Unexpected Ways escrita por Ling


Capítulo 2
Comportamento Suspeito


Notas iniciais do capítulo

A atualização saiu antes do previsto...
Agradeço as pessoas que comentaram, foi um belo incentivo na atualização ^^

Boa leitura ^^



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Evergreen o observava de longe com o cenho franzido.

Seus dedos tamborilaram levemente a mesa de madeira rachada, e num ligeiro movimento descruzou as pernas, sem tirar os olhos dele por um breve momento. Voltou a balançar o copo com a bebida ainda intocada, e rapidamente desviou o olhar ao perceber de canto de olho uma figura de trajes vermelho magenta e cabelos platinados se aproximar.

Fingiu interesse na bebida e não pôde evitar em ouvir o tom aflito da albina, ao comentar com Lissana sobre o comportamento estranho de seu outro irmão.

Já observava seu comportamento estranho por cerca de uma semana, mas naquele dia o homem estavam especialmente calado e seu olhar vagava sem rumo, quase como se sua mente estivesse a quilômetros de distância.

E, mesmo que jamais pretendesse admitir, aquilo a preocupava.

Enrolou um cacho por entre os dedos e, com um rubor evidente nas bochechas, relembrou os momentos por que passaram desde o exame na ilha. A vermelhidão cresceu consideravelmente assim que as imagens de seu tempo juntos na sala de repouso e no parque a aquático retornaram.

Um fugaz sorriso se formou no canto de seus lábios, e foi prontamente substituído por uma carranca, ao se lembrar onde estava.

Saiu de seu transe, e quando voltou a olhar na direção do mencionado, quase deu um salto.

O lugar, antes ocupado por Elfman, ago estava vazio.

Virou a cabeça na direção da grande porta que dava acesso a saída do edifício, bem a tempo de vê-lo atravessá-la.

Hesitou em levantar-se, tento devido às constantes provocações e comentários que circulavam, quanto por sua falta de conhecimento da situação. Mas, ao se lembrar da expressão em seu rosto, todas as dúvidas pareceram ceder.

Levantou-se num sobressalto e caminhou discretamente até a saída, rezando mentalmente para não chamar atenção.

Lissana sorriu ao observar a cena de longe, mas seu sorriso imediatamente caiu juntamente com uma gota na lateral da cabeça ao ouvir os murmúrios e choramingos desolados da irmã mais velha, que soltava uma séries de palavras desconexas, das quais as mais repetidas era "bebês".


Já fora da guilda, Evergreen não tinha idéia do caminho que deveria seguir, já o havia perdido de vista. Então, quase como se forças misteriosas tentassem ajudá-la, enxergou cabelos brancos e espetados dobrando uma esquina, à metros de distância de onde estava.

Suspirou e enrolou as madeixas, repousando-as sob o ombro. Respirou fundo e começou a correr, dando o melhor de si para não tropeçar no fino salto de seus sapatos.

Durante sua pequena maratona, tentou imaginar os motivos de seus dois companheiros de time irem em missão sozinhos, e a resposta pareceu tão óbvia, que se sentiu idiota por não ter percebido antes.

Haviam a deixado de propósito, para dar-lhes tempos sozinhos - ou assim ela imaginou. Mas também sabia, que quando retornassem as provocações estariam de volta.

Buscou avidamente por algum outro sinal de seu paradeiro, e parou abruptamente ao vê-lo sentado num banco com uma carranca pensativa, segurando algumas folhas de papel, provavelmente cartas.

Imediatamente recuperou a compostura, e passou as mãos pelas madeixas bagunçadas, tentando penteá-las com os dedos. Caminhou lentamente em sua direção, quase como se passasse casualmente pelo lugar e houvesse acabado de se dar conta de sua presença.

– Elfman... - começou, num tom até mesmo amigável em comparação à maneira que já o tratara.

O mago acenou e a mulher teve o vislumbre de seu braço se recolhendo e guardando os misteriosos papéis nos bolsos.

– Ever? Pensei que estivesse na guilda.

A mulher balançou a cabeça, se recusando a assumir que o seguira.

– Pensou errado. - respondeu sem hesitação, então resolveu mudar de tópico - Você está estranho - recomeçou, preservando parte da voz autoritária com que se imaginara. - Nem fala mais aquelas besteiras de ser homem...

– Não estou estranho, Ever. Homens não ficam estranhos sem motivos - declarou orgulhosamente, arruinando completamente a teoria que Evergreen tinha de que finalmente houvesse parado com a estranha mania.

– Então você deve ter um motivo, não é?- perguntou, se aproximando ainda mais, determinada a descobrir o que escondia.

–Eu não estou estranho, Ever... - comentou, um pouco assustado com o olhar que lhe era direcionado, enquanto o distância entre seus corpos se tornava cada vez menor.

Naquele momento, a fada sentiu vontade de fazer bem mais do que estava prestes a tentar, mas não abandonou seu alvo. Deslizou sorrateiramente a mão pela lateral de seu corpo e , ignorando completamente o olhar horrorizado que recebia, agarrou o maço de envelopes e recuou alguns passos.

– O que é isso? - exigiu resposta, não se atrevendo a bisbilhotar o conteúdo.

–Não é nada... é coisa de homem - respondeu, caminhando em sua direção.

Se a envolvesse nisso, tinha certeza que a deixaria em risco. E o susto que levara com Lissana no dia anterior, ao ver sua querida irmã ser perseguida por misteriosas figurar que não conseguira capturar, já havia sido um aviso bom o bastante para saber que deveria cuidar disso sozinho.

Ao perceber as claras intenções, Evergreen recuou ainda mais, e soube que fugir da mesma forma que chegara até ele, não daria certo.

Se virou e abandonou os sapatos, abanando-os até que saíssem, e começando a correr , com uma ilustre esperança de que o homem atrás de si fosse inteligente o suficiente para pegá-los.

Correu apesar das pernas quase dormentes, e não soube se deveria sentir desapontamento por ser pega, ou satisfação ao sentir braços musculosos ao redor de sua cintura, impedindo-a que continuasse.

Lentamente parou de se debater, e se deu conta de estar de frente para Elfman. Virou o rosto de lado, se recusando a deixar enxergá-lo a vermelhidão nas bochechas, e bufando exasperadamente, falou:

–O que tem nessas cartas? Eu não ia abrir, nem fale se não quiser, não preciso mesmo saber...

– Então por que as pegou? - perguntou com aquele sorriso vitorioso, que a dava nos nervos.

– Não interessa, me solte! - quase se arrependeu de tê-lo seguido. Se pensasse claramente, teria sido bem mais fácil tê-lo abordado no bar, e também teria evitado tanto constrangimento.

Seu plano não havia terminado como planejado, e suas intenções talvez estivessem meio óbvias agora, mas, de certa forma, a posição em que estava não a incomodava.

Quando estava prestes a abrir a boca, e exigir uma resposta clara - utilizando-se até mesmo de violência se necessário - figuras em trajes negros cercaram o casal.

E em um acordo silencioso, ambos concordaram que era hora de lutar.



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Notas finais do capítulo

Como acredito que tenham visto, nesse cap já se passou uma semana, e ele recebu outra carta, da qual pretendo falar mais no próximo cap (que a ação finalmente deve começar)

Ah... e lembram sobre o que eu disse sobre "algumas cenas elfman - evergeen", foi meu jeito meio distorcido de dizer " Essa fanfic apoia completamente o casal". ^^ (e as "algumas cenas" provavelmente serão muitas)

Maiss informações no próximo capítulo.

Espero que estejam gostando.

Até a próxima o/



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