O Sol Negro E A Lua Branca escrita por Gabby


Capítulo 11
Calêndula


Notas iniciais do capítulo

Buenos dias, minna! Eu dedico esse capítulo á Amanda, que era uma das primeiras leitoras, sumiu e agora voltooou! Obrigada, querida. Mas o comentário da Lithium (Eu sei que mudou, mas... eu gosto de Lithium u.u) também foi indispensável.
O capítulo é narrado pela Rukia, mas eu acho que não sei narrar por meio dela, então... O próximo capítulo vai ser, provavelmente, narrado pela terceira pessoa, então vai ficar melhor (y)
Enjoy!



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O Nii-sama estava sentado na sua grande mesa de carvalho, mais sério que o normal.

—Rukia, eu preciso conversar seriamente com você.

Eu engoli em seco, porque estava esperando algo realmente ruim. Geralmente, meu irmão espera até depois do jantar, para falar-me qualquer coisa séria.

—Sim?

— Rukia, você já tem seus 18 anos. –ele começou, e quando não começa diretamente é por que é algo sério o bastante para eu me assustar. — Já está em uma idade considerável —, até que bem aproveitou sua juventude— para casar-se. — E ele voltou a ser direto.

—Mas, Nii-sama, —eu repliquei –Casar-se com quem?

Meu irmão ajeitou-se na cadeira, aparentemente desconfortável. Por um momento, pensei que ele havia enlouquecido. Mas logo passou, pois ele se recompôs.

—Como você sabe, Rukia, o nosso reino tem uma rivalidade com Ciel.

—Eu não sei de nada. —eu disse, balançando a cabeça. Byakuya nunca tratava motivos políticos comigo. A única coisa que sabia de Ciel é que ele era um reino bonito, não muito longe daqui, e que quem lá governava era Aizen Sousuke, que eu já havia visto umas duas vezes.

Nii-sama aparentou irritação.

—Então, como eu ia dizendo. —ele continuou, em um tom mais grave. Eu fiquei brava por ele estar irritado comigo, já que era ele que me comprometera á casamento, sem eu ao menos ter o conhecimento. —Ciel e o Reino Kuchiki são potências e competem diretamente na economia. E, bom —Byakuya suspirou —, Aizen sugeriu uma aliança, mas que comprometia a liberdade de nosso reino e que nos tornava praticamente domínio de Ciel. Eu não aceitei, lógico. Então Aizen decidiu nos dominar á força, invadindo nosso reino, escravizando nossas mulheres e crianças e matando os homens. —Ele engoliu em seco e eu fiquei ainda mais surpresa e atenta. Não podia nem imaginar perder o nosso reino, de vários e vários anos. —O nosso exército é mais fraco do que o deles. Infelizmente nós decidimos investir mais nas pessoas, para que eles não morram de fome e de doença. —Nii-sama carregou a sua voz nessa parte. —Mas, por outro lado, temos um Reino próximo do nosso, um reino que investe mais em armas e exércitos do que qualquer um. —eu fiquei apreensiva, porque tinha um Reino por aqui com essas descrições e eu o odiava. Fiquei torcendo para não ouvir esse maldito nome, mas precisei. –Hueco Mundo.

Eu levantei, visivelmente alterada.

—Nii-sama, irá afirmar aliança com esse bando de bárbaros?! —eu gritei.

—Rukia, sente-se! –ele ordenou, também irritado.

—Não pode fazer isso! –eu o ignorei, e era a primeira vez que eu desrespeitava Byakuya — Aqueles homens não têm piedade nem alma! Eles são selvagens e pervertidos! —eu xinguei, colocando tudo que eu tinha guardado no coração. E, sinceramente, expor meus pensamentos livremente, sem nem ao menos pensar nas conseqüências, era muito bom. Até, eu diria, excitante. —Meu Deus, aqueles crápulas só pensam em guerras e sangue. Eles destroem tudo que eles tocam, são os serem mais nojentos que eu já vi. —eu arfei, porque, com o calor do momento, tinha esquecido de respirar.

—Rukia, sente-se nessa cadeira A-GO-RA. E não me faça repetir. —ele disse, sem nem ao menos olhar nos meus olhos.

Eu sentei, arfando.

—Você é uma princesa e deve compromisso com o seu reino. —ele disse. —Nunca imaginei que eu te criaria para você fazer um escândalo tão vergonhoso. Um empregado podia ouvir. —ele arrumou os papéis por quase um minuto e, nesse momento, eu o odiei. —Você irá casar-se com o único filho de Barragan, que não é muito mais velho que você, para selar a aliança. Você deveria me agradecer por arranjar um menino jovem, podia te casar com o próprio Barragan.

—Você não faria isso e, caso fizesse, eu nunca iria te perdoar. –eu falei e saí da sala sem pedir licença. Eu estava absolutamente transtornada e não agüentava mais.

Saí correndo sem rumo pelos corredores. Eu não queria chorar, porque, mesmo sozinha, eu estava tornando-me uma guerreira. Guerreiros não choram.

Fui para o jardim, torcendo para o jardineiro não estar lá. Não o vi em lugar nenhum, então sentei em um dos bancos de madeira. Eu olhava e olhava para apenas uma flor. Era completamente amarela, com várias pétalas, mas não era especialmente bonita. Na verdade, não era especialmente nada. Era apenas uma flor, nem feia e nem bonita. Sem nenhum perfume. Era uma espécie de nada.

Senti uma presença atrás de mim, mas tampouco me importei o suficiente para olhar. A flor á minha frente roubava totalmente minha atenção, não me deixava chorar. A pessoa sentou-se do meu lado, e só percebi isso quando olhei de relance, pelo canto do olho, pois ela não fez nenhum barulho.

Eu fiquei em silêncio e a figura á meu lado respeitou isso por um tempo, mas depois sentiu a necessidade de puxar assunto.

—Você gosta de calêndulas, Rukia? –ela me perguntou.

—Eu não sei.

—Você está observando essa calêndula.

—Estou imaginando o por quê de ela estar aqui.

—Ela não deveria estar aí?

—Eu não sei. —eu respondi novamente. —Ela não tem perfume e nem é bonita como as outras flores do jardim. Ela me parece um fantasma.

A figura estendeu seu braço moreno e arrancou a flor, deixando só o caule murcho.

—Não! —eu protestei.

—Pensei que não gostasse dela, ela não é bonita e nem tem perfume. —a figura disse. Eu finalmente olhei para ela. Yoruichi-san. O cabelo estava preso em um coque, alguns fios caíam e ela estava cheirosa —não cheirosa de perfume. Era como se ela tivesse tomado banho em flores.

Eu abaixei a cabeça e, rindo um pouco por me importar com uma flor, disse:

—É, eu acho que ela merece estar aqui.

Ela se inclinou, ficando bem pertinho do meu rosto.

— Por quê?

—Eu não sei. —eu respondi, sorrindo um pouquinho.

Ela relaxou o corpo, voltando para a sua posição inicial. Começou a mexer em sua saia, que era vermelha e chegava até o tornozelo.

—Você está muito confusa. —ela disse. —Soube que vai se casar.

Eu coloquei a cabeça para o alto.

—Até a senhora sabe primeiro que eu!

—O que você acha sobre isso?

Eu olhei para o céu. Estava um final de tarde bonito, o amarelo e o laranja se misturavam, parecendo uma pintura muito bem elaborada. Eu via os campos verdes que cercavam o castelo, ouvia os insetos e sentia mais raiva ainda por o pôr-do-sol estar perfeito, em uma parte tão horrorosa da minha vida.

—Eu nunca pensei muito no meu casamento. Quer dizer, eu sonhava que fosse com uma pessoa que eu gostasse, mas não sei exatamente que tipo de pessoa eu gosto. —Havia dois pássaros, indo em direção ao sol. Fiquei os observando até que eles desaparecessem junto ao horizonte. Fiquei imaginando o infinito onde esses pássaros iam. Me coloquei no lugar deles, livres, e tive outro sonho. Um sonho mais audacioso. Viajar pelo mundo inteiro. Voar. Atravessar mares. Mesmo que eu caia pela beirada do mundo, mesmo que eu queime no próprio sol, eu ainda poderia ir em um lugar tão alto que desse para conversar com anjos. Eu poderia achar a escada para o céu e ir lá, passar alguns anos e procurar o portal para outro universo. —Eu sabia, desde o começo, e aceitava, que provavelmente eu teria um casamento arranjado. O fato que não aceito é que foi com uma pessoa suja. O fato que não aceito é que o Nii-sama não se preocupou que eu me casaria com essa pessoa suja.

Eu olhei para Yoruichi-san, que folheava um baralho de cartas.

—Entendo. —ela me disse, fechando os olhos. —Mas ninguém é totalmente puro, Rukia, e você deve saber disso. Um homem bom não é um homem que nunca cometeu um erro, um homem bom é um homem que cometeu um e se arrependeu verdadeiramente deste.

—Eu sei, mas... —as palavras sumiram de minha boca. —é que eu não consigo me adaptar.

Yoruichi fez uma pausa e, finalmente, disse:

—Escolha três cartas.

Ela tinha estendido o baralho para mim, me mostrando o verso de todas as cartas.

—Que baralho é esse?

—Tarô. –ela respondeu, impaciente. —Agora escolha, mas não olhe.

Eu peguei três cartas e dei para ela. O baralho era áspero. A primeira carta que peguei me deu uma boa sensação, uma sensação de segurança. A segunda pareceu me dar uma grande autoridade e eu me senti mais forte. Mas, na terceira, uma estranha sensação invadiu o meu corpo, como um choque que passou por cada veia. Fiquei com uma dor forte no coração e com uma sensação de que algo maligno estava para acontecer.

Ela olhou para as três cartas, balançando a cabeça.

—Entendo. –ela murmurou para si mesma.

Eu estreitei os olhos.

—Aqui. –ela disse. Estava segurando a calêndula. —Você ainda acha que ela tem lugar no jardim?

—Sim. —eu respondi.

—Então, pois bem, ela irá ganhar. –Yoruichi disse, posicionando a flor perto de seu caule. –Feche os olhos.

—Por quê?

—Apenas feche. –Ela insistiu.

Eu fechei. Fiquei com olhos fechados por uns 30 segundos, até que a voz da Yoruichi-san, que parecia ser sussurrada pelo vento, disse para abri-los. A primeira coisa que vi foi a flor totalmente restaurada em seu caule, como se nunca tivessem mexido nela.

—Mas como?

Eu virei para o lado, para buscar respostas de Yoruichi, mas ela não estava mais lá. No seu lugar, apenas três cartas. As peguei, com o vento balançando meu cabelo.

Os amantes, a força e o Diabo.


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Notas finais do capítulo

Desenvolvendo a Yoruichi e a curiosidade de vocês....

Sessão interativa do capítulo:
Genteney, alguém aí joga Amor doce? É um jogo online muito bom que eu gosto muito. Meu nome no jogo é angienell (pq não tinha outro), qual é o de vocês? (se vocês jogam)