Unexpected Ways escrita por Ling


Capítulo 3
Trilhos que Levam a Algum Lugar


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora...

Tempo curto, motivação pequena, outras fics em andamento, cansaço, preguiça... são os principais motivos (apesar de haver mais).

Foi escrito com pressa, e sei que poderia ter feito melhor, mas...

Bem... aí está.

Espero que gostem.



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Os mais distintos objetos e roupas eram lançados pelo quarto, e o único som presente era causado pelos ruídos de seu contato com o chão - ou uma parede, dependendo da direção aonde era lançado.

Remexeu as peças impacientemente e arremessou um conjunto de jeans surrados para se juntar ao mais recente paradigma do cômodo - uma pura bagunça. Seus olhos percorreram com vigor todo o conteúdo de seu armário,mas o que tento procurava estava longe de ser encontrado.

Com um suspiro ligeiro, voltou a buscar por seu tão estimado objeto : a última carta que recebera desde o incidente que presenciara com Evergreen, há cerca de uma semana atrás.

Sua última mensagem havia sido clara, indiscutível. Não haveria como questionar à suas demandas, e fugir não estava entre suas opções. Assim como desejava a proteção de sua família, não poderia deixar todo o episódio passar em branco.

Afinal, era um homem.

E homens não fogem de suas lutas.

— Por mais estranhas que sejam — murmurou num tom irritado, completando sua constatação mental, decidindo que seria sábio arrumar as malas antes de continuar sua busca; afinal, com metade do trabalho feito - e seu quarto livre de grande parte da atual bagunça -, a segunda etapa seria questão de meros instantes .

Agarrou pares aleatórios de calças e algumas camisas que encontrou sob o chão, num emaranhado balburdio que incluía os mais estranhos tipos de objetos -  indo de pentes à figuras de ação, que Elfman jurava não saber de onde haviam saído.

Incluiu mais alguns objetos na sacola negra, e ,vasculhando mais afundo em seu guarda-roupa, finalmente encontrou o que tanto procurava.

Cautelosamente, retirou o minúsculo fragmento de papel do envelope e leu-o novamente, apenas para ter certeza do que estava prestes a fazer. Com um leve aceno de cabeça, devolveu-o ao envelope e repassou as informações mentalmente.

Embora dessa vez sua escrita fosse descompassada e o papel simples - provavelmente arrancado de uma folha de agenda aleatoriamente - era possível perceber traços e evidências que provavam terem sido escritas pela mesma pessoa. Mas algo estava errado. Era quase como se o autor se encontrasse em fúria, numa pressa obstinada em alcançar seu objetivo.

Que, por sinal, ele não fazia idéia do que poderia ser.

**  **  **

Varreu com os dedos alguns fios que insistiam em intentar cobrir seus olhos, sempre atento aqueles a seu redor - tanto para ter certeza que não era seguido, quanto para evitar uma série de perguntas que não seria capaz de responder, caso esbarrasse em algum conhecido.

Sua trouxa acompanhava uma pequena mala, ambas dividindo a posição sob seu ombro, com suas alças pressionadas firmemente entre os dedos e a palma de sua mão. Caso parasse para olhar em algum espelho, o resultado seria melhor que o esperado.

Os fios desgrenhados caiam livremente como uma franja,valorizando  o arrepiado natural que nunca o falhava. A camisa - que milagrosamente possuía botões - estava entreaberta, expondo boa parte de seu torso, enquanto o olhar irritado e a postura despreocupada contribuíam para o aumento da série de olhares que recebia.

Se arrastou pela estação, a carranca em seu rosto jamais cedendo. Logo após comprar o bilhete e se sentar no banco mais próximo dos trilhos, um conjunto de dedos suaves cutucaram suas costas , sem um pingo de delicadeza.

Grunhiu sob o longo suspiro que exalou.

— O que é? ­— trincou os dentes e se virou para fitar o misterioso que o chamava; seu humor acentuadamente ácido pelas incontáveis noites que passara em claro, sob suspeita de ser observado - chegando até mesmo ao ponto de fazer guarda noturna no telhado de sua casa.

Sua carranca foi recebida por um par de olhos castanhos  por trás de uma fina lente. Arregalou os olhos ao perceber quem era, mas logo voltou a seu estado incial.

— Elfman... o que aconteceu? — perguntou enquanto analisava as balsas roxas ao redor dos olhos e a aparência completamente desordenada, diferente do Elfman energético e arroubo do qual estava acostumada.

— Vou à uma missão, Ever. — mentiu, sem mesmo se preocupar na desculpa que inventaria quando a mulher descobrisse a verdade - ou melhor, a mentira.

A fada endireitou os óculos e fuzilou-o com o olhar, claramente impaciente.

— Você ainda me deve explicações... sobre o que aconteceu àquele dia - ressaltou, recebendo um mero a agitar de ombros como resposta. — Você não vai me dizer?!

Elfman negou veementemente.

— É coisa de homem, Ever.

A mulher grunhiu para ele, e por um instante Elfman quebrou contato visual e tentou encontrar outro foco, que acabou por ser o pior lugar para onde poderia olhar. Desviou o olhar novamente e sentiu um alívio instantâneo ao ver o trem chegar à estação.

Evergreen corou e estava prestes a exigir e até mesmo lutar pela explicação que ele a devia. Mas o homem foi mais rápido, erguendo-se do banco rispidamente e endireitando a bagagem, jogando-a novamente sob o ombro, já caminhando na direção do veículo.

— Tenho que ir, Ever - acenou brevemente e fez seu caminho pelo recinto.

A mulher fulminante não hesitou em segui-lo, e ,prestes a embarcar, plantou-se a seu lado logo após instantes depois de ter entregue seu bilhete tirou um ticket idêntico ao seu do inseparável leque em sua mão.

Sorriu perfidamente ao ver a expressão de puro choque em seu rosto.

— E-ever... o que... - gaguejou, sua mente cansada e confusa demais para ser capaz de chegar à uma conclusão.

A fada sorriu perversamente e empurrou-o, adentrando no trem logo depois dele.

— Vamos procurar uma cabine - ordenou de forma soberba, vendo-o congelado perante si, secretamente adorando estar no comando.

Agarrou a gola de sua camisa e arrastou-o pelo corredor, o rubor evidente em suas bochechas, encoberto pelo leque aberto que agora as cobria.

— Por que está aqui, Ever ? — ouviu-o perguntar por trás de si.

Se virou e por uma fração de segundo removeu o leque, fechando-o com  um leve chacoalhar.

­­— Se não vai me responder quando pergunto, acho que não tenho escolha — fez uma pausa— vou descobri sozinha.

— Ever, você não...

Seus passos pararam abruptamente e ela se voltou para ele, encarando-o com determinação.

­­— Estou indo com você, então seja lá o que estiver escondendo é bom me contar ­—disse , quase como se repreendendo-o. Apontou a ponta do leque fechado para seu rosto, o tecido arroxeado tocando a ponta de seu nariz. — Antes que eu descubra sozinha. ­— terminou em tom autoritário, da mesma forma que fizera quando haviam sido um time.

Estava na hora de esclarecer as coisas.

Por bem ou por mal.


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso.

Atualmente tenho apenas dois leitores ('-'), mas estou feliz mesmo assim ^^

Espero que estejam gostando, e dependendo de como tudo for, não pretendo demorar muito a postar.

Sugestões,críticas, correções e comentários são sempre bem-vindos ^^

Até a próxima. o/



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