O Sol Negro E A Lua Branca escrita por Gabby


Capítulo 14
Estes prazeres sombrios


Notas iniciais do capítulo

OOOOOIII! GENTE TOT MINHA NET PAROU DE PEGAR, A GENTE QUASE TROCOU DE INTERNET E TUDO MAIS, E AGORA ELA PEGA DE MILAGRE! T0T
Bom, garotinhos, eu tentei postar o mais rápido possível: terminei essa bagaça final de semana.Me ocorre agora que, eu atrasando por motivos de verdade, ainda é mais rápido do que o meu comum. Capítulo para Rukia Kurosaki, o meu mais rápido possível que é lento mas rápido para mim. (vou te buguei)
AGRADECIMENTOS (para ter seu nome aqui, comente)
Luh Chan
Rukia Kurosaki
Néphélibate



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Eles entraram para a audiência com a Rainha, na sala do trono. E imediatamente um sopro de ar gelado, como um balde de água fria, soprou quando abriram a porta. E eles se deram conta do que estava acontecendo.

A sala era enorme, porém com tão poucos móveis que parecia um desperdício. Ela consistia apenas de uma mesa, repleta de frutas vermelhas e rechonchudas, e de um outro lado havia uma espécie de pia, em formato de castiçal, como as usadas no batismo, cheia de água. A sala era toda espelhada, e parecia que Ichigo e Rukia eram um exército, diante de tantos reflexos.

Depois havia uma escadinha que dava para um trono imponente. Alto e largo, feito de pedra. Do lado deste, um outro trono, forjado com ouro, pequeno e insignificante diante do outro. Mas no grande trono, uma figura tão imponente como o objeto se erguia. Era uma mulher, com uma trança longa e negra, a pele pálida como neve, e os olhos, pupilas dilatadas que quase tampavam o branco dos olhos. Usava uma pequena tiara, feita de folhas, e a única coisa que a distinguia de um arco qualquer era um pequeno cristal azul que pendia em sua testa.

Os guardas, homens com lanças apavorantes, os escoltavam, empurrando-os com os ombros largos. Lucius olhou para os guardas como se não aprovasse a atitude, e isso deixou Ichigo e Rukia mais tranqüilos, pois se a coisa apertasse, eles teriam alguém que os defendesse.

—Ajoelhem-se diante da rainha, seus bastardos! —o guarda vociferou.

—Não é necessário. Deixe-nos a sós, por favor. —pediu a Rainha.

—Mas, senhora...! —protestou um dos guardas.

—Agora. —disse a rainha, não mais pedindo, e sim ordenando. —Vocês também. Lucius. Riruka.

—Ta, tudo bem. —fez Riruka. —Mas queria deixar claro que fui eu que os achei.

—Você gostaria de ganhar um prêmio por isso, ou só quer puxar o meu saco, Riruka? —a rainha sorriu, um sorriso frio, que dava arrepios. —Sabe que eu não gosto disso.

Fez-se um longo silêncio, e Riruka tremia de medo e nervoso. Até que Lucius riu, um riso rouco que ecoou por toda a sala e não combinava nada com si. Ninguém falou nada, todos o ficaram olhando assustados, exceto a rainha, que esboçou um pequeno sorriso.

—Vamos, Riruka. —ele sibilou, ao pé do ouvido dela. —Minha mãe sabe o que faz.

E saiu da sala, junto com os guardas, já acostumados, e Riruka, que suava frio. Mas antes de fechar a porta atrás de si, não pode deixar de esboçar um sorriso. A porta fez um estrondo, como o som do tambor que anuncia sua morte.

—Ah, nossa, —a rainha riu. —eu sinceramente esperava um pouco mais de vocês, humanos. Na verdade, até torço para vocês ganharem.

—Deus, por que todos nos cobram tanto? —Ichigo perguntou, já cansado. —O que esperam que façamos?

—Não, não, querido. —a rainha disse com voz suave. —O que esperamos que vocês vão fazer. Não posso culpá-los se desistirem, afinal é difícil para vocês, com seus fracos corações humanos, assumir tanta responsabilidade. —ela disse, e não parecia haver arrogância em sua voz, apenas pena.

—Responsabilidade de quê? —Ichigo indagou. Rukia permanecia calada. Dentro de sua mente, ela tentava decifrar todas as questões sem perguntar prematuramente como Ichigo, que era taxado por idiota e bobo pelas fadas.

—Mas, ora, o que pensa Yoruichi quando nem esclarece o que estão arriscando, o que estão fazendo?

Fez-se um silêncio, até que Ichigo, como sempre, foi o primeiro a o quebrar.

—Então nos esclareça.

A Rainha o olhou de um jeito que demonstrava seu desagrado. Arrumou-se na cadeira:

—Você é direto.

—Não acho que palavras devem ser enfeitadas, apenas ditas e escritas.

—Sendo assim, você é contrário á todos os escritores.

Ela sorriu, Ichigo continuou sério e inabalável.

—Vocês não estão sozinhos em seu mundo; em sua dimensão. Existem várias outras; somos uma delas. O que vocês conhecem como Céu e Inferno também são. Há uma linha tênue, um véu, que separa nossas dimensões. Vocês podem entrar em outras dimensões, mas os habitantes das outras dimensões —ela sorriu— também podem entrar nas suas. No entanto, é difícil atravessar o véu. E isso incomoda muito os demônios, já que sua dimensão é um prato cheio para eles, e o Inferno é horroroso, pútrido e envenenado. O plano deles é romper com o véu, e elevar o Inferno.

—E como fariam isso? —perguntou Rukia; Ichigo estava pasmo demais para fazê-lo. Sua voz parecia firme, mas no fundo dela havia medo.

Ela olhou profundamente nos olhos de Rukia, e disse:

—Detalhes, e mais detalhes.

—E Yoruichi? —Rukia perguntou, temendo a resposta. —O que ela é?

A Rainha os olhou, arrumou-se na cadeira e finalmente disse, parecendo pensar no assunto:

—Deixarei que Yoruichi os esclareça.

—E qual é a nossa parte nisso? —ela perguntou, a pergunta que ambos ansiavam saber a resposta, e ao mesmo tempo não saber.

—São os humanos da profecia; os que salvarão ou condenarão seu mundo.

—Como assim?! —Rukia exclamou. —Me diga, por favor!

Unohana ignorou as súplicas desesperadas de Rukia, apenas dizendo, sem nem ao menos olhar para ela:

—Yoruichi irá explicar para vós. Enquanto ela não vem, vocês devem ficar aqui. Seria muito rude largar vocês agora na rua, a mercê de um demônio que poderia facilmente mata-los. Não, em vez disso os quero como meus convidados e hóspedes. Como cortesia para Yoruichi, que é uma velha amiga minha, e como cortesia á vós, que serão os protagonistas de uma peça épica, e que com certeza me trará muito entretenimento. Além disso, se ganharem, eu ganho também. Apostei com os outros quatro governantes, e não pretendo perder. E, para o bem de vocês, esperam que realmente não percam.

ﻬﻬﻬ

Os guardas os escoltavam, dessa vez um pouco mais de longe, alguns passos atrás deles. Lucius estava na frente, olhando para trás á todo momento, e fazia papel de guia. Nenhum dos faéricos mostrava sinal de hostilidade, a visita á Rainha tinha suas virtudes. Seria normal dizer que eles demoraram a acreditar em Unohana, mas assim que ela falou, eles acreditaram de imediato. Afinal, não havia motivo para não acreditar —eles estavam em um reino mágico e fantástico, com habitantes alados, que se abria de uma caverna mágica.

Os corredores eram enormes e pareciam intermináveis, e várias portas pontilhavam suas paredes. Até que chegaram á uma grande porta, larga, que se abria em duas.

—Esta aqui é a área destinada aos humanos privilegiada. Por favor, aceitem a cortesia de Vossa Rainha. —apresentou Lucius, fazendo uma mesura.

Ichigo ficou empolgado para ver o quarto, mas Rukia não. Estava distraída demais para isso. Em vez disso, ela atravessou o corredor, e ficou olhando uma outra porta enorme, maior do que a deles, praticamente na frente do quarto. Ela estendeu a mão, e passou a mão na madeira da porta. Ouvia vozes. Já a abrindo vagarosamente, murmurou:

—O que tem aqui?

Rápido como o vento, Lucius apareceu na porta e a fechou.

—Isso não é para vocês. —ele explicou, com uma voz firme e que ao mesmo tempo oscilava. —É particular. Por favor, não entrem aqui.

Rukia apenas concordou com a cabeça, mas ela sabia que com certeza não acataria a ordem. Tinha pessoas atrás daquela porta, pessoas de sua espécie, e ela não perderia a chance de conhecê-los.

.

O quarto tinha três espaços principais. Uma espécie de sala, só que sem sofás. Em vez disso, várias almofadas dispunham o chão que parecia macio como um colchão. Uma mesa dispunha-se com um banquete: frutas maduras e bonitas jamais vistas, pães e outras massas, geleia, cidra, panelas com ensopados e sopas, e tudo o que de havia de gostoso em Arcádia preparada pelos melhores cozinheiros. Uma faixa de jardim, com diversas arvorezinhas plantadas. A estátua de uma deusa linda, com seis braços, acompanhada de uma pantera com olhos esmeraldas, que vertia um líquido semelhante á chocolate.

Também havia dois quartos. O de Ichigo tinha uma varanda, dando vista para Faerie e seus campos verdejantes, além do céu colorido. Também havia uma cama de casal enorme, além de um deck com uma banheira, já cheia e com espuma, além de vários sabonetes e óleos. O quarto dele tinha cheiro de grama, com um leve aroma de um perfume ao vento. O de Rukia não tinha mobília diferente da de Ichigo, mas o quarto em geral era muito diferente. Só havia uma janela, do tamanho de uma normal, e havia vários desenhos na parede e várias cortinas. Atrás delas, Rukia descobriu, havia várias roupas femininas que cabiam perfeitamente em si. O quarto de Rukia tinha aroma de frutas vermelhas.

Rukia decidiu tomar um banho para tirar o sangue dos arranhões das pontas das árvores da pele, e vestir um outro vestido, já que o dela estava todo rasgado. Não demorou muito no banho, já que estava determinada á descobrir o que havia naquela porta. Logo vestiu um vestido á cima do joelho, com um corte que deixava as costas à mostra. Os vestidos são de fadas, ela constatou.

Olhou-se em um dos espelhos do quarto: tinha aspecto pálido e assustado e os olhos pareciam maiores do que nunca. Parecia um rato, pequena e encolhida. O vestido não lhe caía tão bem quanto antes pensava, pois a pequena Kuchiki não tinha as curvas necessárias para usá-lo.

Quando foi novamente ao cômodo principal, viu Ichigo perto da mesa devorando a comida.

—Isso é muito bom. —ele comentou, com a boca-cheia. —Eu juro que é a melhor coisa que já comi.

—Ichigo, pare de comer um pouco e vamos lá comigo descobrir o que fica atrás daquela porta.

—Não.

—Mas, Ichigo...!

—Não! Pare de enfiar o nariz onde não deve. Lucius disse para não irmos lá, então não vamos. Vocês, princesas, podem ter o direito de ser folgadas na Terra. Mas aqui não tem direito de nada.

Ela olhou para ele, apreensiva.

—Ichigo, você não tem medo do que a Rainha disse?

—Eu não. Deus tem um plano para a gente, eu vou me esforçar para realizá-lo. É simples. Se morrermos, iremos para o céu... —Rukia sorriu. —As coisas aqui não são bonitas? Eu acho. Na verdade, está tudo muito bonito. Parece um sonho. Tudo está tão colorido e brilhante...

Ela suspirou e deixou Ichigo falando sozinho; apesar de tudo, foi rumo á aquela porta. Respirou fundo antes de entrar. E deu dois passos para trás quando viu o que acontecia ali.

O salão —que mais parecia um bordel ou uma casa de ópio—era enorme e se estendia até fora de sua vista. Havia fumaça espalhada no salão inteiro, e ela nublava sua visão, mas o que via com certeza já era suficiente. Havia muitas pessoas, fadas e humanos, falando e parecendo se divertir. Não que aquilo fosse algo que não rimava com desprezível ou horrendo, mas os humanos pareciam estar sob o efeito de algum tipo de droga.

As fadas riam e dançavam com os humanos, dividiam cigarros e os beijavam. Alguns humanos estavam nus, enquanto as fadas os acariciavam, e eles gostavam e gemiam. Outros humanos estavam encharcados de sangue, e tinham o sorriso de orelha á orelha. Rukia viu alguns mutilando a si próprios, enquanto as fadas sorriam e incentivavam. Também havia os humanos que brigavam uns com os outros, arrancando os olhos da própria espécie. Assim que morriam, eram deixados de lado como se fossem lixo.

Rukia foi andando por entre as mesas, olhando ao redor. As fadas olhavam tudo como se estivessem vendo um teatro interessantíssimo, sentadas em suas mesas, um humano nu e manchado de sangue á seu colo, um copo de bebida azulada na mão. Ninguém tinha nenhum pudor, e eles transavam mesmo em cima de corpos de humanos mortos.

Rukia olhou para a parede, incapaz de olhar mais para aquilo, e viu a decoração. Dezenas de corpos de humanos mortos pendurados, a parede pintada com o seu sangue escorrendo.

E então ela vomitou. Ninguém pareceu ligar; o chão já estava sujo demais para alguém perceber. Ela correu para fora daquele lugar, incapaz de acreditar que alguma vez teve a mínima consideração pelas fadas, que gostou de Lucius. No caminho, viu uma fada com um humano, ela dizia incessantemente:

—Dance, dance!

Só que o homem que estava com ela já estava com os pés em carne viva, sangrando.

—Claro, claro! —concordou o homem, e eles dançaram. Os pés dele estavam vermelhos, e faziam uma trilha de sangue pelo chão. Ele sorriu, entusiasmado. —Nossa, como eu sou sortudo! Dançar com uma musa como você, nem em um sonho eu conseguiria!

Rukia parou de correr e berrou para o homem por cima do barulho:

—Pare, se não seus pés se reduzirão a tocos!

A fada com ele, uma beldade de cabelos castanhos como as folhas das árvores e um vestido dourado, franziu a testa. Nessa hora, Rukia soube que a fada sabia que Rukia não estava drogada como todos os outros, e a drogaria e mataria também.

Então ela correu e se misturou a multidão. Depois de vários empurrões dos corpos quentes, sangrentos, sujos e suados, ela finalmente chegou á saída. Saiu correndo em direção á Ichigo. Ele estava esparramado nas almofadas, tão mole e relaxado que parecia bêbado. Ela estava ofegante, quase não conseguindo respirar, mas mesmo assim chamou por ele. Ichigo se levantou, olhando para ela com os olhos grandes e brilhantes —não eram os olhos de Ichigo, eram coloridos. Ele tinha os olhos de todos os humanos presentes naquela outra sala.

Ela ia falar mais alguma coisa, quando sentiu uma pancada na cabeça. Caiu no chão, e sentiu o gosto metálico de sangue na boca. Sua visão foi nublando e escurecendo. Nos últimos segundos enquanto ainda estava consciente, ouviu duas vozes, balbuciando na língua feérica:

—Apagamos este também?

—Não, este já está drogado demais para ligar para a outra.


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Notas finais do capítulo

Gente, antes que os haters comecem a fazer o que fazem com as fadas (ou seja: mimimimimi) queria defender elas um pouquinho: "Pessoas, nem todas as fadas fazem esse tipo de coisa. Aliás, minoria faz isso e alguns acham isso repugnante. A bagaça é que: não existe ilegalidade em Faerie, a Rainha acha isso mundano e idiota. Verdade que nenhuma fada é santa com os humanos, mas a maioria não gosta de fazer coisas nojentas em lugares nojentos (honra das fadas).
—-------------------------------------CANTINHO NADA Á VER DA AUTORA-----------------------------------
Meu deus!! Que droga de goleada foi a que o Brasil levou! QUE. ÓDIO. NEY. QUE HUMILHAÇÃO! .... ney. Acho que n precisava disso, kra, os alemães fizeram pra se achar. Ficam humilhando a gente no próprio país, a vsc! (...) ney. (Até fingindo sotaque gringo na rua eu tô)