Era isso, estavam todos se formando na faculdade, cada um para um lado, a hora de aproveitar era essa, porque depois, a vida não seria fácil.

A ultima festa, organizada para depois da formatura, o baile era apenas para os alunos que estavam se formando, uma festa com direito a fantasia.

Apesar de ser apenas para os alunos, a festa era grande, turmas de direito, medicina, jornalismo, arquitetura, as diversas turmas da engenharia, varias pessoas estavam presente, e apenas uma mulher chamava a atenção de Richard Rodger.

Ele era conhecido na universidade, provavelmente já tinha dormido com metade das estudantes da Columbia, mas aquela era nova, ou não porque estava se formando assim como ele, mas nunca a tinha visto.

Ela era alta, tinha os cabelos longos que possuíam alguns cachos nas pontas, usava um vestido curto, muito e justo, mas a vantagem era de que, a parte da saia era armada, deixando a mostra boa parte das coxas, as pernas eram longas, e o salto vermelho a deixava mais alta ainda, e combina perfeitamente com o vestido todo preto.

O vertido, além de ser "tomara que caia" tinha um grande decote, deixando boa parte dos seios à mostra. E para completar o visual, a mulher misteriosa usava uma mascara prata, que cobria todo o rosto, mostrando apenas os lábios e os olhos verdes.

Richard ficou intrigado, como uma mulher tão linda poderia esconder o rosto? Ele precisava vê-la, saber quem ela era...

"Olá, por acaso eu não te conheço?" Ele sussurrou no ouvido dela, que sorriu com proximidade, e depois se virou para ele.

"Não, a Columbia tem muitas alunas, mas eu tenho certeza que te conheço." Ela fez uma pausa e começou a mexer o corpo no ritmo da musica que iniciara."Afinal, que não te conhece?"

"Muitos acham que me conhecem, mas são poucos que realmente sabem quem eu sou." Ele sorriu e a puxou pela cintura, dançando com o corpo colado ao da jovem misteriosa."

"Hum, então você não é quem todos dizem ser?"

"Não, mas eu prefiro saber quem você é, não sei seu nome, e nem posso ver seu rosto?"

"Bem, não adiantaria de nada, sei que isso é apena mais uma menina com quem você passa a noite, ou parte dela, em duas semanas nem lembraria mais de quem eu sou." Ela finalmente envolveu os braços no pescoço dele e começou a mexer o quadril ." 

"E se eu te disser que pode não ser apenas mais uma?"

"Diga isso e eu irei rir, para deixar as coisas bem claras, já conheci muitas meninas para quem você disse isso, e no outro dia as mandou embora do seu quarto." Ela disse sem mostrar que estava chateada por saber que seria apenas mais uma com quem Richard Rodger ficava.

"Você parece não se importar se eu vou me lembrar de você, isso te torna diferente, então sim, eu me lembrarei de você. "

 "Não quero que você lembre, na verdade não me importo, quero aproveitar a noite, depois do verão, a vida muda, então, porque se lembrar das meninas com quem transou ou não?" Ela parecia se divertir por tê-lo deixado intrigado.

"Pelo que vejo, você tem pensamentos sujos para essa noite não?"

"Totalmente." Ela disse antes de beija-lo. 

Ficaram se provocando com toques e palavras, sem que ela tirasse a mascara ou revelasse alguma informação sobre sua identidade. Dali não demorou muito a irem para o quarto dele, passaram a noite juntos.

Richard acordou no outro dia sentindo frio no corpo, estava completamente nu, as lembranças da noite passada vieram como flashes e ele não encontrou mais a bela morena em nenhum canto do pequeno apartamento onde tinham passado a noite. "Mas que diabos, onde ela se meteu?" Ele não sabia ao certo o que nela, mas o rilho nos olhos verdes, o tinham deixado hipnotizado.

Voltou ao quarto, e ao lado da cama, em cima de uma cadeira encontrou a mascara que a morena tinha usado na noite anterior, com um bilhete ao lado.

"Acho que isso fará você lembrar de mim, e a propósito você estava certo, a noite foi inesquecível, na geladeira tem algumas cerejas, minha fruta preferida, foi bom conhecer você."

Ele ficou parado, olhando fixamente para a mascara, lembrava dos olhos verdes, sim ela tinha olhos verdes, e o perfume que ela usava era de cerejas, ele tinha pedido tanto para que ela tirasse a mascara mas...

"Se você quer fazer isso, vamos fazer com a mascara, posso muito bem tira-la e sair por aquela porta." Ela disse apontando para a entrada do apartamento.

"Tudo bem, não entendo porque, mas então vou me contentar em poder ver seus olhos."

"Parabéns seus idiota, a ultima noite na faculdade, depois de cinco anos de experiência e você se deixa ser dominado por uma mulher que nem conhece?" Rick não acreditava ainda que, mesmo sendo o famoso pagador da faculdade, tina se deixado dominar por ela, ela que..."Nem tenho com encontra-la. Burro"

Foi em direção a geladeira, onde encontrou um prato com algumas cerejas, era a marca da morena com quem tinha dormido.

Ela era um mistério, o seu mistério.

( 10 anos depois )

Ela acordou com o celular tocando, pode ver que o sol nem tinha aparecido ainda, com certeza era um corpo, mais uma pessoa morta na cidade de NY.

"Beckett."

"Bom dia, temos um corpo."

"Hum, imaginei, me mande uma mensagem com o endereço, chego em 40 minutos." Ela respondeu sonolenta.

"Certo." Não demorou muito e já tinha o endereço em mãos.

Katherine Beckett não tinha o melhor emprego do mundo, mas era feliz, mesmo acordando cedo quase todos os dias, trabalhava no 12ph da NYPD, era a melhor detetive de lá, mas sua mãe sempre lhe dizia que um dia ela seria a melhor a cidade.

Joanna era advogada, já tinha sido ameaçada me morte, e quando foi esfaqueada em um beco, por pouco não morreu, sua sorte foi ser encontrada momentos depois.

Desses dia em diante, Katherine decidiu que se tornaria detetive de homicídios, primeiro pra pegar quem quase matou sua mãe, e depois para ajudar as famílias que passavam pela mesma angustia que ela havia passado, com a diferença de que sua mãe estava viva.

Ligou para casa dos pais avisando que sairia mais cedo, e passaria lá na hora do almoço, depois preparou um café, ou tentou, e saiu para mais um dai de trabalho.

(Cena do crime)

"Bom dia detetive Beckett."

"Bom dia" Ela cumprimentou o policial que tentava controlar a multidão.

"Lanie, quem é a vitima?"

"Cristine Kolling, 27 anos, levou dois tiros no peito, mas a causa da morte foi enforcamento."

"Temos digitais?"

"Não, mas o nosso assassino deixou algo." A medica disse retirando algumas mechas de cabelo do pescoço."As mascas do dedo, não tem digitais, provavelmente usou uma luva, mas isso já ajuda."

"Certo, vocês dois, falem com a família, temos alguma testemunha?" ela perguntou, claramente sem paciência.

"Um sem teto disse ter visto a moça sair acompanhada daquele prédio na noite passada, por volta das 20h às 20:30h."

"Certo, Lanie, qual a hora da morte mesmo?"

"Hm, coloco das 20:30h às 23h."

"Onde está esse homem?" Kate perguntou para Ryan, o outro detetive da sua equipe. "Ele foi com alguns policiais mostrar o prédio, depois vai dar depoimento na delegacia."

"Certo, obrigado rapazes."

Na parte a tarde, eles já tinham as filmagens da rua, onde mostrava com quem Cristine tinha sido vista pela ultima vez."

"Consegui." Disse o homem que analisava as filmagens. "E agora... Bingo, nosso suspeito é..."

"Richard Castle, o autor?" Kate não escondeu a surpresa ao ver o nome na tela do computador.

"Vou busca-lo." Esposito disse saindo da sala sendo seguido por Ryan.

Kate ficou ali parada, não acreditando quem teria que interrogar, com milhares de pessoas na cidade, ela tinha que encontrar, ou melhor, reencontrar justo ele?

RichardCastle? Ou Richard Rodger, que eram a mesma pessoa!

Lembranças voltaram, e mesmo dois de 10 anos ela nunca tinha esquecido aquela noite.