Ká-bum! escrita por Nobody


Capítulo 2
Capítulo 1 - Encontro




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Leicéster era uma das cidades mais bem privilegiadas da Inglaterra. Nela havia uma família pertencente a grande nobreza da época: Anna Mehar Bollier e Francisco Bollier, donos de uma das maiores riquezas daquela cidade, onde viviam em completo luxo junto com seu filho, o único fruto deste amor, Willian Bollier.
Willian era um rapaz inteligente, educado e com belas feições. Herdara da mãe os grandes olhos azuis e os cabelos claros, e do pai, a estatura e a forte postura. Tinha o conhecimento vindo de todos os sábios da Europa, com uma mente aberta para as grandes mudanças que ocorriam. Seu corpo atlético era explicado pelas aulas de esgrima e pelo gosto por esportes, como a cavalaria e a caça.
Apesar de todos os bons requisitos que Willian levava consigo, ele demonstrava ser um jovem solitário. Vivia treinando ou então estudando. Saía poucas vezes, mas acompanhava seus pais em bailes ou outros eventos ao qual eram convocados, mostrando sempre a honra que tanto era admirada na família Bollier.
Em seu aniversário de 17 anos, enquanto aguardava a volta dos pais para o início da celebração, uma trágica notícia chegava em seus ouvidos: a comitiva de seus pais havia sido atacada por ladrões e eles haviam sido assassinados. Um grande buraco abriu-se em seu peito. Como isso aconteceu? Eram mais de 20 homens que os acompanhavam, seu pai era um grande cavaleiro conhecedor de armas, defesas e ataques, não tinha como morrer em um simples furto. Aquilo tornou-se um mistério que guardou somente para si.
O que ele iria fazer de agora em diante?
Como era menor de idade, não podia cuidar de sua herança. Estas então se passaram nas mãos de seu tio bastardo Oscar Bollier e Marília Bollier, os quais ficariam responsáveis pelo garoto até a sua total independência.
Tomaram então a mansão dos pais de Willian e passaram a viver ali junto com o garoto, tratando-o com indiferença e sempre incentivando seu casamento com a filha do Conde Bristol, a senhorita Diana Bristol.
Após uma semana da posse da guarda de Willian, ele já se via noivo de Diana. Seus tios diziam que este casamento seria bom para manter a classe de nobreza da família. Mesmo que a riqueza de um Duque (cuja a qual o pertencia) fosse maior do que a de um Conde, seus tios persistiam no casamento.
Para fugir da realidade que se encontrava e poder esclarecer a mente, William embarcou em viagem para uma casa de campo, deixada por seu avô a muitos anos, a qual se encontrava em uma das zonas mais afastadas da metrópole.
Logo arrumou sua mala e embarcou em sua carruagem. Seus tios temeram que isso poderia ser uma fuga do compromisso que impuseram a Willian e tentaram impedir que isso acontecesse, mas o jovem rapaz prometeu que voltaria alguns dias antes de seu casamento e disse que o motivo da viagem era observar como estava a produtividade daquela terra.
Após alguns dias de viagem, Willian chegou em um pequeno vilarejo. Havia se esquecido de quão magnífico era aquele lugar. Descarregou as suas coisas da carruagem e desceu no centro da cidade: queria ir caminhando para poder contemplar aquela beleza por ele já esquecida.
Após um tempo de caminhada, ele viu ao longe a grande casa que seu avô tinha feito, ela era mesmo estupenda: um longo jardim coberto com as mais belas flores eram a porta de visita, a casa ficava no centro do jardim. Era uma mansão de dois andares, um estilo romântico predominava e era bem percebido pelo formato de suas janelas e a delicadeza de sua estrutura. Apressou o passo, pois ficou curioso ao imaginar a grandiosidade daquela casa por dentro.
Ao chegar em um grande portão, se viu rodeado de enormes muros enfeitados por flores que criaram raízes sobre ele. Empurrou aquele pesado portão e viu de perto um lindo jardim que tinha uma extensão bem maior da qual ele imaginava.
Ao dar os primeiros passos, viu uma jovem que cuidava do jardim no momento. Ela era uma garota com belas feições; seus longos cabelos castanhos contornavam o seu delicado rosto.Vestia-se como uma camponesa: seu vestido azul era caído sobre os ombros, com um espartilho de couro em torno de sua cintura e um lenço prendendo os cabelos.
Quando a moça o avistou, ela foi ter-se com ele:
– O que o senhor deseja?
– Eu quero entrar. - respondeu o jovem que ainda a analisava, percebendo que ela aparentara ser cerca de um ou dois anos mais nova do que ele.
– Me desculpe, mas não posso permitir que faça isso. Peço que se retire.
Ao falar isso, ela deu as costas e saiu. Willian não atendeu ao seu pedido e continuou a avançar. A garota voltou-se, agora com um ar mais rígido.
– Senhor, por favor, não entre. Não tens permissão para fazer isso, e caso continue a insistir terei que tomar medidas contra as suas ações.
– Por que eu não posso entrar?
– Esta é uma propriedade restrita, viajantes não podem simplesmente entrar.
Era verdade. No estado em que estava ele realmente parecia um mero viajante. Ao ver que a garota virava-se novamente para sair de perto dele, ele segurou em seu braço:
– Espere! ....- ele disse essa simples palavra sem ter a oportunidade de colocar outros argumentos em sua fala, pois quando deu por si, estava caído no chão.
Quando ele pegou no braço da jovem, ela agiu instantaneamente jogando o seu pé no rosto de William, fazendo-o cair. Quando ele se levantou, ainda se recuperando te tal pancada, ela já havia retirado de seu espartilho de couro uma pequena espada a qual empunhava em formação de ataque.
– Retire-se agora mesmo rapaz!
– Eu não vou me retirar! Eu sou o herdeiro daqui!
Ao ouvir tais palavras, a garota rapidamente guardou a sua adaga e ajoelhou-se pedindo perdão por tal imprudência. Sabia que seu ato poderia custar a sua moradia e o serviço de sua família, que a gerações cuidava daquela mansão.
–Me desculpe mestre, me disseram que quando vossa senhoria retornasse nós seríamos avisados e assim poderíamos fazê-los uma boa recepção. Me desculpe por recebê-lo tão mal. Espero que possa me perdoar mestre. Onde está o restante de tua nobre família?
Ele calou-se. Estava na frente de uma triste pergunta e de uma curiosa criatura que acabara de despertar o seu interesse.


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