A Menina Dos Olhos escrita por Escarlate


Capítulo 17
Eu só queria uma vida normal!


Notas iniciais do capítulo

depois de um longo inverno......eis que o novo capítulo surge....boa leitura



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–Olá gata como vai?

–Oi Felipe estou bem. Olha não me leve a mal, mas não me chame de gata, principalmente aqui no consultório de seus pais, eles são muito.....disciplinados com relação ao serviço e ao consultório deles, podem achar esse cumprimento íntimo de mais e nada profissional principalmente da minha parte.

–Ih qual é.....meus pais são de boa, relaxa.

“Oh Deus ta vendo, e eu sou Afrodite”

–Olha Felipe aqui é meu local de trabalho, não misture as coisas ok?!

–Tá tá bom....então...quer uma carona?

–Obrigada Felipe mas não precisa.

–Esmeralda tranque tudo antes de.....Filho? O que faz aqui? – Pergunta a doutora mãe de Felipe.

–Oi mãe, vim pegar alguns livros na sala do meu pai.

–Hum. – Ela achou estranho.

–Esta bem não demore e depois vá direto para casa.

–Tchau mãe até daqui a pouco.

A doutora sai dando uma olhada desconfiada para Esmeralda.

–Bom Felipe se me der licença eu tenho que trancar o consultório.

Quando ela avança em direção a porta Felipe impede a passagem.

–Calma pra que a presa? minha mãe já saiu, pode parar de bancar a secretária eficiente.

–Não estou bancando nada, essa é minha função, trancar o consultório antes de ir embora. Eu estou cansada depois de um dia de escola e de trabalho, to doida pra chegar em casa.

–Calma, vejo que esta estressada. Você precisa relaxar, por que não sai comigo para beber alguma coisa?

–Valeu mas não, eu tenho muita coisa pra fazer em casa.

–Tipo o que? Lavar as cuecas do Ikki ou dar de mamar para o Shun?

–Não é nada disso seu idiota, a casa é deles, mas não me tratam como empregada. O que tenho para fazer não é do sei interesse.

–Aposto que você já caiu na lábia do Ikki, se enxerga garota, acha mesmo que ele gosta de você? Você é só mais uma que passa na mão dele....ele vai te largar pra escanteio como fez com todas as outras.

–Para Felipe, me deixa sair.

–Eu gosto de você, não percebe? Eu sou homem pra você não aquele pobretão. Me dá uma chance!

–Felipe agente já conversou sobre isso, eu não quero nada com ninguém. Você é meu amigo e só.

–Se fosse aquele idiota que joga bola você já tinha se jogado.

–Cala a boca, eu não vou mais discutir com você. Eu vou embora.

Felipe então a agarra, e ela começa a se debater e a gritar, ele tapa a boca dela com a mão e a joga contra a parede.

–O que ele tem que eu não tenho? – Ele pergunta, mas ela não Pode responder pois tem sua boca tapada pela mão dele.

–Eu vou te mostrar que eu sou muito melhor que ele, vou te dar a vida que você merece. Vai andar de carro, com roupas de marcas, vai estar saindo com um futuro médico....não precisa ficar com medo, toda garota gosta disso e você vai gostar também.

Ikki chega no local de trabalho de Esmeralda, e quando viu o carro de Felipe estacionado atravessou a rua correndo e bateu na porta do consultório chamando por Esmeralda.

A porta era de vidro jatiado (daqueles que você não consegue enxergar a parte de dentro), e quando Esmeralda saia ele a trancava junto com um portão de grades que era o que mantinha a porta segura, pois apesar do vidro ser bem reforçado, ainda era vidro.

Ikki chamou de novo mas não obteve resposta.

Esmeralda e Felipe ouvem as batidas de Ikki.

–Xiii fica quietinha que ele vai embora.

Esmeralda desesperada para se soltar, começa a olhar para todos os cantos daquela sala de recepção do consultório a procura de alguma saída ou escapatória, quando ela percebe um pequeno vaso de flores em cima de uma mesinha na frente deles. Num impulso ela chuta com força a mesinha fazendo com que o vaso caísse e quebrasse. O barulho chamou a atenção de Ikki.

–Mas que porra foi essa? – Fala Ikki ao ouvir o barulho

Foi então que Ikki se deu conta de que realmente tinha gente lá dentro e algo ruim estava acontecendo, afinal um vaso não se quebraria sem querer em um lugar vazio e calmo.

Ele então começou a chutar a porta e a gritar para abrirem a porta.

–Abre essa merda! – Ikki gritava e chutava como não foi atendido continuou.

–Se ninguém abrir essa porta eu vou arrebentar com ela!

Ikki então começou a colocar cada vez mais força até a porta começou a trincar. Ele percebeu a mesma estava cedendo e não parou até que o vidro começou a se quebrar e com um buraco começou a se abrir.

Pelo buraco Ikki viu a cena de Felipe segurando Esmeralda e sem pensar duas vezes ele se enfiou pelo buraco que abriu na porta e entrou. Acabou se cortando um pouco e rasgando sua roupa para passar mas, quando entrou ele foi direto em Felipe e o acertou na boca.

–Porra Ikki, minha boca!

–Não chore pela sua boca, pois eu ainda vou arrebentar sua cara inteira seu covarde.

Ikki parte para cima de novo e continua o acertando. Felipe também o acerta no rosto e nas costelas, fazendo Ikki cair de joelhos com as mãos no local onde foi acertado.

Quando Felipe se aproxima novamente para chutá-lo ele segura a perna dele e a puxa fazendo ele cair sentado no chão. Ikki então aproveita e se joga em cima dele e acerta uma série de socos em seu rosto. Ele perde a noção de quanto esta sendo violento até que ouve uma voz de fundo chamá-lo. No começo a voz parecia distante, depois ela foi ficando mais nítida, até que Ikki a identificou.

–Ikki....Ikki...IKKI PARA PELO AMOR DE DEUS!! – Esmeralda se desespera.

–Para Ikki já chega! – Ela se ajoelha no chão ao lado dele e segura seu punho cessando seus movimentos.

–Ele já esta muito machucado, vamos sair daqui!

Quando os dois se levantam, Felipe também o faz e vai cambaleando até a parede em busca de apoio.

–Meu rosto, o que você fez com meu rosto?

–Não se preocupe, seus pais concertam ele pra você babaca!

–Eu vou prestar queixa contra você, seu desgraçado.

–Se fizer isso nós também iremos prestar queixa, pois Esmeralda esta com marcas de violência no corpo causadas por você e suas digitais assim como seus vestígios estão presentes no corpo dela. Se quiser vá em frente, mas acho que pegará muito mal para a reputação de seus pais.

Felipe baixou a cabeça. Ikki tinha razão, nada de polícia.

–Você ta ferrado Ikki, isso não vai ficar assim!

Quando Ikki ia retrucar Esmeralda se impõe.

–Parem vocês dois. Ninguém vai ferrar ninguém, vamos embora e esquecer isso.

–ESQUECER?! Esse cara te agarrou! Não pode defendê-lo! Precisa dar queixa! – Ikki fala indignado.

–Eu sei o que aconteceu, mas eu não quero mais confusão pro meu lado, minha vida toda foi assim. Chega de delegacia, chega de corpo de delito, chega disso tudo, eu não aguento mais. Felipe você vai ficar bem na sua e Ikki você vai se acalmar. Isso tudo morre aqui.

–E o que você vai dizer para seu chefe? Que rolou uma rave aqui? – Ikki pergunta irônico.

–Não. Vai ser o seguinte: Felipe, nós vamos dizer que entrou um assaltante aqui, e você brigou com ele.

–Ah claro e o sujeito não levou nada!? – Novamente Ikki irônico.

–Ele só queria dinheiro, tentou roubar seu celular mas não conseguiu por isso vocês brigaram. Não vimos seu rosto pois, estava usando capuz. Roupa preta e capuz. Certo?! – Ela olha para Felipe que apenas acena com a cabeça consentindo com ela

–Certo contaremos a mesma história, se seus pais quiserem eles podem me ligar. Agora vamos embora.

Esmeralda pega Ikki pela mão e o puxa para fora. Na calçada ela manda ele esperar e grita para Felipe sair de lá.

–Vai Felipe sai daí.

Meio tonto ele se levanta e vai em direção ao carro. Antes de entrar ele dá uma última olhada ameaçadora para Ikki e então sai dirigindo feito um louco.

–Me espere aqui, eu vou colocar ordem naquela bagunça.

Alguns minutos depois ela sai com a bolsa e tranca o consultório como de costume.

Esmeralda e Ikki voltam para casa em um silêncio perturbador. Eles chegam em casa e Shun veio atender a porta.

–Caramba que demora.........porra Ikki, o que aconteceu?

Shun se espanta ao ver o irmão todo rasgado e com o rosto roxo.

–Seu irmão brigou com Felipe dentro do consultório.

–Porra Ikki, o cara já é um mala, você ainda vai ficar arrumando confusão com ele.

–Não arrumei confusão nenhuma, aquele maluco começou a agarrar a Esmeralda, eu tive que me intrometer.

–Como é que é? Pera ae gente me conta isso direito.

Nisso o telefone celular de Esmeralda começa a tocar.

–Merda é da casa do Felipe. Vai colocando o Shun a par de tudo enquanto eu resolvo isso.

–Alô. Oi posso falar sim. Pois é o Felipe contou, foi isso, um cara entrou no consultório e tentou levar o celular dele, os dois brigaram mas o cara acabou fugindo sem levar nada. O Felipe esta bem doutor? Ai graças a Deus. È eu sei o senhor precisa ir na delegacia, quer que eu vá junto? Não?! Tem certeza?! È não vimos o rosto dele pois estava de capuz.

–Não precisa ir junto, aliás vou falar no boletim que meu filho estava sozinho quando ocorreu tudo. Pode deixar que daqui pra frente nós resolvemos. Boa noite!

Ele então desliga o telefone depois de ter falado na maior frieza com ela. Ela desliga o telefone e respira aliviada.

– E ai? Tudo em ordem? Você vai ter que ir na delegacia? – Pergunta Ikki após ter contato tudo ao irmão.

–Não ele disse que vai resolver. Ele não vai dizer que eu estava presente, só o Felipe. Melhor assim não quero me envolver.

–Amiga você não percebe o que esta rolando? Não é para te proteger, é para proteger a eles que não vão envolver você no assunto. Se você alegar algum ferimento ou trauma, será considerado acidente de trabalho e eles tem que se responsabilizar por todos os danos causados a você. Com você fora não pode alegar nada. Esses caras são uns canalhas. – Fala Shun indignado.

–Eu sei Shun mas. Eu prefiro assim, prefiro ficar fora disso.

–Ta já chega vocês dois. Eu to machucado, me ajudem.

E assim os dois ajudam Ikki a tirar aquela roupa rasgada e a cuidar dos ferimentos.

Vai ficando tarde e o sono vai batendo no trio.

Antes de dormir Esmeralda fala:

–Obrigada Ikki, por me ajudar.

–Que isso, eu não deixaria ele fazer nada com você.

–Mesmo assim, foi muito legal da sua parte.

–È mas não pense que fazendo essa cara de coitadinha vai me fazer ficar com pena de você. Ainda estou furioso. Não acredito que você não vai fazer nada! Esse cara poderia ter aprontado uma muito feia com você. Acho que sua ficha sobre isso ainda não caiu sobre o que poderia ter acontecido.

–Ah não exagera.

Ikki fica nervoso e se aproxima com um olhar faiscante.

–Acha que estou exagerando? Esmeralda, vai ter medo deles até quando? Vai esperar algo ruim te acontecer para você se ligar?

–Não é medo. È só que.....eu não quer me envolver em mais escândalos. Quero que minha vida seja normal. Será que é tão difícil? Poxa, chega dessa loucura, chega de polícia.

–Esmeralda você precisa parar de pensar assim. Sua vida é essa bagunça por que você também deixou chegar nesse ponto.

–Ta dizendo que eu sou culpada pelas coisas que meu pai fazia?

–Não, estou dizendo que seu medo só tem te atrasado. E parece que você não aprendeu nada. Você sabe que essa gente não tem concerto, assim como seu pai não teve, eles também não terão. Só vão descer do pedestal quando alguém agir contra eles e você acabou de desperdiçar a melhor oportunidade.

–Eu sei Ikki....você tem razão, eu tive medo.....por que a minha vida tem que ser desse jeito?! Cada hora é uma turbulência nova que aparece para me atormentar. Por favor me entenda! Não fique bravo comigo.

Ela começa a lacrimejar e Ikki penalizado a abraça.

–Olha...desculpe tá! Eu não quis gritar com você, mas eu queria que você entendesse o perigo que você correu hoje. Por favor Esmeralda, por favor.....me diga que se acontecer de novo você vai me contar e vai tomar uma providência?!

–Tá! – Ela responde sem olhá-lo. Ele segura em seu queixo e levanta seu rosto a forçando encará-lo.

–Eu to falando sério! Se eu presenciar o Felipe te desrespeitando de novo eu não respondo por mim! Ou você denuncia, ou eu acabo com ele. Eu desfiguro o rosto dele que nem os pais dele vão conseguir reconstituir, ele vai ficar irreconhecível.

–Ai que horror, não exagera. Eu prefiro prestar queixa do que ver uma chacina acontecer.

–Ótimo! Então boa noite. Quando ela ia se afastar Ikki a puxa de volta e toca seus lábios com os dela. Ela fica imóvel e Ikki então toma a iniciativa, a abraça pela cintura a trazendo mais perto. Ela então se rende e permite que Ikki aprofunde o beijo. Não foi um beijo cheio de luxuria como Ikki gostaria que fosse, mas cada momento valeu a pena. Ele acariciou o rosto e os cabelos dela e ela o abraçou pelo pescoço, sentindo os poucos fios de cabelo que desciam por sua nuca.

–Você parece uma boneca sabia? – Ikki fala a olhando nos olhos e ela por sua vez fica ruborizada.

–Rsrsrs é.....melhor agente ir dormir. – Ela interrompe a troca de olhares com medo do que aquilo poderia causar.

–Esta bem! Durma bem gata. – Ele dá um selinho nela e se afasta.

–Boa noite! Durma bem também!

Eles se despedem e vão dormir. Na verdade muitas águas ainda iam rolar, e aquilo era só a ponta i iceberg.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido :) bejim....



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