Deixei meu corpo deslizar nas cobertas sedosas atrás de mim. Minha pele estava pegajosa pelo suor que exalava de prazer e dever cumprido. Despido, a não ser por uma cueca samba canção, caí na real. Minha vida tinha dado uma volta de 360ºC da noite pro dia. Eu ofegava, mas queria mais daquilo que me desestabilizava. Izzie. Olhei para ela e estava sorrindo.

O resto de nossas roupas estavam espalhadas pelo quarto. Não fazia questão delas mesmo.

— Eu te amo. — Ela conseguiu dizer depois de algum tempo tomando fôlego.

Mesmo depois de tudo, ainda não me sentia a vontade em dizer aquilo em voz alta... Se ela me conhecia tão bem como costumava repetir sempre, saberia dos meus sentimentos por ela.

— Eu... — travei. — Você quer comer alguma coisa? — Mudei de assunto, de repente.

— Hm, não sei. — O desapontamento infestou o quarto como se fosse um inseticida: desagradável e persistente. — Talvez um café, aí poderíamos conversar melhor, que tal?

Gostei daquela oferta. Queria colocar o passado em pratos limpos de uma vez por todas. Desci a escada de dois em dois degraus e fui em direção à cozinha. A casa estava quieta, então deduzi que Cristina não estava. Provalmente, decidira dormir no Owen para não ter que aturar olhar para Izzie no café da manhã. A casa era só nossa...

Ela disse conversar, cara, conversar... Meu subconsciente advertiu.

Preparei duas xícaras de café e subi as escadas, dessa vez, com o dobro de cuidado. Entrei no quarto e Izzie estava em pé e já dentro da camisola.

Esqueça, não vai rolar mais nada por hoje, pensei.

— Aqui... — poupei formalidades e lhe ofereci a xícara de café quente.

Ela a pegou e deu um pequeno gole, sem tirar os olhos de mim.

— Podemos nos sentar? — Ela pediu e isso me pegou de surpresa. Sentei, desconfiado e deixei-a prosseguir. — Alex, estive conversando com Owen e como ele é o novo chefe do hospital, decidiu junto com o comitê dos médicos donos do GSM, à me dar outra chance de reparar os erros que cometi quando trabalhei por lá. — Despejou tudo de uma vez, sentando-se ao meu lado e colocando a xícara já vazia, em cima de um puff. Fiz o mesmo. — Ele me contratou novamente. — Engoliu em seco. — Antes de confirmar, pedi que esperasse até que eu pudesse contar à você.

Eu não via problemas com ela querendo retomar sua antiga vida. Na verdade, isso me deixava completamente feliz.

— É claro que eu concordo que você deva voltar a atividade — afirmei. — E se for no GSM, melhor ainda.

— Jura? — Ela sorriu, mas seus olhos encheram-se de lágrimas. Me abraçou. Seus braços eram pequenos e finos, mas muito aconchegantes. Fechei meus olhos e inalei o cheiro do seu cabelo. Minhas mãos passaram por sua costa e foram descendo. O braço dela havia ficado arrepiado. Meu coração acelerou. Respirei descompassadamente. Afastei-me de seu abraço e encontrei uma Izzie dependente. Cada parte dela gritava por mim e vice-versa.

Minha mão esquerda ergueu-se de sua cintura e alisei seu rosto. Ela balançou a cabeça devagar, indo e vindo em minha direção. Essa mesma mão, começou a descer passando por seu pescoço. Apertei-o com um pouco de força. Ela suspirou e tremeu com a sensação inesperada. Minha mão continuou a descer e encontrou uma das alças daquela camisola que eu havia adorado tanto. Deslizei com cuidado e de vez em quando, roçando nossas peles para que ela ficasse com mais desejo. A outra alça caiu involuntariamente.

Oops. Que pena, não acha? Meu consciente já estava gargalhando.

Fiz ela ficar de pé e terminei de tirar sua camisola. Agora ela vestia uma calcinha fio dental e nada mais. Fui, com a intenção de tirá-la, mas fui impedido no meio do caminho.

— Não... — censurou. — Agora é a minha vez... — sua voz estava rouca.

Eu já estava excitado e com certeza, ela usaria isso contra mim.  Em um movimento brusco, arrancou minha cueca e me empurrou contra a cama.

— Minha nossa — sugeri, quando senti sua respiração aproximando-se. Lá. Aquela sensação me consumiu e sinceramente, esperava que não tivesse fim.