Não Olhe Para Trás escrita por Mnndys


Capítulo 52
Tudo que queria dizer na última vez que nos vimos


Notas iniciais do capítulo

Oi lindas!

Demorei mas ta ai o capitulo novo.

E para quem pediu minha nova fic é essa: http://fanfiction.com.br/historia/396135/Cacadora_De_Fofoca_A_Fonte_Dos_Escandalos



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- Eu não quis te assustar aquele dia, eu só não sabia um bom jeito de te falar. – Rose se justifica.

Estamos em um café.

Ethan e Alex, noivo de Rose, sentaram-se algumas mesas mais longe para nos deixar a vontade.

Acabamos de sair da clinica onde fizemos o exame, teremos a resposta em alguns dias.

- É só que eu nunca quis saber nada sobre meu passado. – Revelo a ela.

- Engraçado, eu sempre quis saber se eu tinha uma família biológica, por mais que eu amasse minha família. – Conta.

- E o que descobriu? E como descobriu? – Pergunto.

- Você quer mesmo saber de tudo? – Ela me pergunta. Balanço a cabeça afirmativamente. – Em primeiro lugar eu trabalho como assistente social, tenho acesso a arquivos de adoção de Seattle, eu sempre soube o nome da nossa mãe, então eu só tive que pesquisar, sobre Lindsay Evans.

- E quem foi ela? – Quero saber.

- Uma jovem muito rebelde, que trouxe muito desgosto para a família e saiu de casa antes de completar dezoito anos. Ela fugiu com um tipo nada confiável, a partir daí eu não sei muito. – Diz.

- E como chegamos a nós? – Pergunto. – Por que cada uma de nós foi adotada por pessoas diferentes? Não existem programas para não afastar irmãos ou coisa assim?

- Sim. Mas naquela época era difícil. Eu sou três anos mais velha do que você, fui entregue a adoção logo que nasci. O casal que me adotou foi viver fora do país, morei na Inglaterra até os seis anos, eles não souberam nada sobre você. – Fala.

- E nosso pai?

- Ninguém sabe quem ele é, Lindsay nunca contou, eu não sei nem mesmo se somos filhas do mesmo pai.

- Como você sabe que Lindsay e minha mãe se conheceram quando Lindsay foi presa?

 Estou com milhões de perguntas borbulhando em minha mente.

- Lindsay foi presa por seqüestro e tráfico de drogas, ela estava grávida de você na época. Pesquisando sobre a ficha dela no presídio vi que a Dra. Grace a atendeu durante a gravidez. Antes que me pergunte, Alex é chefe de policia, tem alguns contatos, não foi difícil. – Explica.

- Onde Lindsay está agora?

Rose fica em silêncio por alguns instantes.

- Ela está morta Mia, foi morta alguns meses depois que você nasceu por uma companheira de cela. Estava com 23 anos.

Estou tentando digerir toda a informação, uma mãe criminosa, um pai desconhecido, uma irmã, e mãe assassinada tão jovem. Realmente era trágico.

- Acho que ela cavou a morte, desde a adolescência, se envolvia em brigas e com companhias erradas, não surpreende o fim que tomou. – Rose diz sem nenhuma pena.

Provavelmente não consigo pensar assim porque acabei de saber de tudo.

- Como sabe disso que acabou de falar? Sobre ela na adolescência.

A indiferença anterior de Rose se transforma num sorriso doce.

- Nossos avós contaram. – Diz.

- Avós? – Pergunto.

- Bem tinha o nome deles na ficha e eu me perguntei: por que não? – Fala. – Fui até a Califórnia e os conheci há uns seis meses mais ou menos. São pessoas incríveis, mas se culpam por não ter conseguido transmitir a filha todos os seus bons valores.

Ela fala deles com carinho. Será que um dia eu poderia fazer isso? Enfrentar com tranqüilidade a história do meu passado?

- Eles me convenceram a falar com você. – Fala. – Disseram que se fui corajosa o bastante para descobrir tudo ou para ir até a Califórnia, porque não fazer o mesmo com você. Mas meu medo era justamente de você rejeitar, de não ter interesse nisso.

- Eu realmente não tinha, minha vida com os Grey era o que importava, mas na verdade era medo, medo de saber que tinha um passado, uma história, ainda que curta antes de ser daquela família. Inconscientemente, acho que pensava que seria menos Grey se soubesse de onde vinha. – Desabafo. – Mas então você apareceu e eu pensei: existem pessoas por trás dessa história, pessoas que são parte de mim também e pode ser que eu ganhe conhecendo-as.

Rose sorri, acho que porque conseguiu despertar em mim esse sentimento.

- O vovô e a vovó querem te conhecer. – Diz.

- Eu também quero, mas acho que preciso conhecer você melhor primeiro, digerir tudo isso e me conhecer de novo através da minha história. – Falo. – Mas um dia quem sabe eu não vá para a Califórnia.

Por mais triste que minha história pudesse parecer eu não achava isso, me considerava sortuda, pois tudo que aconteceu me levou a uma vida infinitamente feliz. E descobrir tudo agora não ia me fazer mal, pelo contrario, ia servir para eu dar mais valor em tudo que tinha.

- Ta tudo bem mesmo? – Ethan pergunta enquanto abre a porta do apartamento dele para mim.

- Sim. – Falo. – Estou feliz que mau-caratismo não seja hereditário. – Acrescento.

Ethan sorri.

- O que viemos fazer em seu apartamento mesmo? – Pergunto.

- Conversar. Senta ai. – Fala. Ele vai até a cozinha. – Toma um vinho comigo?

- Claro.

Ele volta com duas taças na mão e me entrega uma.

- Mia eu não sei se essa é a melhor hora, mas a gente tem que ter uma conversa definitiva. – Fala.

Fico tensa. A hora tinha chegado.

- Tudo bem, não me importa que seja agora.

- Preciso voltar para o ano passado para esclarecer algumas coisas. – Diz. – Quando eu li sua carta de aceitação no workshop eu tive medo de te perder, mas ao mesmo tempo eu sabia que precisava fazer você ir. Antes mesmo de te conhecer eu ouvia Kate e Elliot falarem sobre sua liberdade e independência e eu comprovei isso quando te conheci. De alguma forma eu não queria que isso se perdesse por mim, eu seria egoísta se te prendesse a mim quando você tinha algo muito bom te esperando em Nova York. Por isso te pedi para ir.

- Na verdade me forçou a ir. – Digo. – Eu nunca assumi, mas eu chorei todas as noites do primeiro mês, imaginando o porquê você me deixou ir, achei que não me amasse.

- Como pode pensar isso? É claro que eu te amava. – Fala. – Morri mil mortes todos os dias sem você aqui, e me senti tolo por isso, me sentir dependente demais de uma mulher de novo. Então apareceu Rebekah.

- Você tinha sido dependente dela também, então porque a escolheu para tentar me esquecer? – Pergunto.

- Por alguns motivos. Primeiro, ela parecia mudada, menos imatura. Segundo, me pediu outra chance. Terceiro, eu sabia que nunca me tornaria dependente dela de novo. Eu achei que pudesse dar certo.

- E então, deu?

- É como te falei em Nova York, Rebekah amadureceu em muita coisa e eu também amadureci, mas isso nos deixou confusos. A gente não se conhecia mais e precisávamos aprender a conviver como quem éramos agora, mas ela queria o Ethan devoto a ela de antes.

- E o que você queria?

- A Rebekah era o que eu precisava, ela me faz ser mais racional, apesar de me dar bem com ela não tinha aquela paixão que cega. Mas no meio dessa história tinha você, e tudo que sentia e tudo que vivemos. E fiquei confuso. Você derruba minha racionalidade, me deixa vulnerável, mas ao mesmo tempo me dá paz e me motiva a correr atrás do que quero. Então precisei escolher que tipo de relacionamento eu quero ter.

- Antes que você continue tem algumas coisas que quero te dizer. – Interrompo. - Ethan eu era livre, independente, conheci o mundo, mas apesar disso tudo eu era uma garota imatura, eu rodava o mundo sem saber que poderia descobrir a verdadeira essência da vida aqui mesmo. E eu conheci com você, nos seus braços, você me fez deixar de ser uma garota boba para me tornar uma mulher. Você me torna dependente e vulnerável também, mas não é assim que o amor é? Ele te prende, sem precisar de algemas ou grades, tudo que precisa é vontade de estar junto. Ethan você enxerga dentro da minha alma, é como se de alguma forma você tocasse algum lugar dentro de mim que ninguém nunca mais tocou e sei que não irá mais tocar, porque independente se a nossa história tiver um ponto final agora, o que nós tivemos será especial para sempre. – Desabafo de uma vez só entre lágrimas.

- Você sabe que me relacionar assim de novo não estava nos meus planos. – Fala. Começo a chorar compulsivamente. – Mas nem sempre a vida ocorre como planejamos. Eu poderia manter um relacionamento estável, racional e com muita maturidade, mas eu sempre sentiria falta das fugas, das irresponsabilidades, das criancices, mas principalmente eu sentiria falta de você.

- Então você... – Tento dizer, mas não consigo.

Ele tira a taça que eu ainda segurava nas mãos.

- Então eu desfiz qualquer coisa que restava com Rebekah e estou decidindo me entregar a toda instabilidade da história que eu terei com a mulher da minha vida. Eu te amo, desculpa ter te feito esperar. – Ele conclui.

Ethan avança sobre mim e me beija. É o beijo que esperei por oito meses. Aquele beijo rápido no chuveiro quando Ethan estava bêbado não tem nada a ver com esse. Dessa vez estamos os dois entregues a isso, comemorando nossa felicidade.

- Não me arrependo de ter esperado, porque eu te amo. – Digo quando nossos lábios se afastam.

Ainda estou chorando, mas não é de tristeza e nem de medo, mas pela felicidade de ter minha vida ligada a dele.


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