E Se Eu Não Voltasse, Você Sobreviveria Sem Mim? escrita por GiGihh


Capítulo 29
Ainda na escuridão


Notas iniciais do capítulo

oieeeeeeeeeeeeee!
demorei um pouco, não? enfim, esse cap ficou muito gostoso de ler... pelo menos para mim!
espero que curtam...:



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SADIE

Aonde meu fôlego tinha ido parar? Juro, eu estava sem ar e prendia minha respiração mesmo assim. Quis a todo custo fechar os olhos, me beliscar e acordar no conforto da minha cama; poder suspirar e depois dizer de modo dramático: “foi só um pesadelo!”

Mas a minha vida é um pesadelo e acordar ou dormir, agora já não faz diferença.

Walt estava no chão, mas eu não sabia se os ferimentos eram graves ou não. Ainda estava escorada na rocha e não me atrevia a mexer um só músculo. O estranho estava agachado ao lado de Walt e o empurrava ainda mais contra o chão.

–Onde esta a menina? – a voz perguntou; era rude e áspera.

–Eu não sei. – Walt mentiu? Em circunstancias mais normais, uma gargalhada teria me escapado, mas agora era a minha vida e a dele em jogo. O estranho ergueu os ombros do menino e o forçou de volta ao chão. O som do corpo de Walt batendo foi abafado por ameaças, gritos e o som distante da cachoeirinha.

–Vamos! Não minta para mim, pivete. Ela estava com você! – minha mão foi para na minha boca impedindo, tanto o soluço quanto o grito, de sair. Walt tossiu e sua voz me soou cansada, como se sua boca estivesse cheia de sangue.

Corre Sadie! – o colar esquentou quanto às palavras de Walt chegaram a mim – Eu não sei e não vou contar nada. – agora sua voz era irritadiça... Mais uma vez o barulho do seu corpo contra o chão me encheu os ouvidos.

... Então eu tive uma idéia... Eu ainda tinha aquela pedra pontiaguda na mão e uma idéia arriscada. “Walt grite! Grite para eu correr...!” Notei seu desconforto e incerteza, mas fez o que eu disse. Ele cuspiu o sangue da boca e gritou:

– CORRE SADIE! – ele gritou e eu me agachei ainda encolhida junto à rocha. Peguei varias pedras com a mão esquerda e as arremessei no decorrer do túnel. O infeliz levantou e seguiu o barulho das pedras... E eu lancei a pedra pontiaguda. Ela cortou a sua nuca e eu pude ouvir o gemido alto ecoar pelas paredes de pedra. Tinha esperança de que saísse muito sangue daquele ferimento.

Joguei-me no chão ao lado de Walt. Eu ainda enxergava, mas a visão também ia sumindo. Walt parecia estar dolorido demais para levantar; ele virou um pouco o seu corpo para o lado, vindo de encontro a mim. Sua mão tremula enlaçou meu corpo e as minhas, me limitei a acariciar seu rosto. Meus dedos roçaram em seus lábios e pude sentir um calor crescendo pelo meu corpo.

Outra vez minha boca insensata buscou pela sua. Seus lábios me pareceram surpresos, mas se renderam aos meus logo de cara. Walt não esperava um beijo meu (gente, nem eu esperava isso!), mas deixou de sentir dor na pressa de corresponder.

A luz realmente sumiu e o calor dos nossos corpos foi tudo o que eu realmente conheci. O beijo era lento, mas sem perder o ritmo. Seus lábios massageavam os meus assim, como os meus, massageavam os dele. Minhas mãos, agora, estavam fixas em seu peito e a outra em seu ombro. Seu coração parecia mais acelerado que o meu. Walt subiu seu toque deslizando sua mão pela lateral do meu corpo e eu pude senti-lo estremecer de desejo, assim como eu. Sua mão só foi parar no meu pescoço e seu dedão na minha bochecha.

Paramos para respirar apenas durante alguns segundos... Walt voltou a encostar as costas no chão de pedra e eu já estava sobre ele. Com as pernas entrelaçadas e nossos corpos colados, tentávamos observar nossas feições no escuro. Não víamos nada, mas sentíamos. Ele segurava minha cintura, me impedindo de levantar.

Minhas duas mãos estavam em seu peito, como se eu o forçasse contra o chão e eu podia sentir sua respiração acelerada quase pedindo pelo meu toque. Deslizei uma das mãos ao seu pescoço envolvendo-o e o puxando de encontro aos meus lábios. Começamos lentamente, mas não paramos assim. Nossas línguas travavam uma batalha disputando pelo controle, deixando o beijo infinitamente mais quente e profundo. Meu corpo, antes frio, agora parecia escorregadio pelo suor.

Walt ergueu suas costas, se sentando; eu estava em seu colo e o beijo não parava. Dessa vez, era eu quem ditava certas regras; era eu quem sabia o que queria... Eu o queria!

Com os joelhos postos na pedra, eu me apoiava buscando qualquer fonte de equilíbrio. Walt puxou minha cintura de encontro ao corpo dele, nos colando ainda mais. Um gemido escapou dos meus lábios e Walt grudou nossos lábios interrompendo por alguns segundos o beijo quente. Joguei meus cabelos sobre o ombro e mordisquei seus lábios para logo em seguida chupá-los. Dessa vez, foi ele quem gemeu.

Separei-me, apenas alguns milímetros, retomando o ar que me faltava. Eu sentia sua respiração ofegante no meu rosto e sabia que a minha não estava diferente. Walt começou a distribuir beijos no meu pescoço e me sentir estremecer... Logo eram mordidas, beijos e leves chupões que me marcavam o pescoço e o ombro.

Agora eram as minhas costas contra o chão e Walt sobre mim; Walt mantinha uma mão nas minhas costas, assim eu não senti o impacto da rocha. Nossa respiração estava um pouco mais normalizada... Um beijo mais lento, mais calmo e sereno. Só movíamos os lábios de forma mansa.

... O barulho ao longe de passos e de pedras rolando fez Walt levantar, comigo em seus braços, de um salto. Minhas mãos continuavam ao redor de seu pescoço e minha cintura continuava envolvida. Separamos-nos e voltei a me concentrar na bolinha de luz... Assim evitei seus olhos e comecei a correr pelo túnel.

A escuridão era quebrada pela bolinha multicolorida e a presença de Walt era confirmada toda vez que sua mão roçava na minha, provocando arrepios. Corremos pelo o que me pareceram horas, mas talvez tenha sido minutos. Parei no meio do túnel quando senti uma pequena brisa...

Walt olhou para cima e compreendeu o que era aquilo. Sendo um pouco mais alto que eu, ele afastou as folhas e galhos secos e subiu para fora do túnel; depois voltou e me deu sua mão.

Estávamos próximos as macieiras e só então me lembrei do pedido do meu avô. Comecei a subir em uma arvore e por magia fiz uma cesta. Comecei a pegar as maçãs enquanto Walt ficava de vigia. Pulei do galho e voltei ao chão. Com muita cautela, voltamos até a cachoeirinha banhada pelo luar. Reparei que o corpo do menino, assim como o meu, se recuperava rapido. Só o sangue seco estava em volta do seu braço.

Entrei na água e nadei até a rocha onde havíamos deixado nossas coisas... E Walt minha logo atrás. Vestimos-nos o mais depressa que pudemos e voltamos nadando. Corremos até Lua e soltamos suas cordas. Eu deixei Walt guiá-la, sendo assim, me segurei em sua cintura. Fomos a galope para casa... E mantinha meus pensamentos em meus avós. Eles tinham que estar bem.

Assim que chegamos, fomos para o estábulo acomodar a minha égua. Walt desceu e me colocou no chão.

–Nós temos que ir embora. – ele falou pela primeira vez, desde os túneis – Você vai estar mais segura em Londres.

–Eu penso o contrario. Estou mais segura aqui do que lá.

–Lá existem mais pessoas que podem protegê-la. – Walt insistiu de maneira teimosa.

– Walt, eu só vejo mais pessoas pra me matar.

O silencio tenso era bastante incomodo enquanto estávamos desvendar quem cederia. Nossos olhares eram penetrantes demais para eu conseguir sustentar. Desviei rápido demais, pensando no que havia acontecido nos túneis... E que ainda havia algum lá.

–Você fala com meu avô. - falei ainda não olhando em seus olhos. – Eu vou arrumar minhas coisas.

Tenho quase certeza de que ele sorriu, mas não tenho certeza. Comecei a me afastar indo em direção a casa quando ouvi... Não era um som incomum, mas era demais para mim.

Uma cobra silvava e deslizava por entre o canteiro de flores... Enquanto a risada de Apófis ecoava em meus ouvidos...


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Notas finais do capítulo

me desculpem qualquer erro e comentem!!!!
=D