-Deep Blue?!?!?! – Gritou a turma toda em coro.

-O que você está fazendo aqui, Masaya? Por que está fazendo isso de novo? – Perguntava, histericamente, a Ichigo.

-Você nunca deveria ter me dado as costas, Ichigo, agora você vai ver o quanto errou. – Respondeu-lhe o inimigo.

-Então, você está fazendo isso tudo só por que a Ichigo está feliz? Você é idiota ou o que? Será que só você pode ser feliz? Será que só por que outra pessoa está feliz e não ta se arrastando aos seus pés, você tem que fazer isso? – Mint parecia que ia derruba-lo com as palavras, ela gostava da amiga, e, embora brigasse muito, elas eram como irmãs e não deixaria que nada as machucasse de novo. Um dia, Mint já perdeu Ichigo e, a sorte, foi que a amiga teve uma segunda chance de viver.

-Eu sou melhor do que qualquer um desses imbecis que estão do lado de vocês. Todas deveria se arrastar aos meus pés. Ichigo, venha volte para mim novamente e lhe deixo viver, poderá ter o que quiser: dinheiro, poder, meu amor... – Ichigo olhava para o inimigo e ouvia atentamente ao conselho, realmente parecia uma proposta interessante. Quer dizer, ela já havia sentido a dor da morte e o amou demais. Todos olhava pra ela com preocupação, pois, se Ichigo fosse recusar aquela proposta, já o teria feito imediatamente, mas não, ela tinha que pensar e todos haviam percebido.

-Ichigo, você não pode estar pensando em ficar do lado dele. Ele é mau e matou seus pais, você sabe que foi ele. E agora você e o Ryou... – Dizia Zakuro até ser interrompida.

-Deixe-a. Ela não tem a obrigação de me amar, mas então não deveria ter ficado tanto tempo mentindo. – Ryou sentia raiva, como ela poderia ter mentido pra ele?

-Quem disse que eu não te amo? O Problema é que eu já morri uma vez e, acreditem em mim, é pior dor que alguém pode sentir. Tenho medo de sentir de novo e não poder voltar, mas isso não significa que vou ficar do lado dele. – Havia tanta sinceridade na voz dela que ninguém ousaria desconfiar disso.

-Então quer dizer que você prefere morrer a ter o universo em suas mãos? – Perguntou Deep Blue.

-Eu já tenho o universo em minhas mãos, e ele se resume nos meus amigos e na felicidade deles. Não é porque eu posso morrer que o resto do mundo tem que passar por isso. Garotas, vamos lá! Mew Mew Ichigo Metamorphosis! – Gritou Ichigo, se transformando com aquela conhecida roupa rosa.

-Mew Mew Mint Metamorphosis!

-Mew Mew Lettuce Metamorphosis!

-Mew Mew Pudding Metamorphosis!

-Mew Mew Zakuro Metamorphosis!

-Hora de lutar!!! Isso já tava ficando sem graça. – Disse, feliz, um Taruto entediado.

            Fizeram duplas e foram lutar: Mint & Kishu, Lettuce & Pai, Pudding & Taruto, Zakuro & Ichigo e Keiichiro & Ryou. (NAT: Vocês devem estar pensando porque eu mudei as últimas duplas, e eu vou explicar: o Keiichiro é o único que não tem poderes de verdade, pois até o Ryou pode se transformar em gato, então seria mais fácil se ele e o Ryou, que conhece o modo de luta do amigo, ficassem juntos. Desculpe se deixei vocês desapontados, mas achei que seria melhor assim.)

            Deep Blue mandou vários monstrinhos para brigarem por ele, deixando apenas Ichigo e Zakuro livres.

-Você nos deixou livre de propósito, não é? Quer lutar com nós duas? – Perguntava, calmamente, Zakuro.

-Sim, eu quero. Ichigo tem a vontade de salvar os amigos e você o controle para lutar comigo. E eu já tenho planos para essa luta.

            A luta das duas mew’s e do inimigo estava cada vez pior, pois ele tinha vantagem: estavam campo dele, ele estava mais forte e tinha um plano em mente, que já estava sendo executado. O plano? Ele conseguiu capturar Zakuro e cada vez que Ichigo tentava algo, ele torturava a cantora.

-Tenho uma proposta para você, Doce Ichigo. – Disse o garoto. – Se você se entregar, eu deixarei o seu planeta e seus amigos em paz. Afinal, é apenas você que eu quero. Mas, lembre-se, você deve derramar seu próprio sangue e desistir dos seus amigos para sempre, você deve morrer.

            Ichigo sentia medo daquilo, não queria perder sua vida, mas, acima de tudo, não queria perder seu mundo e seus amigos. E ela sabia que ele cumpriria a promessa, ele sempre cumpria e seus amigos estariam mais preparados. Não havia outra escolha. Chegou perto dele e estendeu o braço, para que ele a segurasse.

-Ótima escolha.

-Ichigo, não faz isso. Ele vai matar você. – Implorava Zakuro entre lágrimas. Ela chorou poucas vezes na vida, mas perder uma amiga era tudo que ela não queria. – Por favor, pensa nas meninas, em mim, no ciniclons e, acima de todos, no Ryou. Pensa em como ele vai ficar, vai querer se matar se perder você.

-É por isso que você deve evitar que ele faça isso, prometa que vai mante-lo seguro. Eu sei que vão ficar mal, mas eu não posso por vocês em perigo, você ouviu: é culpa minha, porque ele só quer a mim. Me prometa que vai cuidar de todos e que vai ser feliz. Me prometa, por favor. – A essa altura, Ichigo já chorava e implorava a amiga.

-Ichigo, eu... – Ela não queria que a amiga morresse, mas viu que não teria outra saída. Era ela, ou o mundo todo. – Eu... eu prometo. – Ela abaixou a cabeça de vergonha. Vergonha por deixar que a amiga morresse, vergonha por perder a luta e por ser uma inútil quando alguém mais precisava dela. – Saiba que todos nós amamos muito você. – Deep Blue a jogou longe e a prendeu usando a “magia” dele e agarrou a o braço da rosada.

-Chega de despedidas, cumprirei minha promessa assim que seu corpo estiver sem vida. – E falando isso, apertou seu pescoço com força, viu a menina adquirir uma cor arroxeada, avermelhada, rosada e depois ficar pálida. Ela não lutava, sabia que seria perda de tempo, e naquele momento, tempo significava salvar a todos. Soltava pequenos barulhos, demonstrando que estava perdendo o ar e, em alguns segundos, sua cabeça pendia para baixo. Estava morta. Zakuro chorou mais e começou a gritar:

-ICHIGO!!!! POR FAVOR, ICHIGO, RESPONDE!!! AAAHHHH, ALGUÉM VEM ME AJUDAR. – Nisso os monstros desapareceram e todos correram para a sala de onde Zakuro gritara.

-O que aconteceu aqui? Ichigo?!?!? – Perguntou Ryou, olhando o corpo da namorada sendo jogado de qualquer jeito no chão. – Zakuro, o que aconteceu? – Disse ele correndo para perto da gatinha rosa.

-Ryou, gente, me perdoa, eu não tive como ajudá-la e ele me prendeu. Desculpa, por favor... – Sua começara a desaparecer. Deep Blue havia sumido e ido para outra sala aproveitar sua grande vitória. Sentiria-se mais feliz se tivesse destruído aquele planeta, mas ele cumpriria sua promessa. Ele cumpriria apenas por lembrar do quanto já amara aquela garotinha um dia, por lembrar de como ela tinha medo do trovão, mas teve coragem em dar sua vida pelos amigos e pelo planeta que amava. Jamais esqueceria isso, era realmente perda de tempo dar a vida por aqueles que nem a conheciam ou se importavam com ela, mas lembraria de sua coragem. Aquela era o tipo de garota de deveria viver, seria uma boa guerreira, mas o destino ordenou que ela morresse pelas mãos daquela que, um dia, ela já havia dado a vida por amor.

            Em outra sala, Zakuro havia explicado tudo e todos choravam pela perda da amiga. Até mesmo Pai, que havia tido muita crueldade, chorava pela perda.

-Ichigo. Ichigo, por que você fez isso? Será que não podemos virar as costas e você já se mete em perigo? – Ryou dizia coisas sem qualquer sentido, queria que ela simplesmente levantasse e dissesse: “Há há, vocês caíram, como são bobos. Isso para vocês aprenderem a nunca mais me irritar.”, mas ele sabia que aquilo não aconteceria. Ele havia perdido a pessoa que mais amara, até mesmo mais do que seus pais. Aquilo não era justo, a vida estava dando um jeito de tirar dele as pessoas que mais amava.

            -Sinto muito, gente. Eu queria ter feito alguma coisa, mas, eu... eu... – Zakuro não conseguia terminar a frase, pois começara outro ataque de choro.

-Calma, não foi culpa sua, Zakuro. – Pudding viu a amiga iria argumentar e cortou-a – Você fez todo o possível, sabemos que você teria feito a mesma coisa que ela. Qualquer um de nós teria feito. Foi muita coragem dela, e muita generosidade o que fez pelo mundo e por nós. – A loirinha também já chorava.

            Todos foram mandados de volta para a Terra e a nave-castelo já desaparecera de vista.

-Então... O faremos agora? Quer dizer, tem que haver uma cura para a Ichigo, não é? – Perguntou Lettuce.

-Lettuce, não tem uma cura. A Ichigo morreu e pronto. Não tem o que fazer. – Ryou estava sendo grosseiro mas não conseguia conter a frustração que sentia. – Desculpe, não tenho que descontar a raiva em você. Bom, agora... Bem, temos que preparar as coisas pro... Pro enterro da Ichigo. – Ele a segurava nos braços e sentia o frio e a palidez que estavam em seu corpo sem vida. Ficou olhando para ela por alguns minutos, era tão bonita, tão nova e tão viva. Viva. Essa palavra não se encaixava mais em seu perfil. Seu grande sonho de se casar e ter filhos que fossem bonitos e inteligentes nunca seriam realizados.

            Todos estavam no mais profundo e mortal silencio, até Kishu pronunciar-se:

-Gente, talvez, só talvez, tenha um jeito de ajudar a Ichigo. Taruto, Pai, Vamos pra nossa nave.

-No que você ta pensando, Kishu. – Mint parecia ter um pouco mais de esperança agora.

-Estou na Água Azul, isso com certeza pode ajudar ela, não é?

-Tenho certeza que pode. E você, Taruto, corra, vamos pegar a Água Azul. – Gritou Pai, até ele havia ficado um pouco mais animado com aquilo e, assim, o três aliens voaram para a nave.

-Keiichiro, acha que isso seria possível? Acha que poderíamos trazer a Ichigo de volta? – Ryou ainda chorava mas estava um pouco mais animado com a possibilidade de te-la novamente.

-É bem possível que sim, a Água teve poder pra salvar um planeta, porque não salvaria a Ichigo? – Disse Keiichiro.

            Passados alguns minutos, que para nossos heróis pareceram uma eternidade, os aliens voltaram e entregaram uma esfera de cor azul e que dentro parecia ter água. Ryou colocou a esfera perto da garganta da menina (NAT: Sei que deveria ser no coração e blá blá blá, mas pensem bem: Ela morreu asfixiada, então se colocaram na garganta vai ser como se lhe devolvessem o ar!!! Concordam?) e imediatamente a cor começou a tomar conta do corpo dela, esta começou a respirar, se mexer e resmungar alguma coisa que parecia “Droga, quando é que vou tirar folga”, fazendo todos rirem. É, a Ichigo que todos conheciam estava viva, e continuava a mesma, pelo menos dormindo sim.

-Gente, que sono bom. Acho que nunca dormi um sono tão pesado na minha vida. – Disse Ichigo, bocejou e abriu os olhos para encarar a todos.

-Vida? Dormir? Ichigo, você tinha morrido, você não lembra?

-Ryou? Eu acho que lembro, agora que você falou... Aaahhh, ele tinha me enforcado.  – Ichigo parecia um pouco surpresa, mas ao prestar bastante atenção na situação ela pareceu corar violentamente. – Er, Ryou... Por que eu ainda to no seu colo?

             Ryou não responderia aquela pergunta, simplesmente abaixou a cabeça e tocou os lábios da garota. Sentiu-se feliz ao perceber que eram quentes, isso demonstrava que ela estava realmente viva. Todos saíram de perto, ficaram felizes pela amiga ter uma terceira chance e queriam estar perto dela, mas sabiam que o Ryou precisava estar perto dela. Ele continuou a beijá-la, passando sua língua e explorando cada cantinho de sua boca.

-Senti tanto a sua falta, pensei que perderia você. Nunca mais faça isso, senão eu vou ter que prende-la em uma jaula, assim nunca mais te perco. Quantos sustos você quer me dar? – Dizia entre beijos.

-Desculpe, não era minha intenção, só queria te salvar, mal-agradecido. – Respondeu Ichigo, fazendo-o olhar pra ela.

-Acha que sou mal-agradecido? O mundo ta tirando todo mundo de mim e você acha que eu deveria ficar feliz por ser salvo mas perder quem amo? Não sou mal-agradecido, só te amo demais.

            E com estas últimas palavras, os dois voltaram a se beijar, nunca esqueceriam aquele dia, nunca esqueceriam que seu inimigo ainda estava vivo e nunca esqueceriam o quanto se amavam. Todos estavam muito felizes, pois, o inimigo ainda pensava que Ichigo estava morta e não voltaria a atacar o planeta e nem seus habitantes.

Finalmente o mundo voltara ao normal e, dessa vez, cada um estava com aquele que amava.