Não Olhe Para Trás escrita por Mnndys


Capítulo 49
Uma quase noite com você




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Todas as solteiras correm para pegar o buquê que Kate está prestes a jogar. Ou melhor, quase todas.

- Mia vai lá. – Ana incentiva.

- Eu não acredito nisso. – Digo.

- Mas você pegou no meu casamento. – Ela lembra.

- E olha só para mim, estou solteira. Acho que buquês têm efeito inverso sobre mim.

Ana ri. Sei que ela me achava exagerada e dramática.

- Um... dois... três e já! – Kate grita para em seguida lançar seu buquê.

Ela não tem um senso de direção muito bom e antes que eu possa pensar lá está o buquê em meu colo.

- Kate! – Grito desaprovando.

- Mia!! – Ela vibra. – Não poderia ser ninguém melhor. – Diz.

Kate tem um sorriso de orelha a orelha, com toda razão, ela acaba de se casar com o homem que ama.

Levanto o buquê sem graça.

- É o destino Mia. – Ana zomba.

- É azar. – Retruco.

- Você já encontrou o homem da sua vida, você sabe disso. – Ela diz. Em seguida ergue a cabeça para olhar alguém que se aproxima. – E ele também sabe.

- Eu? – Ethan pergunta. – Sei o que?

Provavelmente ele escutou, mas está se fazendo de desentendido.

- Esquece. – Falo.

Ana se levanta da cadeira.

- Vou procurar o meu marido. – Ela diz.

- Ele deve estar por ai sendo um papai babão. – Falo.

Ela concorda comigo e some entre os convidados.

- Vai fazer uma coleção? – Ethan pergunta apontando para o buquê.

- Eles me perseguem. – Reclamo.

Ethan está lindo em seu terno e lá está ele parado me olhando com um jeito doce. O homem que eu amo está ali e é como se eu estivesse de volta ao casamento de Ana e Christian no ano anterior.

Naquela noite ele me contou sobre Rebekah e depois fizemos amor pela primeira vez. Eu só queria que as coisas fossem como antes, que ele desprezasse Rebekah pelo que ela fez e que me amasse.

- Não pense. – Ele fala.

Oh droga! Que mania chata de decifrar meus pensamentos.

- Me desculpe. – Peço.

- E não se desculpe por pensar. – Diz.

Olho para ele impaciente.

- Você está sendo mandão. O que quer que eu faça afinal? – Pergunto.

- Que aproveite a festa. – fala. – Vamos andar por ai.

Me levanto e ele me dá seu braço.

Caminhamos juntos até que Ethan avista Paul.

- Ele ainda está chateado. – Fala.

- Vocês precisam resolver isso.

- Eu sei, só não sei como. – Ethan pega um copo de whisky em uma bandeja.

- Você já tomou muito desse. – Constato.

- Está contando? – Pergunta.

- Não. – Nego. – Vou chamar o Paul.

Solto o braço de Ethan e vou até onde Paul, Eloise, Meg e Robert estão.

- E ai pessoal?! – Digo descontraída. – Paul será que posso falar com você?

Ele assente, então o levo até um canto.

- Será que é possível você e Ethan se entenderem esta noite? – Pergunto.

Paul faz uma careta e sei que não vai ser fácil.

- Ele ainda está com ela não está? Então a resposta é não. – Diz bravo.

Uau, eu não era a única que odiava aquela vadia.

- Você vai estragar uma amizade de uma vida por ela?

- Qual o problema com ele? Ele a deixou arruinar a vida dele uma vez, eu me lembro de todas de bebedeiras dele, de todos os choros, lembro da primeira vez que o vi chapado de droga e lembro-me dele numa cama de hospital, achando que a vida não tinha mais sentido. – A expressão dele é de tristeza ao lembrar tudo isso.

- Em todos os momentos ele teve você, não deixa isso acabar assim. – Peço.

Paul passa a mão pelo cabelo e fica andando pensativo, tentando decidir o que fazer.

- Você está lutando por ele? – Paul me pergunta e eu o olho surpresa. – Por que se tiver, e se me prometer que vai tentar fazer o Ethan voltar a ser o cara que eu reencontrei ano passado, eu vou ficar ao lado dele esperando isso acontecer.

Ele estava tentando fazer uma troca comigo.

- É claro que eu estou lutando por ele. – Afirmo. – Mas não sei se isso vai dar certo, então preciso de você ao lado dele, dando conselhos.

- Você sabe que todo mundo odeia ela, não sabe? – Faço que sim. – Então você faz sua parte e eu faço a minha para tirar ela do caminho.

- Isso parece uma conspiração. – Zombo.

- E é.

Paul me puxa em um abraço.

Levo-o até Ethan.

- Nada de brigas mais rapazes. – Digo.

- Não tem como ficar bravo com o meu irmão. – Paul diz.

Ethan abre um sorriso feliz. Meu menino. Ele me olha curioso, quer saber o que eu fiz.

- Te devo uma. – Ele diz para mim.

- Acho que deve mais do que uma. – Paul corrige.

O resto da festa corre divertida.

Kate e Elliot não cumprem o protocolo e ficam quase até o fim da festa. Acho que a ansiedade dos noivos em saírem da festa logo era mais explicável antigamente, quando se havia expectativa para a noite de núpcias, mas nos dias de hoje a noite de núpcias não traz nada além do que já se conhece. Principalmente no caso deles que nunca conseguiam manter suas mãos longes um do outro.

Além disso, Kate disse que não se planeja uma festa com tanta dedicação para depois não aproveitá-la.

Ethan e Paul estão tão felizes com a reconciliação que não pararam de beber um segundo. Eloise tem trabalho para colocar o noivo no carro quando chega a hora de ir.

- Foi bom te ver Mia. – Ela diz antes de partir.

Os pais de Ethan e Kate dormirão em nossa casa essa noite, a convite da mamãe. O filho é que está dando trabalho.

- Me dá a chave Mia! – Ele exige com a voz mole.

- Não! Você não vai dirigir, você está bêbado. – Digo.

- Não estou bêbado. – Retruca. – Além do mais quer que eu faça o que então?

- Vai dormir aqui e fim da história. – Falo.

Nesse momento John aparece.

- John diz para ele que ele não pode dirigir nesse estado. – peço.

- Ethan dorme aqui e amanhã você vai filho, pare de ser teimoso. – John diz.

Ethan olha para nós, vencido e concorda.

- Quer que eu cuide dele? – John pergunta.

- Eu faço isso. – Digo.

Acompanho Ethan até o quarto que um dia foi de Elliot, ou melhor ainda era, afinal ele passava muito tempo aqui até se casar. Ethan tem cheiro de álcool, é melhor tomar um banho.

Pelo menos ele está bem o bastante para tirar sua própria roupa. Ligo o chuveiro para ele.

- Você não deveria me ver nu. – Ele fala.

- Como se eu já não tivesse visto antes. – Falo.

De repente num gesto rápido ele me joga para debaixo do chuveiro também.

- Ethan! – Grito.

Ele começa rir e eu não resisto, começo a rir também.

- Adoro esse som. – Ele fala.

- Que som? – Pergunto.

- Sua felicidade.

Será que ele percebia que ele era a causa disso? Dou um sorriso para ele que é desfeito quando ele se aproxima e me beija.

Não, não, não! Meu subconsciente grita, não quero que isso aconteça com Ethan bêbado. Mas é tão bom, senti tanta falta disso. Tenho que ser mais forte que meu desejo naquele momento.

Forço para empurrá-lo e consigo.

- Melhor não. – Digo.

Ele não fala nada.

Saio do banheiro e procuro uma roupa de Elliot no guarda-roupa. Deixo-a sob a cama e saio.


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