.Trabalho feito,a menina voltou.Agora,mais segura de si.

                                   ***

    O pai já havia ido em casa para buscar a carruagem faz algum tempo.A comida já estava quase pronta.Carne,cozinhada com algumas especiarias(que haviam deixado na casa) e arroz.Yuzu foi colocando os pratos na mesa de 4 pessoas.Foi cantando uma melodia doce,pegou quatro copinhos e encheu com a água da jarra.Olhou no armário e percebeu que havia uma garrafa de vinho lá.Outro presente do Conde-san.É melhor deixar para uma data importante -pensou.

   -Yuzu,a comida já está pronta? –perguntou seu irmão descendo as escadas e beijando-a na bochecha.

  -Já.Agora já. –respondeu.

  -Quer que eu a ajude a servir a mesa?

  -Eu gostaria,Onii-chan.

 -O.k.

   Ichigo,com a ajuda de Yuzu,serviu as porções iguais á todos os pratos.Pegou os talheres e colocou certinho para cada um.

  Não demorou muito para Karin e Isshin chegarem.Os dois sentaram-se na mesa e comeram felizes,sem esquecer de elogiar a comida de Yuzu,que ficou radiantemente feliz após isso.

                        ***

-Rukia-sama,o almoço já está servido. –falou Neliel.

  A princesa estava na varanda,observando o mesmo campo verde de sempre e uma casinha.Nem ouviu o que a dama de companhia falara.Neliel foi até ela,segurou se nome e berrou:

  -Rukia-sama!

  A morena pareceu despertar.

 -Ah,desculpe-me,Nell.O nii-sama estará hoje na mesa?

 -Lamento.Hoje o Rei está muito ocupado,comerá lá mesmo.Ulquiorra-kun vai servi-lo.

 -Tudo bem.

  A princesa saiu de seu grande quarto e desceu as escadas.Avistou uma cabeleira branca e seus olhos iluminaram-se.

 -Há,Toushirou-chan!

  O outro virou-se.

 -Yo,Rukia.E...NÃO ME CHAME DISSO NÃO!

    A moça riu,tampando sua boca com a mão,isso enfureceu Hitsugaya.Ele estava prestes a gritar algo mas uma mulher o interrompeu.

   -Hitsugaya-sama,precisa de mim para mais alguma coisa? –perguntou Halibel.O menino ficou corado sabe se lá por que.

    A essa altura,vocês não devem ter entendido muita coisa.Eu explicarei.HitsugayaToushirou também é um dos príncipes Kuchikis,adotado,assim como Rukia.O sobrenome dele não foi mudado pois Byakuya queria mante-lo,pois o pai do menino era um grande amigo seu.Chamava-se Juushirou Hitsugaya,já falecido.Ele prometeu cuidar de seu filho,como se fosse um irmão.

  Halibel era como “a dama de companhia de Toushirou”.Apesar de não ser muito comum,Byakuya a julgou a mais competente para isso.

  -Não,não preciso.

  -Com licença,então. –a moça retirou-se.

  -Nell,você também pode ir.

  -Tudo bem,Rukia-sama.Até daqui a pouco.

  Os dois,Kuchiki Rukia e Hitsugaya Toushirou,tiveram um bom almoço.Comeram frango,uma porção de salada,arroz e purê de batata.Sem dúvida,uma refeição com muita fartura.

 *A carne era muito cara na época e só ricos podiam compra-la.Por isso,todo aquele alvoroço por carne.Os camponeses geralmente comiam sopa rala de vegetais e só tinham dinheiro para comprar vegetais,trigo e cevada.A carne era cozida com especiarias para disfarçar o gosto de podre.

                                                                    -Fonte:Saber e Fazer História,ou seja,o meu               livro de história.