- NÃO ACREDITO – grito correndo pela casa. – PASSEI, EU PASSEI.

- Se você não se acalmar agora serei obrigado a usar sedativos pesados em você. – disse meu irmão. – Quem sabe agora você abandona de vez essa casa, e todas as lembranças que ela tem.

- Pra você é fácil, quase nunca conviveu com eles. – digo tentando conter as lagrimas que tendem a cair.

Embora uma mudança faça bem as pessoas, não consigo pensar assim, deixar para trás onde passei minha vida inteira, onde vivi momentos felizes, e onde também vi meus pais morrerem. Antes que eu perceba já estou chorando e sendo amparada pelo braços do meu irmão.

- Gale... eu não vou conseguir... – digo soluçando. – é como se eu tivesse deixando nossos pais para trás, sinto com se tivesse os abandonando.

- você precisa viver e não é enfurnada aqui que você vai conseguir, agora é hora você vai pra faculdade, eu também... essa é hora de mudar. – diz ele acarinhando meu cabelo castanho assim com o dele.

- Não pensem que vão me deixar aqui embolorando. – diz Johanna, minha amiga desde que me entendo por gente entrando em casa.

- Agora sim a família esta unida. – disse Gale, puxando Johanna para um abraço triplo.

- Vamos fazer as malas. – digo nos separando.

E antes mesmo de perceber estou parada em meio a sala dando uma olhada final pela casa que um dia abrigou minha família, tentando guardar na memória cada detalhe da casa: o assoalho marrom, as janelas brancas, o papel de parede com flores lilás colado na parede da cozinha. E com lagrimas nos olhos fecho a porta pensando se um dia voltarei aqui.